– E como você sabe que eu não vim de brincos? – perguntei desafiadoramente, mas acho que não deu muito certo.

– Por que eu observei você desde a hora que chegou. – respondeu ele ríspido. Merda de novo. – Por que fez essa brincadeira tão idiota? – perguntou com os olhos cheios de preocupação, enquanto ainda me segurava dentro da piscina.

– O único idiota que tem aqui é você, dá pra me soltar, parece que tem mingau no lugar do cérebro. – logo ao dizer isso ele me soltou e colocou o dedo no meu rosto.

– A única pessoa que tem mingau na cabeça é você, sua burra. – respondeu ele ameaçadoramente enquanto o grupo todo assistia aquela discussão sem sentindo.

– Ah é mesmo? Pois que eu saiba o único burro aqui é você, otário. – gritei.

– Cala a boca Sophie. – revidou ele.

– Cala a boca você Gustavo.

– Dá para calar a boca os dois? – perguntei o Lucas com as mãos levantadas para cima.

– Cala a boca você Lucas. – eu e o Gustavo gritamos uníssono.

– E você Gustavo, se manca seu nojento.

– Se manca você sua retardada. – gritou ele, tá essa doeu, e bastante.

– Espera ai cara, não fala assim com ela. – gritou o Daniel, que assistia tudo até então quieto.

– Como não falar, ela é uma fingida, uma falsa. – o Gustavo falava nervoso.

– Falso é você seu infeliz. – disse sentida, fui para a borda da piscina e sinalizei para o Daniel que eu precisava de ajudar para sair de lá. Ele me segurou pelos braços e me subiu e eu escutei risadas atrás de mim. Olhei e vi um sorriso amargo no rosto do Gustavo.

– Além de baixinha é gordinha, tive sorte de dar uns pegas na Larissa. – cara, esse comentário foi totalmente desnecessário e me machucou, mas eu não deixaria que eu mostrasse isso. – Pensando bem acho que eu vou pegar ela de novo, ela é bem gostosa.

– Faça bom proveito então. – disse como se nada tivesse acontecido. – Dani eu quero ir embora. – sussurrei ficando na ponta de pés para alcançar sua orelha.

Ele passou os braços por minha cintura e me deu selinho: - Vamos pequena.

Despedimo-nos de todos e fomos embora.

[...]

(N/A: MESES SE PASSARAM E LOGO O FIM DO ANO LETIVO CHEGAVA).

Ei autora essa fala é minha.

(N/A: O minha filha, meu sonho era falar isso, e o meu outro sonho é jogar alguém de uma escada, fica a dica).

Tá já entendi grossa.

Bom, meses se passaram de fato, meu pai continuava no exterior com o Josh, ele sempre mandava recados sobre seu tratamento, ele havia ficado carequinha, mesmo a Jane se manteve forte, e continuava a faculdade, a Fabi tinha mandado muito bem na apresentação da escola, aliás tinha um olheiro lá que gostou bastante dela, eu e o Daniel estávamos muito bem, e o Gustavo? Bom, continuávamos em pé de guerra, era triste isso, mas também era cômico, Elliot e a Nataly estavam a coisa mais fofa do mundo, e o Lucas e Fabi, bom são duas figuras. Já a Raquel?

Ela continuava andando com a gente, porém estava muito perto do meu Dadazinho e sim eu estou com muito ciúmes, o que aquela galinha carijó está querendo?

Era a hora do intervalo e estávamos na penúltima semana de aula, passou tão rápido...

– Eu acho que ele é gay. – disse finalmente após uma pequena discussão de como o garoto do segundo ano era afeminado.

– Todo mundo acha isso Sophie, fica quietinha que você é mais bonita. – resmungou o Luc.

– Eu também acho que esse seu mau humor é por que nenhum bombado te pegou de jeito ontem, aliás, qual é esse súbito interesse no garoto do segundo? – perguntou despreocupada.

– Qual é o problema de achar que ele é gay? – Luc perguntou bravo.

– Nenhum, do mesmo jeito que eu acho que você é gay. – rebati.

– Qual é o seu problema Sophie? Amor eu sou gay? – ele virou para a Fabi.

– Qual é amor, eu não tenho preconceito. – disse ela arrancando a risada de todo mundo.

Deu o sino e voltamos para a sala, saberíamos quem tinha ficado para recuperação.

A professora ia falando o nome de cada um em ordem alfabética.

– Lucas, você ficara até dia vinte de dezembro, está em recuperação em duas matérias...

– O QUE? Eu me esforcei para burro... – disse ele do fundão.

– Cara, você não se esforçou, você é burro. – disse o Guilherme, um garotinho esquisitinho, mas fofinho.

E assim a professora continuou...

(N/A: Sophie, o R vem antes do S?).

Mas você é uma burra em autora, espera vou responder *A, B, C, D, E,F,G,H,I,J,K,L,M,N,O,P,Q,R,S...* Vem antes autora.

(N/A: Ah jura? Ajudou-me bastante viu).

Mal agradecida.

(N/A: Mal comida).

Sem educação.

Enfim.

– Raquel, você está em recuperação em uma matéria...

Ela apenas assentiu cabisbaixa.

– Ai meu Deus, essa pessoa. Para a minha surpresa e a surpresa geral, Sophie você passou. – disse ela, e eu me levantei pagando o mico do dia.

Sim, eu fiz dancinha e ainda cantarolando que tinha passado.

Logo após a aula de Literatura viria a de Educação Física, eu gostava um pouco, mas achava totalmente desnecessária, além de que ficar com CC não é uma coisa agradável.

