P.O.V. Jacob

Cheguei em casa mais feliz do que poderia imaginar. Passei a tarde inteira concertando as motos com Nessie e não poderia pedir uma situação melhor para conhecê-la. Falamos sobre mecânica, motos e carros, mas também acabamos entrando no assunto da minha mãe e surpreendentemente me senti confortável me abrindo com ela, ela me passava confiança. Mas já estava louco para encontrá-la novamente e conhecer mais sobre sua personalidade e quem sabe começar a contar algo acerca das lendas da reserva. Meu pai já avia ido se deitar quando cheguei então não tive de dar nenhuma explicação sobre minha felicidade repentina, mas com certeza depois teria que tocar no assunto Imprinting com ele.

P.O.V Nessie

–Ai!- Era a centésima vez que eu batia minha cabeça num galho e já estava ficando irritante.

–Eu realmente não sei porque saí de casa nesse frio do caramba pra vir á floresta. E sozinha!

Estava andando á uns 10 minutos- eu, meu violão e meu caderninho – pela floresta de La Push tentando achar um local longe das pessoas onde eu pudesse pensar e tocar em paz.

Depois de mais 5 minutos andando encontrei uma velha casinha que parecia estar abandonada. Empurrei a porta e entrei. A pequena cabana tinha apenas um cômodo de tamanho médio onde tinham uma cama velha de ferro e uma mesinha e logo á frente o que parecia ser uma “mini cozinha”, provavelmente deveria ser de algum caçador que decidiu se mudar.

Sentei na pequena cama de ferro, posicionei o violão no meu colo e o caderno do meu lado. Naquele momento eu senti que deveria escrever o que estava sentindo. Não poderia simplesmente ficar pensando no que aconteceu e esquecer. Mas não tinha ideia de o que e de como escrever. Então tentei descrever a noite de como tudo começou, tentei ao máximo lembrar-me da noite de como tudo tinha acontecido. Escrevi as primeiras linhas:

There I was again tonight forcing laughter, faking smiles,

(Lá estava eu novamente esta noite forçando o riso, fingindo sorrisos)

Same old tired, lonely place

(Mesmo velho lugar, cansado e solitário)

Pensei em todos os convidados do luau, todos que davam lindos sorrisos e me elogiavam enquanto a pena da garotinha órfã transparecia pelos seus rostos.

Walls of insincerity,

(Paredes de insinceridade)

Shifiting eyes and vacancy

(Olhares perdidos e vazios)

Então me lembrei de como tudo mudou quando vi o rosto do Jacob, o quanto eu estava perplexa (Wondestruck) - anotei essa palavra, usaria depois-.

Vanished when I saw your face,

(Sumiram quando eu vi o seu rosto)

All I can say is it was enchanting to meet you.

(Tudo o que posso dizer é que foi encantador conhecê-lo)

Fechei meu caderninho nas pressas depois de ouvir um barulho. Fui me encostando na parede e me sentia num filme de terror malfeito. A porta foi se abrindo aos pouquinhos, eu aproveitei pra correr para a “mini cozinha” e pegar uma faca velha. Quando a porta abriu eu soltei um grito:

–AAAAHHHHHHH!!!!

Quando eu parei de gritar vi a que “pessoa misteriosa” era na verdade o Jacob.

–Do que você tá rindo? Perguntei na cara-de-pau.

–Ah, deve ser porque eu entro numa cabana e me deparo com uma garota com uma faca na mão. Não era eu que deveria está gritando?

Ri junto com ele e coloquei a faca velha de volta no lugar.

–Não sabia que você tocava violão. Ele disparou olhando para o meu violão.

–Não sabe muita coisa sobre mim.

–Talvez você possa me falar um pouco mais sobre você...

–Sim, eu toco, e piano também. Mas não tenho tocado muito ultimamente.

–Entendo.

Passamos a tarde toda conversando e conhecendo um ao outro. A noite começava a chegar e o Jacob insistiu em me levar pra casa. Paramos perto da entrada, nos encaramos e eu disse:

–Bem, obrigada Jacob...

–Jake.

–O que?

–Pode me chamar de Jake.

–Ok Jake, obrigada por me acompanhar, foi muito gentil da sua parte.

–Não foi nada, mas quero que saiba que qualquer coisa, seja o que for que estiver precisando, não excite em me procurar.

Corei, ele passou as mãos na minha bochecha e... começou a chover! Há pensou que ele ia me beijar não é? Não, eu não tenho toda essa sorte. Saí correndo e dei um pequeno “tchau” antes de entrar em casa.