Conselho Estudantil escrita por XXX


Capítulo 13
Cacos


Notas iniciais do capítulo

OOOOOOOOOOOI MEUS AMORES! QUE SAUDADE!
Gente, se preparem porque hoje a conversa vai ser longa:
- DEDICATÓRIA ESPECIAL
Eu queria dedicar esse capítulo às meninas que recomendaram a fic: SheWolf e Sahky Uchiha. MUITO, MUITO OBRIGADA MENINAS! Eu sempre quis colocar um ladinho especial, dedicado a vocês, mas eu sempre esquecia. Desculpe a demora para fazer isso, suas COISINHAS MARAVILHOSAS QUE EU AMO INCONDICIONALMENTE~ Sério, vocês não sabem O QUANTO isso significa pra mim. Cara, recomendação é coisa demais, eu quase chorei lendo o que vocês escreveram sobre a fic. Meu Deus, MUITO OBRIGADA, vocês estão no meu coração PRA SEMPRE ♥
- REVIEWS, DEDICATÓRIA ESPECIAL
Bom, agora sobre as reviews: MUITO obrigada. Estamos quase atingindo 100 reviews (na verdade, a fic está com 83, mas beleza) e eu estou muito, MUITO feliz! Queria mandar um beijo e um obrigada SUPER-ESPECIAL ao pessoal que tá sempre mandando reviews! Sahky Uchiha, obrigada mais uma vez, porque você tá com a fic faz um tempão e, além de recomendar, continua mandando várias reviews. Muito obrigada bellaharuno21! Amo suas reviews em forma de trailer de filme, são incríveis e me deixam sempre muito feliz! Keiko Chan, são lindas as suas reviews, eu morro de rir! Acho que coisa mais delícia quando recebo uma review assim. Muito gostosa de ler, MUITO OBRIGADA! Você é MUITO fofa *-* SheWolf, por que você sumiu? Poxa, faz falta. Saudade, saudade, sua lindja *-* Obrigada sakura feiticeira, asumeuchiha, lary_sakura, SakiSasu, Colorfulghost, Melany Chains, SakuraLiz, Sakuu-chan, Guipa. Kekedia, suas reviews são a coisa mais fofa, muito, muito obrigada pelo carinho. Melany Chains, você pegou a fic do meio pra cá e eu estou muito, muito feliz por você ter sido tão carinhosa, como se estivesse acompanhando desde o início, mandando reviews trabalhadas e compridas, sempre me enchendo de alegria! Você é um amor~ ♥ Harumi Uchiha, você também, meu amor! Muito obrigada por estar sempre aí comigo, mandando reviews lindas em todos os capítulos ♥ Eu queria colocar o nome do todo mundo que já mandou review aqui, mas vai ficar muito comprido. Não é por maldade ou porque eu não vi, não, viu, amores? (:
Gente, acima de tudo: eu sei que é meio clichê, mas é sério. Quem é daqui do Nyah que Escreve sabe do que eu estou falando. As reviews de vocês significam MUITO. Tipo, muito MESMO pra gente. São vocês que fazem a gente criar vergonha na cara e escrever. Então eu amo os meus leitores por estarem cuidando tão bem de mim. ♥ Vocês valem muito. Brigadão ♥
- SOBRE A OUTRA FIC
Pessoal da outra fic, me perdoem. Eu sei, eu to demorando PAKAS pra escrever lá. O pessoal tá mandando mensagem cobrando, pedindo pra eu continuar, mas é MUITA COISA PRA UMA SÓ. Eu sei, tinha as férias pra me ajudar, mas tem o CE, que tá me deixando louca com essa história embolada, tem o meu livro, LIVRO MESMO que eu to escrevendo e, cara, to trabalhando nele 12 horas por dia (mentira, mas eu to tão cansada que na minha cabeça é quase isso mesmo) e eu tenho que pesquisar muito pra escrever o Hunger Games. Mas eu não vou parar! Só vou estabilizar as coisas aqui nessa fic e vou me dedicar na outra, ok? MIL MIL BEIJOS
E, finalmente, BOA LEITURA! ♥
P.S.: TEM MAIS LÁ EM BAIXO, NÃO SE ESQUEÇAM DE DAR UMA ESPIADINHA.



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Capítulo 13: CACOS


O primeiro choque veio como uma rajada de vento frio cortante.



Sabaku no’ Gaara assistiu, ao lado da irmã, da entrada, os últimos instantes do beijo, com uma expressão curiosa. Era quase cômico para ele. Um beijo não significava nada. Sasuke não passava de um aproveitador, e a flor de cerejeira tinha uma queda por ele. Nada além do natural. E não era como se houvesse muitas pessoas na festa naquele horário. Não era como se ela o estivesse assumindo. Não era como se estivessem juntos.



Então o primeiro choque, foi, basicamente, o modo como Sakura estava linda, de um jeito diferente do normal. Com o vestido bonito e o coração pulsante.



Mas, de repente, de um jeito informal, Sasuke deu um beijinho na ponta do nariz dela, fazendo-a rir e estendendo os dedos para tocar a mão dela. Elas se entrelaçaram em um instante, automaticamente.









E aquele foi o segundo choque.













Pior do que qualquer coisa que ele já sentira na vida, veio como uma faca afiada, marcando seu peito. Gaara quase não conseguiu sustentar a expressão distante e ignorante de sempre. Ele sabia.









Aquilo não estava no pacote. Aquilo não era um beijo inútil. “É como se eles... Eles até parecem...” ele não terminou a frase, com o estômago revirado.



E a raiva cresceu. Foi crescendo de um jeito absurdo.

– Gaara – Temari murmurou, com a voz mais firme que pôde, observando o modo como os ombros do irmão postaram-se rígidos. Como ele não respondeu, com uma expressão agoniada presa no silêncio, ela continuou: – não faça nenhuma besteira.

