O Sol brilhava forte, a grama era verde e meu vestido voava ao vento. Aquele lugar me dava à sensação de felicidade, de paz. Você estava sentado bem do meu lado, como se não existisse tempo, guardas, pai, nem famílias em guerra. Como se tudo se resumisse a mim e você. Só isso. Simples assim. Coremos contra o vento, enquanto você segurava minha mão. Diminuímos o ritmo e paramos ofegantes. Eu tinha um sorriso enorme no rosto e você tinha um mais lindo ainda. Você acariciou meus cabelos e pousou seu dedo nas minhas bochechas que-eu tinha certeza- estavam vermelhas. Você se aproximou de mim lentamente, como se tivesse medo de machucar, como se eu fosse quebrar. Então quando seus lábios iam encostar-se aos meus...

Eu acordei. É acreditem eu acordei. O momento mais perfeito que eu tinham tido em toda a minha vida era um sonho. Ele ainda estava longe. Eu ainda me sentia vazia. Tinham se passado três dias desde a última vez que eu o vi. Ele vem aqui sempre que pode, e nós andamos de cavalo, conversamos e ficamos juntos. Ele me leva pra ver partes do reino que eu nunca imaginava que existia, me mostra até mesmo lugares que eu desconhecia na minha própria casa. Mas ninguém nem desconfia disso, nem muito menos poderia, se não eu provavelmente seria levada as pressas para um convento.

Levantei-me e senti que meu cabelo estava todo bagunçado, então fui logo para o banheiro tomar um banho. Terminei o banho e meu cabelo parecia mais decente agora. Fui em direção ao guarda-roupa, peguei um vestido qualquer, me troquei e fui em direção à penteadeira. Fiz uma trança mal feita e desci em direção à mesa. Comi sem entusiasmo e subi em direção ao quarto. Agradeci aos céus por papai ter saído de casa hoje junto com mamãe e minha Ama estar responsável por coordenar os jardineiros que iriam podar as árvores e arbustos do grande jardim. Eu tinha certeza que ele vinha.

É claro que ele vinha né? Depois de 2 horas indo até a varanda e voltando à cama eu estava perdendo a pouca esperança que tinha. A noite veio logo com as minhas lágrimas. Eu me perguntei se ele viria novamente. Limpei as lágrimas e me sentei na cama. Eu estava sendo infantil não estava? Ele tem todo o direito de se atrasar, ele não precisa ser pontual não é? Ele viria amanhã bem cedo certo? Certo, é claro que ele viria. Desfiz a trança e peguei minha longa camisola branca, não queria descer pra comer, nem muito menos vê ninguém, queria logo ir dormir para que o dia seguinte chegasse mais cedo.

Não ele não veio no dia seguinte, nem no outro nem no outro. Minhas esperanças se esvaíam aos poucos. Era mais uma manhã tediosa de domingo, e eu ,como sempre, estava esparramada na cama sem animo pra nada.

-Vamos acordando mocinha! Minha ama gritava e entrava furiosamente no quarto.

O que é isso? Alguma base de treinamento? Ninguém pode mas ter privacidade nessa casa!

-É domingo ama e eu não tenho planos de sair da cama tão cedo.

-Você não, mas o resto de nós tem uma vida pra cuidar caso você não se lembre. Então se arrume logo que vamos à cidade comprar alguns mantimentos.

Fui me levantando lentamente sem muita coragem, enquanto eu via minha ama sair do quarto com igual rapidez que aqui entrou. Eu corri em direção ao banheiro, tomei um banho rápido, fiz um penteado com um pouco mais de pressa do que o normal. Saímos correndo do castelo em direção a carruagem. Chegamos à cidade uns 5 minutos depois e descemos. Recebemos alguns olhares curiosos enquanto nos dirigimos à venda. Compramos o necessário e já íamos embora quando...

Eu o vi. Sim, ele estava em um bar, sentado numa mesa sozinho. Ele parecia bastante triste. Entrei devagar no bar que estava praticamente vazio. Fui até ele e me sentei.

-Você deveria ter ido.

-Não eu não deveria.

-Sim, você deveria estar lá comigo agora.

-Não tenho porque adiar mais uma coisa que é inevitável.

-Não tem nada de inevitável! Esse amor é difícil, mas é real!  Não podemos desistir só porque existe um pequeno problema.

-Você chama de “pequeno problema” o fato de que meu pai quer matar e comer o seu pai vivo? Desculpe-me, não chamo isso de pequeno.

-Óh, me desculpe também se eu quero que isso, seja lá o que for, que temos dê certo. E se eu passei a droga do dia sentindo sua falta!

-Sentiu minha falta?

-Claro. Eu tenho me sentido tão sozinha

Eu continuei esperando por você, mas você nunca veio. Isso está na minha cabeça? Eu não seu o que pensar.

-Vem cá. Tenho uma coisa pra você.

-Olha eu realmente não posso dem...

-Calma já estamos chegando.

-Ele me arrastou até uma ruazinha, onde no final tinha uma porta de madeira.

-Sua casa?

-Não. Eu costumo vir aqui pra pintar.

-Você pinta?

-Tem muita coisa a meu respeito que você não sabe.

Entramos num pequeno cômodo com bastante material de pintura espalhado. Ele me levou até uma mesinha, pegou alguma coisa pequena que eu não pude ver direito.

He knelt to the ground and pulled out a ring and said…

- Case-se comigo Julieta, você nunca terá de ficar sozinha. Eu te amo, e isso é tudo que eu realmente sei .Eu falarei com o seu pai, vá pegar o vestido branco. Essa é uma história de amor, Querida apenas diga sim.

Cause we were both young when I first saw you.