Conselho Estudantil escrita por XXX


Capítulo 12
A Presidente


Notas iniciais do capítulo

OOOOOOOOIOIOIOIOIOIO gente *-*
Desculpem a demora (por favor). Já tinha gente me cobrando e aí eu criei vergonha na cara pra terminar logo o capítulo 12.
Falar nisso, UAAAAAAAAU, já estamos no 12, hein? Que bom~! ♥
Um obrigada enorme para tooooooooooodos os leitores, lindos e maravilhosos, que estão acompanhando, recomendando a fic, mandando reviews, enfim... vocês são tudo. Sério.
Muito obrigada pelo apoio e por todo o carinho (eu sei que eu já disse isso, mas quero ficar repetindo porque estou realmente muito muito agradecida ♥).
BOA LEITURA, FINALMENTE! O/



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Capítulo 12: A PRESIDENTE



– Ei, Sasuke – Kiba apareceu, puxando o paletó para baixo. – Está bonito. – O Uchiha só olhou para ele e, sem dizer nada, desviou o olhar, bufando de um jeito desinteressado e sorrindo discretamente. – É verdade – Kiba insistiu, risonho. Sasuke ignorou – Está no grupo de recepção?

Ele assentiu.

– Você está? – perguntou. Kiba assentiu, perguntando a si mesmo se Sasuke Uchiha estava realmente tentando parecer simpático.

– Todo o Conselho.

O Uchiha assentiu novamente. As mãos escondidas nos bolsos, o cabelo devidamente ‘penteado’, embora o charme rebelde dos fios não cedesse ao gel. O terno delineando cada ângulo do corpo dele e os olhos ônix examinando a multidão. Quem entrava no salão não conseguia deixar de notá-lo. E ele “recebia” as pouquíssimas pessoas que iam chegando bem no início da festa em pleno silêncio.

Não estava ali para nada daquilo.

De repente Naruto apareceu, entrando em sua camisa alaranjada elegante e a calça do paletó. A gravata preta enlaçava seu pescoço grosso e balançava livremente de um lado para o outro. Examinou a parte de dentro da festa e, ao ver Kiba, sorriu de um jeito sapeca, mostrando praticamente todos os dentes que tinha na boca larga.

– Kiba! Pensei que só eu estaria aqui a esse horário – disse ele, se aproximando do Inuzuka, super animado – O bom de vir mais cedo é que comemos salgadinhos quentes. Estou certo?

Kiba riu.

– Não, eu gosto de comida fria. Só não tive escolha. O pessoal da recepção tem que chegar esse horário – Kiba também tinha gel no cabelo e, a cada dez minutos, dava uma balançada nos fios castanhos com a ponta dos dedos. Naruto sorriu à toa, pensativo. Perguntou por Sakura sem notar a presença de Sasuke, muito menos o modo como ele moveu o maxilar, de um jeito tenso – Ela ainda não chegou. Disse mesmo que talvez se atrasasse porque ia se arrumar com Hinata e Ino e... Tsunade – Naruto soltou um ‘urgh’ tão indiscreto que, depois, olhou em volta, conferindo se alguém tinha escutado – Inclusive, acho que vou mandar uma mensagem...

– Eu mando, eu mando! – Naruto deu um pulo, de repente extremamente animado, tirando o celular do bolso. Sasuke deixou escapar um sorrisinho de canto. O Uchiha retirou as mãos dos bolsos e, com uma delas, segurou o pulso de Naruto. Foi quando o Uzumaki finalmente o notou, estupefato.

– Não. Pode deixar – murmurou ele, e soltou o pulso do loiro – eu mando. – E virou as costas.

Naruto mostrou os dentes. Kiba movimentou os ombros.

– Quem ele pensa que é?! – o loiro quase gritou, em um rugido. Kiba suspirou, coçando a cabeça. Os dois observando o andar suave de Sasuke.

