Bella POV

Fechei os olhos. A respiração gelada ficou mais rápida.

– Bu!! - Rose me empurrou.

– Porra, Rose... Qual seu problema? - esbravejei juntando a lanterna que havia derrubado no chão.

Ela riu.

– Patricinhas não falam palavrão, Senhorita EstouApaixonada...

Bufei, subindo as escadas com a chave do porão na mão, na intenção de trancar ela lá dentro.

~~x~~

ElenaPOV

– Stefan? - chamei balançando seu ombro.

– Hun? - perguntou meio dormindo.

– Damon já chegou?

– Ainda não. - falou de forma arrastada.

– Tem certeza que ele gosta da Isa? Quer dizer... Não que eu goste dela, mas ele está indo longe demais se ela for só um brinquedo.

– De um voto de confiança no meu irmão... Ele nunca confessa seus... - um bocejo - sentimentos, Elena.

Logo ele voltou a dormir e eu não quis acorda-lo. Me aconcheguei novamente nas cobertas. Esse é o problema. É isso que me encomoda. Se ele nunca confessa porque confessou agora?

Uma porta fora aberta no andar de baixo e pude ouvir passos subindo as escadas. Obvio que era somente Damon andando para o quarto... O que me chamou atenção é que a porta que fora aberta no corredor não parecia longe o suficiente para ser de Damon.

Me levantei sorrateira, tentando não acoradar Stefan. Fui até o corredor e percebi que a porta do quarto de Damon estava entreaberta, e a porta do "meu quarto" estava escancarada.

Sim, eu dormia aqui de vez em quando. Tá, não era meu quarto, até porque eu dormia no quarto de Stefan; mas tinha algumas coisas minhas lá dentro.

Olhei no meu quarto. Tudo normal. Então segui para o de Damon.

Entrei e parei na soleira da porta. Katherine me olhou atravez do espelho. Ela escovava os cabelos ondulados; agora, até suas costas.

– Elena... - Ela sorriu; me encarando, ainda sem se virar.

– Kath, o que faz aqui?

– Oh, quanta hostilidade. - Quem essa irônia toda me lembrava mesmo? - Eu esperava um "Katherine, há quanto tempo. Vamos fofocar e colocar as coisas em dia". Mas não... Eu só recebo um "O que faz aqui?".

Bufei. No segundo seguinte ela estava a centimetros de mim, roçando as pontas das unhas no meu pescoço; e traçando uma linha do que julguei ser por cima de uma artéria.

– De um recado meu a Damon? - Fiquei parada e ela sorriu meiga. - "O jogo recém começou".

– Porque não diz para ele? E o que isso significa? Qual jogo?

– Estarei ocupada. E ele saberá qual jogo. Apenas de meu recado.

Um vento gelado me atingiu e a janela fora aberta no mesmo momento em que Kath não estava mais lá. Merda! Em que Damon se meteu dessa vez?

~~x~~

Damon POV

Entrei em casa e subi as escadas. Elena estava fechando a porta do meu quarto.

– O que fazia lá dentro?

Ela deu um pulo e se virou rapidamente. Cruzei os braços sobre o peito e estreitei os olhos, sorrindo irônico.

– Katherine apareceu. Ela disse "O jogo recém começou". Sabe o que isso significa?

– Sei... - Suspirei, a encarando sério.

– E pode me contar?

– Não. - sorri de novo.

Ela bufou e foi até o quarto de Stefan. Antes de girar a maçaneta me olhou por sobre o ombro.

– Posso lhe fazer uma pergunta?

– O que foi?

– Isa significa realmente algo para você ou é só mais uma daquelas que você usa para conseguir sangue quente?

– Significa algo para mim. É tão difícil acreditar nisso? Agora vá dormir, Leninha. - Revirei os olhos e ela mordeu o lábio, assentindo e entrando no quarto; fechando a porta em seguida.

Entrei no meu quarto. Isa tem que aceitar sair comigo amanhã. Conto com isso. De que outra forma meu plano irá se realizar?

Eu me aproximo dela usando romantismo, já que patricinhas adoram isso. Então lhe hipnotizo para que fique longe de Katherine. Se ela tentar alguma coisa dou Verbena para Isa, o suficiente apenas por 12 horas. Fico com ela até esse tempo acabar e eu venço. O plano perfeito; porém um pouco difícil de ser executado. Eu não gosto mesmo das coisas fáceis, e também eu nunca disse que era impossível executa-lo...

Eu disse a Elena que Isa significava algo para mim... Bom, não era mentira. Mas a definição para Isa de "significar algo" era bem diferente para nós. A dela era: "algo importante que você faria qualquer coisa para salvar". A minha era: "Sangue quente, sangue quente, sangue doce e sangue quente."

E que está no meio de dois vampiros sanguinários que matariam qualquer um que entrasse na frente só para beber seu sangue. Pois é... O problema é que mesmo eu disposto a mata-la e vice versa... Só nos cansariamos.

