Conselho Estudantil escrita por XXX


Capítulo 11
O Dia


Notas iniciais do capítulo

OOOOOOOOOI lindjos *-*
Continuação do cap anterior e um 'pró' do Festival.
MIIIIIL beijos! Queria mais uma vez agradecer todo o carinho de vocês. Sério. Vocês são incríveis ♥
Boa leitura~!



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Capítulo 11: O DIA



Era curiosa a simetria dos dois. Se encaixariam perfeitamente caso Sakura resolvesse dar um passo para frente ou Sasuke resolvesse finalmente puxá-la e colá-la a ele, como queriam. “Sábados letivos servem para alguma coisa, afinal” – pensava ela, ao vê-lo se aproximando.

“Mas... espere”.

– Não – disse em um estalo, empurrando o corpo dele com a mão.

Sasuke tomou um susto.

– O que?

– Não – repetiu ela. Parecia mais assustada que ele.

– ‘Não’ o quê? – ele indagou, já parecendo impaciente.

– Sasuke... – ela suspirou. A raiva dele passava assim que ela murmurava seu nome. E ele imediatamente se sentiu calmo e aquecido – não dá. Eu só... não quero ser fraca desse jeito. Você por acaso se lembra do que você me disse? Lembra do tamanho da sua raiva quando disse aquilo? Você não tem nem noção do quanto aquilo me fez mal. Eu não quero ser tão fraca a ponto de ser maltratada e, depois, com uma indireta qualquer, estar disposta a acreditar que vai ficar tudo bem. – A voz dela era forte como sua determinação.

Ele baixou o olhar e se aproximou da Haruno novamente, devagar.

– Eu não queria ter dito aquilo – murmurou em sua voz rouca.

– Mas foi exatamente o que disse – ela rebateu, ainda com as lágrimas de antes nadando no mar dos olhos. E, mesmo que as pernas tremessem, continuou: – e tudo o que dizemos sai do coração. Sai do que pensamos e do que sentimos e...

– Não. – Ela parou de falar e encontrou os olhos dele – não comigo.

Seu coração acelerou com a proximidade que voltava a aparecer entre os dois e ela se lembrou como tinha se sentido bem quando ele quase a beijara.

– Sou bom em mentir – Sasuke continuou – Não há ninguém melhor do que eu em esconder sentimentos, em usar uma máscara o tempo todo. Você sabe disso, não sabe? Eu faço isso o tempo todo – ele, dependendo da sílaba que pronunciava e da intensidade com a qual a emitia, ia chegando mais perto. – Você pode sentir. Assim como eu sinto quando você está nervosa. Quando precisa de ajuda.

A respiração de Sakura foi ficando mais alta.

Ele ainda não tinha desistido dela? Estavam ali, discutindo, enquanto ela batia mais e mais palavras na cara dele e Sasuke Uchiha ainda não tinha bufado, dado as costas e ido embora? Estava tentando... se justificar?

– E como vou saber quando você está mentindo ou não, Sasuke? – murmurou ela. O tom magoado. O tom que Sasuke mais odiava escutar na voz dela.

Ele respirou fundo, tocando a ponta do nariz dele com a ponta do nariz dela.

– Eu decidi não mentir pra quem eu amo – sussurrou ele, de olhos fechados. As esmeraldas se arregalaram e as bochechas coloriram o rosto branco de vermelho – Só faltava eu assumir pra mim mesmo que o que estava acontecendo comigo não era como o resto. O resto que eu tinha o poder de ignorar, eu quero dizer. – Os lábios do Uchiha se contraíram, meio sem saber o que estavam fazendo, e ele fechou os olhos calmamente. Bufou, meio sem esperar que ela entendesse e acompanhasse seu raciocínio – Era maior do que eu. Maior do que tudo que talvez pudesse pará-lo.

Sakura Haruno tremia e suas pernas bambeavam mais do que nunca.

– O que quer dizer? – engoliu em seco. Os olhos ônix se abriram, encontrando sua alma. Sasuke usou uma das mãos para levantar o queixo dela e, ela, antes que pudesse corar, pôde ouvir a voz meio rouca e máscula, tímida e suave como música para seus ouvidos:

– Eu te amo, Sakura.


