‘Vivo este drama por um longo tempo

Procurando me livrar da dor

Porém, sei que amantes sempre vêm e vão

Não se sabe ao certo quem está deixando quem ir embora

Se pudéssemos, você e eu

Dar um tempo’

November Rain – Guns n’ Roses

Kyo POV

Desde quando eu o conheço, ele nunca falava muita coisa sobre sí.

Sempre está quieto, pensando...

Me irrita muito ver ele parado, olhando para o nada...

Eu não esperava ver ele na pizzaria, sempre desaparece por dias depois que transamos, e sei lá o que ele fica fazendo...

Ele consegue tirar minha atenção... e eu me concentrei o máximo que pude para não ficar olhando ele...

Mas eu só quero saber o que ele tanto pensa... isso é o que me incomoda... o que ele tanto pensa?

Flashback on

Ultimo ano do colegial...

Minha 1ª decepção...

- Nesse ultimo ano, teremos um novo colega de classe: Terachi Shinya-san – a professora de literatura apontou para o garoto de cabelos longos e loiros, ele estava corado, por estar na frente de todos na sala. – Pode se sentar ao lado do Tooru. – a professora apontou para o lugar vago ao meu lado.

Ele se sentou e começou a pegar o material e colocar na mesa.

- Oi... – eu disse enquanto terminava de sombrear um dragão que tinha feito no meu caderno.

- Oi... – respondeu bem baixo, se eu não estivesse perto dele não o escutaria.

Passei o resto do dia o observando, já que ele não abriu a boca para falar.

Por ‘obra’ do destino, se é que posso dizer isso, a professora de matemática pediu que fizéssemos o trabalho juntos.

- Então Tooru-san, amanhã na biblioteca? – ele perguntou novamente com a voz quase inaudível.

- Sim... Shinya... pode me esperar... e me chame de Kyo, não gosto muito do meu nome... – ri, realmente meu nome é muito fofo  e eu não curto se o kawaii da turma.

- ok. – cada um seguiu seu caminho.

[...]

Meu celular tocou, uma mensagem...

“Kyo-kun

Vi o Ruki com outra pessoa

Você precisa ver isso, estão no parque...

                                            Kisaki.”

- O quê?

Corri o mais rápido que pude, cheguei no parque e vi a cena.

Vi MEU Ruki com outro.

- Takanori... – gritei, estando a poucos metros dos dois.

Ele me olhou parecia assustado. O loiro alto, que estva com ele se afastou repentinamente e me encarou.

- Kyo-chan... – ouvi a voz do Ruki, e aquilo fez com que eu sentisse um ódio imensurável, e uma dor no peito, como se meu coração fosse explodir.

- Por que isso Taka? Porquê? – essas palavras saíram automaticamente de minha boca.

- Kyo, eu... eu nunca consegui te amar completamente... eu... eu... – ele me disse de cabeça baixa. – Eu conheci o Reita á algumas semanas.

- Cala a boca! Cansei de ouvir a sua voz... Nunca mais! – eu gritei com toda minha força e avancei em cima dele, e o tal Reita entrou na frente...

- Não toque no Ruki. – assim que ele disse isso dei um soco no meio da cara dele e o derrubei, quando estava bem próximo á aquele loirinho maldito, senti o outro me puxando pra trás.

Enchi ele de chutes e socos, e ele fazia comigo o mesmo. Mas logo senti mãos me puxando.

Kisaki me segurou com força.

- Kyo... Para com isso! ‘Meu’, olha sua cara! Tá toda marcada! Que merda! – ele me arrastou para longe dos dois. – Não devia ter te avisado, olha a merda que você fez!

- Porque isso Tadashi? Porque?Eu sempre fiz tudo por ele, eu amei ele! – falei inconformado,me segurei para não deixar cair um lágrima, mas foi em vão.

- Nunca chore por quem nem deu valor aos seus sorrisos. – Kisaki me deu um abraço, era  o único em quem eu confiava.

- Obrigado, Tadashi.. Eu acho melhor eu ir embora...

- Você quer que eu vá contigo?

-Não precisa... eu vou sozinho, preciso pensar um pouco...

Segui meu caminho, pensando em tantas coisas que quase fui atropelado duas vezes.

Cheguei em casa, ocultando o rosto com o cabelo comprido.

- O que foi filho? – meu pai percebeu pelo meu jeito de andar, que eu estava derrotado.

- Eu entrei numa furada...

- O que houve com seu rosto? – Minha mãe segurou meu rosto.

- Briga?

- Eu estava sendo um idiota... nos últimos meses e nem percebi... – meus pais  não sabiam sobre o fato de eu ter UM namoradO.

