Are You Happy Now? escrita por Lily Jackson


Capítulo 3
Besteiras - Não tentem isso em casa


Notas iniciais do capítulo

Descuuuuuuuuuuuuulpem pela demora, meus lindos :( Não vou mais demorar, prometo ~~ou não. Esse capítulo ta meio... dark se é que me entendem. NÃO TENTEM FAZER AS COISAS CITADAS NESSE CAPÍTULO!
~~sim, eu as faço :X~~



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POV Annabeth
-Para-para-paradise! Para-para-paradise!- gritou meu despertador. -ANNABETH DESLIGA ISSO! – gritou meu pai, do quarto da frente. Desliguei para evitar briga, mas me enfiei em baixo das cobertas. Cinco minutos depois alguém bateu na minha porta. -Annabeth! Escooola. – era Miranda-Não to bem, não quero ir.-O que você tem?-PREGUIÇA! – gritei-Pode saindo. Você vai nem que eu tenho que chamar um reboque, hein.  – devolveu ela-To indoooo... – resmunguei com preguiça.Fiz minha higiene matinal e me vesti. Já imaginando o que poderia acontecer, botei na minha bolsa um suéter extra e uma calça legging. Sai do quarto, e pra variar os meninos estavam tomando café e a Miranda lia a Vogue. Ao invés da habitual mini saia e bata mostrando a barriga, ela usava uma calça jeans e uma blusa de mangas compridas, além de que seu cabelo castanho, normalmente preso em um coque ou rabo de cavalo, estava solto e caia por seus ombros, provavelmente tudo para esconder as marcas pelo corpo. E aposto que tinham uns dois quilos de maquiagem em seu rosto, todo marcado, durante a madrugada. Mas meu pai não estava em lugar nenhum. Que bom. -Bom dia, dorminhoca. – disse Bobby. -Bom dia, meninos.-Vamos para a escola? – perguntei-Não vai comer nada, não? – perguntou Matt-Não tenho fome. Agora vamos, não vão querer perder o segundo dia de aula.-Não mesmo. Tchau mãe. – disseram os dois em um pulo.-Tchau, Miranda. Bom dia.Caminhei com eles até sua escola e segui para a minha. Quando passei pelo estacionamento, ouvi risadas e tacaram alguma coisa em mim. As risadas vinham de um carro conversível, aonde Rachel – a menina ruiva –, suas capachas e o menino que estava ontem na secretaria, ouviam música no máximo. As meninas riam e o garoto estava com três amigos, um de cabelos e olhos negros; um loiro de olhos verdes, extremamente lindo e um terceiro de cabelos castanhos caindo nos olhos, mais musculoso que os outros. Passei por eles encolhida, e fui direto para o meu armário. Peguei os livros do dia e fui pra aula. Sentei na primeira carteira – lugar marcado. Fiquei lendo e uns cinco minutos depois o resto da turma começou a chegar. Me encolhi na carteira até o professor chegar. As três primeiras aulas foram monótonas, como era de se esperar. Quando o sinal do intervalo bateu, sai correndo de modo que fui a primeira a sair da sala. Corri para o refeitório, onde peguei uma maçã, um bolinho, uma barrinha de cereal de granola e uma caixinha de suco de laranja. Ouvi murmurarem coisas como gorda, nerd e afins enquanto andava para o banheiro comendo o bolinho. Em questão de segundos eu já estava novamente sentada no chão frio do banheiro comendo meu almoço e afundando em lágrimas. Como as pessoas podiam ser tão malvadas assim? Em cinco minutos –não mais que isso – já tinha comido a maçã, o bolinho a barrinha de cereal e dava o último gole do suco de laranja. Sabe-se lá porque, mas as palavras das pessoas começaram a vir na minha mente.-Gorda! – disse a ruiva-Por isso é tão gorda! – gritou Rachel para que todos pudessem ouvir. Até mesmo anos atrás, antes de me tornar amiga da Jennifer ela mesma me chamava de gorda. Quando eu tinha 9,10, 11 anos de idade.-Você vai mesmo na piscina, Annabel? Olha que as gordurinhas vão fugir heein.-Você cabe no escorrega, Annabeth? Acho que vai quebrar, não vai não.