E ela fechou os olhos, aproveitando a melhor sensação que já experimentara.

Sakura Haruno só não sabia se era a sensação causada: a) pelo que ele acabado de dizê-la ou, b) pela pressão dos lábios de Sasuke Uchiha contra os dela.

... já que ela sonhara tanto com ambos.



Os dedos pressionavam os cartazes com a maior força que tinham.

“FESTIVAL DE ALIANÇA – 2012”.

Ninguém conseguia acreditar que tinha sido antecipado. Muito menos que fariam em plena segunda-feira. Já estavam com pouco tempo, e Jiraya, o diretor do outro colégio – talvez tão alienado quanto Tsunade – pedira para ser mais cedo por conta das provas finais de seu terceiro ano.

Em compensação, por causa disso, Tsunade cancelara o Festival da Tarde. Declarou que seria, então, apenas o ‘baile’ de comemoração.

O que ajudou muito já que a parte mais difícil era a da tarde.

O Festival da Tarde não envolvia apenas uma decoração separada, nem apenas mais comida. A organização de cada sala estaria em destaque, casa sala com cerca de 36 alunos, do sexto ao terceiro ano. Cada uma com um representante, cada uma escolhendo o que iria fazer. Uma diferente da outra.

Só no segundo ano, eram cinco salas diferentes.

– Nossa, olha aquilo. – a diretora resmungou, mesmo que ninguém além de Sakura tivesse se dado ao trabalho de olhar – Já está parecendo desgastada, a pintura... – Tsunade colocou o dedo indicador no queixo, como se pensasse em algo.

– Meta qualquer coisa que tampe ali, então – Shikamaru bocejou.

– Pintamos o ginásio há dois dias, Tsunade-sama – Kiba sorriu, risonho. Tsunade balançou a cabeça – Só se passou o final de semana. – Ele ainda tentou convencê-la, sem muito o que fazer. Mas desistiu quando ela estreitou os olhos e murmurou algo como “Shizune tem de providenciar um pôster...”, sem escutá-lo.

– É isso aí, pessoal – a diretora ria a toa. – nos encontramos no ginásio daqui a oito horas, então.

– Começa às seis? – Shikamaru perguntou, espiando seu relógio de pulso, enquanto passava a outra mão na testa, ciente do suor. Mesmo assim, a pergunta que interessava era: “Quando acaba?”. Não só para ele, aliás. Todos estavam loucos para saber. Principalmente Sakura, que estaria ‘representando o colégio’ a noite inteira.

– Sim – Tsunade respondeu, sorridente.

– Isso vai ser pior que as suas festas de aniversário, cara – Naruto deu um cutucão em Shikamaru, em um lamento. O Nara lançou-lhe um olhar gelado e a diretora não fez diferente.

– Ah, e um recado que vale para todos agora – a diretora sorriu macabra – principalmente para o pessoal da recepção e para outros engraçadinhos: – Ino, Sakura, Hinata e Naruto, principalmente, engoliram em seco.

Não ousem faltar”.

Sakura sentiu sua alma deixá-la, junto à de Naruto. Ino capotou no chão e a Hyuuga apenas suspirou discretamente. Tsunade sorriu normalmente, como se nada tivesse acontecido, e pegou a bolsa.

– E, Sakura, você vem comigo. – anunciou simplesmente.

A Haruno a encarou, confusa.

– Eu pensei que eu fosse me arrumar agora – murmurou.

– Não, não – a diretora balançou o dedo indicador: – Eu vou te arrumar agora. – Mesmo que os olhos da rosada tivessem se arregalado ao extremo, nada se comparou à expressão de Ino.

– Ah, meu Deus – a loira berrou – o que você pensa que está fazendo?! – Sakura sentiu vontade de se esconder, murmurando “‘você’, não, Ino. É a diretora” – Vai destruí-la! – Tsunade recuou um pouco, extremamente ofendida.

E Sakura bateu a mão na testa, querendo chorar.