Fui para meu quarto e fiquei jogado lá olhando pro teto por alguns minutos.

“Por quê o Ruki fez isso comigo?”

Me levantei, fui  até meu banheiro, encarei meu reflexo.

- Eu sou um idiota...

Abri o armário, peguei uma tesoura... meu cabelo descolorido vinha até os ombros.

Cortei até que ficasse na altura dos olhos...

Um novo Kyo?

Só mudei minha aparência por enquanto...

Me sentei no chão fiquei olhando a tesoura como se fosse a coisa mais  impressionante que existisse, verifiquei se ela era tão afiada quanto parecia...

Passei pelo meu braço, me cortando e escrevendo...

 I LOVE YOU

O sangue pingou no chão branco, e eu fiquei observando cada gota por alguns momentos.

Alguém bateu na porta do meu quarto.

Voltei a mim, cobri minhas feridas com a blusa, tranquei o banheiro. E fui abrir a porta.

Minha mãe me encarou assustada...

-Tooru, porque fez isso com seu cabelo? – ela tocou meu rosto, e eu automaticamente ergui o braço machucado para afastá-la., fazendo ela notar a mancha de sangue na blusa.

- Tooru! – ela segurou meu braço e ergueu a blusa para ver a ferida. – Por que fez isso novamente? Você não se cortava a tanto tempo!

Apenas a encarei deixando as lágrimas caírem.

Ela me fez sentar na cama.

-O que houve? Por que você fez isso de novo?

- Você não vai contar para o Otoosan?

- Não.. Vamos resolver isso nó nós dois, ok?

- Eu estava namorando.

Ela me olhou profundamente.

- Um menino, o Ruki – falei antes mesmo de perceber.

- O que ele fez? – ela perguntou, agindo como se isso fosse a coisa mais normal, como se já soubesse sobre o assunto.

- Rejeitou meu amor como se fosse um lixo...

- Meu anjo, não fique assim, você é tão lindo, logo achará alguém que te ame de verdade. – ela disse acariciando meu cabelo recém cortado.

- Mãe... – segurei a mão dela. – Você já sabia dele?

Perguntei, já que a reação dela foi pacifica diante do fato.

- Sim, eu já tinha visto ele com você... eu só esperei você comentar sobre algo... – ela sorriu – Agora vou pegar as coisas para fazer um curativo em você.

Ela se levantou e saiu.

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Cheguei na escola, ignorei a presença de Ruki, e fui direto para minha sala.

- Ohayou Kyo-san! – ouvi a voz do Shinya, e isso me fez sorrir por alguns segundos, ele estava com vergonha de mim ainda, seu rosto estava corado.

- Ohayou Shinya...

O dia seguiu tranqüilo, fizemos nosso trabalho, e descobri que ele ainda era mais tímido do que aparentava....

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Se passaram dois meses, e eu ainda chorava por culpa do Ruki.

Toda vez que eu o via rindo com o Reita, eu tinha vontade de arrancar os dentes deles.

Mas tudo parecia ter mudado quando eu conheci o Kazu*

Ele era lindo, tinha olhos castanhos expressivos, longos cabelos loiros, e um sorriso infantil.

2ª decepção

Ele veio falar comigo, e depois de termos iniciado uma amizade, ele pediu para ficar comigo.

Não sei por que, mas simplesmente fui idiota mais uma vez, me apaixonava rápido demais.

O Kazu aceitou o meu pedido de namoro, mas meus amigos me alertavam que ele não era o que eu pensava.

Mas eu me neguei a acreditar...

Me neguei por meses, e acabei me afastando de todos por causa dele.

Até que tive de ser testemunha, de uma cena que se repetia mais uma vez comigo.

Kami deve me odiar muito, muito mesmo, eu devia ser a reencarnação de alguém muito ruim, por que eu sempre estava sofrendo, de uma maneira ou de outra.

Eu  simplesmente bati naqueles dois, tanto que deixei o Kazu desacordado e o tal de Teruki todo machucado.

Despejei meu ódio nos dois...

Mais uma vez me peguei olhando para o espelho, com a tesoura reabrindo aquela frase em meu braço, cercando de cortes aleatórios.

Dessa vez tomei cuidado para que meus pais não percebessem o meu estado deplorável.

Eu havia voltado a ser aquilo, aquele ser rodeado de tristeza. A única coisa que eu ganhei nos últimos meses foi a amizade do Shinya.

Mesmo eu não falando o que acontecia comigo, e nem ele falando muito sobre o que ele tnato pensava, estamos bem próximos...

Flashback off

Me levantei da cama, saí de casa, precisava espairecer minhas idéias...