_Ó Querido Romeu, porque arisca tua
prezada vida e vem me ver?

_Porque bela Julieta encantei-me desde a
primeira vez que te vi.

Pela trigésima vez durante o filme eu ri
e ele me acompanhou. E novamente as pessoas que sentavam atrás de nós nos
pediram pra calar a boca. Era uma típica quinta-feira e nós (depois de muitas
brigas devo dizer) estávamos no cinema assistindo Romeu e Julieta. Sim Romeu e
Julieta, alguma pessoa sem nada pra fazer decidiram colocar em cartaz todos
aqueles filmes antigos que toda a sociedade ainda gosta. Por pouco nós não
assistimos o lindo navio Titanic afundar. Mas como era provavelmente a décima
terceira vez que via esse filme (culpem minha mãe), parecia mais cômico do que
trágico.

_Titanic seria melhor_ele disse.

_É claro que não! As pessoas iriam chorar
mais ainda!

Ele riu e segurou minha mão e eu coloquei
minha cabeça sobre seu ombro.

As memórias me atingiam como um jorro de água. Era como se minha vida
com ele estivesse passando na frente dos meus olhos.

_Ai!_repeti novamente.

_Nossa minha namorada tá ficando muito
fresca, são só algumas formigas.

_Só algumas? Elas estão me comendo viva!

_Não exagera amor_ Ele falou e tirou
algumas formigas do meu braço.

Sim eu admito a ideia idiota de fazer um
piquenique foi minha. Eu sou totalmente culpada por estarmos nessa tarde de
domingo num parque lotado. Super romântico.

_Lembre-se que a ideia foi totalmente
sua.

_É vai, me culpa por tudo.

_Own, não faz assim. Você sabe que amo te
ver irritada.

Uma lágrima grossa desceu pela minha bochecha e eu enxuguei com a
manga do meu moletom.

_Diga “A”.

_Eu não vou abrir minha boca!

_Por favor!

_Não, eu não sei o que é!

_Você não confia em mim?

_Ah, que lindo, é realmente necessário
envolver confiança nisso tudo?

_ Sim.

Eu estava sentada no balcão da cozinha
enquanto ele segurava uma colher na frente da minha boca e me obrigava a comer.
Eu finalmente cedi e descobri que o gosto era muito bom, devia ser algo como
macarrão com queijo.

_Unn, é bom! Quem diria que você é um bom
cozinheiro em?

_Na verdade se você tivesse coragem teria
descoberto muito antes.

_Então eu sou medrosa agora?

_É sim, muito._ ele disse e me beijou em
seguida.

Frio, escuridão, solidão eram as três principais coisas que eu sentia
agora.

Estávamos subindo na sua caminhonete
enquanto ele falava.

_Sabe a gente podia ir num restaurante
amanhã que tal?

_Uhum,
depois que eu sair do shopping com as meninas eu passo no restaurante de
sempre.

_Eu estou totalmente In love com esse vestido!

 Eu
estava no shopping com as minhas amigas e experimentava os vestidos mais
fabulosos do mundo! Andávamos pelos corredores com uma montanha de bolsas em
nossas mãos e íamos em direção à lanchonete. Sentamos numa mesa e começamos
logo a conversar e rir bastante. Fizemos nossos pedidos e continuamos a nossa
conversa até que umas delas perguntou:

_Taylor, seu encontro não é daqui a cinco
minutos?

_É sim, e eu esqueci totalmente!

_Você podia ficar mais um pouquinho né?
Tá tão legal esse dia de garotas!

_É, e o Lautner nunca chega na hora
mesmo.

P.O.V. TAYLOR LAUTNER

Já se passava meia hora do combinado de
nos encontrarmos. Eu estava sentado à mesa de um restaurante quase vazio
enquanto bebericava um copo d’água. Eu estava começando a ficar preocupado com
ela quando eu escuto o som de mensagem do meu celular.

Sinto muito, mas não posso ir, ainda estou com as meninas no shopping
e elas estão insistindo tanto...

Beijos, te amo

Taylor ♥

Droga! Custava ter avisado meia hora
atrás?

Eu não tinha ideia naquela época o que aquela minha falta
acarretaria...

­­_Vamos pedir um Ravióli de frango.