– Cadê o seu respeito? Deve ter perdido no começo do ano porque você, por acaso, não é aquela com milhares de detenções “milagrosamente” anuladas?! Yamanaka Ino, heh – a menina arrepiou – Posso fazê-las reaparecer em um plim! Uma. Por. Uma. – e, finalmente, a Yamanaka engoliu em seco, escondendo-se atrás de Sakura, que soltou um sorriso amarelado.

– Er... posso ir com a senhora arrumá-la, velha peit... – a Haruno espremeu o estômago da amiga em um cutucão, fazendo-a praticamente vomitar: – urgh, Tsunade-sama?

Tsunade sorriu, satisfeita, e finalmente colocou a bolsa pendurada no ombro.

– Claro, claro – disse, dando as costas. – A Sakura já ficou linda naquele vestido, de qualquer jeito. – Sasuke subiu o olhar – A maquiagem é o de menos. Se vocês estragarem, ninguém vai dar muita importância. Vamos, não demorem.

Ino soltou um longo suspiro, saindo de trás de Sakura, que suspirou com ela. Hinata se aproximou das duas, segurando alguns papéis.

– Então... – começou, sorridente.

– Desculpe, Hinata – Sakura coçou a cabeça, um tanto envergonhada. – Eu realmente pensei que fossemos nos arrumar juntas. Mas a Tsuna...

– O quê? – a Hyuuga interrompeu – Não, não! Isso é o de menos. Nós três ainda vamos ao mesmo salão, não vamos? Posso sair de lá com vocês duas. Eu levo meu vestido em uma mochila e terminamos de nos arrumar na sua casa, com a diretora-sama. – Sorriu ela, alegremente. Sakura só teve tempo de piscar – Dizem que é ela quem faz as maquiagens do clube de Teatro em Inglês. Vivem elogiando as peças, as montagens e o estilo dos personagens. Dizem que ela é muito boa.

Sakura sorriu de orelha a orelha.

– Obrigada, Hinata. – disse. Era incrível como ela conseguia confortá-la. E a morena, abrindo um sorrisinho malicioso de repente, puxou as duas para um canto, como se fosse uma sombra sobre elas.

Não era disto que eu estava falando – sussurrou ela, em uma voz macabra. Sakura pediu aos céus para nunca ter nascido. Ino chegava mais perto para ouvir e logo se tocou, continuando:

– A Hinata tem razão – gritou – O que rolou entre você e o bonitão no sábado? – ela espremeu as bochechas de Sakura, segurando seu rosto pelo queixo e apontando seu nariz para Sasuke, que catava algumas caixas de papelão do chão enquanto conversava com Kiba. O charme Uchiha de sempre fez o coração cor-de-rosa acelerar.

Sakura piscou algumas vezes, até que sorriu, empurrando a mão da amiga, completamente corada ao se lembrar.

– Depois eu conto.

Ino fez de louca, com um riso irônico e histérico:

– Aqui não tem essa, não! Vamos, queremos informações. Eu e a Hinata, a Hinata e eu – a Hyuuga soltou um riso, concordando, graciosa – Desembucha, testuda: vocês conversaram?

Sakura rodou os olhos, sapeca.

– Digamos que sim.

Ino ficou séria e a segurou pelos ombros.

– Fale. Direito – disse, devagar – Esse olhar... – murmurou, continuando. E arregalou os olhos – OH MEU DEUS! – berrou a Yamanaka, finalmente.

– Shh – Sakura olhou em volta, colocando o dedo indicador sobre a boca, segurando o riso. Ino era completamente louca – Sh, Ino, shh!

– VOCÊS D... – e a Haruno não teve outra escolha se não tampar a boca dela.

– Cale a boca...! – grunhiu, fingindo sorrir para quem olhava para elas sem entender. Hinata fazia o mesmo enquanto empurrava as amigas para um lugar mais reservado – o corredor.

– Conte, conte – disse a Hyuuga, assim que pararam, agarrando as mãos de Sakura.

Paradas ali, as três ignoraram completamente o fato de terem que correr para encontrar Tsunade. “Prioridades, prioridades”. Ino considerou as mãos de Sakura presas um ato de cumplicidade com a Hyuuga e, sem tempo para respirar, continuou:

–... DERAM UM PEGA! – a Haruno deu um pulo, corando completamente.

