‘Quando olho em seus olhos

Vejo um amor contido

E, querid* quando * abraço

Sabe que sinto a mesma coisa?’

                                           November Rain - Guns n' Roses

Shinya POV

Para mim já é comum ficar sozinho, olhando a janela, vendo as pessoas passarem apressadas

Minha vida havia se tornado solitária...

E eu sei o motivo....

Mesmo assim não tenho coragem de lutar... eu simplesmente fico esperando que tudo mude, e ele venha correndo em minha direção dizendo que me ama e não vai me magoar novamente.

Ouvi o barulho da porta, mas não me virei para ver quem era, simplesmente continuei olhando a rua.

– Oi.... – era ele, eu senti seu perfume assim que entrou. Apenas respondi com um gesto, e ouvi os passos em direção ao quarto dele.

Dividiamos o mesmo teto, e por mais que eu pudesse ir embora e me afastar dele, eu não conseguia, meu coração se negava a obedecer minha mente.

Me fazendo continuar ali, esperando uma coisa impossível, que é ele me amar completamente, não só meu corpo...

Ele não me amava, eu sempre soube disso, só não entendia o por quê.

Por que ele não se entregava à esse sentimento?

Eu busco entende-lo, mas não consigo... não há nenhum impedimento...

As lágrimas caíram de meus olhos, e eu apenas os fechei e fiquei meditando por alguns minutos.

Senti os braços dele me envolvendo, abri os olhos e o vi junto a mim.

– O que houve, Shin? – ele perguntou colocando seu rosto no meu ombro.

Eu me senti bem com ele assim perto de mim, por mas que eu soubesse que isso seria por pouco tempo.

– Só estava pensando. – Não tenho coragem para falar, não tenho coragem, nunca tive, nunca tomo a iniciativa.

– Você sempre está pensando... por que não vive? – ele deu um beijo no meu rosto e me soltou.

Realmente eu mais pensava no que não existia do que aproveitava minha vida.

Mas o único problema é que eu não tenho você como eu quero... por isso não tento, nem me esforço para viver, apenas sigo...

Ele continuava me olhando, acho que aquilo não foi uma pergunta retórica...

– Não sei Kyo... eu não sei por que não vivo... - Menti, era o que mais eu fazia ultimamente... mentia sobre o que eu sentia

Ele balançou a cabeça negativamente, se reaproximou de mim, e selou meus lábios.

Sentir seus lábios mais uma vez.... isso me satisfaz tanto...

Ele foi aprofundamento o beijo... e eu simplesmente fui deixando...

Senti suas mãos puxando meu corpo contra o seu.

Ele levou os lábios até meu pescoço...

Quando me dei conta, ele já estava me jogando no sofá e se deitando sobre mim.

Meu coração já batia mais acelerado, sentia a respiração dele perto do meu rosto.

Ele tirou a camisa, e logo tirou a minha. Seus lábios deslizaram até meu umbigo.

– Ah, Shin... vai deixar eu brincando sozinho? – seu rosto, já estava novamente perto do meu

– Desculpa... eu estava um pouco distraído... – sorri falsamente, os meus pensamentos realmente estavam me distraindo.

Eu devia estar aproveitando, não?

– Não quero que você pareça um boneco... – Ele riu e mordeu meu pescoço, me fazendo gemer.

É tão bom senti-lo próximo a mim, mas ao mesmo tempo tão cruel.

Ele nunca seria meu completamente...

Não seria...

Seria somente sexo, como sempre foi...

Deslizei minhas mãos por suas costas tatuadas.

Enquanto ele me beijava, suas mãos tiravam o restante das minhas roupas.

Levei minhas mãos até o botão da calça dele abrindo-a e a tirando, percebi um certo volume na boxer dele.

Ele levou a mão direita ao meu membro, massageando-o.

– Kyo... – gemi...

Ele se livrou da peça intima, livrando o membro totalmente ereto.

Ele mordeu minha orelha, deslizou a língua até meu pescoço, onde mordeu novamente.

Sempre faz questão de deixar a sua marca ali.

Será que ele faz isso com os outros ou outras com quem ele fica?

Ele apertou minhas coxas...

– Shin... pede... – ele sussurrou na minha orelha...

– Kyo... me fode.. – gemi enquanto ele aumentava a velocidade em que massageava meu membro desperto...

– Não ouvi – ele riu

–Me fode... – gritei

Senti o seu membro sendo forçado contra a minha entrada... se forçando cada vez mais, num misto de dor e prazer gritei o nome dele.

Logo o senti totalmente dentro de mim, e ele começou a se movimentar, aumentando cada vez mais a velocidade, ainda me masturbando.

Me fazendo gemer cada vez mais alto.

Ele me mordia por todo corpo, e eu fazia o mesmo com ele...

Cheguei ao meu ápice bem rápido, sujando a mão dele com o liquido branco.

Ele aumentava e diminuía o ritmo...

O som de nossos corpos se chocando, ia me deixando cada vez mais louco por prazer...

Logo o senti jorrando dentro de mim...

Ficamos um tempo em silencio, os nossos corpos juntos, suados.

Ele se retirou de dentro de mim, se levantou, pegou as roupas dele e foi para o quarto.

Como sempre...

As lágrimas vieram aos meus olhos, eu já devia estar acostumado a isso.

Ele só queria o meu corpo, para um prazer momentâneo.

Eu sempre fui descartado, e não havia me acostumando.

Me levantei dolorido, recolhi minhas roupas, e fui para meu quarto, as lágrimas caíram mais intensas.

Joguei minhas roupas num canto qualquer. Fui tomar um banho...

Pensar um pouco mais sobre nós, ou melhor sobre mim.. o que eu devo fazer?

Tomar uma atitude, dar um basta e ir embora?Ou esquecer tudo e tentar fazer com que ele se apaixone por mim e nunca me abandone.

Que ele esqueça seus amantes e me queira somente, que queira o meu amor, não meu corpo...

Nenhuma das opções será fácil...

Quando o tenho tão próximo a mim, penso que ele nutre o mesmo sentimento que eu, mas assim que tudo termina vejo que não se passa apenas de imaginação, da qual cada vez mais me dá esperanças falsas, que acabam fazendo com que eu parta meu coração.

Porque eu sou tão sensível assim? Nesses momentos eu queria ser como ele, alheio ao que os outros sentem, só se importando com seu próprio prazer...

Saí do banheiro, vesti um roupão e voltei para a sala...

Limpei o sofá e depois voltei para janela...

O céu parecia chorar, como eu estava chorando.

A chuva varria as ruas deixando-as desertas assim como meu coração estava ficando.

Vazio...

Somente um amor não correspondido fazendo tudo arder como fogo e me consumindo.

Kami-sama, o que eu fiz de errado?