Eu me dirigia ao garçom do restaurante
que tínhamos combinado de ir semana passada. O Tay não ficou lá muito feliz com
o bolo que levou sexta-feira, mas superamos e marcamos outro encontro, agora eu
fazia o nosso pedido.

_Não, vamos pedir salada de frango
grelhado e refrigerante light._O Tay se pronunciou.

_Não, não vamos.

_Quando os senhores decidirem podem-me
chamar_O garçom disse e foi embora.

_Olha amorzinho, eu realmente estou com
muita vontade de comer um Ravióli.

_Mas você sabe que eu não posso comer
carboidratos e toda essa gordura, o meu personal trainer disse que eu preciso manter minha alimentação balanceada.

_Depois você fica dizendo que eu tenho
frescura, você fica ai parecendo aquelas modelos anoréxicas. Que chato!_Eu
disse já ficando estressada com toda essa frescura.

_Ó mil perdões se eu quero ficar bonito
pra minha namorada!

_Á, não me venha com essa mesma desculpa!
É sempre a mesma coisa, a gente não pode nem sair pra jantar, que saco!

_Então se é tão ruim sair pra jantar
comigo você pode ir embora!

_Eu vou embora mesmo!

Saí em disparada do restaurante em
direção ao carro. Entrei e fechei a porta bruscamente. Que raiva eu sentia
naquele momento! Entrei em casa e subi logo pro quarto, não queria ver ninguém
hoje, me sentia péssima.

Eu estava sentada num banco embaixo de
uma árvore que derrubava pequenos flocos de neve no meu cabelo. Naquele momento
eu sabia exatamente o que iria fazer. A caminhonete acabara de estacionar e ele
desceu com aquele seu lindo sorriso e sua pele morena que se destacava em toda
aquela neve.

Acompanhei com os olhos enquanto ele
corria de volta pro carro. Foi a coisa mais difícil que já fiz na vida.

Mais lágrimas. Me abraçava pra ocupar todo o vazio. Eu estava sentada no chão do
meu quarto que estava um pouco bagunçado. O colar que ele tinha me dado estava
pendurado no meu abajur do lado da cama. O frio lá fora era intenso, mas sentia
mesmo como se estivesse nevando aqui dentro. Era como se todo o frio que fazia
lá fora entrasse e penetrasse todo o meu corpo gelando meu sangue e me fazendo
ficar cada vez mais fria. Não importa o quanto eu tentasse me aquecer com meu
velho moletom e meu lençol bordado. Me levantei e fui até à janela, apoiei os
meus dedos no vidro que tinha uma névoa fria. Olhei através dela esperando
algum sinal de passos, carros ou qualquer outra coisa que indicasse que ele
estava vindo. Voltei debilmente até o mesmo lugar no chão, encostei a cabeça na
cama e chorei de novo.

Escrever aquela carta era extremamente necessário. Peguei um papel e
uma caneta e apenas escrevi. Todas as palavras saiam de mim como uma cachoeira.
Olhei de novo na janela pra ter certeza que não vinha ninguém. Mas como eu
queria que ele lesse a droga da carta e viesse logo.

P.O.V. TAYLOR LAUTNER

Aquele dia de Dezembro pareceu mais frio
do que todos os outros. Não podia acreditar no que saia dos lábios dela.
Simplesmente não podia. No começo eu me culpei, imaginei não ter me
comprometido o suficiente com nossa relação. Mas depois percebi que a culpa não
foi minha. Não, eu tinha me importado, ela não.

Agora estou em frente a um pequeno
estádio de futebol aonde ela costumava me ver treinar. Sai da caminhonete e fui
em direção as arquibancadas. Me sentei e coloquei a mão no bolso para
esquentá-la já que eu não trouxe luva, foi ai que senti um papel na minha mão.
Abri e encontrei aquela caligrafia conhecida.

Aqui estou eu engolindo o meu orgulho

Na sua frente pedindo

Desculpas por aquela noite

E eu volto para dezembro toda hora.

Acontece que a liberdade não passa de saudades de você

Queria que eu tivesse percebido o que tinha quando você era meu

Eu voltaria para dezembro

E mudaria minha própria mente

Sinto Muito,

Taylor.