E, quando ele sorriu, ela não soube se aquilo era bom ou se era o fim.

– Você me conhece – o sorriso de longe passava todo o ar sombrio, todo o jeito destruidor. – Eu sou sensível.

Temari não se dignou a responder a principio, vendo que ele já dava passos em direção ao casal. Só cruzou os braços, esperando. Sempre vira Gaara como um menino, como seu irmãozinho. E, de repente, ela não sabia desde quando, ele havia se tornado uma pessoa, uma espécie de adulto. Completamente perdido. Completamente louco em toda a sua sabedoria, em todos os seus princípios e desejos. Ela o amava, mas já não o conhecia mais.

– É – sussurrou, de repente – todo mundo é. Seu bebezão.

Embora fervesse por dentro, os passos de Gaara eram leves. Sakura ainda ria quando virou o rosto para o lado e o viu, esquecendo-se automaticamente da graça da brincadeira. Apertou as mãos de Sasuke, com uma expressão meio assustada, e ele olhou para o mesmo ponto que ela, ficando sério no mesmo instante. Os olhos verde sujo percorriam cada centímetro do corpo dela, sem disfarçar.

– Belas pernas, flor de cerejeira – o ruivo sorriu, já formando um triângulo de conversa onde ele, sem convite, era a ponta.

Um rugido ia crescendo na garganta do Uchiha quando Sakura arqueou o cenho, acariciando os dedos longos dele, em uma súplica.

– Boa noite, Gaara. – Disse ela, antes que Sasuke perdesse a razão. E espiou por cima do ombro do ruivo, vendo a filha Sabaku ao longe, agora conversando com Shikamaru de um jeito tímido – Temari está maravilhosa, não está? – Seu sorriso era tão discreto que parecia irônico, como se fizesse uma brincadeira de mau gosto.

Gaara não achou graça.

– E eu?

Sasuke já tinha o rosto revirado em ódio.

– O que você veio fazer aqui?

Gaara arregalou levemente os olhos, fingindo não esperar a voz dele tão áspera.

– Ora, fomos colocados na recepção, não lembra? – o ruivo indagou.

O tom sarcástico chovendo sobre o casal.

– Você não se importa. Veio aqui pra levar outra surra? – indagou o Uchiha. A voz fria, cortando o clima de falsidade e partindo para as frases diretas. Gaara não esperava menos que aquilo.

– Então há essa possibilidade? – rebateu ele, antes que Sasuke continuasse – Pensei que isso fosse algo importante. Podemos estraçalhar tudo?

Sakura espremeu os lábios quando Sasuke virou o rosto, irritado.

– Gaara... – sussurrou ela – por favor.

O Sabaku sorriu.

– Não se preocupe, não vou arruinar sua festa. Sabe que faço qualquer coisa por você, não é, minha flor? – ele esticou a mão para a bochecha cor-de-rosa. E Sasuke a segurou com força, antes que ela chegasse até Sakura. A mesma força que usara na primeira vez que salvara a Haruno, naquela sala de aula ausente. Uma força que não era bem força. Era apenas uma amostra de poder. De autoridade.

Um aviso.

– Eu não sei se você já sabe ou não, Sabaku – ele falava palavra por palavra, tentando manter a calma com um êxito incrível. Os olhos penetrantes, sérios, gelados, condenadores, autoritários. O maxilar grande, alongado, forte, movendo-se a cada sílaba. A postura impecável, os músculos contraídos. E, o melhor: a voz rouca, arranhando na garganta, arranhando de ódio, por trás de todo o ar quente de raiva retido – mas ela é minha.

mas ela é minha”.

Gaara encarou os orbes ônix, sério. Sakura estremeceu, contendo um sorriso.

mas ela é minha”.

– Não acha que eu vou simplesmente aceitar, não é? – Gaara arrancou a mão de perto dos dois; a voz uma oitava mais alta. Sakura prendeu a respiração. Estava louca para intervir, mas sabia que se falasse alguma coisa, as coisas poderiam piorar. Ou comprometer a imagem de Presidente.

– Eu não estou nem aí para o que você vai fazer – Sasuke deu um passo para trás, puxando Sakura consigo e a obrigando a respirar novamente. Ela evitava o olhar conservador de Gaara sobre seu rosto, roçando a ponta do nariz no braço do Uchiha, delicadamente, ouvindo a voz dele como música para seus ouvidos. – Só vou falar da parte que me toca: – Gaara ergueu o queixo, preparado – se tocar nela, eu te mato.

O Sabaku sorriu, com os dentes brancos em contraste com o cabelo fogo.

– Isso é um tanto egoísta de sua parte. – Disse ele – Mesmo se eu for o melhor para ela, nunca vai cedê-la a mim?

Sakura estava mordendo a língua, obrigando-se a ficar calada.

E, diferente da reação que Gaara esperava, Sasuke apenas avançou um pouco com o tronco em sua direção:

– Nunca – prometeu, em um tom severo. Sabaku no’ Gaara leu os olhos de Sasuke Uchiha em um “você nunca será o melhor pra ela”. E Sasuke retornou a sua postura normal, enlaçando a cintura de Sakura e indo em direção a Tsunade, que já reunia o pessoal para se organizar. Gaara ainda processava as informações quando Temari o chamou, dizendo que já estava na hora, que os convidados começariam a chegar.

O que era aquilo crescendo dentro dele?

– Temari – ele murmurou para a irmã, puxando seu braço. Ela não se preocupou em disfarçar a surpresa e se aproximou para ouvi-lo, estática. As palavras eram fortes, a voz era convincente, mas o rosto de Gaara era inexpressivo, como se ele não soubesse que face deveria mostrar para representar aquilo: – estou em pânico.

