Os Três Amores Da Minha Vida escrita por Azzula


Capítulo 6
Fuga


Notas iniciais do capítulo

Eu quero um Kiseop pra mim! i.i



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_ Broo, vamos no banheiro comigo? – perguntei enquanto ela acabava de comer.

_ Ai, vamos! – disse desfazendo-se de seu lixo. – Preciso ver se meus dentes estão sujos.

   Fomos então.

_ OH MY GOD! – gritou espantada olhando para o celular. – AAAAAAAAAH...

_ Menina! O que foi? – assustada.

_ Ai Gosh! Meu amor, DooJoon lindo da minha vida, vai lançar um novo clipe!

_ Ai Brookie, pelo amor de Deus!

_ Não Ana, para! Eu amo essa música...

_ Que música? Quem é DooJoon? – perguntei irritada. Ela pensava mesmo que eu sabia de quem ela estava falando?

_ Aish garota! É o Beast, eles vçao lançar um clipe novo de uma música que eu amo...

   Beast, eu conhecia aquele nome.

_ Qual música? – perguntei interessada.

_ On Rainy Days – disse olhando para o além.

   On Rainy Days. Era a minha música com JunHyung. Por onde ele andava? Queria vê-lo.

_ Broo, pra aproveitar que estamos aqui, quero te contar um segredo.

_ Que segredo?

   Aproximei-me dela e disse mais baixo.

_ Acho que estou apaixonada. – confessei, até para mim mesma.

_ APAIXONADA? – gritou.

_ Shiu, Brookie!

_ Ai amiga, por quem? – disse ela em um surto abafado.

_ Ai é que está o problema... Acho que estou apaixonada pelo Onew! – fechei os olhos. Só de pensar em seu nome, meu coração disparou, como se fosse sair pela boca.

_ Ai amiga, fudeu! – disse apoiando sua mão em meu ombro, olhando-se no espelho.

_ É inevitável Broo...

_ As vezes não é amor... O que você sente?

_ Nunca senti isso. Quando o vejo, meu coração dispara, minhas pernas... Não, meu corpo inteiro treme e meu estomago revira do avesso. Seu sorriso acaba com qualquer tipo de tristeza em meu coração. A voz dele, a pele, a risada. Absolutamente tudo nele me admira. – suspirei. – Sábado passamos o dia juntos.

_ Ai amiga, fudeu. – concluiu.

_ Só sabe falar isso agora? – perguntei engraçada.

   Ela riu e saímos do banheiro.

_ Broo, preciso ir a um lugar, encontro você depois...

_ Não Ana, tem que me contar como foi sábado!

_ Depois... – disse afastando-me.

   Fui em direção a quadra.

   Queria muito ver JunHyung. Contar-lhe sobre o clipe, ouvir sua voz e ter sua companhia.

   Abri a grande porta azul esperançosa.

   Não havia ninguém.

   Entrei um pouco mais, tentando enxergar melhor. Não havia ninguém mesmo. Virei-me para ir embora.

_ Procurando alguém? – uma voz familiar.

   JunHyung apontou na porta do banheiro com um sorriso de lado.

_ Não, ninguém. – Fingi que iria embora, mas rapidamente corri para abraçá-lo.

   Seu abraço era quente, sua respiração calma.

   Com a cabeça encostada em seu peito, pude sentir sua voz grave vibrando ao sair.

_ Por acaso esta sofrendo por algum motivo? – perguntou-me.

_ Não. – disse rindo sem jeito, livrando-me de seu abraço.

   Ele provavelmente estava querendo dizer que só nos víamos quando acontecia alguma tragédia comigo.

_ O que te traz aqui?

_ Queria apenas ver você! Faz tempo que não o vejo, você anda faltando demais... – disse enquanto seguíamos para as arquibancadas.

_ É, eu... fui resolver umas coisas... – hesitou.

_ Teve sucesso?

_ Mais ou menos, estou cansado, frustrado e preocupado.

   Não disse nada. Apenas puxei sua cabeça para meu ombro.

_ Ya! O que está fazendo? – disse ele levantando sua cabeça.

_ AISH... Só fique aqui! – ordenei, puxando-o novamente.

_ Você será meu travesseiro agora? – perguntou rindo.

_ Aham.

   Riu mais ainda de minha curta resposta.

