“Ela já deve ter passado por aqui...” L pensou, e por fim decidiu voltar para o prédio. Chegando, avistou Watari.

- Watari, Hana não estava com você? – ele perguntou.

- Na verdade não, ela nem veio falar comigo.

Aflito, saiu correndo para o apartamento, em busca de Hana. Não sabia quanto tempo demorara procurando Bethany, mas sabia que não fora tão rápido em sua busca.

Chegando ao apartamento, não havia nenhum sinal de Hana, e nem de Bethany. Ele então correu para o quarto da menina. Havia uma tranca na porta.

Abriu, e então apenas se deparou com um corpo de uma garota, sangrando. Ele sentiu o desespero aumentando em seu corpo, B realmente faria algo a Hana? Ou seria... Watanabe Hisashi?

Ele não tinha cabeça para tentar decifrar o código que deveria estar na cena do crime, e então decidiu esperar a mãe voltar, quem sabe Hana estava com ela. Porém, quando ele estava voltando para a sala, viu a senhora Bennett entrar no quarto correndo, e então chorando aos gritos.

- Me perdoe, Benett-san. Eu não consegui voltar a tempo. A minha noiva estava com você?

- Não... – ela dizia entre soluços. – Ela... Ela falou que tomaria conta de minha querida filha... Mas acho que devem ter pegado ela também.

- Eu chamarei a polícia para tomarem algumas providências. Creio que a senhora terá que ficar em outra casa por enquanto. Voltarei para buscar pistas.

Ela apenas assentiu, ainda chorando. Ele então voltou a correr para achar Hana. Perguntou ao porteiro se havia visto a garota, mas falou que não. Ele começou a correr pela rua à procura dela, mas nenhum sinal também. Ele raramente perdia a paciência, e nesse caso, nada o acalmaria.

- Hana!! – ele gritou quando uma lágrima escapou de seus olhos.

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- Ryuzaki! E aí? Desculpe-me pelo atraso, é que os caras da máfia Berserkers me cercaram quando tava indo embora, aí tive que me livrar deles. Mas aqui tá o... – Mello disse a Ryuzaki assim que o detetive entrou no hotel. – Ué, cadê a baixinha irritante?

Mas L estava sem paciência, e então pegou Mello pela gola:

- Graças ao seu atraso, pegaram a Hana. – ele falou trincando os dentes. Logo depois, o soltou, tentando se acalmar.

- Hehehe, tá estressadinho? – Mello perguntou enquanto comia um chocolate. Ryuzaki tentou não importar, e pediu para que Watari lhe trouxesse alguns doces. – Bem, já coloquei os localizadores. Agora é só rastreá-los e pronto, terá sua noiva de volta.

- A chance de ter sido Hisashi é de 74%, já que B provavelmente não faria isso. Mas como ele é imprevisível... – Near falou.

- Sim, pensei o mesmo. – L falou mais calmo por causa do doce japonês chamado Manju que estava comendo.

O detetive ligou seu computador e então foi rastrear os capangas e os vigiá-los.

- Parece que estão na mesma cidade que nós...

- É, mas Watanabe está em Osaka. – Matt completou. – Tivemos que ir até lá, parece que se “mudaram” recentemente para cá.

- Hm... Interessante... – L pensava quando seu computador recebeu uma mensagem.

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Em algum lugar distante de L, na mesma cidade. Minutos antes de L receber uma mensagem.

- Mestre, aqui está ela. – um homem alto mostrava a garota amarrada por uma câmera.

- Bom trabalho. Logo chegarei para cuidar da noivinha. – outro homem falou, seguido de uma risada, e então desligou a câmera.

Alguns minutos depois

- Bem-vindo de volta, Mestre. – um homem falou.

- Obrigado, Katsuo. – ele respondeu – Onde ela está?

- Na sua sala.

- Perfeito.

O homem denominado “Mestre” caminhou até sua sala, e então avisou uma pequena garota amarrada no chão, tentando falar algo, mas impedida por causa da mordaça.

- Ah, Nakamura Hana, que prazer conhecê-la. – falou irônico. Ela tentou dizer algo novamente, mas apenas resmungos foram ouvidos. Porém, pode-se ver toda a raiva contida em seus olhos. – Katsuo, tire a mordaça dela, não podemos tratar os hóspedes assim.

O homem Katsuo tirou a mordaça, com um sorriso sínico.

- Watanabe Hisashi. – Hana falou com raiva.

- Eu mesmo. – falou sem surpresa.

- O que você quer comigo? – cada vez que dizia uma palavra, ficava com uma aura mais raivosa.

- Ora, não é obvio? Pensei que mentes brilhantes como você e L seriam capazes de descobrir isso.

- Então você realmente quer vingar Kira, não é? Hunf, até parece que me raptando você vai conseguir algo.

- É, você está 50% certa. Claro que vou conseguir algo, seu querido detetive vai ficar tão desesperado! Só quero ver até que ponto ele chegará para te salvar.

- Ele nunca aceitaria essa sua chantagem! – ela gritou – E além disso, eu consigo sair daqui até sozinha!