O coração dela bateu mais forte, cicatrizado.

– Estou desesperado – continuou ele. Temari fechou as mãos em punho, tentando gravar cada detalhe daquela conversa – Não posso perder, não posso. Preciso pensar em alguma coisa. Preciso de algo. Temari, eu preciso... – e ele não disse mais nada. Ela voltou o rosto para o dele, atônita. E o que viu a fez tremer.

Gaara sorria, como se acabasse de encontrar o caminho de volta para a vida, depois de morto. Ou como se finalmente aceitasse a morte como uma forma de assombrar seu assassino.

E ela soube, definitivamente, que era o fim.




Tsunade estava logo na entrada, sorrindo feito uma idiota. Assim como todos os outros, que vinham em duas filas, logo atrás. Uma de meninos, paralela à de meninas, criando um corredor para os convidados.



Gaara não apareceu.



Os alunos da Academia iam chegando, sem muita cerimônia. Alguns paravam para conversar com o pessoal do Conselho Estudantil e algumas meninas pararam para puxar assunto com o famoso e divino Sasuke Uchiha, do segundo ano. Kiba ria das caretas de desgosto de Naruto quando aquilo acontecia. Mas mais engraçado ainda era o desgosto de Sasuke. O Uchiha conversava com elas de seu jeito. Até tentava parecer simpático às vezes, a pedido de Sakura Haruno, um ano mais nova, que pensava que elas mereciam uma atenção, tendo em vista todo o respeito e admiração que sentiam por ele. Além disso, ela sorria timidamente ao vê-lo conversar com outras pessoas sem tirar os olhos dos dela. Estavam conectados o tempo todo. Era incrível como toda a sua felicidade, naquele instante, se resumia em apenas um nome.






Quando começaram a chegar os alunos do outro colégio, começou o teatro todo. Sakura sorria, agora ao lado de Tsunade, na frente das filas.











– Bem vindo – Tsunade dizia, quando chegava alguém importante. – Aproveite bastante nossa mesa de goloseimas!











Sakura ficava enjoada só de ouvir a palavra goloseimas.






Só Deus sabia como aquilo tinha dado trabalho.


De repente, Sakura avistou um vestido marrom com cordas douradas, rodado e glorioso dançando até ela. Quando viu os dois coques brilhantes, agora mais elaborados, em um penteado digno de revista de noiva, presos para cima, quase caiu para trás.

– Tenten? – indagou, quando a morena parou de andar para encará-la, incrédula. – Mitsashi Tenten?

– Sakura? – Sakura riu alto. – Sakura!

Ela voou na Presidente, que a abraçou de volta, com força. Ino e Hinata trocaram um olhar de confusão e voltaram os olhos para as duas novamente, risonhas.

– Meu Deus, quanto tempo! Você está linda! Caramba, Sakura! Seu cabelo continua rosa?! – Tenten gritava, toda empolgada. Sakura arregalava os olhos, igualmente surpresa.

– Você... está muito mais alta! Tenten, você tomou hormônio?! Está parecendo uma modelo, cara, que linda! Puxa, como eu estava com saudade de você – e ela só se desvenciliou do abraço para segurar a mão da morena, a guiando até Hinata e Ino, que sorriam. No caso de Ino, forçava um sorriso. – Meninas, essa é Tenten. Estudamos juntas há uns... – ela olhou para a Mitsashi, como se pedisse uma confirmação – seis anos?

– Sete anos – Tenten tinha o sorriso mais lindo que Sakura já tinha visto em alguém – tirando o de Sasuke Uchiha, claro. A boca parecia ter sido feita para rir. Os dentes alinhados, os lábios repuxados para baixo, o queixo para frente.

– Nós vivíamos juntas – Sakura explicou, sem tirar os olhos de Tenten – Pensei que seu pai tivesse sido transferido para outra cidade.

– Ele foi – ela garantiu. – Mas é uma cidade muito próxima e, depois que entrei no Ensino Médio, como lá não tem escolas muito boas, vim estudar para cá e morar com minha avó.

– Por que não me ligou? – Sakura cobrou, ainda com a voz animada.

Tenten lembrava um raio de sol quando sorria.

– Faz muito tempo! Eu não tenho o seu telefone. Ah, e mesmo se eu tivesse, antes eu mal podia sair porque minha avó estava muito presa em casa, até meio mal de saúde. Eu não queria abusar da boa vontade dela – Sakura Haruno assentia, como uma boba. “É, claro que não”, concordou – Além disso, todos os fins de semana eu ia visitar meus pais, então nem tinha tempo para nada. E ainda poderia soar como se eu não quisesse sair com você ou algo do tipo, e não era isso, de jeito nenhum. Agora também continua meio assim, e parece mesmo que estou aqui só para estudar, mas eu já posso fazer mais coisas e já não visito meus pais com tanta frequência.

– Que ótimo – Ino soltou, com uma ironia insondável na voz.

– Realmente – Sakura encobriu, quase que envergonhada – Temos que combinar de sair juntas, todas nós! Vai ser muito divertido, posso te dar carona, posso ajudar você com as tarefas.

Tenten riu.

– Puxa – disse – o que você é, a Presidente do Conselho Estudantil?

Todos ficaram em silêncio enquanto ela ria sozinha, da própria piada. Até que Sakura coçou a nuca, sem graça.

– É... – riu, sem humor – na verdade, Tenten, eu sou.

Tenten Mitsashi parou de rir, de repente. E então começou a rir de novo, sem acreditar. Depois que Sakura finalmente a convenceu de que era verdade, ela começou a gritar de felicidade e a pular na amiga, como uma louca. Não dava para identificar qual risada era de quem, naquela harmonia de humor que crescera na entrada do ginásio.