_ Ah, sabe aquela música que sempre ouvíamos juntos? Daquele Beast lá...

   Desta vez, ele levantou sua cabeça e encarou-me preocupado.

_ O que tem? – disse sério.

_ Minha amiga disse que eles lançarão o clipe da música. Algum dia vamos no show juntos né? – sorri.

_ Sua amiga gosta de Beast? – encarou-me a fundo.

_ Fala deles sempre! Ela ama um tal de DooJoon.

   Ele riu alto.

_ Garota, como pode ser assim? – indignado.

_ Assim como?

_ Tão desligada do mundo! – bagunçou meu cabelo.

   Calou-se olhando o chão.

_ O que foi? – apoiei minha mão em seu ombro, fazendo-o olhar pra mim.

_ Ana, preciso te contar uma coisa, que prefiro que saiba por mim... – disse sério.

_ O que é? – também com seriedade.

_ Sabe, eu esperei até que você descobrisse sozinha, nem imaginei que demoraria tanto assim... Mas pelo que eu vejo você não vai descobrir tão cedo... O que me irrita bastante, porque você poderia prestar mais atenção nas coisas mas...

_ Ta me deixando nervosa... desembucha! – disse aflita.

_ Calma, vou chegar lá... – respirou fundo. – Sabe, me desculpe! Não disse antes porque gosto do jeito que me trata... – esperei que concluísse. Não entendia nada. – Sabe esse grupo... o Beast? – encarou-me.

_ Hm... sei. – disse tentando encontrar um sentido para aquela pergunta.

_ Então... – passou as mãos pelo cabelo. – Nossa! É difícil dizer... Não imagino sua reação!

_ Apenas diga! – encarei-o de perto.

_ Então... eu sou... um membro desse grupo. – concluiu.

_ Ta, eu sei que é um fã, mas faz parte do fã clube também? – perguntei curiosa.

_ AISH ANA! PELO AMOR DE DEUS, NOSSA! – irritou-se. – Você só escuta o que quer! Torna tudo mais difícil!

   Calei-me sem jeito.

_ Me desculpe. – ele disse pegando o celular e mostrando-me um vídeo, encarou-me esperando minha reação.

   Também conhecia aquela música.

* Bad Girl*

   Foi quando inesperadamente JunHyung apareceu na tela, causando-me uma grande surpresa. Não sabia o que pensar.

   Tudo começou a fazer sentido... Porque ele estava faltando tanto, porque espantou-se quando soube que eu não sabia quem ele era...

   Calei-me e fitei o chão.

_ Me desculpe Ana, eu...

_ Porque não me contou?

_ Porque eu não queria perder sua amizade sincera. – segurou minha mão.

   Não poderia julga-lo. Imaginava como deveria ser difícil para ele encontrar uma amizade sincera.

_ Ta. – eu disse baixo. – Deixa eu ver esse vídeo de novo, até que essa música é legalzinha...

   Ele abriu um lindo sorriso, batendo seu ombro no meu.

_ Qual deles é o DooJoon? – perguntei.

_ Ya! Porque quer saber?

_ Quero ver só... – peguei o celular de sua mão. – É esse? – perguntei.

_ Não, esse é o Yoseob – riu. – DooJoon é esse. – apontou ao garoto de olhos grandes.

_ Os olhos dele são lindos. – disse.

_ É, são grandes. – encarou-me tentando arregalar seus olhos ao maximo, mas eles continuavam pequenos.

   Eu ri.

   Ele sorriu, puxando minha cabeça para si, beijando minha testa.

_ Obrigado.

_ Pelo que? Agora eu tenho um amigo famoso... – encarei-o de forma engraçada.

   Ele por sua vez apertou minha bochecha.

_ Não se preocupe, - disse – não esqueci minha promessa, nunca vou tratá-lo diferente.

_ Ah não! Agora eu quero tratamento especial! – franzindo o cenho. – Pode ir começar pegando um pão, sim? – estendeu uma moeda em minha direção.

   Soquei seu braço. Rimos.

_ Mas me conte, como será o clipe? – perguntei com entusiasmo.

_ Aish... Não sei... Estou frustrado, temos uma base de como será, mas até agora, nem sequer encontrei o meu par...

