Caos escrita por Ann Grigori


Capítulo 18
Capítulo 17- Areia


Notas iniciais do capítulo

;-;



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(Callie)

Estava parada em frente ao espelho decidindo se ia ou não a festa, seria uma boa ideia um grupinho amontoado num quarto assistindo filmes? Talvez Liam sentasse ao meu lado e tocasse em minha mão... NÃO! Viajei nos pensamentos agora.

-Eu vou. Disse a mim mesma.

E então fiz duas tranças desgrenhadas e coloquei um moletom vermelho, um jeans e um tênis azul da cor do jeans, me olhei no espelho e achei despojado demais, voltei e vesti uma blusa verde escrito: Can u see me? Com uma marquinha de mostarda que fazia parte do desenho,  tirei porque ridiculamente me senti incomodada com o “Can”, resolvi então ficar.

Espero que já esteja pronta, estou te esperando aqui no lado de fora do seu dormitório.

De: Liam

Era o que aquela sms tinha mandando, então rapidamente vesti um vestido cinza e um cardigã azul céu, e nem sequer tirei o tênis e os cabelos continuaram em tranças desgrenhadas. Abri a porta e Liam sorriu, como sempre bem vestido e estiloso, com os cabelos penteados e com cheiro de loção pós barbear.

-Vim te buscar, fiquei meio que inseguro de que você não fosse... Ele disse olhando pra baixo.

-N-não eu já  estava indo, não precisava se incomodar.

-Callie eu tenho que te dizer algo. Ele dessa vez olhou sério em meus olhos

-O-oquê Liam?

-ÉÉ-é que eu menti...

-Mentiu sobre o quê? Disse um tom mais alto que o da nossa conversa.

-Não é uma festinha exatamente, é só você, eu e o pessoal do comitê.

-Então por que mentiu?

-Se eu dissesse a verdade você iria vim? Liam disse olhando para os meus pés.

(Cam)

Estava frio demais naquela noite, sentia falta de Callie, estava decidido que iria voltar, voltar para a Dover, para ela, com ou sem permissão dele. Precisava do seu calor humano de volta, precisava de toda aquela rotina de casal de volta.

(Callie)

-Talvez sim, talvez não... Liam apenas sorriu

-Ok, eu não iria. Confessei.

-Por que não? Callie, eu acho que ele não irá voltar. Liam respondeu calmamente colocando

-Eu sei, eu sei... Disse chorando baixinho tentando esconder meu rosto entre minhas mãos. –Mas é que eu ainda o amo tanto, mas não consigo tolerar esse caráter duvidoso dele. Abaixei-me sentando em frente à porta.

Liam sentou na minha frente e tirou minhas mãos do meu rosto.

-Não chora. Ele pediu enxugando minhas lágrimas com seu polegar.

E então levantei o rosto e senti seus lábios quentes e convidativos se aproximando... até que nos beijamos.

-PARA. Eu disse me afastando dele

-VOCÊ NÃO PODE SE PRENDER A ELE CALLIE, NÃO PODE, OLHA PRA MIM EU ESTOU BEM AQUI, DISPONIVEL PARA TE AMAR E TE RESPEITAR, POR FAVOR, CALLIE... POR... Liam disse me erguendo do chão e me encostando na parede.

-Por favor, não resista. E então ele me beijou novamente e desse vez não ousei lutar contra.

-Liam preciso falar com você. Disse uma voz ao nosso fundo.

-Err... Falo com você depois ok? Liam disse dando um beijo em meu rosto e saindo com sua irmã.

Voltei para meu quarto com os pensamentos mais confusos possíveis, e então adormeci pensando em toda aquela loucura.

-Noite rapaz! Disse um homem barbudo

-Boa noite Sr. Darwin. Disse o garoto todo manchado de graxa e com um pouco de feno e lama na sua camisa branca.

-Trabalhou naquela geringonça até tarde de novo Cam?

-Sim senhor.

-Queria que meus filhos tivessem tido a chance de ter ficado... sabe, eu gosto muito do nosso país mas eles ainda são meninos, Thomas e George. O homem barbudo ficou pensativo enquanto limpava um copo que já estava limpo.

-Inglaterra precisa deles Sr. Essa guerra não é fácil pra ninguém, fiquei porque fugi, sinceramente fiquei com muito medo, seus filhos são verdadeiros heróis. Cam disse de um modo sincero que fez o tal Sr. Darwin forçar um sorriso.

-Rapaz eu não te acho nenhum pouco medroso, ficou aqui e se responsabilizou em concertar o trem e ainda tentar mordernizá-lo.

-Modernizá-lo. Cam corrigiu rindo.

-Enfim, vai querer o de sempre?

-Não, hoje quero ficar sóbrio, me dê um chá gelado.