– Por que não pergunta para ele? – sugeriu. Naruto não pareceu dar-lhe ouvidos, ainda com os dentes à mostra – Parece que ele gosta dela. – Foi quando o Uzumaki o encarou, furioso.

– Você acha que ele gosta dela? – indagou. Kiba deu de ombros pela primeira vez.

– É um palpite. – Falou e colocou a mão no ombro de Naruto – não faça nenhuma besteira. Vai estragar o baile todo. E não queremos que nada dê errado, certo? Nem que ninguém saia chorando ou, o que é mais provável, muito irritada, não é? – sim, no feminino.

Naruto espremeu os lábios, prestes a explodir e tossiu discretamente, quase que pelo nariz.

– Não – concordou ele – Não queremos. – E moveu os ombros, procurando relaxar – Agora... vamos comer. – E sorriu para Kiba, que também estava sorrindo, calmamente. Dando uma última olhada para Sasuke, que estava parado do lado de fora do ginásio, o Uzumaki seguiu para o outro lado da quadra de basquete, que quase passava despercebida com toda aquela decoração.



– Pelo amor de Deus, Ino! Pensei que você estivesse pronta – a situação era tão estressante que quem gritava do lado de fora do banheiro era Hinata, já corada de tão furiosa. Sakura já desistira e estava sentada no sofá da sala, com a cabeça apoiada em uma das mãos, sentindo-se exausta.

– Calma aí – a loira gritou, lá de dentro – eu só vou trocar os brincos.

– Parece que você está tomando outro banho! – Hinata grudou as mãos na maçaneta, tentando abrir a porta a qualquer custo.

– Por que toda essa pressa, Hinata? Por Kimi-sama! – Ino Yamanaka abriu a porta finalmente, agora irritada, sem nenhum vestígio do bom humor de antes nos olhos azuis – Vai tirar o pai da forca?! Tsunade ainda nem chegou com o carro!

– Mas vai chegar a qualquer momento! – Hinata argumentou, também irritada – Não é, Sakura?

– Uhum – a Haruno murmurou da sala, desanimada.

De repente o celular vibrou em sua mão delicada e ela, assustada, lançou o olhar direto para o aparelho.

Sasuke: “Vou recepcionar a festa sozinho, Presidente?”

A cada palavra que lia seu coração acelerava mais e um sorriso tomou conta de seus lábios antes mesmo que ela percebesse. Involuntariamente tentava se lembrar de como era a sensação de beijá-lo. Como era a sensação de Sasuke encostado nela, segurando sua cintura, acariciando seu rosto e a puxando para mais perto.

– Provavelmente é muito bom – Sakura suspirou –, porque só de pensar eu já estou arrepiada.

– Com quem você está falando? – Ino e Hinata apareceram, entrando na sala. A Yamanaka colocava brincos maiores nas orelhas a espera de uma resposta e encarava a amiga, que já se colocou de pé enquanto Hinata bufava, ainda parecendo meio irritada. O contraste entre o rosto branco feito porcelana e as bochechas coradas da Hyuuga já a deixavam praticamente maquiada. E muito, muito graciosa. Pouca gente acreditava quando Hinata afirmava que não passava pó nem base para ir ao colégio. Aquele rosto sob a franja escura e reta, rente às sobrancelhas era uma das razões pelas quais o clã Hyuuga era tão conhecido.

Todos os membros do clã pareciam bonecos. Os traços parecidos, os olhos perolados. Neji era mais moreno do que Hinata e o resto do clã porque fizera um intercâmbio para a Califórnia e viajava pra lá sempre que podia. Ou para qualquer praia. Ele era louco por aquilo e era um ótimo surfista – ele e Gaara, por outros motivos.