_ Bem, de qualquer forma, dê o seu melhor. Essa música é simplesmente incrível, e merece que dê tudo de si. – continuei. – Sabe, depois que assei a ouvir essa música, sempre me lembrava de você, então decidi que seria nossa música.

   JunHyung se punha pensativo.

_ Ya! Eu sei que é ridículo, mas essa música foi se tornando especial para mim, o que posso fazer?

_ Não. Não é isso. – disse ainda hipnotizado. – Tive uma idéia! – estalou os dedos.

_ Qual idéia? – ri de sua reação espontânea.  

_ Você! – olhou-me.

_ O quem tem eu?

   JunHyung ajoelhou-se diante da cadeira onde eu estava sentada e segurou minhas mãos.

_ Ana, você aceita ser meu par em ‘On Rainy Days’?

   Engasquei com a saliva.

_ Ya! Você está bem? – bateu em minhas costas.

_ Como é? – perguntei incrédula.

_ Por favor Ana! – implorou. – Nosso manager deixou sobre nossa responsabilidade encontrarmos nossos pares. Aceite!

_ Não... o que eu... Quer dizer, e se... eu nunca...

_ Por favor, você é linda e fará tudo perfeito!

   Assustei-me com o elogio. 

   Ele calou-se envergonhado.

_ Ok, farei. Eu te devo essa. – disse.

_ É! Você me deve! – brincou.

_ Ta mais, como vai ser? Quando vai ser?

_ Será daqui dois dias, lá eu explico como será, na verdade, nem eu sei... Agora vamos para a aula. – Levantou-me em um impulso e abraçou-me. – Obrigado. – disse baixo em meus ouvidos.

   Seguimos.

*mensagem*

  “Atenção alunos, entrem no blog da escola e vejam nossa nova postagem.”

_ Aish, que tipo de gente gasta créditos com mensagens como essa? – indignada.

_ O tipo de gente fofoqueira. – disse JunHyung piscando para mim, entrando em sua sala.

   Segui para minha sala.

_ Ya! – gritou uma voz família.

_ K-Kiseop? – surpresa.

_ Isso é verdade? – gritou ele vindo em minha direção.

_ Desde quando está aqui? – perguntei.

_ Eu cheguei da viagem e entrei na segunda aula... AISHHH, não mude de assunto! Me responda! – ordenou.

_ Responder o que? – ele estava drogado?

_ É verdade o que estão dizendo no blog da escola? – prendeu-me contra a parede, com seus braços ao meu redor.

   Nesse momento, vários alunos apareceram no corredor.

_ O que estão dizendo? Aish Kiseop, você lê isso?

_ Não vem ao caso!

_ Mas do que está falando? – irritada por não conseguir me livrar de seus braços.

   Kiseop mostrou-me o celular com um texto;

  “ Saibam da nova!

  A aluna Chiao Ana/Mestiça/Vadia, desta vez está investindo com tudo no nosso tão amado líder do SHINee, Onew.

  Eles até saíram no sábado e eu aposto que ela tentou seduzi-lo!

  Oppa, livre-se das garras dessa porca! Quem ela pensa que é?

  Ela inclusive afirmou esta manhã, estar apaixonada por ele. É muita audácia não? Não passa de uma interesseira!

  Quando tomarmos atitudes extremas, ela que ouse reclamar!

  Clique Aqui para ver as fotos tiradas dos dois no sábado, em que Onew carregava essa vaca em suas costas.

  Ela definitivamente pagará por isso! Ninguém mexe com o nosso Dubu!

                    Chu~♥”

   Congelei.

   Kiseop me encarava bravo enquanto eu tentava imaginar como Onew estava.

   Tentei escapar de Kiseop, inutilmente, pois ele segurava-me com força, força demais.

_ Ya! É verdade não é? – perguntou irritado.

_ Não te interessa! – disse ainda tentando livrar meus braços, ele os apertava demais. – Está me machucando Kiseop! Quer quebrar meus braços? ME SOLTA! – gritei.

   As pessoas nos encaravam.

_ VOCÊ VAI ATRAS DELE? – gritou ainda mais alto.

_ Te devo satisfações agora? Me solte, por favor! – ordenei em vão. Não podia com Kiseop, ele era muito mais forte do que eu.

_ Por favor Ana, - disse implorando, desta vez, segurando em meus ombros. – diga que isso não é verdade... – disse com olhos cansados. – Você gosta mesmo dele? – perguntou-me baixo.