Todos foram para a quadra se alongar, e naquele momento eu tive a certeza de que eu era uma idosa e não uma adolescente de quinze anos, nem conseguia tocar meus pés.

– Vamos Sophie, eu quero você tocando os pés. – gritou o professor. Ele era maneiro e bem legal, só que enchia um pouco o saco.

– Professor, não vai, eu não consigo. – disse respirando fundo, e nossa, como doía.

– Vamos você consegue. – disse ele empurrando mais para baixo quando eu escuto minhas costas estralando alto. Coloquei a mão na lombar e soltei um grito, chamando a atenção da sala inteira. – Sophie, você está bem? – disse o Edvaldo, professor, me segurando pelo braço.

– Você conseguiu me travar as costas, como o senhor acha que eu estou? – perguntei grossa e escutei aquele diacho rindo.

– Vem levantando devagarzinho. – disse o Ed me ajudando a ficar reta enquanto todos os meus ossos estalavam, enquanto todo mundo assistia aquela cena se divertindo, acho que virei atração de circo.

Logo após ele nos fez ficar correndo em voltas como retardados em círculo, já disse que amo o Edvaldo? Não? Ah que bom, pois é não amo.

– Vamos Sophie, corre menina. – gritou ele batendo palmas.

– Eu não... Tenho... Mais Pulmão... – me esforcei para responder.

– Para de drama.

E isso foi minha aula, a pior delas, depois disso eu não tenho pernas, costas e pulmão, ah claro e sem esquecer da queda que eu tive, por que um búfalo me atropelou no meio do caminho.

[...]

– Alô? – disse eu esperando saber quem era da outra linha.

...

– Ah sim, o que quer? – perguntei ríspida.

...

– Se eu poderia ser mais amável? Nunca com você, tem como me falar o que quer?

...

– Nunca mais, me esquece.

Após eu dizer isso, desliguei na cara daquela pessoa nojenta. Logo me arrependi de dizer tudo aquilo.

[...]

Eu tenho certeza que a autora pulando a história desse jeito não me agradou muito não, mas ultimamente nem as partes bonitinhas do meu romance com Daniel era interessante, eu estava caindo na maldita rotina, eu estava no final do ano, certamente passaria meu Natal e Ano Novo sozinha, ou com a família de Jane, sabe lembrar que ela não era minha irmã de sangue e que ela era contratada e que ela tinha uma família a zelar também.

Mas eu tinha uma pessoa que me acolheria com toda a certeza, e ela mora no quartinho dos fundos da casa do Daniel.

Os dias se passaram rápidos, entrei de férias escolares, e amanhã seria natal.

Eu convidei a minha avó Maria para passar esse dia comigo na mansão, já que Jane não poderia, mas ela disse que queria mostrar umas coisas no quartinho dela, e eu fui com muito prazer, já que era a casa do Daniel também.

[...]

Nesta data é muito calor aqui no Brasil, eu lembrava de quando eu ia para países que nevava, era tudo lindo, branquinho, suave e fofo. Mas eu nunca tive alguém para fazer as tão divertidas guerras de bola de neve, muito menos fazer um anjo de neve, qual graça teria em fazer sozinha.

A família do Daniel estava bem tristes por não terem o Josh ali conosco, e a bondade deles eram ótima, minha avó pode se servir junto com todos como se fosse da família. Eles não eram adeptos ao peru de Natal, e muito menos comidas pesadas, preferiam algo leve, frutas e verduras, todas arranjadas e lindas.

– É muito bom ter você aqui Sophie. – disse Raul, pai do Daniel.

– Eu agradeço pelo convite, é bom estar aqui. – respondi educadamente.

– Sô depois eu queria falar com você. – Daniel falou baixinho e eu apenas assenti.

A comida era bem natural, era bom isso.

Logo após a ceia, o Dani me levou para seu quarto.

– Hum, Sô eu queria falar sério, eu... – ele coçou a cabeça de forma sexy.

– Pode dizer. – disse o incentivando a continuar.

– Então, estamos juntos a mais ou menos 3 meses, nos damos bastante bem, sabe...- e ele parou do nada, será que ele vai meter o pé na minha bunda?

– Você não quer ficar comigo? – perguntei direta.

– Não... O que isso? Da onde tira essas ideias? – perguntou sorrindo, do nada o garoto se baixou e segurou minha mão. Eu olhei para espantada. – Calma, não é nada disso, não vou te pedir em casamento.

Suspirei aliviada. Ele tirou uma caixinha aveludada e preta do bolso e abriu para mim.

– Senhorita Sophie Charlotte Trevisan aceita ser minha melhor amiga, parceira, idiota e minha namorada? – perguntou ele sorrindo.

Faltei engasgar e não conseguia me mover, ou ter um pensamento são.

Quando a realidade me bateu e eu vi o Dani ali ajoelhado com expectativa transbordando de seus olhos e eu tive um impulso e me abaixei a ele, dando um selinho nele e o abraçando forte.

– É claro que eu aceito seu idiota. – disse sorrindo.

– Poderia ser mais perfeito? – perguntou ele com um sorriso besta no rosto.

– Sim. - e eu o beijei calorosamente.

Ele colocou delicadamente a aliança com alguns pontos brilhantes em meu dedo que coube perfeitamente, já estava pensando se ele vinha vindo medindo meu dedo durante a semana.
Empurrei ele no chão e me sentei em seu colo e ficamos namoramos por algumas horinhas.