Mesmo assim, durante a festa Tenten só passou 40% do tempo matando a saudade que estava de Sakura. Por causa do Hyuuga.

Neji chegou com a camisa para fora da calça de um lado, de um jeito completamente charmoso, desculpando-se pelo atraso. O cabelo meio molhado, jogado para trás. A primeira coisa que viu, com os olhos perolados, foi o cabelo castanho brilhante, preso em dois coques. Quando Sakura o cumprimentou, ele não pareceu se tocar. Tenten voltou-se para onde a amiga olhava, ficando encantada por aqueles olhos, no mesmo instante.

E Sakura a perdeu, de um jeito bom.

– Atenção – Tsunade falou, em um tom alto – aquele é o carro do diretor do Colégio Hisuha, então façam o favor de respeitar.

Sakura olhou para Sasuke pelo canto do olho. Ele sorriu para ela.

Ino a chamou com um cutucão. Sakura reclamou.

– Ai, Ino. Qual é a sua?

– Ele. Ex-marido. Tsunade – a loira fez, em sinais. Sakura piscou algumas vezes, balançando a cabeça.

– Ahn? – Ino revirou os olhos, indo até a Presidente em passinhos discretos e cincronizados.

– O diretor é ex-marido dela – sussurrou a Yamanaka, fazendo Sakura arregalar os olhos – Parece que faz pouco tempo que se divorciaram. Ele a traiu com... ah, não sei se você vai saber – Ino fez de pensativa – Sabe aquela Academia mais no centro, perto da padaria que minha mãe vive indo para comprar aqueles enroladinhos de... – Sakura balançou a cabeça em um estalo, assegurando que sabia qual era – Então. Boatos dizem que um dia ela foi fazer não sei o quê por lá e viu ele paquerando uma professora.

A Haruno levou uma das mãos à boca.

– Caramba – murmurou.

De repente Tsunade olhou para trás, irritada.

Psiu, vocês – advertiu – Ino, volte ao seu lugar. – A Yamanaka assentiu, medrosa, lançando um olhar de “depois eu termino a história” para a amiga.

E o homem entrou. Era grande em massa, com músculos torneados e pele morena; cabelos ondulados despenteados e grisalhos, presos em um longo rabo-de-cavalo – mais ou menos duas vezes maior que o de Neji. Estava vestindo uma roupa elegante e calçando sapatos tão brilhantes quanto os olhos, quando uma mulher passava. Um palhaço.

A rosada quase tombou no chão.

Olhou para Ino, desesperada.

Ele é ex-marido dela? – sussurrou, apontando para Tsunade. Ela estava deslumbrante. Ino indicou para que ela olhasse para a frente, quase tão desesperada quanto a Haruno, que obedeceu.

– JIRAYA-SAMA! – Naruto berrou de seu lugar. O resto do Conselho pulou de susto, no mesmo instante.

Tsunade olhou para o Uzumaki desesperadamente.

– Naruto – chamou, em vão, vendo que ele corria para os braços de Jiraya, que o esperava. Sakura bateu a mão na testa. Eles se abraçaram.

– NARUTO – Jiraya berrou.

“Dois manes”, Sasuke e Sakura refletiram juntos.

– Uau, está bonito. O que está fazendo aí na frente? – Naruto sorriu, orgulhoso:

– Estou no Conselho Estudantil.

Jiraya não escondeu a surpresa, arregalando os olhos, que quase saltaram das orbitas e lançando um olhar admirado para Tsunade.

– O que essa mulher não faz, não é?

Sakura revirou os olhos. “Tsunade, como você casou com esse cara?”. E, quando ela riu sem graça, perdendo toda aquela classe e superioridade que tinha para com os outros, a Haruno entendeu. “Putz”.

Jiraya se aproximou dela, deixando Naruto para trás.

– Há quanto tempo, minha querida – o diretor beijou a mão da mulher, que corou levemente.

– J-Jiraya – ela o cumprimentou, virando os rosto. Ele sorriu.

E desviou o olhar para Sakura, que ainda não conseguia acreditar e só notou que ele a encarava quando este falou com ela.

– E esta belezinha? – Jiraya espremeu o rosto da Haruno, preensando suas bochechas nos dentes.

– Esta é Sakura Haruno, minha aprendiz – Tsunade disse, orgulhosa.

Jiraya recuou um pouco, analisando a menina, surpreso.

– A Presidente do Conselho – ele comentou. A rosada sorriu – Ora, ora, olá, Sakura. Quer abrir uma escola? Por isso aprendiz? Quer ser diretora?

Ela balançou a cabeça.

– Médica, senhor – corrigiu. Jiraya assentiu.

– Não vai encontrar mulher melhor – disse ele.

Eu sei – Sakura abriu ainda mais o sorriso, até meio falsamente, dando um grande enfoque no “eu”. Jiraya ficou sem graça e se despediu rapidamente, entrando. Depois, Sakura se sentiu meio mal. Não tinha feito nada de errado, mas talvez o certo ali fosse ela não se meter. Tsunade suava frio, todos podiam reparar. Ela realmente o amava, imbecil como ele parecia ser. E talvez fosse com ela que a Presidente devesse conversar. Ou então, bem, Tsunade era uns trinta anos mais velha que ela, então se viraria sozinha. Ela não era o tipo que sofria por amor. Poderia ter qualquer homem ao seus pés.

O pensamento fez Sakura tremer.

Tsunade também “não era o tipo que gaguejava”. E ela acabara de vê-la gaguejando ao cumprimentar o ex-marido.

Sakura abaixou a cabeça.

– Sakura – Ino veio para o lado dela sem pestanejar – aquela ali é a vadia que jogou ovo em mim.

Sem pensar, a Haruno ergueu o olhar duro.

