Morning Light escrita por Dani


Capítulo 4
III - Not-resistible


Notas iniciais do capítulo

Oie gente, capitulo novo *-* Como eu já disse nos reviews, estou tendo MUITA facilidade escrevendo pela minha linda Primrose, por isso posto mais aqui que na minha outra fic, a qual recomendo para quem ainda não está lendo :) Boa leitura!



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Eu tinha 12 anos quando meus pais saíram e eu fique sozinha em casa com meu irmão e Posy, uma amiga nossa do Distrito que era babá de Finnick às vezes.

Estava de noite e estávamos assistindo TV quando uma programação que nunca vimos antes começou. Eu sempre estava dormindo neste horário por isso achei incomum quando uma mulher de cabelos prateados apareceu no visor e começou a falar.

– Está se iniciando o mês de comemoração do fim dos Jogos Vorazes. – Posy e eu nos olhamos, Finnick dormia no meu colo. – Para que nunca esqueçamos os Dias Escuros de Panem passaremos, como todos os anos, uma compilação das cenas mais marcantes da septuagésima quarta e septuagésima quinta edições, quando a rebelião começou.

Posy e eu nos olhamos.

Eu não tinha certeza, mas essas edições pareciam ser as que meus pais haviam participado.

– Você não deve assistir isso. – Posy disse tentando pegar o controle de minhas mãos.

Eu estava curiosa só queria ver um pouquinho.

Um barulho de canhão me assustou e começou a abertura.

Não era como a abertura de algum programa comum, era o Especial do fim dos Jogos e a abertura era milhares de cenas de meu pai e minha mãe mais jovens. Minha mãe pegando fogo, meu pai levanto sendo machucado na perna. Cenas brutais e cheias de sangue em que meu pai ou minha mãe apareciam lutando ou correndo.

– O que vocês estão assistindo? – a voz de meu pai mais furiosa como nunca ouvi antes falou alto enquanto ele batia com força a porta da casa. A batida da porta foi tão forte que como que por uma resposta automática a aquela ação acabei piscando e isso foi o suficiente para que as lágrimas acumuladas nos meus olhos começassem a cair.

Fiquei ali parada chorando e tudo que lembro, lembro apenas vagamente. Minha mãe desligando a TV, Posy se desculpando, meu pai andando de um lado para o outro com as mãos na cabeça.

Naquela noite fui dormir me sentindo cansada e triste, mas recebi uma visita antes de adormecer.

Meus pais sempre iam ao meu quarto na hora de dormir, mas aquele dia eles não foram apenas me dar um beijo na testa.

– Eu queria que você esperasse, você ainda é só uma criança. – meu pai exclamou. – Você é muito nova para lidar com isso, você...

Meu pai ficou horas explicando os milhares de motivos pelos quais eu não devia ter assistido enquanto minha mãe ficou na porta me olhando e olhando para ele. Ela sempre dizia que ele era ótimo com palavras, então quando um dos dois tinha que falar, meu pai falava e ela apenas assentia.

Naquela noite senti que uma parte de mim vivia não uma mentira, mas apenas conhecia o que me era permitido. Dormi me lamentando em silencio por tudo que meus pais passara, por como devia ser lidar com todas aquelas mortes que eles causaram e com todas as vezes que quase foram mortos.

Eu dormi sofrendo, mas acordei me sentindo leve. Finalmente eu compreendia um pouco da tristeza que meus pais carregavam nos olhos. Senti que nós tínhamos algo a mais em comum, então quando acordei eu me sentia bem.

Mas quando acordei hoje minha cabeça latejava e meus olhos ardiam. Lembro-me de forma falha do que aconteceu ontem. Nem mesmo sei o que realmente aconteceu e o que o comprimido de Effie inventou junto com minhas paranóias.

Os braços fortes me segurando, a cor azul que invadiu minha vista. O que era real? Eu não fazia idéia.

