The Weapon escrita por Claray, John


Capítulo 22
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Eu deveria ter postado este capítulo na terça, mas acabei viajando e onde eu estava não tinha internet, então só pude postar hoje.
Espero que gostem!



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POV Petter

Contei à Quíron e ao restante do grupo sobre meu sonho. Eles pareceram preocupados, principalmente Annie e Quíron. Annie carregava, além da mochila, um livro de aparencia velha. Entramos na van após nos despedirmos de Quíron e sentamo-nos. Melanie sentou-se com Johan, Acsa sozinha, e eu sentei-me com Annie. Depois falaria com Acsa.

Annie estava do lado da janela, pareceu não notar quando eu sentei ao seu lado. Espiei o conteúdo do livro, mas ela logo fechou-o.

–O que estava lendo? - Perguntei.

–Sobre... sobre a arma.

–"A arma"? - Repeti.

Ela encarou-me por um tempo, como se estivesse pensando se deveria ou não contar algo. Por fim, abriu novamente o livro e apontou para um desenho feito a mão. A arma do meu sonho, sem dúvida, mas agora está menos assustadora.

–O que ela tem demais? - Perguntei.

–Conhece a história da caixa de pandora? - Sussurou como se fosse um segredo. Eu acenei positivamente com a cabeça. - Aproximadamente quinhentos anos após os demonios terem sido libertos, os deuses conseguiram aprisionar boa parte novamente. Mas então a caixa, que estava sob poder de um poderoso guardião, foi descoberta. Os inimigos dos deuses venceram o guardião e roubaram a caixa, planejando aprisionar esses demonios em uma arma e derrubar os deuses. A parte da arma quase funcionou. Quando faltava apenas completar um ritual antigo, os deuses conseguiram chegar no templo, que não me lembro o nome, onde os inimigos estavam.

–Uhm... E essa arma é a prisão desses demonios? - Ela acenou que sim. - E possui o poder deles?

–Não sei. Dizem que sim, dizem que não. Eu espero que não.

–Também espero. - Murmurei. - Que ritual era esse?

–Não faço idéia.

–Quão forte ela é?

–Ela é feita de sombras. Um único toque e você praticamente perde a sanidade, sendo dominado pelas trevas.

–E por que eu nunca soube dessa história?

–Sei lá.

–Como você soube?

–Não é da sua conta.

Minhas perguntas estavam começando a incomoda-la. Bem, esta vai ser a última.

–E você--

–Estou com sono. Vou dormir. - Interrompeu, acomodando-se no banco. Ela pensa que eu não vi ela colocando os fones de ouvido e os escondendo com os cabelos...

Bem, após ser rejeitado, fui falar com Acsa.

–Oi. - Comecei, sentado no banco. Ela estava brincando com uma mecha de seus cabelos.

–Oi. - Respondeu.

–Sobre aquele dia... - Comecei, mas fui interrompido.

–Pare. Melanie já me contou o que realmente houve. - Suspirou.

–Então... nós...?

–Não. Eu preciso de um tempo. Desculpe-me, Petter.

–Tudo bem.

Ficamos em silencio por um tempo. Faltavam duas quadras para chegarmos ao centro de Nova Iorque, onde seriamos deixados por conta própria, e ela não estava com cara de quem iria puxar assunto.

–O que acha?

Ela olhou para mim.

–Sobre?

–A missão. - Ela murmurou um "Ah" constrangido.

–Eu acho que... Acho que vai dar tudo certo. - Sorriu fracamente.

–Hm.

–Minha mãe me visitou naquela noite.

Naquela noite provavelmente significava a noite em que ela pegou eu e Melanie nos beijando.

–Sério? Legal! - Sorri. - E ela falou algo?

–Sim. E me deu dois presentes. - Antes que eu pudesse perguntar, ela continuou. - As pulseiras e a tiara de gato.

–Tiara de gato? - Encarei sua cabeça. Nada.

–É... Ela fica invisível quando colocada na cabeça. - Riu baixinho.

