November Rain escrita por Kamui Nishimura


Capítulo 2
Capítulo 2: Nada é pra sempre...


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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‘Nada é para sempre

Ambos sabemos que o coração pode mudar

É difícil manter acesa a chama

Na chuva fria de novembro’

November Rain – Guns n’ Roses

Shinya POV

Passei a noite toda sem conseguir ‘pregar’ os olhos, eu estava cansado, mas não conseguia dormir.


Fiquei deitado, olhando para o teto, ainda pensando...


Eu tinha que fazer algo, não sei como, não sei quando... mas eu tinha que fazer...


Ouvi um barulho de algo caindo e quebrando.


O Kyo deve ter esbarrado em algo no quarto dele, por que logo ouvi ele reclamando, mas eu estava cansado demais para ir ver o que era, eu ainda tinha que ir trabalhar...


Assim que sai do meu quarto, vi ele descendo as escadas para sair.


Ele sempre sai antes de mim.


Comi alguma coisa sem vontade...


Por causa de ontem, vou ficar sem vontade de fazer muitas coisas.


Era algo automático... eu nunca consigo controlar


Me arrumei preguiçosamente, peguei a bolsa e saí.


Seria mais um dia tedioso no trabalho, tirando a parte que eu converso com meu amigo.


...


– Ohayo, Shinya-chan! – Die sempre me recebe com um sorriso no rosto.


– Ohayo, Die-kun! – sorri de maneira amarga, fazendo ele me encarar por algum tempo.


– O que aconteceu, Shinya? – perguntou ele puxando a cadeira para que eu me sentasse ao lado dele.


O escritório ainda não estava funcionando, então poderíamos conversar por algum tempo antes que nosso chefe chegasse.


– O de sempre Die... Não se preocupe... – tentei amenizar a situação.


– Não me preocupar?! Shinya, eu te conheço à três anos, e nesses três anos, eu só vejo ele ferindo teus sentimentos! Eu nem conheço esse cara, mas tenho vontade de esmurrá-lo.


Die sempre tenta me defender;


– Die.... não é pra tanto...


– Shinya... você está somente se torturando... Cara, tenta conhecer outras pessoas... saí da casa dele...


– Eu não consigo Die, simplesmente eu não consigo sair de perto dele, mesmo sabendo que meus sentimentos não são correspondidos.


Ele apenas balançou a cabeça.


– Você pode ficar bravo comigo... Mas eu não consigo me afastar dele, eu não consigo... Se eu fizer isso, acho que morro.


– Você está morrendo aos poucos, Shinya...


Eu não respondi, no fundo ele tinha razão, eu deveria seguir a ideologia de ‘Kurt Cobain’: “É melhor queimar de uma vez, do que se apagar aos poucos.”,não no sentido literal...


Mas esses pensamentos não se consumariam, porque sempre quando encaro aqueles olhos castanhos tudo se apaga da minha mente...

Como se somente existisse ele e eu.


– Desculpe-me Die... Não penso tão racionalmente como você, e sim sentimentalmente. – abaixei a cabeça e encarei os meus pés...


– Não tem que me pedir desculpas Shinya. – ele me deu um abraço para me reconfortar...


Todos os meus pensamentos me levaram a um vortex de humor, e o Die é uma das poucas pessoas que conseguem me dar esperança de que tudo pode mudar.


De que um dia esse amor que é quase uma doença, vai deixar meu coração, e eu poderei viver em paz, mesmo tendo o Kyo por perto.


Me soltei do abraço, e sorri, agora um pouco mais sincero.


[...]


– Shinya, vamos depois comer uma pizza? – Die me cutucou. - Depois do trabalho? Vai! Você nunca saiu comigo!


– Quem mais vai ir? – perguntei já supondo que haveria mais pessoas nessa ‘festinha’.


– Ah... vai o Kao, e uns amigos dele... – ele sorriu.


– Kao... é seu namorado? – perguntei, já que nos últimos dois meses, ele citava que namorava, mas nunca dizia o nome da pessoa.