De manhã nos reunimos para tomar café no enorme vagão principal e muitos passageiros estão lá. Quando entro todos que conversavam alegremente se calam e me olham e apenas alguns segundos depois a conversação se normaliza.

– Eu pensei que você tiraria apenas um cochilo, mas desapareceu. – minha mãe diz quando me vê.

– Não sei o que aconteceu. – digo apenas. – Acho que eu estava um tanto exausta.

Ela me olha aflita, como sempre.

– Eu sei que talvez essa viajem seja demais pra você, mas...- eu a interrompo.

– Mãe eu apenas estava muito cansada, provavelmente fui me deitar e apaguei. – digo tentando confortá-la e um pouco calá-la já que quase toda manhã acordo com uma leve dor de cabeça.

Ela olha pro nada como sempre faz e sai do vagão.

Enquanto como a sala se esvazia dois passageiros a mais entram no vagão. Eles chegam falando alto e rindo, mas acabam finalizando a conversa ao ver que não estão a sós.

A garota é muito pálida, tem cabelos claros presos em um coque no alto da cabeça, é um pouco mais alta que eu, tem uma boca avermelhada.

– Bom dia. – ela diz.

Comprimento sem saber seu nome e reparo no garoto.

Alto, cabelos cor de bronze, forte.

Quando ele se serve e senta-se à mesa, bem de frente a mim, vejo seus olhos de perto pela primeira vez. O reconheço.

Na verdade não o reconheço, mas reconheço seus olhos, também não é bem seus olhos que reconheço é a cor deles. É exatamente o mesmo azul que fitei antes de adormecer bem no meio do corredor do trem.

– É bom te ver consciente. – ele diz confirmando meus temores.

Então tenho certeza de que aquilo tudo aconteceu e eu fiz papel de bêbada da frente de um estranho.

– Eu não...Eu não estava bêbada. Eu..- digo gaguejando como uma bela mentirosa.

– Tudo bem, eu sei que você não estava bêbada percebi que você não cheirava a álcool, mas só quando você já estava desmaiada. – ele comenta pegando um pãozinho.

A garota se senta do meu lado.

– Então é ela a garota do corredor? – ela diz bebericando o café.

– É sim. Eu reconheceria a bela dama que caiu em cima de mim enquanto eu andava pelo trem em qualquer lugar. – ele comenta, como se fosse normal falar isso do nada – Ou isso, ou porque o rosto dela está em todo lugar e é difícil não reconhecer. – ele disse como se eu não estivesse ali.

– Quem diria que a Filha do Tordo cairia nos seus braços na primeira vez que o visse. - a menina disse se divertindo com minha expressão.

– Você sabe, não sou do tipo resistível. – ele diz e sorri pra mim como se nós dois concordássemos com aquela afirmação.

Começo a tossir, de alguma forma, engasguei com meu suco.

A menina ri de mim: - Sou Lori, Distrito 2.

– Eu sou...

– Primrose. – os dois dizem juntos me interrompendo.

– Conhecemos a Filha do tordo. – ela diz por fim. – Toda a Panem conhece.

E começo a achar isso irritante. Se durante a viagem ficarem me chamando de Filha do Tordo vai ficar chato.

No meu Distrito todos me chamam de Primrose, poucos me chamam de Prim, porque minha mãe nunca me chama assim. Prim é como todos chamavam minha tia. Mas nunca me chamaram de Filha do Tordo, e eu estava bem com isso.

Tiro esses pensamentos da cabeça e olho para o menino.

– Lucca Finnick Odair, Distrito 4. - ele diz.




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Notas finais do capítulo

Leitores queridos, espero não ter decepcionado, mas como é começo de história sempre haverão esses capítulos mais introdução de personagem mesmo. Aqui estão mais dois personagens que amei criar e no próximo, que já está escrito, se não me engano terão mais três novos e usarei alguns antigos que não ganharam o destaque que eu amaria ler nos livros originais. Espero que tenham gostado, não esqueçam do review.



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