– Quer pelo amor de Deus CALAR A BOCA? – ela rosnou.

– Conte logo!

– Tá – Sakura sorriu de repente. Tirou a franja do rosto e prendeu atrás da orelha – Bom, nós... ‘conversamos’. Quer dizer, quando eu fui pegar o relatório das chapas... – ela deu uma pausa, olhando fixamente para as amigas – Sabem? – Elas assentiram – Então. Quando fui pegar, na minha sala, ele estava lá.

Hinata não pôde segurar a mandíbula. Ino fez de irritantemente confusa.

– AHN? Ele estava lá?!

– O que raios ele estava fazendo lá?

– Shh, pois é, pois é – Sakura balançou as mãos, como se novamente pedisse silêncio. – Eu não sei. Acontece que a conversa tomou um rumo estranho e eu que tive que explicar o que fazia ali.

Hinata e Ino trocaram um olhar.

– Tudo bem, tudo bem – Hinata balançou a mão – vá direto ao assunto.

– Bom – Sakura não enrolou para contar – eu falei para ele tudo aquilo que eu queria falar. E ele ouviu. Pediu desculpas – Sakura deu uma pausa, tanto na fala quanto nos gestos. Ino e Hinata não piscavam – Quer dizer, mais ou menos. Ainda não sei se vou perdoa-lo... – ela fez um drama, risonha. – Ele só... disse que me ama – elas finalmente piscaram, boquiabertas. – E, depois... – ela rodou os olhos, radiante – ele me beijou. E nos beijamos. E de novo, e de novo.

Ino e Hinata trocaram outro olhar e, de repente, estavam gritando.

Histericamente.

– AH, SAKURA, EU NÃO ACREDITO. OH MEU DEUS, QUE LINDO, EU NÃO SEI O QUE DIZER. AH, JESUS, PARABÉNS!

– Ei, não estamos namorando – Sakura interferiu – não sei nem o que ‘estamos’ ainda... – murmurou, em um lamento.

– Como assim? Vocês não se resolveram? – Ino indagou.

– Sim – a rosada respondeu, cabisbaixa.

– Então!

– Sakura-chan – Hinata começou – vocês ainda não se falaram desde então?

A presidente subiu os olhos e piscou algumas vezes.

– Sim – corou – ele me ligou... no domingo.

Tanto a Yamanaka quanto a Hyuuga pareceram perder o ar dos pulmões. De repente estavam gritando histéricas novamente.

– O que ele disse, o que você disse? – perguntavam.

– Nós conversamos – Sakura sorria, encabulada – Eram umas dez da noite. Ele perguntou o que eu estava fazendo e disse o que estava fazendo. Eu estava finalizando a lista de convidados do baile e falei sobre o Conselho e o...

– Putz, Sakura. Nem o coitado do Sasuke escapa dessa chatice? – Ino balançou a cabeça negativamente.

– Como? – a Haruno questionou.

– Podia reservar uns assuntos melhores. – A franja loira voou quando ela moveu o corpo para trás – Pelo menos ele fingiu que estava prestando atenção, que nem a gente?

– Sim, Ino – Sakura suspirou pesadamente.

– E aí? – Hinata voltou ao assunto; os olhos brilhando.

– Bom, ele estava terminando umas coisas na hora. Um trabalho de Geometria – a Haruno voltou a sorrir – E, na hora de desligar...

– Por quanto tempo vocês se falaram?

– Meia hora – ela respondeu rápido – E, na hora de desligar – prosseguiu – eu meio que...

– Ei, Sak – Kiba apareceu de repente, deitando a cabeça de lado – a Tsunade está chamando vocês. Disse que... – ele deu uma pausa para ouvi-la – “se vocês não vierem logo, vão ficar aí”.

Sakura sorriu alegremente.

– Obrigada. Vamos logo – e segurou na mão das meninas, puxando as duas para dentro. Ele estava lá dentro. Pegaram as bolsas. “Sem contato visual”, era tudo que ela pensava. “Sem contato visual. Sem contato vis...” e os olhos dos dois se encontraram.

Sakura, meio sem saber o que fazer, sorriu.

