Show Me What Im Looking For escrita por xDropDeadx


Capítulo 3
Ressaca ao mar


Notas iniciais do capítulo

heey everybody.
Vamooos de terceirão *-*
Boa leitura.



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TRÊS.

Johnny dormia feito pedra em sua cama. O sol intenso que já habitava seu quarto não parecia o incomodar nem um pouco. O sono estava superando todos os pontos de seu corpo cansado, fazia pouco tempo que havia chegado do luau da praia.

Tinha se divertido como há tempos não fazia... Inconseqüente, sem preocupação alguma com quem realmente era. Já não se lembrava mais de como era se divertir com pessoas que não fossem seus próprios amigos. A sensação de estar livre como era quando jovem tinha despertado em seu interior uma empolgação distinta das que já sentira. Lizzy ainda o ajudava em tudo isso. Tinha sido sua terapeuta por assim dizer... Tinha o ajudado a não se importar com a reação dos demais, essas que surpreendentemente não foram muitas. Álcool é incrível. Ela tinha sido sua companhia, e se dependesse dela, ele jamais se sentiria aquele famoso de porcelana.

– ACORDA PORCO ESPINHO PUNK! – Jimmy pulou na cama do garoto, o fazendo até quicar na mesma. – Acorda Johnny! Acorda Johnny! Acorda Johnny! – repetiu irritantemente no ouvido do mesmo, que rapidamente mergulhou a cabeça debaixo do travesseiro.

– Me deixa sua girafa!

– Girafa é a mãe que pariu a Lindsey Lohan! Acorda... A gente vai à praia.

– Então vai, merda!

– É pra você ir junto Johnny! – dessa vez o mesmo pulou em cima de suas costas.

– Além de ser uma girafa, é uma girafa gay! Saí de cima de mim, credo.

Johnny empurrou o amigo pro lado e se sentou na beira da cama, sentindo tudo girar ao seu redor. A famosa ressaca estava ali presente, e ele estava assustado com sua intensidade. Não se lembrava que tinha bebido uma garrafa de vodka praticamente sozinho, milhares de cervejas, fora os drinks que os amigos de Lizzy só iam trazendo para ele experimentar. Estava se perguntando como não havia amanhecido desmaiado junto com Nick e muita gente naquela praia.

– Olha só... Eu acho que nosso amiguinho teve uma noite boa. – Matt comentou entrando no quarto com os braços cruzados e com suas famosas covinhas visíveis.

– A nossa bailarina surfista e afogada está crescendo! – Zacky entrou correndo, indo pular exatamente no colo de Johnny, que o jogou no chão.

– E mal educada também. – reclamou, colocando as mãos na bunda enquanto se levantava.

– Bailarina surfista e afogada? – Jimmy perguntou franzindo o cenho, deitado folgadamente na cama desarrumada do amigo. – O que eu perdi?

– Espera que eu conto! – Brian gritou já no fim das escadas. Adentrou o quarto ofegante e com as mãos no joelho.

– Deixa que o senhor aqui conta... – Matt falou, dando tapinhas nas costas do amigo que lhe deu imediatamente o dedo mal educado.

– Ontem a gente foi na praia, e fizemos uma aposta. Você se lembra da Lacey não é?

– A doida psicopata obsessiva?

– Essa mesma. Então... Ai a gente fez uma aposta, desafiando ele a pegar uma onda. Se ele não pegasse a gente ia ligar pra ela marcando um encontro pros dois de novo. Mas a nossa querida amiga acabou se afogando!

– Isso nem é a melhor parte! – Zacky interveio. – Ele ainda foi salvo por uma surfista super gostosa! Como é nome dela mesmo Johnny? Lisa?

– É Lizzy, seus idiotas!

– AHHHHHH NOSSO JESUS CRISTO VAI PERDER A VIRGINDADE! – O debochado de olhos azuis pulou em suas costas, coçando sua cabeça violentamente com seu punho fechado. Os outros gargalhavam loucamente, enquanto o pequeno tentava se livrar dos braços grandes de seu amigo.