Então imediatamente Cam virou e viu uma daquelas mulheres que sempre “dançavam” pra ele, mas aquela era uma das mais bonitas que ele já tinha visto, sua roupa de cheia de saiotes e frou-frous de cor vermelho deixavam transparecer seu belo decote deixando a mostra uma imaginação erótica pra quem olhasse pra ela, seus cabelos compridos e loiros enrolados em cachinhos fazia uma belo contraste com seus olhos amarelados.

-Ei Darwim.

-Sim...?

-Qual é o nome daquela dançarina de can can ali?

-Agnes, ela não é desse tipo que você ta pensando Cam, é apenas uma cantora, minha sobrinha no caso, e eu agradeceria se você ficasse longe dela.

-Que sutil Darwin, muito sutil. Disse Cam pegando sua bebida e olhando a bela moça no palco pequenino tocando piano enquanto os outros caras babavam e Cam ouvia todos praticamente pensando a mesma coisa: “Que bela mulher”, “Simplesmente um estouro”.

Ela finalmente saiu do palco e sentou dois banquinhos de distância dele e então falou com tio

-Puxa vida, a clientela aqui é bem generosa!

-Agnes querida, você poderia usar uma roupa menos... atraente? Disse o tio que parecia enciumado para todos que olhavam a sobrinha.

-E perder meu dinheiro? Jamais, tio é apenas uma roupa, sou cantora e preciso sempre estar bem vestida, cantar no seu bar não é a minha perspectiva de vida, você sabe muito bem que quero ir pra Faculdade...

-Que absurdo! Agnes você tem que ser o que pode, não pense mais nisso!

-Os tempos já são outros e o senhor sabe muito bem disso! Disse a jovem firmemente.

-Concordo com ela Darwin.

-Prazer, sou Cam, Camerom Briel. Disse Cam esticando a mão para um aperto agradável.

-Sei quem é você, o desertor da pátria. Disse rudemente Agnes.

-Obrigado moça.

-Cam, deixa a garota. Alertou Darwin.

-Deixa ele falar tio, duvido muito que um cabeça oca como ele tenha algo bom a dizer, sei tudo sobre você Cameron, moço bonito cheio de más intenções com todo rabo de saia que passa por você.

-E acha que me criticando você é melhor? Você não me conhece.

-Então fale sobre você, prove que é um bom rapaz.

-Por que? Acha que só porque é uma moça encantadora vou fazer o que tu quiseres?

-Não quis dizer, não sou hipócrita!

-Olha, não fui pra guerra porque tenho as pernas tortas!

Agnes caiu na risada e disse: -Tu és um daqueles visionários não é?

-Não sei senhora. Cam sorriu

(...)

-Vejo que tu veio arrumado hoje, sem o feno e o mal cheiro. Agnes respondeu, com sua vestes de can can e um xale cobrindo seu decote.

-Vim porque queria saber se a vossa majestade aceitaria bailar um pouco comigo depois que terminar se expediente. Disse Cam fazendo uma reverencia e tirando seu chapéu de coco.

-Estás me cortejando Sr. Briel?

-Sei reconhecer uma dama de longe quando vejo uma.

-Está bem, daqui a pouco venho dançar contigo.

Cam ficou sentado em uma das mesas de fronte ao palco contemplando como todos os outros rapazes que estavam lá a bela jovem que tocava piano e tinha um sorriso encantador.

(...)

Os dois jovens estavam deitados sobre o feno, a garota agora trajando um vestido branco florido e os cabelos lisos e sem cachos, apenas ao natural, Cam estava novamente com a camisa branca, dessa vez limpa e com um sorriso no rosto.

-Agnes você é mais linda que todas as estrelas juntas.

-Cam, você é bobo. Disse a jovem virando para beijar o moço

O casal ficou olhando as estrelas como se fosse a coisa mais espetacular do mundo.

(...)

-ONDE ELA ESTÁ DARWIN? Disse Cam alterado e com o rosto cheio de lágrimas segurando o velho pelo colarinho: -ONDE AGNES ESTÁ?

-Mandei-a de volta pra casa Cam, você devia saber que depois que tirou a inocência dela os pais dela entrariam na história.

-Vou atrás dela, nem que seja a última coisa que eu faço. Disse Cam mais calmo, agora soltando o homem

(...)

Aqui descansa a jovem Agnes Dawrvin Petterson.

Uma filha exemplar, sonhadora e amada.

Com um impulso Callie acorda daquele sonho perturbador, o que foi que ela acabara de ver?

O que seria aquilo?

(Cam)

Depois de ter feito algumas alterações de memória em algumas pessoas na Dover voltaria a vê-la amanhã.


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Notas finais do capítulo