~~x~~

Domingo - 08:29

StefanPOV

Abri os olhos e percebi duas coisas:

1-Minha porta estava entreaberta.

2-Elena não estava na cama...

Só então me lembrei que era domingo e relaxei um pouco. Troquei de roupa afim de passear por ai até a hora do almoço.

Desci as escadas e a encontrei dormindo no sofá. Estranho... Aos domingos, nessa hora, ela devia estar saindo.

– Eleninha? - sacudi de leve seu ombro e beijei sua face. - Lena?

– Hunn... - Ela se virou, tapando o rosto com o braço.

– Elena, está atrasada.

– Para o que? - murmurou.

– Elena é domingo. Você trabalha de bibliotecária. Lembra? Emprego temporário... Escolheu aos domingos para ganhar bônus no fim do mês... Anda, Elena... - A sacudi de novo. Ela que quis trabalhar. Eu poderia muito bem lhe comprar o que quisesse. Mas ela sempre vinha com aquela coisa ridícula de "merecer e conquistar". Respeito sua vontade... Mas querer fazer as coisas, tomar a iniciativa só para não levar adiante? - Elena!!

Elena abriu os olhos e me puxou pela gola da camiseta, fazendo com que eu caísse deitado em cima dela.

– Eu quero um bom dia decente... - Sorriu.

Estranhei seu pedido. Desde quando me pedia beijos quando estava atrasada? Ela revirou os olhos e me puxou pelos cabelos.

~~x~~

BellaPOV

Acordei meio tonta... Estava tremendo de frio. Rosalie entrou no meu quarto carergando uma tigela fumegando na mão direita.

– Como vai a doentinha?

– Doentinha? - Céus, minha voz rouca... Nunca fiquei com a voz rouca...

– Você está com 39,3 de febre, Izzye. E, realmente está quente hoje; enquanto você está enrolada em... quantas cobertas tem aí? cinco?

– Seis... - murmurei.

– É.... E lhe trouxe sopa. É de legumes, então deve ajudar...

Me sentei sentindo frio, muito frio. Peguei a tigela nas mãos e ela queimou as pontas dos mes dedos. Não importava. Era quente... Comi apressada e meu celular na cômoda tocou. Rose o estendeu para mim.

– É Damon...

– Hun?? - olhei o visor, eu não tinha o número dele. E marcava apenas 'número desconhecido'. - Como sabe? E como pode ser ele se...

– Trocamos telefones... Ele me deu o dele e eu decorei. E eu dei o seu... Romantico, não acha? - Ela sorriu.

– NÃO!! - Gritei, bufando em seguida. Recebi um gesto de mãos da Rose pedindo para eu atender e fiz um gesto mandando-a ir embora. Atendi. - Alô?

– Isa?

– Damon...

– Você está bem? Sua voz... - Ele não terminou de falar, e sua voz demonstrava preocupação.

– É, eu sei... Só estou com febre...

– Hãn... - Sua voz denunciava seu desapontamento.

– O que foi?

– Eu ia convida-la para sair...

– Ah! - exclamei sobressaltada. Droga!! Tinha que ficar doente justo hoje?

– Se importa d'eu ir aí?

– Hãn... - eu não queria que ele me visse assim, mas eu queria sua comphanhia. Isso, iria mostrar que mesmo doente eu poderia ser meiga, legal e...

– Isa?

– Ah,claro. Sem problema nenhum.

– Chego em dez minutos, então.

– Certo.

– Beijos, Izzye.

Ele desligou e eu fiquei encarando o nada com uma cara de paisagem. Ele me mandou beijos e me chamou de Izzye? Ora pois... Será bem mais fácil do que imaginei...

Suspirei afundando na cama e o celular caiu no chão. Praguejei baixinho, mas não fiz questão de junta-lo. Então olhei em volta. Meu quarto... Ele não era mais rosa. Merda!!

– ROSE!! - Esperei em silencio. nada. - ROSALIE!! - Nada de novo. Ok, de novo? - ROSALIE HALE!!!!

Nem chamando pelo nome completo - sim, ela não era uma Cullen mais; nem para mim nem para Emmett - ela veio. Ótimo, ela saiu. E Emm também.

A campainha fora tocada. Já passaram dez minutos? E agora? O que eu vou fazer? Me levantei sentindo o frio... Claro, com seis cobertas eu sentia frio, com aquela camisola então...

Desci enrolada em uma coberta e espalhei algumas coisas na mesinha de centro da sala, como se eu tivesse levantado dali. Fui até a porta e ele sorria.

– Oi.

– Oi.. - sorri também.

Uma rosa em vermelho escuro roçou na minha face. Olhei para baixo, ele segurava um ramo de flores em vermelho escuro, branco e rosa.

– Espero que goste de rosas...

"Fui até lá, percebendo uma caixinha em cima da mesa."

"Desfiz o lacinho rosa. A caixa era branca e eu ergui a tampa rosa escuro. Dentro haviam flores. Algumas rosas, outras brancas, e junto um cartão mesclado com as duas cores."

