Caos escrita por Ann Grigori


Capítulo 5
Capítulo 5- Inesperado


Notas iniciais do capítulo

Sei que demorei, mas queria fazer um capítulo bastante emocionante xD Boa leitura!



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(Callie)

Droga. Cheguei em meu dormitório batendo a porta com tanto ódio e chorando muito.

Meu Deus, por que eu fiz aquilo? Por que eu explodi com ele daquele jeito? Por que eu defendi o Josh como se ele fosse especial?

Simples: Porque eu cansei de ser tratada como um nada, porque meu amor já não cabe mais dentro do meu peito, e eu precisava gritar pra ele, e pra quem mais quisesse escutar, precisava fazer isso, porquê Cam Briel virou o meu mundo, virou uma necessidade, ele é mais que um idiota, eu sei que bem no fundo, bem no fundo mesmo, o coração dele deve bater, e ele deve ter sentimentos.

Ok, mas isso não justifica eu ter jogado meus sapatos e eu própria em cima dele, acho que aí foi exagero mesmo, mas quem não acha o amor um exagero por si só?!

Passei em frente ao espelho e enxerguei uma vadia no meu lugar, me sentia suja e ferida. Precisava de um banho, precisava me desfazer daquelas roupas "a lá Virgínia" se pelo menos eu tivesse minha amiga aqui comigo saberia o que fazer, pelo menos choraria em seu colo, e não em meu travesseiro.

Vesti meu pijama e fiquei olhando pela janela, pensando em meus atos, em Luce, em Cam, em mim mesma. Até que escutei uma leve batida na porta, exitei e não quis abrir, continuaram batendo e eu ignorei, senti medo, mas meu orgulho falara mais alto, dei de costas a porta e continuei olhando as estrelas, percebi que tinham passado um bilhete por baixo da porta, esperei a pessoa sair do outro lado para pegar o tal bilhete, pensava que era ele me convidando para um passeio noturno, bem no fundo eu queria isso, mas não...

Era um bilhete de Tory Finnes! Oque essa vaca queria comigo? O bilhete dizia o seguinte:

"Precisamos conversar, eu entendo a sua dor amiga, por favor venha aqui no refeitório daqui a 15 min."

Vaca! com certeza o assunto era o Cam, mas eu realmente estava afim de ir escutar tudo que ela tinha a dizer, tudo mesmo, quem sabe assim eu não conseguiria ficar com ódio dele, ou pelo menos tentar ficar.

Andei apressadamente pelo corredor, no final de semana não tem monitoramento na Dover, por isso hoje o Cam fez aquela confusão e não foi detido.

Chegando lá, avistei ela sentada em uma das mesas tomando um capuccino, fui logo me aproximando e sentei na mesma mesa sem dizer nada, e ela olha pra mim e começa:

– Obrigada por ter vindo, sinceramente eu não tinha muita fé nis...

– Tory me diz logo o assunto, estou morrendo de sono. Disse de uma vez.

–Então Callie, eu queria te dizer, algumas coisas sobre o Cam, acho que você merece saber a verdade por trás daquele rostinho bonito.

–Pode dizer, estou te escutando. Disse seriamente e focada olhando bem em seus olhos.

–Callie, nossa ele me prometeu amor verdadeiro, ele até deixou de se encontrar com Virgínia, achei que fosse pra valer, me entreguei pra ele como nunca tivera me entregado antes, a gente transou hoje a tarde loucamente, mas com muito amor, e depois ele me disse que eu não era nada, que ele não me amava, só queria se divertir, e ...

– Ok, era só isso que tinha pra me dizer?

– Callie, ele não presta, melhor você deixá-lo ou ele fará o mesmo com você.

– É Tory, primeiro que, eu não sou sua amiga, segundo você está usando a tática de "eliminar" a concorrência, e terceiro o que eu faço ou deixo de fazer é problema meu, e se você continuar mandando bilhetes, ou querendo falar sobre esse assunto comigo, sinto muito mas irei deixar minha educação de lado e irei cravar minhas unhas no seu rosto.

Saí com lágrimas em meus olhos e pude ver que ela ficou me "matando" mentalmente, não me importava, continuei andando quando algo me puxa para dentro do armário de limpezas em geral, quando acendem a única luz que havia naquele local, uma garota com um estilo bem punk mesmo, estava me olhando.

–Callie, me perdoa.

– Ariane?

– Sim, queria te pedir perdão por duas coisas, por te puxar pra dentro desse lugar empoeirado e o ter permitido que o idiota número 1 da listas dos idiotas viesse parar aqui.

–Cam?

–Claro né, dã, não se faça de desentendida eu sei que você está caidinha por ele, mas antes de tudo queria te contar uma breve história, é rápido e além disso sua amiga cabeça de vento está causando muita confusão e estamos todos a sua procura...

Ok, deixa eu te contar como foi a última vez que ele se apaixonou e no que deu. E então ela me contou a história, seriamente, em cada detalhe, e eu pude perceber que minha teoria sobre ele ter sentimentos estava certa.

- Ariane, eu não...

–Normal, a gente nunca sabe o que esperar de alguém que não é "humano". Ela fez uma careta engraçada.

– Ariane, e sobre Luce você sabe se ela está bem?

