Após terem coletado tudo que havia no quarto da vítima, eles foram para o hotel que estavam hospedados. Todos da Wammy’s House tiveram que sair para investigar as últimas coisas do último assassinato, ficando apenas L e Hana, quando o telefone tocou.

- Era da recepção. – L falou depois de desligar o telefone. – Parece que tem algum tipo de problema com o pagamento... Vou ter que descer, mas não vou demorar muito. – ele mentiu. Achava que aquele problema iria levar um bom tempo.

- Tudo bem... – ela respondeu um pouco triste.

Até agora, nada acontecera, e Hana estava começando a desencanar com aquele número na mensagem de BB. Ela então entrou no banheiro para lavar rosto, para que finalmente se livrasse daquele pressentimento ruim. Porém, ela deixara escapar um grito assim que entrou.

Era ninguém menos do que B, sentado na banheira.

- Que foi? Te assustei? – ele perguntou com a voz mais sínica possível.

- Tsc. Bem que sabia que aquele número não era coincidência. – disse para si mesma.

- Achei mesmo que você ia perceber... – ele falou sério. – Só não achei que seria tão fácil me livrar de todos eles. Só tive que causar um problema para aquele detetive sair... – deu uma pequena risada.

- Então foi vo...? – Hana nem sequer terminou a frase, e então saiu correndo para a porta, a fim de tentar achar L para socorrê-la.

- Você acha que vai sair assim tão rápido? – ele colocou a mão na porta do quarto, impedindo que ela a abrisse. Ele então começou a rir novamente. Toda vez que ele começava a gargalhar, o corpo inteiro dela se arrepiava. Tentou então encontrar mais coragem nela, e voltou a falar com ele.

- Você... – ela deu uma pausa, ainda tentando se livrar daquele medo congelante. - É muito idiota por tentar invadir o QG com aquele seus “capangas”. Nunca pensei que você faria algo tão... – foi interrompida por outra risada.

- Você acha que eu realmente faria isso? – agora ria descontroladamente, fazendo-a arrepender de ter falado com ele. Agora ela só poderia rezar para que L voltasse logo. – Eu já invadi aquele sistema várias vezes, mas não tão descaradamente assim. Você acha que seria burro?

- Então não foi você realmente... – novamente falou mais para si mesma, enquanto pensava sobre isso de cabeça baixa. Ele então pegou o queixo dela, e ergueu o rosto dela.

- Eu me pergunto o que L viu em você... – sussurrou. Estava tão próximo que ele conseguia sentir a respiração ofegante dela. B fez menção de dizer algo, mas desistiu. – Acho que já tenho que ir. – falou soltando o queixo dela. – Mas avise o seu noivinho que dessa vez, ele que vai se ferrar. – piscou, andando para uma janela.

Se ele estava indo embora, significa que L provavelmente estava chegando. Então ela não o faria escapar tão facilmente.

- Se você tem tanta certeza sobre isso, porque não fica e fala isso pessoalmente? Vai me dizer que está com medo dele? – ela o desafiou. Ele, apesar de tudo, não tinha tanta paciência quando o insultavam.

- Eu só não fico... – falou trincando os dentes. – Porque não posso gastar todo meu tempo aqui.

- Aham, sei. Para mim isso se chama medo. – ela continuou, não demonstrando seu medo. – Então, já que está fugindo do L, só vou te avisar que você não chega e nunca chegará aos pés dele. Você não passa de um idiota psicótico que...

- Repita isso. – ele virou-se para ela, falando num tom severo, fazendo-a engolir a seco. – O que você disse mesmo? Que eu não chego aos pés dele?

O seu medo era mais alto do que sua própria fala.

- EU VOU SUPERÁ-LO. – ele começou a gritar em um tom assustador – Só porque aquele filho da puta do Watari gosta mais do L, não significa que EU não seja melhor do que ele! Vou mostrar para todos que “B” sempre vem antes do “L”! Depois que eu matá-lo, eu vou vir te buscar também! – Hana congelara, não sabia se gritava, se corria, se ficava calada. Torcia para que alguém ouvisse os gritos de fúria e fosse tirá-la dali. Os olhos cor de sangue dele ficaram mais vermelhos pelas chamas do olhar dele. Podia se ver toda a raiva, o rancor pregado no fundo do coração dele, isso se ele possuía um. Talvez o mesmo já houvesse sido corroído por toda a amargura correndo por suas veias.

Ele então se aproximou dela e sussurrou em um tom mais horripilante:

– Nunca duvide disso. – logo após, trocou de humor rapidamente – Até gostaria de ficar mais, porém não tenho todo tempo do mundo. Ah, é melhor não contar nada sobre a minha “visitinha” para o detetive, senão vai sobrar para ele... Até mais, Hana. – ele piscou para ela, saindo pela janela.

Ela ainda estava paralisada perto da porta, se arrependendo por ter começado tudo, e ainda fora em vão, já que ninguém veio lhe proteger. Depois, a única coisa que conseguiu foi se sentar no sofá, para não cair de joelhos. Não demorou muito para que L chegasse, e logo de cara reparou que algo acontecera.

- Hana, você está bem? – perguntou se sentando também. – Parece um pouco pálida...

- A... A... Ah sim, estou bem. – ela disse rápido, dando uma risada nervosa. – Eu só, eu só... Eu vou tomar um banho. – ela saiu correndo para o banheiro. Ela se trancou lá, e sentou-se no chão, com a mão na cabeça.