   Me calei, fitando seu rosto e tentando entender o porque de tanto drama. Desde quando coisas como essas passaram a interessar a Kiseop?

_ Kiseop Oppa, deixe essa porca, ela não sobreviverá uma semana aqui! – disse uma menina com voz melosa.

_ Não me lembro de ter falado com você. – Kiseop dirigiu-se a menina.

_ OPPA! Não a trate assim. – outra menina, defendendo a amiga. – Não temos culpa por essa mestiça ser uma vadia!

   Apenas escutava tudo com olhos baixos, ele ainda me segurava.

   Minha cabeça estava em Onew , e no tanto de problemas que isso causaria a ele.

   Quando voltei para a realidade, pude ouvir todos me vaiando, em meio a xingamentos e ofensas.

   Chamaram-me de ‘mestiça nojenta’ assim como Kiseop, e então, inesperadamente, fui atingida por um ovo, que não pude nem sequer ver de onde tinha vindo.  

   Kiseop paralisou, não teve reação enquanto todos os alunos no corredor riam de mim e eu apenas encarava o chão, humilhada, sem forças para me livrar de Kiseop, que nem se mexia.

   Aquelas palavras estavam acabando comigo, toda aquela humilhação, toda aquela tortura simplesmente por ser diferente. Como se tivesse sido culpada por não nascer com o sangue coreano puro.

   Pude perceber a multidão abrindo caminho para alguém que caminhava em minha direção.

   Era Onew acompanhado de um amigo.

   Ele livrou-me dos braços de Kiseop, ainda paralisado, e o encarou.

_ Está feliz agora? Que tipo de gente você é? – Onew perguntou a Kiseop serrando os punhos. – Você é simplesmente um bosta!

   Onew encarou-me desta vez, com olhos piedosos.

_ Eu vou proteger você desta vez. – disse baixo em meus ouvidos enquanto me abraçava.

   Estava surpresa com aquela atitude.

   Kiseop acordou de sua hipnose e tentou afastar Onew de mim;

_ Ya! O que está...

_ É melhor não tocar em mim... – Onew olhou-o diretamente. – E nem nela! – desta vez, olhando para o vergão que havia ficado em meu braço.

   Kiseop serrou os punhos, vermelho, porém se conteve.

_ MinHo, por favor amigo, cuide para que ele não nos siga. – orientou seu amigo, que também me olhava piedosamente.

_ Pode ir Hyung, por mim ele não passa.

   Onew me levou para longe, enquanto eu não conseguia dizer nenhuma palavra.

   Sem perceber, as lagrimas começaram a escorrer, mal podia acreditar em tamanha humilhação, ainda por cima, na frente do homem que eu amava. Queria que ele me amasse, e não que me visse como um cachorrinho vira-lata abandonado, fedendo a ovo.

   Mais uma vez estava sendo arrastada, chorando. Mais uma vez fraca. Mas simplesmente não conseguia agüentar toda aquela pressão.

_ Onew eu... – finalmente arrumei forças para me explicar.

_ Não diga nada. – ainda sério, abraçando-me de lado. – Apenas vamos... Eu sei que é tudo uma mentira.

   Continuei chorando em silêncio, apenas me deixando ser protegida por ele.

__

_ Está melhor? – perguntou-me ele resgatando o copo de água de minhas mãos. Ele estava agachado na minha frente.

   Afirmei com a cabeça.

_ Não se preocupe Ana, seja la quem estiver inventando isso, vou fazer com que pare. – acariciou minhas mãos.

   Onew tirou uma casca de ovo de meus cabelos, o que me lembrou que eu deveria estar em um estado deplorável.

   Não conseguia olhar em seus olhos de tamanha vergonha.

   Onew ergueu minha cabeça, fazendo com que eu o encarasse.

_ Não precisa se envergonhar! – disse. – Não de mim! – dessa vez, olhando para a marca da mão de Kiseop em meu braço. – Esse cara, francamente... é um cretino!

   Não conseguia encara-lo por muito tempo, muito menos conter minhas lágrimas, que escorriam involuntariamente.

_ Por favor, não chore. – enxugou uma lagrima perto de meus lábios.

_ Sunbae, preciso ir. – sussurrei enquanto me levantava.

   Ele se levantou também.

_ Pra onde vai? Eu levo você!