Sua pele era meio bege escuro. Mas todo o resto do clã era branco como a neve e aquilo ficou positivamente destacado no vestido prateado – até meio cinzento – que Hinata usava. Brilhava, cheio de strass e tipos de tecidos diferentes, desenhando formas e estampas para os que se dessem ao trabalho de prestar atenção. A saia dele ia até os joelhos, em babados mal armados, que escorriam pelo topo das pernas. Havia uma espécie de cinto – a parte mais brilhosa de toda a roupa – que conseguia cobrir exatamente as gordurinhas que ela não queria mostrar; as que ficavam logo abaixo dele, onde já começavam os babadinhos. Para cima, a estrutura toda do vestido era sustentada por alcinhas finas e os bustos ficavam maiores com os babados curtos que começavam. Mesmo assim, tinha um toque extremamente luxuoso. Ainda mais pela sandália delicada de salto fino e baixo que usava.

Ino estava e era bem diferente. A maquiagem estravagante. Os cílios postissos a faziam parecer prestar bem mais atenção em tudo que olhava, a deixando bem mais simpática. O cabelo estava preso de lado, enrolado nas pontas. O dourado dos fios brilhava mais e desenhava sua pele morena em um dos ombros. O vestido tomara-que-caia espremia os seios e dava uma noção para quem a olhava. Linhas douradas cortavam a parte superior irregular e repetidamente, mixando o azul bebê com a cor de todos os assessórios. A saia era leve e solta, como se Ino quisesse dar a impressão de que era fácil de tirar, fácil de subir com qualquer ventinho. As várias camadas de seda meio transparente seguiam até o meio da coxa e cortavam várias e várias vezes, até chegar a dois palmos acima do joelho, que estava bem mais alto do que devia pelos sapatos de salto imenso.

Mesmo Sakura já as tendo visto exatamente como estavam antes mesmo de estar pronta, não resistiu a sorrir de orelha a orelha, já de pé:

– Meninas – ela deu uma risadinha discreta, sem tirar os olhos das amigas – vocês estão absoluta e completamente... – e apertou as próprias mãos, orgulhosa – lindas. – Hinata pareceu esquecer a raiva que a dominava e corar de pura veronha, sorrindo sem graça. Ino piscou algumas vezes, sem entender. Até que revirou os olhos, sorrindo.

– Tudo bem, o que você quer? Um balão? – Sakura uniu as sobrancelhas, ainda sorrindo.

– Comportem-se – advertiu ela, ao ouvir a buzina do carro do lado de fora do apartamento, pela janela – Vamos descer. Tsunade chegou.

E o coração das três se apertou enquanto elas gritavam de ansiedade, rindo por nada e se equilibrando nos saltos ao descerem as escadas com pressa. Pressa. Se sentiam as garotas mais lindas da noite, então não tinham tempo a perder.



A essa altura haviam grupos pequenos da Academia socializando com outras poucas pessoas que estavam sentadas. Mas nenhum aluno do colégio Hisuha. Sasuke continuava na entrada, agora sentado, acompanhando o movimento no escuro. De repente uma pessoa subiu a rua, em passos largos. Ele se levantou para observar e bufou, virando o rosto para o outro lado quando identificou quem era.

– Desculpe se te desapontei – Shikamaru murmurou, entediado. Sasuke revirou os olhos – mas eu tinha que vir. – E Shikamaru Nara bocejou – Está esperando alguém?

O Uchiha o encarou por instantes.

– Estou – esforçou-se para dizer. Shikamaru sorriu.

– Alguém de vestido – não era uma pergunta. Sasuke tossiu, com um “não enche” colado na testa e tentando segurar o sorriso de canto que se formava em seus lábios – Tudo bem, tudo bem. – Shikamaru continuou; o sorriso escondido. – Vou dar um alô para o pessoal lá dentro. – E se foi.

Sasuke ficou sozinho no escuro, aliviado. Estava acostumado a estar sozinho e era estressante fazer sala para outras pessoas, ainda mais porque aquilo não era dever nenhum para ele. Até ali vivera de forma indiferente, sem ligar para ninguém e, mesmo assim, nunca estava completamente sozinho. Sempre tinha alguém fazendo questão de deixá-lo desconfortável, fazendo-lhe uma companhia indesejada. Como Naruto.