- Hahaha, você é tão engraçada. – ele chegou perto dela e levantou o rosto dela. – Mas tem certeza do que diz? Aposto que tenho agora L na minha mão, com você aqui presa. – ele disse em um tom assustador. – O amor deixa todos vulneráveis, e isso, infelizmente, vai matar aquele detetive.

Hana estava com muita raiva, mas não conseguia fazer nada, já que estava toda amarrada. Porém, se aproveitou com a aproximação, e cuspiu em Hisashi. Isso o fez mais assustador ainda, mas Hana não se importou.

- Ora, isso não nada educado, sabia? – ele virou a cabeça e a fitou com os olhos que exalavam a sensação de horror. – Katsuo... Você sabe o que fazer. – ele sorriu para o homem, que fez um sinal. Ele chegou perto da garota, e começou a chutá-la com toda a força que pode.

E mesmo assim, ela não chorou ou resmungou.

– Hm, parece que você é durona... Vamos ver por quanto tempo. – ele fez então outro sinal com a cabeça para Katsuo. Ele a levantou por seu cabelo, e começou a socá-la no rosto e todo seu corpo. Agora sua expressão já estava mais contraída, se esforçando para não gritar ou chorar. E então, Katsuo, revoltado, a empurrou com toda a força na parede.

Ela finalmente não suportou, e começou a gemer de dor, e algumas lágrimas começavam a escorrer.

- Isso! Assim que gosto! Sinta o terror! Quem sabe assim você aprende a me respeitar. – Hisashi falou para ela. – Agora é melhor você chamar por seu amado, porque logo irei comunicá-lo.

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- Uma mensagem...? – Mello perguntou, e L então abriu o anúncio.

– Ah,olá, L. – falou uma voz no computador – Aposto que já sabe quem sou eu.

– Watanabe Hisashi. – L falou com raiva, mas por causa do modificador de voz, isso não ficou tão claro.

– É, você realmente é inteligente. – riu – Mas parece que cometeu um erro ao deixar sua querida noiva sozinha. Falando nela, você gostaria de dar uma olhada?

Em seguida, Hisashi enviou a imagem de Hana caída no chão, sangrando em alguns lugares. Um olho estava roxo, fazendo com que seu olhar ficasse perdido em todo aquele vermelho raivoso; um pouco de sangue escorria por sua lívida face; algumas marcas vermelhas demonstravam que logo iriam virar hematomas, estragando a doce pele daquela pequena garota. Tudo isso a fazia parecer vazia, como um corpo sem sua alma, porém ainda respirando lentamente. Ao perceber que Hisashi a mostrava para L, um singelo sorriso surgiu por sua boca sangrando. Aquilo era seu orgulho falando, mostrando a todos, ou melhor, para seu noivo, de que estava bem apesar de tudo.

– L... – sussurrou.

- Hana... – o detetive sussurrou do outro lado.

Ele sentiu seu coração apertar, lágrimas ameaçando a caírem, sua respirou falhou. E também, ele que fora um homem que raramente sentia raiva, sempre buscava fazer as coisas pela justiça, e não por esse sentimento cruel. Mas a alma dele foi tomada por fúria daquele homem repugnante que fizera algo tão desumano com ela. Queria abraçá-la, e dar uma lição naquele monstro; queria cuidar dela, e nunca mais deixá-la só; queria ser capaz de protegê-la de todo mal existente no mundo. Ele queria, acima de tudo, sentir novamente que ela era sua, segura em seus braços, como se nunca pudesse cair nas mãos das trevas.

Mas se sentiu incapaz de fazer todas essas coisas.

– DEVOLVA A HANA! – ele gritou furiosamente com as lágrimas escorrendo por sua face.

– Hahaha, que lindo o amor. – falou irônico – Você a quer? Venha buscar!

- Não! Ryuzaki, não me sal... ve... – foram às últimas coisas que pode se ouvir antes de Hisashi a chutar novamente.

- Ah, quase me esqueci. É melhor trazer os Death Notes, caso ainda queira vê-la viva. – Watanabe desligou.

- Merda... – L sussurrou. – Precisamos de um plano. – falou decidido, para tentar esconder a lágrima no canto de seu olho. – Mello, preciso que você... Onde ele está?

- Ahn, acho que ele saiu... – Matt respondeu, desviando seus olhos do jogo que acabava de ligar.

- Como assim ele saiu?

- Depois que Hisashi mostrou Hana, ele disse algo como “Tenho que ir salvá-la” e foi embora. – Matt dizia confuso.

- O que? – perguntou indignado, pois no fundo, ele que queria ter dado o primeiro passo. - Droga, ele vai estragar tudo.

- Vamos fazer um plano onde Mello se envolva como distração. – Near sugeriu, e então começaram a construir um plano para salvá-la.

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– Não quero que perca esse show. Eles provavelmente aparecerão aqui em poucos minutos, e vou transmitir tudo nessa tela. – Hisashi apontou para uma pequena TV, mas ela estava muito atordoada para conseguir enxergar direito – Agora vou sair um pouco, então, comporte-se.

Por mais que ela estivesse acabada, a ponto de desmaiar, ao ouvir essas palavras se encheu de esperança. Agora era a chance dela de se livrar dele.