_ Não! Não. – disse. – Preciso andar, pensar. Sozinha... obrigada.

   Ele me abraçou e me viu partir.

   Sai pelos portões da escola, suja de ovo e com a cara no chão. Completamente envergonhada.

   Como Onew era maravilhoso!

   Andei então pelas ruas de Seoul, confusa.

   Pensava no Brasil, e em como problemas como esse não existiam lá. Pensava em meus pais verdadeiros, e todo aquele amor que eu tanto sentia falta.

   Estava aterrada na vergonha, com aquela cena retrocedendo em minha mente o tempo todo.

   Porque Kiseop não me soltou? Porque ficou ali calado, vendo-me ser humilhada?

   Onde estava JunHyung, será que ele estava pensando algo mal a meu respeito? Logo naquele momento em que ele havia me dito quem realmente era.

   Queria resolver todos os mal entendidos de uma só vez, mas não tinha forças para isso.

   Estava anoitecendo, entrei em um bar.

_ Por favor senhor, traga-me uma vodka. – Não resisti.

   Não tinha com quem desabafar. Precisava me aliviar.

_ Você já pode beber? – perguntou-me o ajushi sem dentes.

   Coloquei um bom tanto de dinheiro sobre a mesa, e ele apenas deixou a garrafa lá.

   Bebi então, e a cada bebida, me sentia melhor, mais livre dos problemas. Bebi tudo apenas com gelo, até ficar totalmente embriagada.

   Eram umas nove horas da noite, mal havia percebido o tempo passar, não conseguia achar o caminho de casa.

   Eu apenas rastejava pelas calçadas, cambaleando para lá e para cá, não conseguindo parar de chorar.

   Sentei-me perto da sarjeta, havia desistido de achar minha casa, dormiria ali, ou esperaria melhorar.

   Inesperadamente um carro parou a pouca distância de mim, alguém desceu rapidamente e foi em minha direção, agachando-se.

_ Finalmente achei você! – beijou minha testa.

   Encarei o rosto, tonta, e alguns segundos depois, percebi que era Kiseop.

_ Você! – coloquei o dedo em sua bochecha. – Saaaaaia. – disse devagar.

_ Aish, que cheiro é esse? – cheirou minha boca. – Ana, você bebeu?

_ Não! – disse de olhos fechados.

_ Não minta! – levantou-me.

_ Me solta! Aish... Aish... seu chato. – tentava bater em seu peito, mas não tinha coordenação motora.

_ Entra nesse carro! – abriu a porta e olhou sério para mim.

_ Não! – comecei a andar em sentido contrario.

   Kiseop correu atrás de mim, pegou-me em seu colo e enfiou-me dentro do carro.

_ YAAISH! – disse dentro do carro. – Você é mesmo um...

_ Coloca o cinto! – mandou.

_ Não, que chato, você não manda em mim! Quem acha que é? De repente aparece, eu nem te conheço e você fica me levando para os lugares! Eu sou de família, nem sequer dei meu primeiro beijo. – disse sem parar.

   Ele riu de minha situação.

_ Ya! Quem mandou você beber? – disse tentando parecer sério.

_ Cala a boca!

   Ele seguiu caminho até em casa.

   Chegamos e eu nem conseguia tirar o cinto de segurança.

_ Pelo amor de Deus Ana! Aish... – tirou meu cinto.

_ Até que enfim né? – disse.

_ Até que enfim o que? – perguntou.

_ Nada.

   Entramos em casa.

_ Agora, você precisa ir tomar um banho e ir dormir! Ommá logo vai chegar, tem sorte que hoje ela está em reunião!

_ E o foda-se?

_ Para de ser estúpida! – encarou-me.

_ Idiota é você, que me deixa ser humilhada! Seu cretino, como você pode? – dizia enquanto andava pela sala.

_ Eu sei, me desculpe. – puxou-me para si, e me abraçou.

_ AAAAISH! ME SOLTA! Olha o que fez no meu braço! – mostrei o braço errado.

_ O que? O que tem ai? – ele não via nada.

_ Aish idiota, é nesse braço! – mostrei o braço certo.

   Ele arrastava-me para o banheiro.

_ Tire suas roupas e tome banho!

_ E se eu não quiser? – dizia enquanto tentava morder deu braço. – Vou deixar uma marca em você!