Tinha medo de contar para L, e depois B fazer algo a ele, mesmo que ele saiba se defender. E, ao mesmo tempo, estava tão confusa e com medo, que tudo que queria era ficar no lugar mais seguro para ela: os braços de seu noivo. Também tinha vontade de chorar de nervosismo, de medo. Mas não podia, pois ele iria ouvir, se sentia muito idiota por não ser capaz de conseguir fazer algo. Ficou apenas sentada tentando reorganizar todos seus pensamentos.

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Tókio, 2 dias depois.

– Já acharam eles? – disse um homem, cujo rosto estava escondido pelas sombras daquele depósito, sentado numa grande poltrona.

– S-sim, senhor. – disse um rapaz, que mesmo com todo aquele tamanho, tremia de medo pelo o seu chefe.

– E onde, exatamente, eles estão?

- Em Osaka, num hotel que iremos passar as coordenadas.

- Excelente. Se retire. – disse firmemente.

Aquele homem, mais conhecido como Hisashi, fora alguém que nem Raito contara tanto com sua ajuda. Kira o contatara uma vez, para que o ajudasse para que o plano desse certo. Ele deveria vigiar Higuchi, que fora quem Remu dera o Death Note. Caso ele estragasse o plano, ele deveria matá-lo com um pedaço de Death Note que Raito lhe dera.

Porém, quando ele recuperou as memórias, falou que não precisava mais de ajuda, e nem sequer pensou que ele poderia fazer algo mais por ele, não parecia ser tão confiável. E até L e Hana, não pensaram num fator assim.

Hisashi já sabia tudo isso, por isso teria vantagem por ser um fator surpresa. Nunca imaginara que Kira iria perder, quem seria louco a ponto de se opor contra deus? Ficara tão revoltado, que decidiu fazer de tudo para que vingasse Kira e continuasse com o ideal dele.

Até que, um ano meio fora rápido por tudo que fez. Conseguiu se tornar chefe de uma máfia, e também se tornar um grande homem de negócios, apesar de que não tão conhecido como no mercado negro. E depois de quase dois anos de planejamento, seu plano contra L e Hana já estava em funcionamento. Ele conseguira descobrir que fora os dois que condenaram Kira, pois invadiu o sistema, conseguindo ver o rosto dos dois.

Ele também procurara Ryuuku desesperadamente, mas o shinigami, querendo brincar com o humano, não lhe entregou um Death Note, apenas contou que L e Hana se tornaram imunes ao mesmo. Então, aquele caderno não faria tanta diferença mesmo para ele. Iria se vingar dos dois com suas próprias mãos.

- Katsuo, venha cá! – ele gritou da sala onde estava.

- O que foi, mestre? – o mesmo homem medroso apareceu.

- Traga L e Hana até aqui. – ele abriu um sorriso maldoso. – De preferência vivos, senão não teria graça torturá-los.

- Sim. – ele se retirou correndo.

- Hunf... L. Lawliet. – ele pegou a arma e atirou em um alvo que foi pintado na parede, assustando todos os “mafiosos” que estavam na outra sala.

- Vejo que temos um inimigo em comum... – uma voz disse perto da porta dos fundos.

- Você seria...? – Hisashi perguntou em direção as sombras, como se falasse com o nada.

- Luxaky. – ele deu um passo à frente, mostrando seus grandes olhos vermelhos. – Soube então que foi você que invadiu o QG do “grande” detetive.

- Por acaso também está atrás de L?

- Pode-se dizer que sim, mas não irei te ajudar e muito menos pedir sua ajuda. Eu tenho meus próprios negócios a tratar com ele. – falou decidido, sentando em um sofá próximo.

- Então, o que faz aqui? – ele perguntou.

- Só... Investigando se terei que matar mais alguém para que conclua meu objetivo. Se bem que, você pode ter descoberto várias coisas, mas não me parece muito inteligente...

- Ora, seu... – o suposto Luxaky o interrompeu.

- Vamos fazer um acordo. Caso você consiga me atrapalhar, e capturar L e Hana, o que eu acho muito difícil, eu venho e te mato. Tudo bem? – ameaçou-o tranquilamente.

- Escuta aqui. – Hisashi se estressou, indo em direção a ele. – Quem você pensa que é para falar assim comigo? Ah, nem importa mais. – irritado, pegou a arma em seu bolso e puxou o gatilho. Porém, isso só resultou na gargalhada do homem em sua frente.

- Acha que eu viria sem me prevenir? – ele continuou rindo da arma que não havia mais nenhuma bala. – Achei que iria gastar mesmo uma bala, por isso apenas deixei uma. Você tem que prestar mais atenção... – ele apontou com a cabeça para seu braço, da onde saia uma pequena lâmina ameaçando de furar a barriga de Hisashi.

- Então... Acho que temos um acordo. – Hisashi então disse, assumindo a derrota. Mas ambos sabiam que ele mentira, e que faria de tudo para conseguir passar por cima daquele sujeito chamado Luxaky, ou melhor, Beyond Birthday.

- Adeus então, Watanabe Hisashi. – saiu pela porta dos fundos.

“Como ele sabe meu nome completo?” era o que ele pensava. Na verdade, era o que todos pensavam quando B fazia isso.