Retirou algo da cabeça, logo o ar tremulou e um... bem, eu não sei o nome daquilo. É um circulo decorado com duas cobras de ouro com olhos de esmeralda que se entrelaçavam e formavam uma espécie de coroa.

–Tiara de gato? - Repeti, abafando o riso.

–Mas... quando ela me deu era uma tiara de gato! - Exclamou.

–Bem, ainda é de colocar na cabeça.

Ela ia responder algo, mas Johan a interrompeu.

–Ah, a pausa pro lanche já começou?

Não havia notado que o carro havia parado. Nos levantamos, saindo do carro.

Annie passou um braço pelo pescoço de Johan, sorridente.

–Não sei como você não engorda, sargento Littery!

–Sargento? - Perguntaram Johan e Melanie ao mesmo tempo.

Ela riu, mas logo ficou séria.

–Exato. E agora passem a me chamar de capitã, ou senhora, não, senhora faz parecer que sou velha, senhorita. Mas também posso ser comandante suprema do... - pausa - Qual o nome da nossa equipe?

–Eh? - Acsa olhou-a como se a morena estivesse maluca. Eu tenho quase certeza de que ela está maluca.

–Uh... Bem, é, gostei desse, comandante suprema da Elite Negra. - Fez pose heróica enquanto andavamos, atraindo alguns olhares. Normal.

–Elite Negra? - Repeti. - Não gostei desse.

Os outros, com exceção de Annie, concordaram.

–E o que sugerem? Ah, por favor, nada que seja roubado das aulas de história da Segunda Guerra Mundial ou coisa do tipo.

Enquanto pensavamos, Mel comentou em voz baixa.

–Elite Negra me lembra Tropa de Elite...

–Nunca ouvi falar. - Annie.

–Aquele filme brasileiro, que tem o capitão Nascimento, aquele cara do 'pede pra sair'.

–Nunca ouvi falar. - Repetiu a morena.

–Bem, tanto faz. Depois decidimos o nome do grupo, embora isto seja algo inutil. Vamos nos concentrar na missão. A profecia diz que temos que ir ao norte, não?

–Sim. - Concordou Annie - Ao norte e avante, soldados!

Não pude evitar não entrar na brincadeira.

–Sim senhora comandante suprema!

E então rimos, andando para o norte.

Petter POV

Paramos em frente à um posto a beira da estrada deserta, estava de noite.

Durante o dia Annie e Melanie "pegaram emprestado" um carro, mesmo com nossos protestos de que não seria necessário, e Annie dirigiu ao norte até agora. A morena parou o carro e pediu para um atendente encher o tanque.

Enquanto isto, fomos até uma loja que tinha no posto. Pegamos alguns sacos de salgadinhos e nos dirigimos à um caixa. Não havia ninguém além de nós e da atendente, uma velhinha de aparencia gentil. Ela sorriu para nós, embalando os pacotes.

–Quanto deu? - Perguntei. Annie, Mel e Acsa já haviam ido para o carro e provavelmente nos esperavam lá.

–Apenas dois semideusssses e noventa centavossss.

–Perdão? - Talvez eu tivesse ouvido errado.

Mas não. A velha transformou-se em uma mulher de aparentes 28 anos. Mas não era uma mulher, eu tinha certeza. Pelos éses puxados, provavelmente uma dracaenae.

Agarrei o pingente de meu colar, que logo transformou-se em um machado. Olhei para Johan de canto de olho e o vi empunhando um arco e mirando uma flecha que irradiava uma luz amarelada.

O demonio humanóide pulou em cima de mim, desferi um golpe com o machado, mas ela desviou a tempo. Jogou seu peso sobre mim, tentando morder-me o pescoço.

Empurrei-a com o pé para longe, levantando num pulo e recolhendo o machado do chão. Johan atirou a flecha, que atingiu o braço da criatura. A flecha perdeu o brilho, mas o braço do demonio estava se queimando, saia até mesmo uma fina fumaça. A dracaenae gritou algo que não prestei atenção direito.