-Vai mesmo comer esse sorvete, Annie? Você já se empanturrou de batatas fritas antes do almoço. – até mesmo quando éramos amigas, ela dava indiretas me chamando de gorda.Senti meu estomago se revirar e minha garganta queimou. Senti o que acabara de comer subir pela minha garganta e então voltar. Uma ideia me veio na mente. Coisa que eu nunca havia pensado. Nem mesmo seria capaz de pensar, muito menos fazer uma coisa dessas. Mas agora, agora eu não era eu. Agora eu era a gorda que precisava de livrar de toda aquela gordura. Entrei na primeira cabine do banheiro e enfiei dois dedos na garganta. Tudo o que eu comi saiu facilmente. Meu estomago queimou e senti que ainda havia coisa ali. Forcei mais uma vez, e mais comida saiu. Mais uma e outra vez. Quando ia forçar pela quinta vez, vi algo escarlate sair de minha boca. Era sangue. Eu estava finalmente livre de toda aquela gordura. Como me sentia leve. Era uma sensação tão...boa. Nunca me senti tão bem quanto me sentia naquele momento. De uma hora para a outra, aquilo pareceu virar minha única opção. Sai da cabine e me apoiei na bancada. Lavei a boca e tomei uma copo de água para tirar aquele gosto ruim da boca. Meu rosto estava vermelho, assim como meus olhos que já pareciam mais cansados. Marcados por profundas olheiras, resultado da noite anterior. O resto do dia não foi tão mal assim. Fiquei o dia inteiro trancada naquele banheiro, sentada no chão frio e com o rosto molhado por lágrimas. Quando deram três horas, a hora da saída, o sinal bateu e eu sai normalmente. Atiraram-me alguma coisa no estacionamento enquanto andava no caminho para casa. Peguei os meninos que vieram falando o quão maravilhoso seu dia havia sido. Não me importei em comentar o quão péssimo o meu fora. Segui em silêncio, apenas assentindo como tudo o que diziam. Quando chegamos, mais um bilhete avisando que papai e Miranda chegariam tarde. Fiz sanduíches para os meninos e fui tomar banho na esperança de me livrar de toda aquela dor. Entrei no banheiro e tirei minhas roupas. Liguei a água quente e entrei no chuveiro. Molhei o cabelo e sentei no chão molhado do boxe, embaixo da ducha d’água. Então chorei. Chorei muito, na esperança de que as lágrimas e a água quente levassem embora meus problemas, minhas dores, e que me fizesse parar de pensar no quão ruim minha vida se tornara... Nada aconteceu, continuei me sentindo mal. Quando finalmente decidi me levantar para terminar de uma vez esse banho, eu, desastrada, bati o braço na quina do porta-sabonete. Senti uma dor, grande preciso confessar. Não sangrou nem nada, mas era uma dor intensa que latejava em meu braço esquerdo. Apertei o braço querendo que a dor parasse. Então percebi que aquela dor me fizera esquecer –por segundos, talvez -  minha dor emocional. Não me importei que o braço continuasse a latejar, e começando a queimar em mim. Pela primeira vez não me importei em sentir dor. Aquela fora a melhor dor que eu já senti. Não me entenda mal, não sou masoquista nem nada, mas... é muita coisa para uma pessoa só. Ainda mais uma pessoa como eu, fraca. Me sequei e me vesti –moletom velho e calça jeans rasgada, somente para ficar em casa, mesmo - . Sai do banheiro, e meus irmãos estavam na sala jogando vídeo-game. -Annie?Tive medo que me mandassem comer.-Oi?-Pode ajudar a gente aqui? Não consigo passar dessa fase do jogo de fórmula 1.-Ah, isso, claro. – passei de fase para eles e disse que ia pro quarto fazer meu dever de casa. Eles acreditaram e continuaram jogando. Me tranquei no quarto e liguei o rádio, o meu CD favorito – Green Day -  tocando. Sentei na cama e abracei meus joelhos, na esperança de ficar menor, menor, menor até sumir. Nada aconteceu. Olhei para a rua movimentada abaixo da janela do meu quarto. As pessoas passavam, os carros buzinavam, os cachorros latiam e os trabalhadores trabalhavam. Nada fora do comum para uma terça feira. Aquelas cenas da escola continuavam a me atormentar e me encher de pesadelos. De repente, uma ideia me veio na cabeça e comecei a procurar na minha mesinha. No fundo da terceira gaveta, achei o que eu procurava. Aquele pequeno canivete que meus pais me deram quando fiz 14 anos. Iria usá-lo pela primeira vez. Peguei a pequena faquinha escondida nele e olhei-a. Era prateada e brilhava á luz fraca que entrava pela janela de meu pequeno quarto. Levantei a manga da minha blusa de mangas compridas, mostrando meu pulso magrelo. Sem pensar duas vezes, passei a tal faca no pulso uma vez. Não muito fundo, somente o suficiente para sair um pouco de sangue. Por um momento que fosse, esqueci toda a dor daquelas vadias na escola. Dei um sorriso torto e sequei o sangue com a primeira coisa que encontrei – uma blusa de um pijama. Estanquei o sangue que não parava de sair –pouco, mas não parava. Enrolei a blusa do pijama no pulso e abaixei a manga do meu moletom. Abri a porta do quarto e olhei de um lado para o outro como quando se atravessa uma rua. Não havia ninguém. Corri até o banheiro e tranquei a porta. Sentei no chão frio, levantei a manga e apertei um pouco a blusa contra o pulso. Peguei um band-daid na gaveta do armário e botei em cima do corte. Abaixei a manga da blusa e me levantei. Sequei o rosto e sorri. Era um sorriso tão...falso. Mas era um sorriso. Aposto que qualquer um acreditaria. Sorri como se fosse a pessoa mais feliz do mundo e saí do banheiro. Fui até a sala e me joguei no sofá ao lado dos meninos.