Lizzy se levantou tonta da cama, encarando tudo ao seu redor. Noan e Joseph estavam jogados ali, no chão mesmo. Ela quis rir ao ver os dois, mas se conteve. Foi direto para o banheiro tomar um banho, antes passando pela sua nova prancha. Ficava ainda mais linda diante dos olhos da surfista sobre a luz do dia. Lembrava-se da noite passada, do luau e especificamente de Johnny. Passou o tempo todo juntos, conversando, rindo e bebendo. Ela percebera a insegurança do rapaz diante das pessoas ao seu redor, mas conseguira convencê-lo a ficar mais relaxado com o tempo. Afinal havia apenas bêbados ali, o quê eles poderiam reconhecer, sendo que nem mesmo os próprios nomes estavam se lembrando.

Após sua higiene matinal vestiu seu macacão, qual deixava as curvas perfeitamente formadas do corpo da garota visivelmente aparentes, principalmente diante dos olhos dos homens. Prendeu o strep em seu tornozelo, e com a nova prancha debaixo de seu braço foi andando até o ponto da praia em que gostava de ficar. Puxou o zíper da roupa aquática por um fio adequadamente grande para que pudesse alcançar. Adentrou o mar, sem se importar com o choque térmico da água gelada em sua pele logo pela manhã. A prancha nova com detalhes afeminados deslizava ágil pela água que parecia estar com a mesma ressaca que Lizzy. As ondas estavam fortes, grandes e já se formavam ao fundo, coisa que não costumava acontecer em dias normais de verão como aquele. Naquela profundeza era comum o tapete de marés.

Lizzy acompanhou sua primeira onda, se curando então de toda a dor de cabeça que estava sentindo. Seus pés sobre a fibra com parafina pareciam um imã com todas as manobras habilidosas que a garota fazia em cima dela.

Sentiu então sobre a sua distração uma voz ao fundo.

– Logo cedo? Pensei que ia dormir a tarde inteira. – ela se virou assustada.

– Ah, oi Tyler.

– Você e seu novo amiguinho se divertiram bastante ontem... – comentou se sentando sobre sua prancha branca detalhada com chamas. – Parece que eu o conheço de algum lugar...

Lizzy revirou os olhos, já vendo a intenção do ex-namorado de irritá-la. É claro que justo ele começaria a torrar sua paciência com a descoberta – feita pela manhã através de um clipe – quem era o novo amigo da garota que gostava.

– Não começa, okay?

– Agora eu entendo porque você ta caidinha por ele. Tem grana, não é?

– Eu não acredito no que estou ouvindo, sinceramente! O que deu em você, Tyler? Pensei que já tivesse superado tudo isso há tempos.

– Então realmente está interessada?

– Tyler eu não quero falar sobre a minha vida pessoal com você, ta? Depois de tudo que você teve coragem de fazer comigo, deveria estar agradecendo por eu ainda olhar nessa sua cara sínica!

Sem se importar com os resmungos alterados do garoto pra trás, Lizzy saiu remando o mais forte que pode. Realmente estava incrédula com as insinuações que tinha acabado de receber, mas as coisas naquele dia estavam ao seu favor, e não deixaria que o tolo do seu ex- namorado a afetasse com seus ciúmes que agora eram totalmente inúteis.

Pegou uma onda turbulenta e em pé na sua prancha avistou Johnny na beira da praia, acompanhado de seus amigos. Ele acenava para garota que por estar totalmente concentrada em suas manobras correspondeu apenas com um sorriso, esse que ele pode enxergar vagamente.


– Caraca Johnny, ela é uma gata! – Jimmy comentou hipnotizado pela garota de cabelos claros em cima da prancha. – Rolou respiração boca a boca?

