Are You Happy Now? escrita por Lily Jackson


Capítulo 2
Começo das Aulas


Notas iniciais do capítulo

Ta muito triste, gente. E desculpa a demora pra postar, não pretendo demorar sempre, muito assim, não, ta?



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POV Annabeth

-Para-para-paradise! Para-para-paradise!- gritou meu despertador. Enfiei a cabeça embaixo do travesseiro resmungando.

-Annie!! Desliga isso! – gritaram Matt e Bobby em uníssono.

Apertei mais um pouco o travesseiro sobre minha cabeça.

-ANNABETH CHASE DESLIGA LOGO ISSO QUE VOCÊ VAI ACORDAR OS VIZINHOS! – papai gritou.

Desliguei o celular. Mesmo morando á três dias nos Estados Unidos ainda não estou acostumada a morar em um apartamento. Pelo menos é no último andar, então temos...han...algumas coisinhas a mais. Por exemplo, uma piscina, um jardim, uma sauna e churrasqueira. O apartamento até é legal, apesar de ser um pouco pequeno. Tomei banho e me vesti para a escola. Na cozinha, Bobby e Matt comiam panquecas, Miranda, lia a Vogue, e papai estava na sala falando no celular.

-Bom dia, família.

Meu pai me olhou com uma cara de raiva, e botou o dedo indicador sobre a boca, indicando que deveria ficar quieta.

-Ele está estressadinho ou o que?

-Deixa ele, Annie. Está falando no telefone.

Sentei e peguei uma panqueca também. Assim que acabei Miranda disse:

-Vão crianças, escola. Vão.

-Não somos mais crianças, mãe! – disseram os gêmeos.

-Vocês entenderam, agora vão. Annabeth vai levar vocês. E boa aula.

Sai com os meninos do prédio e andamos dois quarteirões, quando chegamos á escola deles.

-Boa sorte, meninos.

-Boa sorte, Annie. – disseram em uníssono.

Continuei andando, por mais três quarteirões quando cheguei á minha escola. Blaake High School.  Entrei pela escola, todos me olhando de canto de olho, fazendo careta e rindo. Fui até a secretaria, pela janelinha da porta, vi que tinha um garoto lá dentro, lindo por sinal. Três garotas, do tipo patricinha, estavam na porta rindo. Quando fui passar por elas, a que claramente era a líder, botou o pé na minha frente e eu cai com tudo no chão. Teria batido a cabeça na porta de madeira, mas o garoto que tava lá dentro, por mera coencidencia, abriu a porta no mesmo instante, e eu bati a cabeça nos tênis dele. Ele riu muito e me ajudou a levantar.

-Tudo bem com você?

-Er, tudo. Sou muito desastrada, desculpe. – menti

-Então, ta. – ele deu um sorrisinho de lado e saiu com a garota que tinha me feito tropeçar, e as outras garotas seguindo-os.

Peguei meus horários e o número do meu armário. Fui guardar minhas coisas e a garota estava lá de novo. Ela era ruiva, tinha sardas e o nariz arrebitado. Era alta e magra. Suas amigas, uma era um pouco mais alta que ela, tinha cabelos castanhos e era linda, preciso dizer; a terceira tinha cabelos pretos, um rosto um pouco infantil e devia ter a minha altura. Procurando meu armário, vi que era justo ao lado do que o que a ruiva mexia. Cheguei lá para guardar meus livros, em silêncio.

-Você de novo, nerd?

Não respondi. Abri meu armário e botei o primeiro livro lá dentro. A menina ruiva pegou o livro de dentro do meu armário e deu uma olhada. Rasgou a maior parte das folhas e depois jogou no chão. Então deu um “esbarrão” proposital nos livros que estavam na minha mão, fazendo todos caírem e pisou em cima dos mesmos. Riu enquanto fechava o próprio armário e saiu andando com as amigas. Respirei fundo e me abaixei para pegar meus livros,mas alguém os chutou para longe. Corri por uns três minutos até conseguir pegar meus livros de volta. Voltei ao meu armário e guardei todos lá. Já estava atrasada, bem no primeiro dia de aula.

-Senhorita...?

-Chase, professor. – respondi quando entrei na sala

-Está atrasada, Senhorita Chase. Que isso não se repita, ouviu bem?

-Não vai, professor.

-Sente-se aqui na frente, quero ficar de olho em você.

Sentei na primeira carteira e a aula passou. Toda vez que o professor não estava olhando, as mesmas meninas – Rachel, descobri ser o nome da ruiva – me tacavam bolinhas de papel. Logo a turma inteira as seguia e eu estava quase soterrada, quando acabou a primeira aula. Foi totalmente igual a primeira, e quando essa acabou, chegou o intervalo, para a minha sorte – ou não.

-Estão liberados, turma. – disse a professora de Biologia.

Fui a primeira a levantar, e a última a sair da sala. Quando tentei sair, me empurraram para trás, até eu ser a última da turma a sair. Mas tudo bem. Sai e guardei os livros no armário e segui para o refeitório. Entrei na fila para comprar meu almoço, e todos passaram na minha frente. Quando finalmente chegou minha vez, peguei um hambúrguer, um copo de suco e um cupcake de framboesa. Sentei na única mesa que estava vazia e comecei a comer.

-Por isso é gorda. – ouvi alguém dizer, entre risadas.

Respirei fundo e peguei meu livro (A Menina Que Roubava Livros, se você quer saber) e comecei a ler enquanto tomava meu suco.