_ Aish... sai! – ele tentava livrar-se de mim. – ANA, tome banho logo!

_ Não, tome banho você!

_ Ai, quanto trabalho mais vai me dar? – disse arrastando-me para o banheiro.

_ A culpa é sua, toda sua! – olhei em seus olhos, e comecei a rir.

   Calei-me por um minuto enquanto ele me encarava com as mãos na cintura.

   Em questão de segundos, comecei a tirar o uniforme, sem me importar que ele estava ali.

_ Ya! O que está fazendo? – disse tapando os olhos com as mãos.

_ Você é um idiota! Disse pra eu tomar banho, esqueceu? Ta bêbado? – soquei de leve sua barriga e ri.

   Calei-me.

   Kiseop abriu os olhos devagar e paralisou quando me viu sentada sobre o vaso sanitário, apenas de roupa intima.

   Me levantei e fui em sua direção. Ele, cada vez mais nervoso, pegou uma toalha e me cobriu.

_ Como você é chato, me deixa brincar com você! – disse, sem um pingo de consciência do que isso queria dizer.

_ Pare com isso Ana. – disse sério, mas ainda de olhos arregalados.

   Abracei-o.

_ Você é tão estúpido às vezes, como hoje, porque não pode ser um homem quando eu preciso que seja um? – disse baixo com a cabeça encostada em seu peito, seu coração bária forte.

_ Acha que consegue tomar banho sem se afogar? – perguntou, ignorando minha pergunta.

   Neguei com a cabeça.

   Então, ele me enfiou embaixo do chuveiro, com roupas intimas e tudo, mas em nenhum momento olhou pra mim.

_ Ya! Você, está envergonhado? – disse enquanto a água fria escorria pelo meu corpo.

_ Só cala a boca Ana. – olhou para o chão.

_ Olha pra mim Kiseop! Não me ignore também!

   Ele olhou-me.

   Também o encarei, sem dar nenhuma palavra.

_ Aish, porque é tão bonito? – disse, admirando cada parte perfeita de seu rosto.

   Ele riu.

_ Você está bêbada. Pare de fazer tantas coisas das quais vai se arrepender amanhã.

_ Amanhã não vou nem me lembrar! Eu nunca me lembro! – ri, como uma idiota.

_ Você nunca se lembra? – certificou-se ele.

   Neguei com a cabeça.

   Ele se calou.

   Desliguei o chuveiro, e fui andando do jeito que estava até minha cama. Deitei-me, encharcando todo o colchão.

_ Ana, não faça isso! – segurou-me, impedindo que colocasse a cabeça no travesseiro.

_ Me deixa, eu quero dormir Oppa!

   Ele arregalou os olhos e eu ri.

_ Para com isso, não brinque assim com os meus sentimentos.

   Continuei rindo.

   Ele secou meu cabelo cuidadosamente, enquanto eu quase dormia.

   Permaneci com o sutiã e calcinha molhados, ele apenas me ajudou a vestir uma calça e uma camiseta, enquanto eu, pervertidamente, tentava abusar de seu corpo, passando a mão pelo seu abdômen.

_ Ya! Ana, pare com isso! – dizia ele tirando minhas mãos que apertavam sua bunda.

_ Até que sua bunda é boa Sunbae. – ri.

   Ele também agiu como se quisesse rir, mas manteve-se sério pra que eu não saísse mais ainda do controle.

_ Deita ai. – disse ele puxando o edredom para que eu me deitasse.

   Deitei, e ele me cobriu, sentando-se ao meu lado no colchão.

_ Porque fez isso? – perguntou-me preocupado.

_ Algumas dores, jamais saem... Apenas me sinto melhor quando posso esquecê-las, mesmo que por pouco tempo. Funciona como uma fulga pra mim.  – disse quase dormindo.

_ Não faça mais isso, da próxima vez, desconte em mim. Procurei-a como louco por todos os lugares que eu sabia que você conhecia! Não me mate de novo.

_ Oppa, posso dormir agora? – disse ainda embriagada.

_ Sim, pode meu amor. – beijou minha testa enquanto fechava meus olhos. – Por favor Ana, me desculpe por hoje, tenha olhos para mim. Eu amo você.

   Foi só o que pude ouvir antes de desmaiar.  


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, postarei mais em breve. Fighting!