Os olhos verdes fitaram estreito, direto para a garota que se aproximava, com um vestido justo e curtíssimo, todo preto. O salto era mais alto do que o de todo o resto, os brincos eram enormes. Ela se vestia bem, mas não tinha o menor estilo. E, mesmo assim, alguns garotos da Academia que tomavam um ar por ali deram umas boas olhadas.

Ela desfilou até as duas e, diferente do que esperavam, deu um grito.

– SASUKE-KUNNNNNN – ela berrou, na voz aguda. Chegava a arder no ouvido. Sakura fechou os olhos em desgosto e Ino tampou os ouvidos, arregalando os dela. Hinata se juntou a elas, assustada. – QUE SAUDADE!

A garota maluca foi correndo até Sasuke Uchiha, que tinha uma expressão irritada no rosto. Sakura abriu os olhos para observar a cena.

Não sabia por que, mas a garota a incomodava, diferente das outras.

Talvez porque, naquele exato momento, ela estivesse agarrando Sasuke, coisa que as outras não conseguiram fazer. Sakura respirou fundo, assistindo o Uchiha empurrar o rosto da garota para longe de seu peito e chaqualar o braço, tentando desgrudá-la.

– Karin – ordenou ele – me largue.

– Poxa, Sasuke – ela fez um biquinho, como se desconhecesse aquele tom autoritário dele – não sentiu minha falta?

Ino esfregou as mãos na cara, repuxando a pele, agoniada.

– Cavalona oferecida – murmurou antes de chegar mais perto. Sakura tentou impedi-la, mas Ino era, para sempre, a mais rápida – Ei, Karin, não sei se te avisaram, mas isso aqui é uma festa, e não um puteiro. E, se estiver assim tão... excitada, por favor, procure um cara descompromissado e que pelo menos não tenha nojo de você. Ou que tenha mas cobre depois do sacrifício.

O Conselho Estudantil ficou completamente calado, estático.

Karin virou-se para a loira, completamente vermelha de fúria:

Ino. O que você disse, sua infeliz?

Sakura bateu a mão na testa, com força desta vez, reparando no giro de 180 graus que Tsunade deu, marchando até a Yamanaka.

– Vamos conversar – a diretora murmurou, puxando Ino pela orelha ginásio adentro. Karin saiu gritando logo atrás, completamente irada. “Fala na cara, pode falar! VADIA!”, enquanto Ino se contorcia de dor, ainda gritando de volta: “Quer ouvir? Vem aqui que eu falo, PODE VIR!”. Sakura repuxou o lábio, balançando a cabeça em desaprovação.

Sasuke colava a ponta dos dedos no nariz, com os olhos fechados em estresse. Ele caminhou até Sakura e colocou os braços ao redor de seus ombros rosados.

– Quer sair daqui? – sugeriu ele. Ela revirou os olhos, deixando um sorriso escapar.

– E ir para onde? Lá pra dentro, atrás delas? – Sasuke sorriu.

– Acho que a briga vai ser boa – ele a beijou delicadamente enquanto ela ria. E foi subindo para a bochecha corada, dando outro beijo antes de se afastar para olhá-la nos olhos. – Confie em mim, posso te tirar daqui.

– Você não quer ficar? – Sakura perguntou, com as mãos deslizando por sua gravata, com os olhos no nó elegante que refizera.

– Muitos conhecidos – confessou ele. Sakura foi desmanchando o próprio sorriso.

– Sasuke, quem era aquela? – Sasuke sorria.

– Aquela quem? – Sakura balançou a cabeça, irritada.

– Pare com isso – e ele ficou sério, colocando uma mão no rosto dela. Ela mordeu o lábio, esperando.

– Ela trabalhou em uma confeitaria na frente de onde eu trabalhava ano passado. No curso de economia precisava de meio período concluído. Então eu trabalhei em uma mecânica. Tipo – ele repuxou os lábios perfeitamente – arrumando carros.

Sakura arregalou os olhos, sorrindo.

– Isso é sério? – indagou. Sasuke sorriu novamente, tentado a beijá-la mais uma vez – O que isso tem a ver? Como se conheceram?

O assunto parecia perturbá-lo, como se contasse um pesadelo.

– Ela ia levar bolinhos para mim – explicou. Sakura riu – E cartões promocionais. – Ela riu mais alto.

– Certo – sussurrou ela. E chegou ainda mais perto dele, fechando os olhos e misturando o ar na hora de respirar – então me tira daqui?

Mas antes que ele respondesse, Tsunade gritou lá do ginásio:

– Sakura, venha cá! – Ela acenou – O pessoal da faculdade que comentei chegou, querem conhecer você.

Sakura assentiu, abrindo um grande sorriso que derreteu assim que Tsunade voltou para dentro. Sasuke respirou o pescoço dela, pinicando sua bochecha com o nariz, em um conforto misturado com carinho.

– Quer que eu vá com você?

– Se quiser sofrer... – ela deu um riso forçado. Ele assentiu, já mirando o destino com os olhos.

– Vamos.




– Então você se interessa por medicina? Sabe, é uma área bem disputada.



– Eu sei. Estou me preparando desde agora, senhor.



– Então você realmente quer?






Sakura uniu as sobrancelhas, sem entender.











– É a minha paixão – foi a resposta. O homem esperou, checando se ela falava sério e assentiu, sorrindo. Ela tinha exatamente o perfil. Olhou para Sasuke.











– E você, rapaz?






– Economia, administração – Sasuke deu de ombros discretamente – é o que eu gosto. É meio arriscado, mas é o que eu quero.


O senhor olhou para Tsunade, admirado.

– Você tem crianças brilhantes aqui – comentou – Temos alguns concursos para oferecer a jovens assim. Que dão prêmios como bolsas disputadíssimas.

Os olhos de Sakura brilharam.