Os músculos do pescoço do moreno se contraíram quando ele ficou tenso. “Mas Naruto não é uma comparação pra mais nada”, pensou ele.

Não só aliviado por estar desacompanhado, Sasuke também estava aliviado por estar sozinho. Esperando sozinho. Não queria que ninguém a visse antes dele. Porque, claro, ela era toda dele. E dele. Certo? Um frio percorreu sua espinha e ele espiou o celular. Releu a mensagem que enviara e, antes de recolocar o aparelho no bolso da calça, ele tremeu em seus dedos, anunciando a resposta que iluminou a noite.

Sakura: “Certamente não, senhor”.

Só teve tempo de sorrir, unindo as sobrancelhas, até o celular vibrar novamente:

Sakura: “A propósito, você fica muito bem de terno”.


Ele realmente ficava.

Sakura perdeu o ar assim que o observou levantar, confuso. O rosto perfeito na luz escassa, os pés, o pescoço e os braços se movendo de um jeito charmoso, exatamente como sempre. Os dedos impacientes e inquietos, apertando-se uns nos outros. O coração dela dava pulos, tendo a certeza de que os olhos dele procuravam por ela e por ela. Seus orbes ônix refletiam toda a escuridão da noite, procurando um brilho. Ela não procurou pensar em quantas garotas ele já tinha olhado ou quantas ele ainda iria olhar. Sua concentração se prendia naquele momento, tentando gravar como era aquela sensação para poder lembrar depois.

O carro acabara de virar e Sasuke finalmente o identificara.

Hinata apertou a mão da Haruno, no banco de trás, de uma forma graciosa. Ela mordeu o lábio em resposta, tentando esconder o nervosismo que a dominava, enquanto Hinata sorria, explodindo de felicidade. Ino, já não tão discreta, começou a gritar assim que o viu:

– HAHAHAHA. AE, TESTUDA! – e pulou em Sakura, que perdeu o fôlego. Tsunade tossiu, desfarçando uma risada alta. Hinata agarrou Ino pelos ombros, gritando que daquele jeito ela ia estragar todo o penteado de Sakura.

– Ah – a diretora pareceu se lembrar, sorrindo maliciosamente e fazendo um silêncio aparecer por unstantes no banco traseiro – não demore, Sakura. – E a rosada estremeceu, corando enquanto as meninas riam baixinho.

Tsunade estacionou o carro e Sasuke, sem muita cerimônia, observou a diretora sair com uma das pernas de fora pelo corte do vestido dourado longo e cheio de brilho. A boca vermelha, o sapato preto. A bolsa no ombro, a chave nas mãos, balançando.

– Está atrasada – ele sorriu, voltando a colocar as mãos no bolso.

– Eu nunca estou atrasada – ela respondeu. – Mas você pelo visto vive se adiantando quando a Presidente está envolvida, não é Sasuke Uchiha? – Ele riu tão baixo que quase pareceu que ele tinha bufado, lembrando-se do dia em que fora falar com a diretora em sua sala. Sobre Sakura.

Ino saiu pela outra porta, do lado da rua.

O nariz impinado foi até Sasuke, quando parou para dar uma piscadinha de cumplicidade, dando tempo de Hinata sair logo atrás, pela outra porta, e dar pulinhos até ela.

– B-Boa noite, S-Sasuke-kun – a Hyuuga cumprimentou, envergonhada.

Sasuke sorriu em resposta e as duas (Hinata e Ino) enlaçaram os braços e entraram no ginásio, observando Tsunade cumprimentar a parte do Conselho Estudantil que já estava lá. Foi quando o Uchiha voltou os olhos para o carro novamente. Voltou a apertar os dedos, fechando as mãos em punho, dentro dos bolsos. Mesmo assim a expressão não mudou.