-Oi Annie.-Querem comer alguma coisa?-Queremos! –disseram em uníssono.-O que acham de fazerem os deveres de casa e depois vamos até o shopping comer um frozen iogurt?-Ta boom! – eles gritaram e saíram correndo se trancando no quarto. Ri baixinho e dei umas voltas no vídeo game de fórmula 1 deles. Depois mudei para o History Channel e deitei no sofá. Tirei um cochilo de 15 minutos, quem sabe, mas fui acordada pelos meus irmãos avisando que já tinham feito os deveres.-Vão se arrumar, então.Me tranquei no quarto, botei uma roupa decente, arrumei o cabelo e passei uma maquiagem de leve.  Sai do quarto e eles já me esperavam no corredor. Tranquei a porta, guardei a chave na bolsa e fomos andando até o shopping. Quando chegamos na loja dos frozen iogurt, pedimos e comemos. Não comi muito – metade de uma bola de sorvete comum. Quando acabamos, os meninos inventaram de ir em umas lojas de vídeo-game ou algo parecido. Falei para irem sozinhos, que eu iria dar uma volta no shopping. Combinamos de nos encontrar ás 19 horas, na entrada do shopping para voltarmos para casa. Eles concordaram sem pensar duas vezes e correram para a tal loja. Corri desesperadamente para o banheiro – que graças a Deus estava vazio – e botei o tal frozen para fora. Limpei a boca e comprei uma garrafinha de água em uma lanchonete. Caminhei lentamente, pelos corredores do shopping, passando por lojas de roupas lotadas de patricinhas gritando, lojas de vídeo-game cheias de meninos discutindo, entre outros, nada incomum. Estava andando quando esbarrei em alguém, sem querer, e fomos ambos, parar no chão.-Você não olha por onde and...A pessoa –um garoto, e lindo – levantou e olhou pra mim. Seus cabelos escuros, olhos verdes e a expressão um tanto estranha não me eram desconhecidas. Não sabia o nome dele, mas o conhecia, e da escola. Era um dos garotos que me chamava de gorda, ou de nerd.-Oh. Desculpe... Quem é você? Meu nome é Percy Jackson, prazer.-Ham... Tudo bem, me desculpe também. Annabeth Chase. Somos da mesma escola.-Acho que não... –ele disse passando a mão nos cabelos escuros – Eu lembraria se já tivesse visto uma pessoa tão bonita.Uma música que eu conhecia começou a tocar.-Ah, meu celular,um minuto. – ele disse pegando o blackberry do bolso e atendendo-o. -Amoor! Cadê você? – gritou uma voz estridente de dentro do celular. -Rachel, querida, eu já vou. Avisei que ia...-Percy! Eu achei o vestido perfeito! Venha ver como eu to linda! -Rachel, eu preciso de ar, tudo bem? Já vou.-Percy? Mas Percy? Eu preciso de você. Tipo AGORA. Então vem, amor. Por favor!!-Rachel eu já...-VEM! – e desligou o celular.-Er... desculpe por isso... –disse Percy-Tudo bem?-Foi só uma... briga de namorados. Eu preciso ir, me da seu telefone? Qualquer dia desses eu posso te ligar... o que acha?-Não acho que você vá querer, mas toma. – peguei um pedaço de papel na minha bolsa, uma caneta e anotei meu nome. Dei a ele o papel, que sorriu e saiu correndo. 
Quando deram 19 horas, meus irmãos chegaram ofegantes na entrada do shopping.-Então, como foi a tarde de vocês? – perguntei enquanto íamos de volta para casa.-Foi ótima! Eles me contaram tudo que fizeram no caminho para casa. Quando chegamos, mandei eles tomarem banho, que prepararia algo para o jantar. Quando eles acabaram, já tinha feito um macarrão. Fui tomar banho alegando que havia comido enquanto eles estavam no banho. Quando saí, eles jogavam vídeo game na sala. Fui lavar as louças e arrumar a cozinha. Acabei pouco depois das 20 horas. Dei uma arrumada no meu quarto e fui usar meu laptop um pouco. Conversei um pouco com a Thalia, quando deram 22 horas, mandei os meninos irem dormir e fiz o mesmo.Nada me interrompeu nessa madrugada.Graças a Deus. 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Deixem reviews ou recomendações, pra mim? *-*
2beijos, gente.
~~Lily