Não fiquei muito tempo contemplando o trabalho do meu parceiro e parti para cima da criatura novamente, cravando o machado no alto de sua cabeça. Ela se reduziu a cinzas.

–Por que demoraram tanto? - Perguntou Annie.

–Uma certa dracaenae demorou para nos dar o troco.

–Entendi. - Sorriu.

–Falando nisso, que arco era aquele? - Perguntei.

–Arco? Ah, arco... - Sorriu - Eu posso fazer armas, sabe. Qualquer tipo. Só precisa estar de dia.

–Interessante.

–Uhu - Comemorou Melanie de repente. - Veja, Annie, digo, comandante suprema, agora você tem um 02 para te trazer a 12!

–Quê? - Dissemos eu e Annie ao mesmo tempo.

–Nada...

–Recomendo você parar de falar de filmes brasileiros por aqui. - Riu Johan - Pelo jeito eles só veem filmes nacionais.

–Eu não costumo ver filmes, então não faria idéia de que vocês estão falando de uma forma ou de outra... - Deu de ombros Acsa.

–Que horror, menina! - Annie realmente pareceu horrorizada - Se eu não tivesse uma TV por perto, me mudaria para uma casa no fim do mundo e adotaria uns duzentos gatos. Engordaria uns cem quilos comendo sanduiches e tomando sorvete e... Esquece, o preço dos sanduiches e sorvetes seria o suficiente para uma TV. - Riu.

–Certo. Eu não entendi direito a piada.

–É... - Concordou Acsa.

–Esqueça. Ei, como sabemos onde parar? Digo... Estamos indo para o norte, e aí?

–Acho que vamos saber quando parar. Sei lá.

–Espero.

–-----------------------------

Paramos quando não havia mais estrada. É isso. Num momento, estamos numa estrada de terra aparentemente sem fim, no outro, uma floresta está na nossa frente. Tuuuudo bem.

Annie começou a acelerar o carro em direção as árvores. Mel se desesperou.

–Pare, pare! Vamos bater e morrer, sem nem terminar a missão!

–Acho que é um holograma... - Retrucou a morena.

–MAS NÃO É! - gritei.

Ela pisou no freio. Felizmente, ninguém se machucou. Infelizmente, a freiada não foi o suficiente para impedir que o carro batesse na árvore.

–É. Não é. - Concordou Annie.

A encaramos.

–Annie! - Gritou Acsa furiosa enquanto abria a porta do carro e saia - Da próxima vez, eu dirijo!

–Ao menos ninguém se machucou... - A morena saiu pela janela, já que sua porta não abria de forma alguma, e fez bico.

–Mas você é louca! É capaz de acelerar na beira de um penhasco achando que é uma miragem!

–Ei, a profecia falava de um acidente, lembram? - Comentou Johan, impedindo uma possivel briga.

–É mesmo. Mas não vejo nenhum guardião aqui...

–E se continuarmos ao norte? - Sugeri.

–Entrar no meio dessas árvores? Nem morta! - Resmungou Melanie.

–Falando assim parece até uma filha de Nefertum - Riu Acsa.

–Filha de quem? - Perguntei. Não me culpem, mas nunca me interessei muito por mitologia egipcia.

–Nefertum. É a deusa egipcia da beleza e dos perfumes. - Sorriu.

–Ei, falando nisso... - Começou Johan enquanto entravamos por entre as árvores - Você conhece outros semideuses egipcios?

–Sim. Alguns. - Aparentemente ela não queria falar sobre isto.

–Hm... E eles tem um acampamento também? - Perguntou Annie, claramente curiosa.

–Mais que isto. - Annie olhou-a sugestivamente. Acsa não ia responder, isto também estava claro.

–O que os egpcios tem, então? - insistiu.

Acsa foi salva por um galho se quebrando mais a frente.

–Pode ter sido o vento. - Sugeriu Johan após um momento de silencio.

–Acho que não... - Sussurei.

–Fiquem atentos, soldados! - Não preciso falar que quem disse isto foi Annie, não é?




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Notas finais do capítulo

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