-Aiiin, a gorda também é nerd, é? – disse Rachel entre risadas.

Peguei meu livro e minha bolsa e levantei para ir embora. Quando passei pela mesa das metidas, uma delas, Rachel não duvido, botou mais uma vez o pé para que eu caísse. Mas dessa vez estava preparada, tropecei mas não caí, o que não esperava era a mesa que estava na minha frente, onde cai com tudo. Tinha suco na minha blusa, glacê colorido no meu cabelo, mostarda na minha calça e as folhas do meu livro, todas estavam amassadas. Todos no refeitório estavam rindo, rindo muito pra ser mais exata. Peguei o que restava do livro e minha bolsa toda melada e sai correndo para o banheiro.

Dessa vez não tropecei.

Fui para o banheiro do quarto andar, mesmo á..han... três horas eu acho, na escola, ouvi falar que ele é amaldiçoado, ou coisa do tipo. Não tenho medo desse tipo de coisa. Entrei correndo, e estava vazio. Pus minhas coisas em cima da pia – que estava toda suja, a propósito – e comecei a me limpar. Eu não ia chorar.

Não chorar. Não chorar. Não chorar. – repeti para mim mesma.

Tarde demais.

Lágrimas rolavam, escorrendo pelas minhas bochechas.

-Por que todos tinham que ser tão maus? O que eu fiz de errado a eles? – falei para mim mesma.

Mais lágrimas caiam. Limpei meu cabelo, deixando-o encharcado; passei um pouco de papel molhado na minha calça, mas ela continuou suja. Tirei meu suéter, e a blusa debaixo estava limpa, pelo menos isso. Quando ia limpar minha bolsa, o sinal tocou indicando que deveríamos voltar para as aulas. Não, eu não iria voltar para aquele... inferno. Não, não mesmo. Sentei no chão, encostada na parede e peguei meu telefone. Thalia estava na discagem rápida.

-Annie, tudo bem?

-Oi, Thal.

-Annabeth, você ta chorando?

-Não importa, Thal. Como ta na escola?

-Suuper legaaal. Você nem imagina, encontrei uma menina aqui, que era minha melhor amiga quando tínhamos, dois ou três anos. Acredita?

-É...?

-É! Ta sendo tãaaao ótimo. Desculpa, Annie, mas eu preciso desligar, tenho que voltar pras aulas. Beijos.

-Beijos.

O resto do dia tudo que fiz foi ficar trancada no banheiro. Quando deu a hora da saída, sai do banheiro e simplesmente fui para casa.

Acho que ninguém sentiu minha falta.

Na volta pra casa, passei na escola dos meninos e fomos pra casa.

-Meu dia foi SUUUUUPER divertido! – diziam em uníssono.

-E o seu, Annie? Como foi? – perguntou Matt

-É! Como foi? – perguntou Bobby.

-Foi...foi...foi ótimo!Super legal... – menti

-Que booom, Annie!

Seguimos para casa, enquanto eu ouvia eles falarem de como fora seu maravilhoso dia.

-Mãe? Pai? – chamaram os gêmeos quando chegamos em casa. Como ninguém respondeu, fomos procurar. Na cozinha, encontrei um bilhete na bancada.

Crianças, estarei ocupada hoje. Eu e seu pai só voltamos de madrugada. Annabeth, tome conta dos seus irmãos. Obrigada.

                                                                                                                              -Miranda

-Meninos! A Miranda e o papai, só voltam mais tarde. Eu to no comando, vão tomar banho que vou fazer alguma coisa para comerem.

Fiz sanduíches para eles e, enquanto comiam, fui tomar banho. Quando sai, não tinha fome alguma, então fui ver televisão, e os meninos foram jogar vídeo game no quarto deles. Quando deu dez horas da noite, mandei eles pra cama mas continuei vendo televisão. Só fui dormir uma da manhã.

~.~.~.~.~.~.~.~.~.~.~.~.~.~.~.~.

Quando deu quatro horas da manhã mais ou menos, ouvi um barulho e fui ver o que era. Meu pai e Miranda apareceram na porta. Papai batia na Miranda e ela gemia. Ambos estavam visivelmente, completamente bêbados. Matt e Bobby apareceram na porta do quarto deles, um do lado do outro.

-Vão dormir, meninos, está tudo bem. – e meio que os obriguei a fechar a porta. Tranquei por fora, para que não vissem aquilo.

Miranda já estava cheia de hematomas vermelhos por todo o corpo. Papai puxou-a para o quarto deles e se deitaram na cama, fiquei observando, quieta e escondida, no corredor. Acontece que papai me viu. Levantou e me puxou pelo pulso até o sofá, aonde me deitou. Tirou o shorts que uso para dormir e sua calça. Eu chorava compulsivamente. Então algo fez um barulho e ele foi ver o que era. Me deixou lá, ia sair, óbvio, mas ele voltou e me deu um tapa na cara. Meu rosto ardia. Corri até meu quarto e tranquei a porta.

Ele bateu e bateu na mesma enquanto gritava.

-Annabeth! Uma hora você vai ter que sair daí.

Sentei na minha cama e, encolhida chorei. Chorei por meia hora, uma, uma e meia, até ele parar de gritar. Quando ele parou, eu já não tinha mais lágrimas. Sentia fome – a última coisa que havia comido, fora o almoço, ou parte dele - , meu estomago queimava, mas não arriscaria a sair dali tão cedo. 


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Notas finais do capítulo

Eu disse que tava triste, gente. Reviews, por favor? Beijos --Lily.