A porta se abre delicadamente, sinto o cheiro de rosas que vem dela, meu coração não consegue ficar parado diante dela, sinto que estou ficando sem fala e provavelmente sem inteligência também, porque francamente só os burros se apaixonam por alguém que já está comprometido, sim, eu sou um burro assumido pelo menos.

  - Do contra? - Me enfio debaixo das cobertas. - Eu queria falar sobre… Nós.

  - Que tipo de nós? - Respondo - Volta do fiel, nó em oito? Qual você quer falar sobre? - Certamente ela não está se referindo a eu e ela, pois quando ouve um nós, sempre foi a Mônica tentando esquecer o Cebolinha e nunca um nós, ela nunca nos considerou como nós, e ela sabe disso.

  - Haha, muito engraçado DC, mas bem, eu acho que você tem que saber o que acontece…

   Já estava preparado, "Larguei o Cebolinha e vim ficar com você." "Sinto muito por ter te matado , mas aquele panda me deixou realmente estressada." " A Marina finalmente terminou com o Franjinha." Estava preparado para coisas assim.

   - Eu beijei ele , e nós começamos a namorar.

   Ok, eu já imaginava que isso iria acontecer, mas não estava preparado, alias quem está quando isso acontece? Só sei que não conseguia mais falar, e mesmo os homens tendo o orgulho besta eu estava lacrimejando.

   - Sinto muito DC, mas realmente, aquele romance não era para a gente , afinal quem imaginaria que um dia gostaríamos um do outro?( A autora dessa fic, LOL) Meu coração já pertence ao Cebola, então não tinha como isso acontecer.

  Bem, sinto lhe informar que isso aconteceu, mais pela metade, só eu gostei.

   Ela continua. - Nós nunca nos gostamos de verdade, foi só uma diversão para os dois , não foi? - Faço um movimento com a cabeça para baixo para tentar impedir as lágrimas. - Bem, como você assentiu com a cabeça agora, está tudo certo ,não? - Ela abre um sorriso imenso doce e feliz e me beija na testa. - Até mais DC! - No minuto em que ela está de costas para mim as lágrimas rolam, ela se vira para mim para dizer algo, mais esquece , e de tão feliz que está nem percebe meu cor magoado. Ela vai embora, choro desconsoladamente, de culpa, de tristeza, de incompetência, a tristeza e a culpa são as que mais se destacam, culpa por eu ter feito a Marina se sentir assim por minha causa e de ela ainda estar me esperando do mesmo jeito que eu ainda espero a Mônica, faço a única coisa que sei que me acalmará , como mais 12 sorvetes e chuto as coisas.

  O telefone toca , eu não atendo, permanece tocando, eu ignoro afinal, meu coração está morto mesmo, finalmente a pessoa deixa um recado na caixa postal, a voz doce  e apaixonada da Marina que está falando ."Oi Mauricio, o Franja me falou de um lugar muito legal que acho que você gostará, queria ir comigo lá amanhã? Retorne a ligação para me falar da sua resposta, DIGITE 042 PARA FALAR MAIS - A voz mecânica do orelhão fala. Acho que ela digita , e continua. - Ah, cala essa boca seu orelhão idiota! Bom, me liga hein Mauricio?! - Pela primeira vez naquele dia eu rio, como esse é um dia de experiências novas, eu ri , tive o coração assassinado e pela primeira vez disse sim para a Marina.