– Aposto que estão interessados – Tsunade sorriu de leve. O senhor assentiu, contente.

– Sasuke Uchiha e Sakura Haruno – repetiu – Com certeza, vocês têm ótimos perfis. Meus parabéns. E formam um belo casal. – Sakura riu baixinho, corada. Sasuke deu o meio sorriso dos deuses. – Oh, e... bem, Sakura, acho que tem alguém querendo falar com você ali – ele apontou. Sakura seguiu seu olhar e viu o espetado cabelo loiro de Naruto apontado para ela, em uma expressão paciente.

– Oh, sim – disse ela, meio sem emoção – Se nos der licença...

Sasuke, quase que aliviado, se levantou com ela, pronto para se espreguiçar e ir embora dali o mais rápido possível.

– Na verdade – o homem começou – queria conversar mais com Sasuke a respeito de seus planos. Talvez até dar algumas dicas.

Sakura olhou para o Uchiha, meio risonha, tendo a certeza de que ele já estava de saco cheio. Ele, por sua vez, suspirou discretamente, dando a entender que estava cansado de qualquer outra coisa, coçando a nuca e lançando um olhar de “não se preocupe” para Sakura Haruno. Ela se obrigou a sorrir quando ele soltou sua mão. Chegou a doer.

Sasuke se sentou novamente enquanto ela ia em direção a Naruto, que naquele momento conversava com alguma garota – provavelmente do Colégio Hisuha –, espiando por cima do ombro da mesma.

Ao ver Sakura se aproximando, murmurou:

– Aham, é. Bem legal. Ei, foi legal conversar com você, viu? Tchau!

E foi até ela, apertando as mãos uma na outra, nervoso.

– Naruto – ela sorriu, em um cumprimento – Está tudo bem? Parece que a menina com quem você conversava está meio irritada – Sakura encarou a moça fusilando as costas do Uzumaki comicamente.

– Sakura-chan, podemos ter aquela conversa que eu queria no começo da festa? – Ele pediu, meio gago. Sakura olhou para ele surpresa.

– Claro – disse ela, meio confusa – É tão formal que precisa me pedir pra tocar no assunto? – E sorriu. Naruto balançou a cabeça, sem graça.

– Eu quero que saia como imaginei – explicou.

E a ideia de ser uma confissão passou pela cabeça dela. “Ah, meu Deus”, ela pensou, receosa, “Naruto, você não disse nada por todos esses anos, por favor, por que agora?”. Sakura só sabia que Naruto a amava desde sempre porque a mãe dele vivia comentando o que ele dizia às vezes. E dizendo que ela seria a nora perfeita. Aquilo era desespero e, mesmo assim, Sakura nunca viu desse jeito.

– Tudo bem – a Haruno assentiu, tão nervosa quando ele.

– Vamos – ele segurou a mão dela e a puxou para um lugar mais reservado, perto da caixa de som do lado de fora, que ainda não tinha sido ligada, enquanto todos aguardavam o DJ Shikamaru terminar de montar as coisas, com ajuda de Kiba.

Sakura e Naruto ficaram frente a frente, onde só havia o som das cigarras cantando sobre as árvores.

Gaara sorria, apoiado no muro, ao lado da porta da área de serviço do colégio, na escuridão. Os olhos misteriosos e alegres, escapando sorrateiros para espiar o que estava acontecendo.

– Isso vai ser ótimo – murmurou, risonho.

Sasuke finalmente escapou dos “planos” e caminhou sozinho por um tempo, conversando um pouco com o pessoal ao mesmo tempo que procurava por Sakura. Assim que saiu do ginásio, como se fosse um imã, o cabelo cor-de-rosa chamou sua atenção. E havia Naruto do outro lado.

Sasuke instantaneamente abaixou levemente a cabeça, passando por um gramado escuro e chegando perto de um bebedouro estragado.


– Sakura-chan – ele conseguiu ouvir e espiou. Naruto fechou os olhos com força. Parecia até mesmo um pouco irritado. Sasuke chegou, silenciosamente. Viu os dois e trombou em um muro metros atrás, de costas. “Droga, não dá pra ouvir direito”, folgou a camisa com as mãos e espiou por uma das bordas do muro. – Você sabe que somos amigos desde... bem, desde sempre, eu acho. E que eu te amo muito, como tudo. Como pessoa, como irmã, como colega, como amiga, como... – ele deu uma pausa, observando que a voz falhara – bem, e como...


– Naruto... – Sakura fechou os olhos, tentando impedi-lo. Ele não ligou.





– E como mulher. – A voz saiu. Gaara sorriu, agora olhando para cima. Sasuke ouviu pacientemente, sem expressão – Você é tudo o que eu sempre quis. E, estando comigo ou não, o que eu mais quero é te ver feliz. Talvez por isso eu queira tanto ficar com você, te proteger de tudo. Porque assim eu tenho a certeza de que você está bem. – Ele respirou fundo – Chega a ser doentio. – A pausa quase foi longa demais – Você sabe que nós, homens, somos todos meio parecidos.







Ela balançou a cabeça, emocionada.





– São?


– Sim. – Naruto engoliu com dificuldade – São poucas as coisas que nos diferenciam uns dos outros. Principalmente quando estamos gamados – Um sorriso fantasma passou pelos lábios dela – E, como mulher, você deve nos classificar como “bons” e “maus” para você. Os “ideais” e os “talvez”, de acordo com as características diferenciadas.

– Naruto – ela tentou novamente. A conversa estava tomando o rumo errado, o rumo que ela mais odiava.

– Sakura-chan, me ouça. Não vai demorar – ele implorou, chegando mais perto dela e segurando suas mãos. Ela prendeu a respiração – O que eu estou tentando dizer é que eu poderia ser o homem ideal pra você. Eu faria de tudo pra te fazer feliz. Pode acreditar, eu jamais te decepcionaria.