Ela saiu pela mesma porta que Ino, com milhares de borboletas no estômago. Insegura como nunca estivera antes, ela colocou uma das mãos na testa, respirando fundo e arrumando a franja que estava perfeitamente arrumada. Mesmo querendo tanto acreditar que ele a esperava, estava surpresa ao constatar que Sasuke Uchiha ainda não tinha entrado, ou ido embora. Fechou os olhos e respirou fundo novamente. O carro a cobria.

O coque deixava à mostra o longo pescoço. A saia do vestido, meio rodada, podia ser vista pela porta aberta. Não, não era curta. Vinha até os joelhos mas, exatamente por ser rodada e pelos saltos e as pernas longas de Sakura, dava a impressão de ser menor do que realmente era. Quando finalmente saiu de trás do carro e Sasuke viu seu rosto, ficou paralisado.

Sakura Haruto estava, com certeza, absolutamente deslumbrante.

O vestido era sem manga em renda e cobria a parte de dentro dos ombros. Era, primeiramente, quase transparente, revestida por um pano fino que também quase não aparecia. Os desenhos, com a renda realmente aparente e grossa, começavam apenas quando começavam os seios, resestindo-os delicadamente e vindo até pouco acima da cintura, onde já cobriam todo o tecido, fazendo um jogo irresistível com a transparência.

Os olhos brilhavam como sempre e pareciam mais confiantes, como se agora aquela confiança fosse necessária. Estavam destacados com a sombra marrom dando profundidade e o brilho cor-de-rosa por cima deixando seu rosto ainda mais delicado. Os cílios alongados, as bochechas rosadas, os lábios brilhantes com o gloss. Sasuke não disfarçou a vontade que teve de encará-los. Perfeitamente colados um ao outro, selando um sorrisinho tímido. Ela apertou as mãos, corando.

– Oi – murmurou, soltando uma risada baixa.

Sasuke, em uma das poucas reações que ela não esperava, colocou uma das mãos sobre o nariz, virando o rosto para o lado, com uma irritação notável. Ela piscou algumas vezes e conferiu o vestido, preocupada. Depois voltou a encará-lo.

– Sasuke-kun – disse, e ele corou, não podendo mais controlar. Mesmo assim, corou tão leve que Sakura não chegou a notar – o que foi? Não gostou?

Não que ele precisasse gostar, mas de repente a preocupação passou pela cabeça dela. E ele apenas tirou a mão do rosto, voltando a olhar, ainda meio sério e sem expressão. Espremeu os lábios, de um jeito discreto e esticou o mesmo braço em sua direção, chamando por seu rosto delicado. Sakura estremeceu e foi até ele em passos lentos.

Estava tensa e as pernas, como ela temia, começavam a bambear.

Quando já estava bem perto, estendeu a mão para ele, que a segurou desviando o olhar e a puxando para mais perto. Sakura não teve nenhuma resistência na hora de se aproximar. Finalmente se sentia aquecida.

– Quer meu paletó? – Sasuke murmurou, de repente.

Ela bufou, ofendida.

– Por quê? Eu não achei tão ruim – argumentou, se afastando um pouco. – Na verdade, o vestido caiu bem melhor do que eu esperava. Quer dizer, se não gostou, não se preocupe. Amanhã mesmo eu apareço de uniforme, como sempre. – As palavras, querendo ou não, saíam de um jeito irônico – Mas, hoje, eu não tenho escolha. Muito menos você.

Sasuke demorou para assimilar as informações e a encarou como se ela fosse louca.

– Acha que eu – ele não resistiu e riu, o mais baixo possível – não gostei?

Ela virou o rosto, irritada.

– É óbvio que não gostou.

Ele riu novamente. O mesmo riso único de novo, que soou tão seguro quanto uma anestesia, tão bom quanto um doce.

Sasuke tinha que parar de rir daquele jeito.

Ela ficaria ainda mais viciada nele.

