Crônicas Atemporais escrita por Aldneo


Capítulo 11
Uma dupla de dois




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Avançando pelo imundo e escuro navio, Altair e o capitão Mitchell sobem por um estreito lance de escada e chegam a um corredor, com algumas portas laterais que terminava em uma ampla porta metálica em seu final. Ao entrarem no corredor, Mitchell se detém diante da primeira porta, informando ao seu companheiro: “Melhor vermos se achamos algo útil aqui antes de prosseguirmos.”

Após encarar a estranha escrita МЕДПУНКТ, pintada na porta, Altair o questiona, com certa ironia: “passou a entender estes símbolos agora?”, ou que Mitchell lhe aponta para o simbolo de uma cruz vermelha dentro de um quadrado branco que acompanhava a escritura na porta, respondendo: “Não, mas este símbolo, em qualquer idioma, significa um lugar com suministros médicos”. Os dois então adentram a enfermaria, após analisar um pouco o cômodo, Scott encontra um kit médico, o qual apanha e põe em sua mochila para o caso de necessidade.

Eles continuam a exploração do deck, chegando a grande porta metálica no final do corredor, a qual possuía um sistema de trava de segurança de considerável sofisticação, porém, para sorte deles, estava destravado, sendo que fora preciso apenas empurrar a porta para abri-la. Eles logo chegam a um escuro corredor, cujo chão estava coberto com uma fina camada de água (bem suja, por sinal). Os dois avançam pelo corredor, seguindo-o para a direita.

Logo, passos que não pertenceriam a nenhum dos dois começam a ser ouvidos por sobre a água que encobria a chão do corredor, os dois se detém e se concentram nos sons dos lentos passos que se aproximavam cada vez mais, percebendo-se que vinham do corredor que estavam, mais atrás deles. Pouco se passa até que se consiga ouvir também uma respiração ofegante. Voltando-se para trás, e empunhando suas armas, eles se preparam para o revelar de fosse o que estivesse se aproximando. Logo uma sombra começa a se projetar na parede do corredor, se aproximando cada vez mais, os sons dos passos arrastados e da respiração forte e ofegante reverberam no corredor metálico frio, úmido e mal iluminado. Então, diante dos dois homens, surge a silhueta de um terceiro, os dois preparam suas armas para uma provável atitude hostil, porém, quanto aquele ser se aproxima mais e se revela em uma fonte de luz, eles percebem se tratar de um dos guerrilheiros que tinham visto adentrar no navio antes deles, porém o homem estava extremamente ferido e ensangüentado, com diversas marcas de cortes por todo o corpo, de forma que mal conseguia caminhar, necessitando se apoiar na parede para se arrastar. Pode-se perceber um extremo esforço por parte de tal homem para conseguir soltar um singelo e sufocado “Ayudame”, diante da cena, Altair tenta se aproximar do homem e lhe prestar alguma assistência, porém, logo após rogar ajuda, ele acaba por desfalecer e cair ao chão.

O sangue do pobre homem se dissolve na água que cobria o chão, enquanto Altair despede sua alma com algumas palavras em sírio. Porém, neste momento, ele é surpreendido, sendo atacado ferozmente por um Exomutante, que empunhava um cutelo com a mão direita. Os rápidos e bem treinados reflexos do Assassino, lhe permitem uma reação rápida, ele consegue agarrar o braço armado da criatura com sua mão esquerda, e  o conduz para o lado, abrindo sua guarda, de forma que o mutante se vê indefeso para o golpe que Altair lhe desfere com sua lâmina oculta. Porém, para a surpresa de Altair, mesmo com a lâmina atravessando seu pescoço, a criatura ainda se mostrava viva, como se não sofrera qualquer dano. Apesar de surpreso com tal feito, o Assassino é experiente, rapidamente ele insiste em um novo ataque, puxando e jogando a criatura contra a parede que estava a sua direita, batento fortemente sua cabeça contra o frio metal, o crânio do mutante racha, e sangue espirra em diversas direções, porém este ainda demonstra vida, embora atordoado. Novamente, Altair empurra sua cabeça contra a parede do outro lado do corredor, desta vez seu crânio se parte, espirrando sangue e vísceras em todas as direções. O corpo sem vida da criatura despenca ao chão, enquanto Altair tenta se livrar de um pouco do sangue que respingara sobre ele. O capitão Scott, que apenas observara a rápida cena, lhe acena com a cabeça, demonstrando estar admirado com a velocidade dos reflexos de seu companheiro, enquanto eles seguem pelo corredor.

Após algum avanço, eles passam por uma dupla porta de madeira que permanecia entreaberta (a qual daria acesso à sala de recreação, onde a antiga tripulação do navio deveria ter passado seu tempo livre), enquanto passavam uma Exocélula sai lentamente da sala, explorando os derredores. Sem saber de que se tratara, Mitchell apenas observava a estranha criatura, de uma coloração amarelo-esverdeada e repleta de manchas, rastejando pelo chão úmido, se apoiando em três tentáculos e tendo um quarto levantado, como se o utilizasse para se orientar. Em dado momento, o tentáculo levantado parece perceber o capitão, a criatura estremece, antes de esticar o tentáculo violentamente, tentado atacar o rosto de Scott, este, porém, em um reflexo, consegue desviar da investida e, enraivecido, esmaga a criatura com uma forte pisada de seu coturno. Porém, é apenas neste instante que ele percebe que diversos outros daqueles seres estavam detectando-o e, saindo da sala, começavam a investir contra ele e Altair. Os dois começam uma seqüência de desviar dos tentáculos que eram lançados na direção de seus rostos, contornar as criaturas e esmagá-las. Por sorte, tais seres se mostravam lentos, frágeis e nada inteligentes, tornando combatê-los relativamente fácil.

Enquanto eliminava algumas Exocélulas no chão, Mitchell não percebe uma última que lentamente escalara a parede do corredor. A criaturinha salta deste o teto, mirando atingir o capitão na cabeça, porém, em um rápido movimento, Altair saca a pequena balestra que carregava nas costas e dispara uma seta que atinge a criatura em pleno ar, e a leva por alguma distância até se fixar na parede mais à frente. Com a criatura agonizando em seu empalamento, Scott não tem muito mais o que fazer a não ser agradecer a ajuda de seu novo parceiro.


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