"– A assinatura!! - Apontei para o cantinho do papel, que continha um pequeno e singelo "s" com as letras seguintes borradas."

Flores, rosas, brancas, S; flores, rosas, brancas, S; Fl...

– Izzye?

– Hã,o que?

Ele ergueu a sobrancelha, como se estivesse me analisandopara ver se estou louca.

– Está bem?

– Perfeita... Melhor que nunc... Quer dizer... - soltei uma risada fraca. Olhei para cima e ele estreitou os olhos.

Ótimo plano, Isabella...

Peguei o 'buque' de suas mãos e sorri, como se eu não tivesse dito nada. Observei e junto havia um cartão, pendendo para o lado esquerdo. Era perolado.

"Rosas para a mais bela rosa" era o que estava impresso.

– Hãn, não fui eu que escrevi, mas dentre as frases que tinham achei que essa combinava melhor.

Ele sorriu de canto. Uh, tipo... Alguém me empresta o pente para eu não desmaiar descabelada? O que não duvido que esse seja o estado mesmo do meu cabelo.

– Obrigada... - Sorri e me virei, indo em direção a sala. Ele me seguiu e e me aconcheguei novamente no sofá.

– Você parece cansada...

– Ah, é... Eu... Dormi umas doze horas mas... - Para!! Isso é coisa que se confesse??

Se eu discutir com minha conciencia serei tachada de maluca? Por favor, não respondam...

O sofá afundou quando ele se sentou ao meu lado e me puxou, deitando-me nas suas pernas. Alguém, por favor me empresta um espelho? Quero conferir para saber se estou apenas corada de leve ou vermelha como uma pimenta... Hun... Pimenta... ardência... queimadura... fogo... gelo... Edward!!

– Merda!! Saia da minha mente!! - Esbravejei.

– O que?

O encarei assustada.

– Falei muito alto? - me encolhi e puxei a coberta até meu queixo.

– Só o suficiente para eu ouvir... O que lhe atormenta?

– Hãn...

– Está tudo bem... - Ele me encarou nos olhos. - Pode me contar. O que a atormenta?

– O que está fazendo? - perguntei quando ele arregalou um poucos os olhos.

~~x~~

DamonPOV

Ah, perfeito. Essa garota faz o que? Tempera a comida com verbena?

– Nada... Só, curioso...

Ela suspirou; comecei a passar as mãos pelo seu cabelo... Céus, se eu beber seu sangue aqui...? Está muito fácil... Os vampiros gélidos não estão, Kath está longe...

Mas, droga!! A loirinha tinha sua voz no fundo da ligação que fiz antes, o que significa que ela ouviu. Então ela sabe e vai suspeitar de mim... E eu não sei do que esta espécie é capaz...

– Uma antiga desilusão amorosa.. - falou por fim. Reprimi a careta. O que deveria fazer agora?

– Sinto muito...

– Não sinta. - Ela sorriu e fechou os olhos.

– Se você não estivesse doente, gostaria de sair comigo? - Ela ascentiu, ainda de olhos fechados.

Esperei um pouco e sua respiração ficou mais calma. Ela dormiu. Tentei ouvir em volta e respirei fudo. Não havia ninguém.. Bom, se eu ficar com ela nessa casa mesmo podendo estar em outro lugar seria realmente romantico... Mas eu tinha planos pra esta tarde,então mordi meu pulso e deixei que o sangue escorresse por seus lábios entreabertos.

Ela engoliu uma boa parte, e a outra manchou seu rosto. Limpei com a manga no casaco, que alías foi Stefan que comprou...

"- Eu não vou usar isso!!

– Damon...

– Sem chances... Elena, isso é ridículo...

– Talvez seja para alguém que só usa couro.

Bufei.

– Que tal esse?

– Cafona, mas é mais aceitavel que o da Elena.

– E está na moda... - Elena complementou. Bufei de novo.

– Ótimo, vai esse. Irmãozinho, tem em preto?

– Damon, vai o branco. Ficaria estranho para seu romantismo você usar esse tipo de tecido preto. - Elena apontou o indicador para mim.

– Tire este dedo da minha cara caso queira continuar com ele grudado na mão... - praticamente rosnei.

Ela arregalou os olhos e deixou a mão cair de lado.

– Damon! - Stefan me repreendeu.

– O que? - dei de ombros. - Ótimo, vamos pagar log pois quero sair dessa tortura chamada shopping.

Arranquei o casaco de sua mão fazendo pouco caso, ignorando a expressão chocada de Elena e a de irritação de Stefan."

Observei a mancha escarlate na barra da manga. É... Dobrei a, como Elena chamou? Bainha? ah, tanto faz. Dobrei a ponta para dentro, escondendo a manchinha. Se fosse o sangue doce dela... Ah...

Isa tossiu. Em seguida sua respiração parecia mais facilitada.

É, algo me diz que ela vai sair comigo hoje!!