– Sakura – ele murmurou, agora sério, puxando o rosto dela para mais perto do dele, sem exitar – eu daria tudo para ser o único a te ver assim hoje. – Ela piscou várias e várias vezes antes de rodar a cabeça para o lado e unir as sobrancelhas, amassando a ponta das mangas do terno dele.

– Como é? – ela perguntou e Sasuke reprimiu outro sorriso.

– Pode imaginar como eles vão ficar ao te verem ass...

– SAKURA-CHAN! – Naruto gritou da entrada, estupefato, interrompendo. Sakura, em um movimento quase que reflexo, tirou as mãos das mangas do paletó de Sasuke, dando um pequeno pulo para trás. Ao se deparar com o melhor amigo, sorriu de orelha a orelha, rindo um pouco.

– Naruto... – murmurou, meio aliviada.

– Naruto – Sasuke resmungou, revirando os olhos. Ela riu mais ainda e foi até o loiro, puxando o Uchiha pelo pulso, gentilmente.

O salto cantava conforme ela se movia, leve e graciosa.

– Nossa, você está um charme! – Ela elogiou, olhando direto para a gravata dançante. – Quem arrumou essa camisa?

– É do meu pai – o Uzumaki deu de ombros, orgulhoso.

– Ficou incrível – Sakura sorria. Naruto, sem tirar os olhos de Sasuke, pode observá-lo enlaçar a cintura da moça, que não teve reação alguma ao toque, tirando o modo como ficou levemente rubra, como se estivesse completamente acostumada. O Uzumaki virou o rosto, tremendo de raiva.

– Sakura-chan, eu posso falar com você? – pediu. Não queria olhar nos olhos dela. Tinha consciência do poder que eles tinham sobre ele e não iria arriscar naquela noite. Ela estava ainda mais bonita.

Sakura piscou algumas vezes.

– Claro, pode falar.

E Naruto apontou com a cabeça para um canto, perto da decoração de plantas, do lado direito da entrada. Ela encarou o loiro por segundos, sem entender, como se questionasse se era realmente necessário. “A sós?”, refletiu. Não demorou para notar que o assunto parecia ser sério, pelo modo como Naruto Uzumaki a olhava. E, quando se voltou para Sasuke, para pedir um tipo de licensa, ouviu seu nome sendo chamado novamente.

– Sak – Kiba acenou de dentro do ginásio – Uau, que princesa!

Sakura mordeu o lábio, ficando mais rubra que antes, quase disposta a aceitar o paletó de Sasuke – que estreitou os olhos. Ela enlaçou os braços no braço direito do Uchiha e acenou de volta, sem graça.

– Venha ver a decoração – Kiba voltou a gritar, animado – Ficou muito bom.

Ela assentiu e olhou para Naruto, perturbada.

– Pode me chamar a qualquer hora da festa, tudo bem? – murmurou – Só vamos esperar os convidados chegarem e eu fazer a social que Tsunade espera de mim. Depois disso, está tudo bem.

Antes de assentir, Naruto Uzumaki lançou um olhar duro para Sasuke.

– Certo – e forçou um sorriso. Sakura fez o mesmo, parecendo um reflexo.

Sasuke livrou-se dos braços de Sakura e passou o seu ao redor de seus ombros. Fez questão de apertá-la de leve, em um conforto. Ela espremeu os lábios em resposta e olhou para onde Kiba estivera, indo na direção do ginásio, guiada pelo Uchiha. E deixando Naruto sozinho.

Os dois entraram em passos coordenados. Sakura se segurava em Sasuke, como se o mundo dependesse disso, e quase ficou emocionada ao ver a festa pronta. Os balões pairando no ar, as barraquinhas modernas, expondo a comida toda, o chão adesivado na parte mais escura.

Ela apertou a mão de Sasuke.

– Meu Deus – sussurrou. Ele sorriu.

– Parabéns, Presidente – falou, na voz rouca. Ela reprimiu um suspiro e olhou para ele, sorrindo. Reparou que a gravata estava feita.