Ela estreitou os olhos.

– Aonde você quer chegar?

Ele ficou em silêncio, soltando as mãos dela e virando para o lado.

– Naruto! – Sakura quase gritou, irritada. Sua voz arranhou.

– Sasuke nunca vai ser o cara certo pra você, Sakura-chan – Gaara olhou para baixo, sério. Sasuke olhava exatamente para a frente, frio – Das características necessárias, ele não tem quase nenhuma.

– Como pode saber? – Sakura disparou – Você mal fala com ele.

Sasuke abaixou a cabeça. Naruto ficou em silêncio. Gaara foi escorregando as costas pelo muro até cair sentado, sério.

– Ele já foi meu melhor amigo – e o coração de Sakura ameaçou sair pela boca. Aquele tópico era um completo mistério para ela.

Naruto olhava fundo em seus olhos verdes, até que ela sussurrou:

– O que aconteceu?

E ele desviou o olhar. Sakura se aproximou brutamente e segurou o rosto dele nas mãos, enviando toda a sua convicção a ele. Sasuke fechou os olhos com força, quase irritado. Odiava aquele assunto.

– Naruto, o quê aconteceu?

Ele balançou a cabeça.

– Isso não importa.

– Importa – rebateu ela – Importa, sim. – Os lábios dele tremeram e ele semicerrou os olhos, em uma expressão dolorida. – Você pode me dizer, Naruto. Eu estou aqui. Você sabe que isso importa.

O Uzumaki engoliu o choro, gemendo de raiva.

– Já estudamos juntos. – O alívio que percorreu Sakura quando notou que ele iria falar foi imenso – Eu fiquei de recuperação no fim do ano e Sasuke se ofereceu para me ajudar a estudar para a prova final. Isso foi no oitavo ano. Ele não gostava que estudássemos lá em casa porque eu não me concentrava e ele também não gostava de sair da casa dele.

“Além disso, ele falava de uma história maluca de que era ele quem lembrava o pai de por o cinto de segurança. Que todas as vezes que eles entravam no carro e o pai ligava o carro, se ele não avisasse, ‘Pai, o cinto’, o mestre Uchiha não colocaria. ‘Se você não estiver’, eu argumentava, ‘sua mãe avisa!’. ‘Só me ajude logo’. E, em um dia normal de estudo, consegui convencê-lo a ir lá para casa. Parece que as coisas estavam meio difíceis lá na casa dele e o clã Uchiha não poderia me receber. Sasuke queria que fosse lá de todo o jeito, mas eu chamava ele de teimoso, dizia o quanto aquilo era besteira, que podia ser lá em casa só um dia. E, naquela tarde, quando estávamos comendo, quando vi Sasuke rir pela primeira vez, foi quando ele recebeu a notícia. Eu me lembro tão bem que parece que foi ontem. Ele pegou o celular e ouviu, e ficou quieto. O pai dele, o mestre Uchiha, tinha saído sozinho para comprar pão, em uma padaria pouco mais que treze quadras na mesma rua. E tinha sofrido um acidente.

A única coisa que ele perguntou, mesmo depois de muito tempo, foi se o pai dele estava de cinto. E a resposta deixou ele mais calado ainda. Algumas pessoas dizem que, no dia do enterro, Sasuke não chorou. Mas eu vi ele chorando, no fundo da casa, antes de caminharmos até o cemitério. Fui falar com ele, perguntar como ele estava. E ele disse que me odiava”.

Sakura respirava com dificuldade. O pai de Sasuke morrera em um acidente de carro, sozinho, sem cinto, lançado do veículo quando um carro desgovernado veio pela esquerda. Ou Sasuke se sentia culpado por não estar junto e, consequentemente, não ter avisado o pai, ou se sentia culpado por ter escutado Naruto e ido para a casa dele naquele dia.

– E você acha que foi culpa sua? – a voz saiu trêmula.

Naruto balançou a cabeça, quase inconsolável em resposta. Ela respirou fundo e apertou o rosto do amigo, em um abraço desesperado.

– O que aconteceu depois? – murmurou, sobre o terno.

Ele se afastou um pouco para ver os olhos verdes.

– Ele parou de falar comigo. E eu tive muita vergonha de perguntar qualquer coisa. Por isso estou no seu ano. Eu reprovei o oitavo.

Sakura assentiu discretamente. Refletiu por instantes, mordendo o lábio, desolada. E arriscou perguntar, para concluir a conversa:

– E por que você acha que não posso ficar com ele?

– Ele não corre atrás, Sak – Naruto falou, quase em um tom de impaciência – Ele se desfaz das pessoas, como se elas fossem lixo. – Sakura tremeu – E não precisa ser agora. Vocês podem estar com vinte anos de casados. Um dia ele pode simplesmente acordar, fazer as malas e ir embora. Te deixar para sempre.

– Ele não faria isso.

– Sim, ele faria. E decidiria sozinho, de acordo com o que estiver pensando.

O olhar dela estava revertido em pura raiva.

– Não tem como adivinhar, não é? Ele nunca se divorciou de nenhuma mulher depois de vinte anos de casado. – Naruto uniu as sobrancelhas, irritado.

– Foi uma invenção.

– Uma invenção absurda – acrescentou ela – Não pode escrever as pessoas assim. Elas são o que já fizeram, isso quando ainda não mudaram. Não pode acrescentar coisas a elas quando bem entender!

– É só prever, Sak – o tom de Naruto era baixo, meio abalado.

O pior era que ele parecia ter toda a razão.