– Huummm, diria se eu soubesse, ela tem um gênio muito forte, e o Daniel já está cuidando disso, só que a preocupação é realmente grande, mas eu não podia deixar você desavisada sobre uma coisa: Ele é perigoso, Callie por favor não seja que nem a sua amiga, você tem escolha e não escolha esse caminho, saia antes que não dê pra voltar.

– Tarde demais, me apaixonei. Disse com várias lágrimas em meu olho.

–J á avisei, agora eu tenho que ir realmente, e não chore por ele, chore por Luce, ou por alguém que valha a pena, ele é um condenado.e então ela me deu um abraço quente e confortante

Levei-a até os fundos da escola, suas asas se abriram e eu levei um susto, às vezes eu esquecia disso, ela me olhou pela última vez até começar a sair do chão e bater as suas asas.

Antes que eu voltasse a meu dormitório, resolvi voltar a refeitório ver algo na cozinha, tinha um iogurte dando sopa por lá, resolvi ficar apreciando aquele doce em minha boca, ficar pensando um pouco no leite, na quantidade que havia e pensar um pouco em coisas normais, apenas ser normal, como eu era antes de entrar naquele avião, naquele dia.

Depois que eu terminei, escutei alguém atrás de mim:

–Você está com bigode de iogurte.

–Ob-brigada por avisar, Cam. Ele tocou sua mão na minha, fazendo eu me virar pra ele, não senti ódio naquele momento, ele simplesmente chegou perto da minha boca e eu já estava ofegante, quando ele limpa o resto de iogurte, olha pra mim e diz:

– Agora você está limpa e perfeita, como sempre. Na hora eu me derreti e ele apenas olhava pra mim esperando que eu dissesse algo, mas eu não conseguia sequer me mover.

–Sinto muito pelo seu amigo, hoje eu apenas me exaltei, não quero que você fique mal falada, você é amiga da Luce, quero apenas o seu bem.

–Cam, me desculpe por ter te agredido.

–Não, tudo bem... Ele quase deu um sorriso, mas não o fez e continuou: - Sobre as meninas, é que é o meu jeito, e eu realmente não sabia que você gostava de mim...

–Arrh... esquece tudo que eu disse, acho que foi o momento, já passou. Eu disse blefando na cara de pau.

–Eu vou tocar um pouco de música, quer que eu traga meu violão aqui pra você escutar ou...?

–É melhor eu ir dormir, preciso pensar em umas coisas. 

–Entendo... Disse. Quando eu iria me virar de costas pra ele, ele fala uma coisa:

–Callie...

–Sim?

–Bom sonhos. E sorriu.

Eu apenas sorri que nem uma boba, e continuei a andar. Nossa como um sorriso e um jeito simpático transforma ódio em amor, mas mesmo assim, tudo que a Tory e a Ariane disseram ainda estavam contra, mas eu agora também sentia pena, ele iria se casar e por suas razões foi incompreendido...

Voltei ao quarto, com um sorriso de idiota estampado em meu rosto, lembrando dele, da hora que nossos corpos foram atirados um no outro, e de agora, do Cam sendo uma criatura meiga, atenciosa e simpática, será que ele teria mudado e eu não percebi?

Fui me deitar virada em direção à porta, quem sabe em qualquer hora, em qualquer momento ele poderia aparecer ali e dizer que me ama? Pelo menos em meus sonhos isso era possível, fechei meus olhos naquele instante.

(Cam)

Perfeito, ela caiu na armadilha, como toques tão graciosos e simples fazem qualquer uma se derreter, até mesmo uma coisinha ferida que nem ela estava naquele momento, pelo menos eu pensava assim.

Eu senti uma felicidade como nunca antes, era algo tão forte que eu nem sabia mais se era um poder, ou algo diabólico.

Esperei todos irem dormir ou fugirem de uma vez. Depois que a escola finalmente parou, eu sai dali, me sentia preso, e o que eu mais amo é a minha liberdade ninguém pode tirar minha liberdade.

Aquela noite estava muito quente, resolvi tirar a camisa e voar...

Voei em volta de todo o campus, já fazia tempo que minhas asas não batiam tão iridescentes e felizes, quando sem querer um monte de morcegos voam em minha direção, eu perdi o controle e bati minhas costas em uma janela, não chegou a doer, mas fez barulho...

–Cam? o que está fazendo voando em frente a minha janela?

–Callie...é um mal entendido, vieram uns morcegos e eu não esperava ai do nada, eu bati aqui sem querer...

–Hum... ok. Ela disse com rosto assustado, mas estava com muito sono pra se importar.

-Ok. Eu disse também.

Ela fechou a janela novamente, eu me escondi e pude ver quando ela se cobriu, e fechou os olhos em direção a janela, fiquei a observando, ela não fazia nenhum movimento apenas de que estava respirando.

Ridículo observar alguém dormir!! debochei da minha própria situação e voltei para o chão, peguei minha blusa, vesti e fiquei com os braços em torno da cabeça.

Fui para o quarto procurar o que beber, achei uma das minhas garrafas de blue label, resolvi abrir em comemoração a Callie está caindo no plano, aquela seria minha comemoração sozinha e silenciosa.














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Notas finais do capítulo

Vou demorar um pouquinho pra postar o próximo capítulo, quero fazer tudo com calma e não ser nenhum pouco influenciada, quero deixar a história totalmente em seu foco.