Seu sorriso transbordava ternura e carinho. Sasuke olhou para Shikamaru, que o ajudava com as fileiras de caixas, e foi como se pedisse licença.

Ele caminhou até ela, deixando as coisas que segurava no chão, e só quando chegou bem perto, depois de Sakura ter desviado o olhar umas duas vezes, tentando parecer menos tímida, foi que ele sorriu de canto, confortando-a de um modo que só ela saberia explicar.

– Já está indo embora? – perguntou, em sua voz serena.

Sakura sentiu um arrepio dominá-la.

– Sim. Você não? – ela gaguejou um pouco e aquilo fez o Uchiha sorrir mais ainda e inclinar-se para beijar sua bochecha. Ela parecia nervosa.

– Sim. – Respondeu – Só vou terminar de juntar essa sujeira.

– Eu posso te ajudar – ela, meio por reflexo, como se falasse com uma das meninas, segurou a mão dele e a apertou, chegando mais perto. Depois de notar o que fizera, pôde jurar que viu Sasuke corar de leve, surpreso.

– Não, Sakura, você não pode – ele murmurou, já relaxado, puxando-a mais para perto ainda, de modo que seu nariz arrebitado foi parar no pano do moletom que cobria o topo do ombro dele. Foi a vez dela corar. O Uchiha entrelaçou os dedos longos nos dela e sussurrou em seu ouvido: – Tsunade está te esperando.

Ela ficou quente como se estivesse com febre.

– É. Tenho que ir, então. Senão ela me deixa aqui – Sakura se afastou, completamente vermelha, rindo sem graça. Sasuke sorria de canto, sem se importar. Ela era perfeita – Até mais. Hm, obrigada... pela ajuda.

– Por que tudo isso? – ele murmurou, disfarçadamente risonho, chegando perto dela outra vez, mas sem encará-la – Vamos nos ver de novo daqui a pouco.

Ela piscou algumas vezes.

– Oh, sim – começou, envergonhada – é que eu pensei que você não viesse.

– Tsunade me colocou na recepção – os olhos de Sakura esbugalharam – É parte do castigo.

COMO É?”

– E, além disso – ele abaixou para catar alguns folhetos do chão – quero ver você nesse vestido. – Ela quase engasgou, correndo para se despedir dos outros desesperadamente enquanto tanto Tsunade quanto as meninas gritavam por ela (com direito a buzinas) de dentro do carro e se faziam ouvir do outro lado do estacionamento. E enquanto Sasuke não a encarava.

Depois de dar beijinhos em todos, dizer ‘até mais’ e fingir uma alegria que ela tinha de sobra dentro de si, ela voltou para perto de Sasuke, mais decidida do que nunca:

– Vai se arrepender – disse, desafiadora. Ele sorriu, bufando um riso baixo.

E por mais que ela quisesse um beijo, e por mais que ele soubesse disso e quisesse beijá-la, não houve beijo. Ela saiu correndo em direção ao carro.

Mas tudo soava resolvido até demais. Antes de sair, Sakura virou novamente. E notou que ela ainda a observava. Os dois seguravam o riso, trocavam sorrisos, trocavam murmúrios. Achavam graça.

Era patético.

Quando estavam juntos, os dois eram patéticos.

Ele babava nela como um pateta e ela parecia uma criança de cinco, seis anos, com problemas para assimilar informações. Não era assim, não deveria ser. A verdade é que não sabiam o que fazer. Era tudo novo e maravilhoso e nenhum dos dois sabia o que fazer para não estragar. O que não era problema quando estavam sozinhos. O problema de um era não deixar o outro desconfortável.

“Precisamos de um acordo”, ela pensou.

“Realmente, precisamos”, ele pensou de volta.



– Vou tomar meu banho, então. Agora, vocês, que já estão prontas, cuidem do cabelo da Sakura. – Ordenou Tsunade, entrando no banheiro, sem olhar para trás.

– Certo – Hinata prolongou o ‘e’, exatamente como Naruto fazia.

– Vamos prender um coque – Ino estalou os dedos.

– Solto vai ficar bem mais bonito – a Hyuuga tocou as mechas cor-de-rosa. Ino deu um peteleco em sua mão.