– Olha só a cara de trouxa dele! – Matt comentou dando um tapa na nuca do loiro, que ainda acenava abobado pra garota que saia da água abaixando a parte de cima de seu macacão por cima do biquíni.

– Meu deus...

– Hey Johnny! Garotos...

– Oi Lizzy! – responderam em couro.

Lizzy encarou o quinto rapaz ali, e ficara impressionada com sua beleza por debaixo de todas as tatuagens que tinha. Ficara encantada em especial pelos seus olhos azuis.

– Esse é o Jimmy, Izzy. – Johnny apresentou. Ela cravou a prancha na areia e foi até o alto lhe cumprimentar com um beijo comum no rosto.

– A sua disposição, gata. – ele falou piscando, e recebendo um olhar de reprovação do pequeno logo atrás. – Brincadeira... Se não o baixinho ali me mata.

Lizzy franziu o cenho ignorando o que havia escutado, por mais que tivesse sido do agrado para seus ouvidos. Johnny coçava a cabeça, sendo tomado por uma vermelhidão exagerada nas bochechas.


– Pensei que iria hibernar depois de ontem... Você se empolgou bastante. – comentou sentando ao lado do mesmo na areia.

– É que meus adoráveis amigos não sabem o caminho da praia, entende? Então foram me acordar pra eu ajudá-los achar... E a atravessar a rua. – explicou recebendo insultos dos demais.

– Johnny, a gente tava lembrando ontem... Você não conseguiu pegar a onda, o que tudo indica que terá que sair com a Lacey de novo. – Brian falou debochado, fazendo o pequeno bufar ali. – Mas como somos seus melhores amigos, estávamos pensando em uma coisa. A Lizzy pode até te ajudar se quiser.

– O que eu tenho haver com isso? – ela perguntou arqueando as sobrancelhas.

– Vai ajudar o nosso porco espinho punk a pegar uma onda!

– Não, não! Nem pensar. Eu não vou nem chegar perto de uma prancha de novo! Estou traumatizado...

– Vença seus demônios Christ. – Matt debochou dando tapinhas nas costas do garoto.

– Vem, Johnny. – Lizzy se levantou e estendeu sua mão para que o menino a acompanhasse. Pegou sua prancha e o arrastou pra dentro do mar, deixando os olhares ansiosos do restante sobre eles. Pagariam pra ver aquela cena. A verdade era que eles queriam muito que o amigo caísse, sabiam que aquela garota obsessiva era super esquisita, e não tinham forças para vencer a vontade de tirar uma com a cara de Johnny. E o pequeno já sofria esse bullyng dos amigos desde que se lembrava.


– Aqui ta bom, Johnny. – ela avisou quando a água já estava na cintura de ambos. Lizzy lhe entregou a prancha, o vendo torcer a cara de todos os modos que conseguia. Ele realmente estava com medo. – Relaxa Johnny, nervoso desse jeito não vai dar muito certo. – ele suspirou tentando se concentrar nos conselhos dela. – Okay. Prende o strep no tornozelo... Não quero que você quebre essa prancha também.

Quando tudo estava pronto, Lizzy o conduziu para se endireitar direito sobre a prancha. O mar estava agitado, e Johnny já havia perdido três ondas pela falta de atenção.

– Está vindo uma boa... Não se esqueça: rema na maré, só levanta quando ela for quebrar. Vai! – ela empurrou a prancha com o menino junto, e então ele saiu remando o mais rápido que pode para poder acompanhar a velocidade da onda. Mas o strep se enrolou com a quilha e ele acabou caindo de novo, se embolando naquela espuma salgada. De longe seus amigos gritavam e riam, mas Johnny ignorou e voltou para o lugar onde estava a menina, que revirou os olhos.

– Como você conseguiu se enrolar com o strep Johnny? Deixa-o solto agora.

– Mas e se sua prancha quebrar de novo?

– Você me dá outra!- o de moicano deu o dedo pra ela que riu ainda mais, sendo embolada em uma onda pela falta de atenção. Johnny imediatamente pulou da prancha, preocupado com a menina que ainda não havia imergido.

