Norah

Pensei ter visto alguém dobrando o corredor,mas era besteira minha

Segui meu caminho meio cambaleante,era muita informação em tão pouco tempo,mas pelo menos não havia sido descoberta por bruxos e sim por um meio sangue com benção de Hecáte.Queria pedir muitos favores a ele,embora já fosse muito certificarme de que Carter ia ficar de boca fechada,queria também que ele me desse um pouco de magia ,para que pudesse sair bem dessa missão.

Vi a alguns metros Firenze ,o centauro ''bonitão'' da aula de astronomia,ele me lançou um olhar rápido e significativo o que me fez pensar se ele conhecia sua espécie que morava no EUA,achei que não e não o segui,cansada da conversa de Carter,um bruxo semi deus?Já vi coisas estranhas,essa era perigosa,uma junção não natural.Resolvi ir andando e me lembrar depois de conversar com o Quiron 2,para ter alguma informação,por enquanto eu só tinha duas que eram relevantes :

Haviam muitos bruxos,milhões ,trilhões,um exercito deles.

E eles tinham um poder enorme,que me dava medo.Esse poder era controlado por um ou vários orgãos espalhados pelo mundo(menos perto de Long Island,território nosso,Hecate não se atreveria de leva-los até lá),uma espécie de ministério,que tinha o controle total sobre a magia,eu não sabia onde ficava, e não podia sair e perguntar para alguém que não fosse de confiança,embora eu fosse estrangeira e nada mais normal do que querer me informar,mas em tempos de crise eu não ia sair dando uma de boba.

E eu tinha a pessoa certa para isso,a única que seria tapada o suficiente para responder com prontidão e esquecer logo depois:

–Tiago?-Perguntei escondendo meu nervosismo.

Estávamos no salão comunal da Grifinória,inexplicavelmente Tiago estava sozinho olhando para a lareira,Ele estava sentado ,mas levantou -se assim que eu o chamei,seu rosto era nervoso

–Norah!

Fácil

–Sente -se,quero cobrar um favor.

Ele sentou,fiz o mesmo,contra todos os meus princípios e pelo bem maior ( sei...) encostei-me um pouco mais nele,nossos ombros ficaram colados.

Tiago ficou mais nervoso.

–Que favor?-A voz era firme,mas seus olhos eram agitados.

–Você disse que ia me ajudar-Afirmei.-A me localizar por aqui,lembra?

–Ah,lembro,lembro sim...

–Então Tiago...Que lugares da Inglaterra Bruxa eu não posso deixar de ver ein?Pontos turísticos.

Ele pensou um pouco e deu de ombros:

–Há o povoado de Hogsmead aqui perto,tem um bocado de coisa legais.Há o beco ,mas esse você já viu...

–Tem mais?

–Sim,um monte.Mas eu fiquei pensando...Quer ir ao passeio para Hogsmead comigo?Vai ser na próxima semana,aposto que vai gostar,principalmente se for guiada por mim.

Hesitei ,não era esse o rumo da conversa que eu estava esperando.

–Não sei...

–Ah,prefere ir com o Malfoy,entendo...

–NÃO!-Corei,ele riu-Q-quer dizer ,eu adoraria ir com você Tiago

Seu sorriso aumentou ,eu fiquei parada o encarando,encarando não,admirando.

Via o jeito como seus olhos queimavam,espelho da lareira.Parecia muito com um filho de Ares e eu dei graças por ter certeza de que não era.Seu cabelo estava arrepiado ,mais do que o normal,como se ele o bagunçasse propositalmente,o que eu achava charmoso,tinha que admitir.Seu suéter estava no chão,vestia apenas uma camisa de botão e a gravata frouxa com as cores da casa,uma visão do Elísio,um verdadeiro paraíso.

Proibido.

Tentei me recompor fitando o chão ,vi o jornal dos bruxos,hum...Profeta diário,eu acho...Tinha na capa dois homens se encarando raivosos,um deles era alto,cabelos negros chegando ao ombro(me lembrou Nico Di Ângelo,um velho amigo),tinha os olhos vorazes e famintos ,vestia um terno( ou blazer,mesma coisa,acho,sei lá).Não deu para ver a cor olhos ,a imagem era em preto e branco,mas deveriam ser bem escuros,pretos talvez

O outro me apavorou,tinha cabelos pretos rebeldes,olhos claros ,era um pouco baixo( mais alto do que eu o que não é surpresa ,todo mundo era mais alto do que eu).Não usava roupas tão ricas quanto a do outro ,mas não foi isso que me surpreendeu.

Era o cara do meu sonho.

Peguei o jornal rapidamente e o coloquei no rosto de Tiago.

–Quem é?Quem é esse?

–O de terno ou o outro?

–O mais baixo!Responde!

–Meu pai.-Disse solene

...

Não sei quanto tempo passou,mas eu fiquei encarando Tiago sem perceber,a boca aberta.Minha cabeça voava a milhões de quilômetros daqui,a casa do meu sonho.Uma mulher e um homem junto com um menino,esse garoto poderia ser muito bem...Tiago

–Porque?Não o conhece?-Perguntou o menino.

–Não ,não faço ideia de quem seja.-Admiti.

–O famoso Harry Potter?Não acredito!

–Sou de longe,lembra?

–Seu país não o conhece?Que estranho

Engoli em seco,minha garganta já áspera.

–Er...Estranho.

–Bom,tudo começou com um bruxo das trevas...Voldemort,acho que esse você já ouviu falar ,não é?-Eu neguei ,ele me encarou exasperado-Então tá...

E contou o feito de seu pai,tudo o que sabia.Eu já havia escutado histórias difíceis de engolir ,mas essa não era tão estranha comparada a de Percy e dos meios sangues ,eu acreditei em cada palavra

–Então ele morreu,meu pai o matou e agora é famoso em todo o mundo bruxo ,menos os EUA,né?-Riu ele-Papai vai querer se mudar se souber dessa.

O pai do Tiago sabia alguma coisa do nosso mundo,Tiago também deveria saber ,mesmo que fosse o mínimo.

–Quem é o outro cara?-Perguntei.

–O ministro Stanley-Murmurou ele,algo no nome do cara o havia deixado nervoso.Batia a mão no chão com impaciência

–Por que eles parecem irritados?

–Papai não concorda com certas atitudes do ministério,do novo ,quero dizer.

–Novo?Havia outro?-Perguntei

–Sim,não,er...Havia outro ministro.

–O que aconteceu?O que houve com ele?

–Morto,ninguém sabe por que ,ou que fez.-Disse ele sombrio.

–Qual é?Como assim não sabem?Vocês são bruxos ,podem fazer um monte de coisas!

Eu travei ao me ouvir,não devia ter falado isso ,não devia ,Tiago era lento ,mais não tanto!

–Você fala como se não fosse uma ,age como se tudo fosse bizarro,o que há com você?

Bizarro,sim, acho que essa palavra é boa e resume um bocado.

–Bem ...Er...Vocês britânicos são muito diferentes...Mas vamos falar sobre o que interessa .Como ninguém sabe o que aconteceu?

–Não foi normal,usaram uma arma estranha,uma coisa bruta.

–O que foi?-Perguntei para me certificar.

–Não sei se lembro o nome ,era uma arma antiga trouxa...Uma...

–Espada -Murmurei

–Sim,esse é o nome...Mas...Como você sabe?Eu nem falei e tenho certeza que não está no jornal!-Disse ele nervoso.

Nervosa estava eu.

–E...Desculpe,tenho que ir.

E sai correndo para o dormitório

–Nosso encontro ainda está de pé?-Gritou ele ao pé da escada.

Eu não respondi.