– Ficou louca? – indagou – É uma coisa chique!

Sakura ergueu a cabeça, fazendo de desentendida, tentando olhar para Ino e desviar o olhar de seu reflexo no espelho enorme da sala.

– Tem que parecer que ela teve trabalho para se arrumar. Todo mundo sabe que o cabelo dela é bom. Se pentear já vai ficar bonito. Pentear o cabelo, ela que penteie para ir na sorveteria ou coisa parecida – ‘tsc, tsc’, ela fez, pronta para finalizar: – Cabelo solto não dá.

– Tudo bem, tudo bem – a Hyuuga ergueu as mãos, como se, por um momento, se rendesse – Mas eu não sei fazer coque.

– Por isso eu estou aqui, não é? – Ino balançou a cabeça negativamente.

Sakura e Hinata trocaram um olhar risonho.

– Pega daqui, puxa dali, um grampinho aqui, um ali... – o coque ia se desvendando com o passar do tempo – Hinata, segura ali para mim? Isso. Tá, agora pode soltar. Me dá aqui. Pronto.

– Esperem – Tsunade gritou, saindo do banheiro – vou colocar uma calcinha e já arrumo sua maquiagem, Sakura!

Ino não pode evitar reparar no corpo dela. “Puro silicone”, sussurrou.

– Eu quero ver – Sakura resmungou.

– Dá pra ver quando ela está de biquíni, Sakura. Mas, como eu disse, é puro silicone – Ino deu de ombros.

– Estou falando do meu cabelo – a Haruno bateu a mão na testa.

– Ah – a loira riu, sem graça. Hinata não se conteve e riu alto.

– Tudo bem, vamos lá – Tsunade apareceu de repente, desfilando de roupão, com duas malas imensas cheias de produtos de maquiagem. Sakura, Hinata e Ino arregalaram os olhos. – Lembre-se, Sakura: você vai estar representando o colégio. Você e eu. Dê o seu melhor.

A diretora pegou o que ia usar e deu um chute nas malas, que foram parar do outro lado da sala. A cada segundo os olhos das estudantes se arregalavam mais.

– Lembre-se: seja gentil, educada, não pare de sorrir. E controle seus amigos – ela lançou um olhar indiscreto para Ino, que abusou de uma expressão indignada – Todos. Caso eles consigam se controlar, um trabalho a menos.

Sakura suspirou.

– Meu trabalho – Tsunade prosseguiu – será manter suas engrenagens funcionando. É só uma noite, mas pode ser lembrada para sempre se alguma coisa der errado.

Nessas horas Sakura se lembrava do por quê de Tsunade ser a diretora.

Era a mulher mais sábia que ela já conhecera. Apesar de não parecer às vezes, tudo o que ela fazia tinha um por quê.

– Você fará um bom trabalho – a diretora, agora, parecia falar sem querer ser ouvida – Confio plenamente em você, você sabe. Em relação a tudo. É mais madura que muitas mulheres.

A Haruno sorriu.

– Obrigada – sussurrou.

– Estou falando a verdade – foi só o que ela respondeu. Ino e Hinata fofocavam sobre algo. Sakura anotou mentalmente: “Lembrar de perguntar a elas sobre o que estavam fofocando”. – Voilá!

As maritacas esticaram o pescoço para ver, animadas.

– Meu. Deus. – Hinata foi dizendo e esboçando um sorriso maravilhado a cada palavra. Elas se levantaram e foram até Sakura, que estava de costas para o espelho, preocupada.

– Não ficou muito forte?

– Ficou bem discreta, Sakura – Ino assegurou.

– Eu quero ver... – choramingou a rosada. E as outras três viraram sua cadeira em direção ao espelho.


Sakura encarou seu reflexo por instantes.

– Definitivamente – Ino sorriu, dizendo – o cãozinho Sasuke-kun vai ficar com o rabinho entre as pernas.


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Notas finais do capítulo

Sem nada para fazer?
Procurando uma história de ação?
http://fanfiction.com.br/historia/266310/The_Hunger_Games
Dá uma olhadinha :3
Até o próximo capítulo *-* ♥♥



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