– Lizzy! Lizzy! – gritou desesperado. Quando virou pra ver, ela estava em cima da prancha deslizando ágil por uma onda. Ele revirou os olhos, impaciente pelo susto que a amiga havia lhe dado. – Nunca mais faça isso Lizzy!

– Você é muito medroso Johnny! Por isso não consegue ficar em cima de uma prancha. Vem, senta aqui. – ela desceu da placa de fibra e bateu para que ele o fizesse dessa vez. O rapaz a obedeceu, colando suas pernas de cada lado da prancha.

– Fecha os olhos porco espinho punk.

– Você também?

– Brincadeira! Fecha o olho, por favor. – ela pediu mais séria dessa vez, vendo-o fazer. – Para conseguir pegar uma boa onda é fácil. Você só tem que se conectar com o mar, Johnny. O ponto de equilíbrio não está só entre você e sua prancha, mas sim entre você e a água, consegue entender? – ela passou as mãos pelas costas do menino, o incentivando a deitar na mesma.

Ele o fez agora mais relaxado, pronto a espera de alguma onda que lhe fosse bem aproveitada. Separando devaneios que não lhe eram importantes na mente, se concentrou entre seu atrito com a fibra. E parece que as simples palavras de sabedoria da surfista o incentivaram e tanto. Johnny acompanhou perfeitamente a onda, colando seus pés na placa quando percebeu que iria quebrar. E ainda com um pouco de dificuldade se equilibrou ali, e acompanhou o resto da espuma até ela se desfazer na margem.

– EU NÃO ACREDITO! – Brian gritou, colocando as mãos no peito enquanto se aproximava do amigo, que tinha um sorriso dos grandes no rosto. – O que ela fez pra você conseguir fazer isso?

– Eu também quero aulas de surf com ela.

– Larga mão de ser fura olho Jimmy! – Zacky repreendeu, dando um tapa na cabeça do alto.

– Se livrou da Lacey hein amigão! – Matt se aproximou, passando as mãos em volta de seus ombros e o arrastando para debaixo de seus braços.

– Me solta Gorila!

– Parece que eu te livrei de uma... – Lizzy apareceu, torcendo os fios longos de seus cabelos ensopados. – Onde está meu crédito?

– Bom eu tenho um palpite. – Brian se manifestou, sorrindo malicioso enquanto cruzava os braços.

– Não escuta Lizzy! Vindo dele não é boa coisa.

– Nossa, Johnny! É para o seu próprio bem. Não quer me ouvir?

– Deixa ele falar Johnny. – Lizzy pediu.

– Ao invés do Johnny ter um encontro com a Lacey... Ele terá um com você.

– Você está brincando com a minha maldita cara, Synyster? - Johnny cuspiu, arrancando risos debochados dos outros.

– E desde quando isso é crédito pra mim? – a garota retrucou, arrancado risos ainda mais altos, e uma careta de Johnny. – Sem ofensas. – completou.

– Olha só... Terá a chance de sair com e conhecer melhor o Johnny Christ! Isso será um crédito e tanto!

A menina mordeu o lábio inferior, pensativa. Já tinha saído com Johnny uma vez, e com certeza não se importaria de sair com ele de novo. Mas o que a mais incomodava na proposta é que a palavra encontro não se encaixava muito bem com as intenções iniciais de ambos. Ainda mais quando estariam apenas os dois.

– E aí, o que dizem?

– Mas você também pode escolher sair comigo, se não quiser a tampa... – Jimmy comentou rindo, recebendo mais uma vez um tapa de Zacky.

– Ok, eu posso sair com Johnny.

Johnny não conseguiu esconder o sorriso de satisfação no rosto. Apesar de estar amaldiçoando seus amigos eternamente por dentro, não poderia negar que a idéia de ter um encontro com Lizzy era realmente muito boa.


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