– É, o Kaoru...Eu ainda não tinha falado o nome dele, nee?


– Isso mesmo! – ri da cara de idiota que ele estava fazendo.


– Eu aceito sim, eu preciso viver um pouco...


Me lembrei do que o Kyo disse para mim...


“Você sempre está pensando, porque não vive?”


Comecei a guardar minhas coisas, com o Die me apressando.


Assim que saímos, Die me mostrou o Kaoru. Era por isso que ele estava com tanta pressa.


Kaoru, era mais baixo do que eu, o cabelo era preto até os ombros. E uma das coisas que mais me chamou a atenção foram as diversas tatuagens nos braços dele, me fazendo lembrar do Kyo.


– Kao! Esse aqui é meu amigo Shinya... – Die me puxou mais a frente.


– Prazer em conhecê-lo, Kaoru-san... – Fiz uma reverência.


– Prazer em conhecê-lo, Shinya-san. – ele também fez uma reverência e sorriu. – Die por que você está tão elétrico? O problema sou eu ou é o Shinya-san? –

– Acho que o problema é você, Kaoru-san... ele ficou o dia inteiro falando de você – sorri.


Nós três rimos um pouco.

– Os outros estão nos esperando, vamos... – Kaoru olhou para mim. – Shinya-san, você também vai né?


– Vou sim... O Die insistiu tanto. – sorri


Quando chegamos na pizzaria, eu quis desaparecer...


Um dos amigos do Kaoru era...


O Kyo....


Meu coração gelou, eu sempre ficava semanaas sem vê-lo, não estava preparado... e


– Shinya?! O que foi? – Die segurou meus ombros e estava quase me sacudindo.


– Eu não quero ficar aqui Die... não posso... – respondi num sussurro.


– Ele esta aqui, não é? – Die olhou ao redor.


– Está, na mesa onde vamos sentar....


– Shin... por favor... para com isso, ignore ele, esqueça dele, viva! – ele se controlava para não chamar a atenção de ninguém...

Ele me arrastou para perto da mesa.


– Shin-chan?! – ouvi a voz dele, e senti meu rosto esquentar. Kaoru e os outros dois que os acompanhavam me encararam.


Ele parecia mais surpreso que eu.


Die me fez sentar ao lado dele, me fazendo ficar mais longe o possível do Kyo.


Mas não pude evitar de olhar para ele, de vez em quando.



Os outros dois se apresentaram com Toshiya e Kisaki.


Passei o resto da ‘reuniãozinha’ só respondendo quando alguém falava diretamente comigo.


O Kyo, como sempre agia normalmente, como se eu não estivesse ali, quase chorando por estar perto dele.


Kisaki e Toshiya foram embora, e eu estava quase indo também.


– Me espera Shinya... – Kyo se levantou, se despediu do Kaoru e do Die.



Nessa hora meu coração gelou mais uma vez....


Me despedi do Kaoru e do Die, um pouco desesperado.


Segui o Kyo sem proferir uma palavra sequer, e ele também não disse nada.


Aí me lembrei que ele estava de moto.


Ótimo, além de ir embora com ele, teria que andar nisso...


Tenho pavor de moto... desde quando fui atropelado por uma enquanto eu estudava, mas isso não vem ao caso.


– Kyo, eu vou sozinho.. não quero andar nisso, tenho medo.


– Larga de ser idiota, Shinya ,não vou te derrubar, sobe logo. – ele gritou comigo.


Ainda assustado subi na moto, coloquei o capacete e segurei na parte detrás da moto, evitando qualquer contato maior.


–Segura, senão você vai cair mesmo... – disse ele antes de ligar a moto, ele estava sendo o mais ignorante do que eu já tinha visto.


Ele estava me tratando mal, e isso machucava ainda mais meu coração;


Ele foi tão rápido que eu não estava conseguindo me segurar.


Chegamos em casa,e pelo resto da noite e não vi e nem ouvi ele, fiquei trancado no meu quarto.


Kyo, você não percebe o que eu sinto por você?





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Notas finais do capítulo

Mereço Reviews?
Até o próximo!