– Sua mãe te ajudou?

– É – ele sorria de um jeito de tirar o fôlego. Ainda olhando para ela, usou uma das mãos para afrouxar o nó. Ela esperou, confusa – Por favor? – e ela entendeu.

– É uma honra – Sakura se aproximou lentamente, meio risonha, voltando a apertar a gravata, que ficou impecável novamente. – Pronto. Está perfeito agora. – “Como se já não estivesse antes”.

– Você disse que eu ia me arrepender – Sasuke sorriu de canto, sussurrando em seu ouvido – Ainda não me arrependi.

Ela também sorriu, agora mais tranquila.

– Olha – começou, ignorando o que ele dissera – você não pode ficar bêbado hoje.

Ele ergueu uma sobrancelha.

– Puxa, que desafio – comentou, discretamente irônico. Ela sorria.

– É sério – disse, empurrando o peito do Uchiha para trás, de leve – E também não pode ficar com outra menina. Porque aí eu vou ficar bêbada e com cara de otária.

– Sabe que eu jamais faria isso – Sasuke ficou sério – É mais provável você realmente ficar bêbada.

Ela sorriu, desconfiada.

– Sasuke, você já ficou com a minha melhor amiga – as palavras ficaram pesadas quando ela o lembrou. Ele arqueou o cenho.

– Eu ainda não te conhecia – justificou – Sakura, eu nunca quis tanto alguém como quero você. Você, agora, é mais parte de mim do que qualquer outra coisa já foi.

Ele ficava absolutamente lindo falando aquilo.

Sem saber muito o que fazer, ela demorou para mostrar qualquer reação.

– Só... – por fim, sorriu, segurando a vontade de rir que apareceu com a euforia e toda a felicidade que a invadiu – não fique com ninguém, está bem?

Ele ficou olhando para ela, com um sorriso idiota nos lábios.

– O que é? – ela começou a rir.

– O quê? – ele se fez de confuso.

– Você estava com uma cara de idiota – ela riu mais.

– Ahn? Quando? – Sasuke olhou para os lados, fazendo graça.

– Agora!

Quando? – ele repetiu.

– Agora, Sasuke! – ela ainda ria e ele continuava com aquele sorriso, invadindo sua expressão, sem pedir licença. Estava tão leve que só parecia estar preso ao chão por causa dela.

Sakura o abraçou em um impulso. Mas não se arrependeu.

Ele segurou sua cintura, e ela pôde notar como parecia fácil ser erguida no ar. Eles se olharam e riram por instantes. Como não sabiam, nem podiam imaginar, que aquilo era tão bom?

Respirando a brisa noturna, Sasuke se aproximou para beijá-la.

Quando ele já estava bem perto, ela se tocou e tomou um susto:

– Eu estou de gloss. Sua boca vai ficar brilhando se...

Ele balançou a cabeça enquanto ela o observava, estática. Um movimento tão discreto que Sakura julgou que só ela pudesse notar.

– Eu não me importo – murmurou, simplesmente.

O beijo era suave. Nada que a comprometesse na frente de ninguém. E, mesmo assim, muita gente – dentre as pouquíssimas pessoas que já haviam chegado – olhou. Ino e Hinata soltavam gritinhos. Havia uma realização e harmonia tão grande vinda de Sakura e um desejo tão intenso, acompanhado de uma ternura tão morna surgindo em Sasuke que todos pareciam intrigados, parados para assistir a mixagem de tudo aquilo, em um simples toque.

Eles transmitiam conforto e carinho um para o outro e parecia que nada mais existia.


Mas existia.

E, naquele instante, Gaara entrou no ginásio, como um trovão anunciando a chuva.


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Notas finais do capítulo

NÃO ME BATAM, POR FAVOR! Eu sei que não aconteceu absolutamente N-A-D-A nesse capítulo, mas não se preocupem. Estou animada com o próximo.
O bicho vai pegar.
XOXOXOXOX~ ♥



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