Diário Dos Sonhos escrita por Laila Cobbs


Capítulo 2
II. Anne


Notas iniciais do capítulo

mais um capítulo para vocês!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/204141/chapter/2

– Alice, você pode me ajudar com uma coisa? – a Irmã Mary, uma das freiras responsáveis pelo dormitório das meninas me chamou do corredor.

– Sim, claro – respondi indo em sua direção.

– Temos uma nova menina, seu nome é Anne, e ela tem apenas 7 anos. Será que você poderia ficar com ela por pelo menos uma semana, até se acostumar? – perguntou Irmã Mary.

Sempre que uma menina nova entrava no orfanato, escolhiam uma das mais velhas para cuidar dela, ensinar-lhe as regras, e ajuda-la a se enturmar, assim a menina ficaria mais confortável, até que encontrassem uma família para ela.

Durante o caminho, Irmã Mary me explicou que Alice havia perdido os pais quando tinha apenas 2 anos, e fora criada por sua avó, que não tinha mais condições de cria-la, pois havia entrado em estado terminal de câncer, e precisou ser internada. Na última noite, ela recebeu a notícia de que sua avó havia falecido.

Anne estava em uma sala, sentada ao lado de sua mala.

Ela era uma menina um pouco alta para sua idade, com cabelos negros, e a pele clara. Assim que entrei na sala, seus olhos me encontraram, e me fizeram parar. Os olhos de Anne eram de um tom de castanho que os tornavam amarelados. Eram profundos e curiosos, mas acima de tudo, tristes. Eu vi minha tristeza de quando acordei no dia seguinte ao acidente que matou meus pais, e me fez esquecer metade de minha vida, refletida em seus olhos.

Me abaixei na sua frente, para ficar a sua altura.

– Oi. Eu sou Alice. – eu disse com um sorriso amigável no rosto.

– E-eu sou Anne. – ela sussurrou de volta.

– Sinto muito pelo o que houve. – disse com sinceridade.

Ela abaixou a cabeça, e sussurrou “obrigada”.

– Bom, você quer conhecer seu quarto? – perguntei, mudando o rumo da conversa.

Ela me olhou novamente, e assentiu com a cabeça.

Ajudei Anne com suas malas, e a levei para o quarto, que era o mesmo que o meu.

Apresentei ela para as meninas do quarto, e a levei para conhecer o resto do orfanato.

Depois do jantar, nós voltamos para o quarto juntas, e eu a coloquei para dormir.

Logo que me deitei, comecei a sonhar.


Neste sonho, eu estava em uma cidade deserta, onde tudo o que eu conseguia ver era um lago, que tinha uma ponte no meio. Eu só conseguia enxergar metade do caminho, pois a neblina cobria o resto.

Avancei pela ponte, e pude ver alguém parado no meio.

– Quem está aí? – perguntei.

– Alice? É você?! – perguntou a voz, com algo que parecia surpresa. Essa voz... era a mesma voz do sonho em que eu era perseguida.

– Quem é você? – sussurrei, chegando mais perto.

– Você realmente não se lembra de mim, não é? – ele perguntou, e seu tom parecia triste.

– Eu... eu não consigo ver seu rosto direito.

– Ah, sinto muito. Deve ser por causa da neblina. – ele chegou mais perto, mas mesmo assim, não enxerguei seu rosto com nitidez. Apenas seus olhos verdes como esmeraldas.

– Tudo bem você não se lembrar de mim. Me disseram que você não se lembra de nada antes dos 8 anos, certo?

– Quem te contou? – perguntei, assustada por ele saber tanto sobre mim. Mas afinal... era só um sonho, não era?

De repente, a temperatura começou a cair, e o menino de olhos verdes pareceu perceber. Sua postura tornou-se tensa.

– Me perdoe, mas eu não vou poder te explicar tudo agora. – ele segurou minha mão, e me puxou pela ponte.

– O que aconteceu?

– Você precisa ir. Agora. É perigoso. – paramos na frente de um túnel escuro, e ele olhou em meus olhos – Prometo que te explicarei tudo, mas agora eu realmente preciso que você vá.

Ele apontou na direção do túnel, dizendo para eu ir.

– Aonde exatamente eu estou indo? – perguntei desconfiada.

– Você irá acordar.

Eu andei para dentro do túnel, e minha visão começou a ficar turva. Eu estava acordando.

Antes de acordar totalmente, virei na direção da porta do túnel e gritei:

– Ei, me diga ao menos seu nome!

Ouvi o menino dar um riso rápido, e em seguida respondeu:

– Daniel.


E então, eu estava de volta a minha cama.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

e então?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Diário Dos Sonhos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.