Presa entre dois universos escrita por Elizabeth Campbell


Capítulo 3
Johnny e seu motorista zumbi me sequestram




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O homem que me puxou para dentro do carro aparentava ser um pouco mais velho que eu, tinha a pele levemente bronzeada, o cabelo castanho escuro todo bagunçado que descia abaixo dos ombros, olhos castanhos, sobrancelhas grossas; nariz reto e um rosto com traços exêntricos, bem acentudos; ele parecia um pouco assustador, ainda mais pela sua expressão séria; outras garotas de dezenove anos não o achariam bonito, mas como eu adorava homens excêntricos, eu o achei sexy, me lembrava o Johnny Depp. Havia outro homem, esse era bem mais velho, tinha a pele um pouco enrugada, era bem magro e não tinha nenhuma expressão, podia ser até o parceiro zumbi da recepcionista do hotel.

– Quem é você? – eu perguntei ao homem mais novo.

– Sou John. – ele respondeu, sem nenhum traço de emoção na voz.

Ahá, talvez eu tivesse voltado no tempo e estava vendo o Johnny Depp mais novo. Mas esse pensamento só me alegrou um pouco, pois eu ainda estava com um pouco de medo daquele “sequestro”.

– Para onde vocês estão me levando?

– Estou te salvando um favor Elizabeth. – John disse.

– Me salvando do quê? – eu lembrei dos chefes da minha irmã, mas decidi não comentar, não confiava nele. – E... espere, como sabe meu nome?

– Não sei o quê ou quem está perseguindo você, mas é meu dever ajudá-la.

– Quem mandou vocês para me ajudar? E é só você? E ele? – eu fiz um sinal em direção ao motorista.

– Ele é só um ajudante – ele deu de ombros.

Eu fiquei assustada e senti um pouco de pena do “ajudante”, mas tinha outras coisas com que me preocupar.

– Você pode me falar para onde está me levando? – eu aumentei meu tom de voz, estava ficando nervosa.

– Acalme-se, não conseguirá escapar até chegar lá, não lhe farei mal algum, nem eles – ele disse isso olhando nos meus olhos, como se isso ajudasse a me convencer, e o pior é que ajudava mesmo.

– Eles quem? – tentei manter minha voz e meu rosto assustadores, mas eu acho que não deu certo, ele pareceu achar graça na minha pergunta.

– Eles disseram que você era nervosinha, mas não sabia o quanto, acho que até o final dessa viagem eu vou saber. – seu rosto se voltou para a janela.

Fiquei pensando quem são eles, mas resolvi não fazer nenhuma pergunta. John me pereceu bem sincero, embora eu ainda não confiasse nele. Eu não conseguiria fugir, as portas estavam travadas.

Pensei em algum plano de fuga; eu poderia tentar nocautear John, mas me parecia que o único dano seria na minha mão, e não nele; se eu tentasse chegar até o motorista zumbi, John me impediria, então eu teria que esperar para ver se quando eu chegasse em nosso destino, talvez eu conseguisse fugir.

– Escuta John, as pessoas que mandaram você para ser minha babá não ficariam muito felizes se eu morresse, certo? Então coloca alguma música, senão vou morrer de tédio.

– Qual música você quer ouvir?

– Rock. – eu disse.

– Eu já imaginava, mas para ouvir música, tem uma condição – ele ficou sério e eu levantei uma sobrancelha, desconfiada -, não abra a boca – eu dei um sorriso malicioso e ele me lançou um olhar gélido, ligou o rádio, me deu o controle e voltou a olhar para fora da janela, perdido em seus pensamentos.

Eu pensei em irritá-lo, mas mudei de idéia ao ouvir a música que ele colocou, Crying in the Rain - Whitesnake, o som me acalmou e me deixou vagar em meus próprios pensamentos. Como por exemplo: o por quê da dor de cabeça ter voltado.



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