Sem dizer mais nada, Sakura deu as costas e saiu, segurando as lágrimas – que apareceram, tamanha a raiva que a dominava – em direção ao banheiro. Mas, antes mesmo de virar para o pequeno corredor, rodeado por arbustos e atravessar o gramado escuro, alguém a puxou e ela foi para o chão, atrás de um muro. Naruto não percebeu, ainda cabisbaixo, encarando a grama. Mas Gaara viu, e se levantou.

O mais incrível de tudo foi que ela pareceu saber quem era antes mesmo de abrir os olhos, só se acomodando e chorando ali, abraçada nele, encolhida.

Claro que ela sabia. Era sempre ele que estava lá quando ela precisava.

– Você ouviu? – ela pôde senti-lo assentir.

– Ouvi – e a voz rouca conformou quem era. Sakura soluçou, sem conseguir parar de chorar.

– Sasuke, seu pai... – ele interrompeu.

– Shh, está tudo bem. Está tudo bem. Pare de chorar – ele acariciou os cabelos cor-de-rosa macios, suspirando. Sakura engoliu o choro, com toda a força que tinha dentro de si.

– Minha maquiagem – reclamou, entre soluços. Sasuke ergueu seu rosto, a puxando para mais perto dele.

– Você está linda – murmurou.

Ela não sorriu, embora o coração batesse forte como sempre.

– Eu te amo, Sasuke – disse, baixinho. Ele permaneceu calmo, sorrindo de canto e automaticamente a acalmando também – Não quero que fuja de mim depois de vinte anos de...

– Shh – ele interrompeu novamente, rindo. – Não.

Ela respirou fundo. O sorriso molhado só aparecera porque passou por sua mente um pensamento um tanto ousado. E, depois, Sakura refletiu em como ela era privilegiada por ter aquela visão só para ela: Sasuke rindo, tentando acalmá-la. Todos aqueles toques que ele estava direcionando eram para ela.

E, instantaneamente, ela se aproximou mais, receosa. Deslizou os dedos pelo contorno do rosto dele e acariciou suas bochechas com a ponta do nariz.

Os olhos fechados, enquanto ela apenas tateava o rapaz cujo rosto jamais deixaria seu pensamento. E sentia seu cheiro, em respirações profundas. Ele já a marcara, para a vida toda. E ela se sentia marcada de um jeito maravilhoso e incomparável. Sakura sentiu os fios do cabelo negro na ponta de seus dedos, um toque seguido do outro, quando ela segurou a nuca de Sasuke. E uma corrente elétrica a fez tremer quando ele a puxou para si, tocando sua pele, em um abraço. Ele mordeu sua orelha, seguindo com beijos delicados em seu pescoço e aquilo quase a deixou maluca.

Não havia luxuria alguma nos beijos dele.

Ele apenas a amava. Ele apenas não conseguia resistir. Só de ver a artéria pulsando, em um sinal puro de vida, no pescoço dela, ele já se sentia aliviado. Se sentia bem. E precisava mostrá-la como amava cada parte dela, de corpo e alma. Não era mais questão de o cabelo estar bagunçado, a maquiagem borrada, a roupa furada. Não havia estética.

Era questão de ser ela ou não.

E, por enquanto, era.




A música estava alta. As meninas do Colégio Hisuha apreciavam a beleza dos garotos da Academia.



De repente Gaara avistou Ino no balcão do bar e sorriu.



– Oi, princesa – falou ele, chegando perto dela. A Yamanaka, ao ver quem era, revirou os olhos e jogou a atenção para o copo de refrigerante que estava em sua frente – Procurando a Sakura?






– Nossa, eu ia te perguntar a mesma coisa – Ino resmungou alto.











Gaara sorria.











– E aquela sua amiga, a Karin? – Ino arregalou os olhos.






– Ah, aquela... – o som estava alto demais para que ele ouvisse os xingamentos com clareza –... com alguém.


– Eu soube que vocês brigaram – comentou ele. Ino arqueou o cenho.

– Como sabe disso?

– Eu sei de tudo – o sorriso dele continuava cínico, como se no fundo achasse graça de alguma coisa. Ino odiava aquele sorriso. Ela se sentia completamente imbecil, como se não tivesse entendido a piada. Ou como se ela mesma fosse a piada. – Quase tudo, na verdade. Por que brigaram?

Ino deu de ombros.

– Não te interessa.

– Na verdade interessa – Gaara a puxou pelo braço. Ino arregalou os olhos, surpresa – Interessa muito. E se você não me falar, só vai perder pontos comigo na hora de pedir algum favor. Porque eu vou descobrir de qualquer forma. – Ela espremeu os lábios, ainda meio assustada – É um caso de vida ou morte. Ou um caso perdido. E eu não posso perder.


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Notas finais do capítulo

OOOI DE NOVO GALERA Õ/ (todos mortos: eu morta de escrever, vocês mortos de tanto ler o que eu escrevo, HDIASUHDI).
Aqui eu vou falar do cap, mesmo.
Tava relendo o cap aqui e, putz, o final ficou podrinho né? Ai, nem teve aqueles dramas de sempre na última frase. #bolada
Desculpem mas a maldade do Gaara vai ficar pro próximo, ok? Eu achava que ia ser pouca coisa pra escrever no cap 13, mas quando eu vi já tinha dado o número de páginas. Aí vou ter que deixar os pombinhos juntinhos por mais um tempinho.
Outra coisa: tem personagem novo na fic, hein, meu povo? AEE O/ Pois é. Entrou o Jiraya, a Tenten e a Karin. Haha. Vão abalar. Ah, e um mini Spoiler: o Lee também vai entrar.
E, cara, FICOU MUITO BOA essa atualização do Nyah na hora de postar as histórias, né? a m e i ♥ HAHAHA, sério. Ficou muito melhor. Agora tem a opção "citação" e tudo mais. Eu fiquei "Putz, que maneiro" hah.
Espero que gostem e que continuem acompanhando a fic, mil beijos *-*



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