Ele sorrio mais e se aproximou.

- Pois é, você sumiu. - ele disse.

Não, você sumiu meu bem, eu estive aqui o tempo todo, esperando por esse momento.

- É, deve ter sido - respondi.

Mas o que eu disse? Porque não dou simplesmente um tapa em sua cara e volto para casa? Pés, porque estão tremendo ao invés de andando de volta para casa? Porque eu quero beijá-lo?

- Eu vi você na festa, você está linda. - ele disse, fazendo minhas bochechas corarem.

- Obrigada, você também está lindo.

- Eu vi o que fez com o Carter - ele disse agora rindo - Foi legal, mas porque não ficou com ele?

Porque isso não te diz respeito! - Porque eu gosto de outro. E ele ficou com Beth- disse.

O que? Porque não disse que ele não tinha nada a com a minha vida? O que eu estou fazendo? Porque estou me aproximando dele? E porque minhas mãos parecem pegar fogo? E o que esse sorriso bobo faz na minha cara?

- E eu conheço esse cara que você gosta? - ele disse divertido.

- Claro, conhece melhor que ninguém. - respondi.

Ele sorriu.

- Sou eu?

- Não, desculpe - sorri sínica e virei, voltando para casa.

Cheguei em casa ofegante e suada, mas com o coração batendo alto. Entrei em casa me acalmando e tranquei a porta atrás de mim, sorrindo. Subi as escadas e entrei no meu quarto, encostando na porta e sorrindo. Respirei fundo e andei até a sacada. E vi a coisa que menos queria, o "garoto de Beth" estava lá, os braços cruzados e apenas de bermuda.

Não pude deixar de reparar em seu peito, era perfeito, cada músculo esculpido a mão, eu tinha necessidade de tocá-lo. Reprimi essa vontade e fiz meu olhar de nojo para ele.

- O que você quer Carter?- perguntei, usando o nome que Gabe tinha se referido à ele.

Ele pareceu se assustar ao me ver lá em cima, então seus olhos encontraram os meus e algo dentro de mim pareceu entrar em falha. Eu esqueci de respirar por alguns segundos.

- Me desculpe - ele disse, ainda me olhando nos olhos - Eu não devia ter te irritado.

Assenti e saí da sacada. Sentei na cama e pensei durante uns segundos, então levantei e fui até a sala, abrindo a porta e sorrindo para ele.

- Desculpas aceitas - falei - Agora vá embora antes que meu pai desça e te fazer picadinho.

Ele ficou confuso. - Porque?

- Por você transar com uma de suas filhas, acordar na cama de outra e depois persegui-la. - respondi rindo.

- Vocês pareciam iguais no escuro - ele disse.

- Nós somos iguais - respondi entrando em casa e fechando a porta.

Estava sorrindo igual boba, pelo encontro com Gabe. Como eu posso ser tão idiota de cair de novo na dele, só por causa de um simples olhar?

Voltei para meu quarto e tomei um banho porque me sentia suja, quando saí vesti um short curto e uma camiseta larga que cobria o short inteiro e calcei meus chinelos. Desci para almoçar e almocei com meus pais, Beth ainda não tinha voltado. E passei o resto do dia comendo bolachas e estudando para prova de biologia que teria na segunda.

Beth chegou tarde, tanto que eu nem a vi chegar, apenas ouvi seu barulho, reclamei algo e cobri minha cabeça com o travesseiro. E dormi em seguida, só acordando com alguém me sacudindo.

- Beth, para de ser idiota - falei ainda de olhos fechados me virando na cama.

- Não é a Beth querida, sou eu, mamãe.

Abri os olhos e me virei, olhando para os grandes olhos castanho claro à minha frente.

- Desculpe, Beth que costuma fazer isso. O que aconteceu? Hoje não é domingo?- falei ainda sonolenta e esfregando os olhos.

- Eu só acordei para avisá-la que vovó não está muito bem, então eu vou para Ohio visitá-la - ela disse se levantando - Mas se acordasse Beth, ela nem te contaria.

- Vovó está bem? É algo grave?- perguntei me sentando.

- Não, ela caiu de novo. Não sei porque ela insiste que tem que trocar as lâmpadas... - mamãe começou a falar da manina de vovó, ela tem a mesma mania de Beth de ficar contando histórias enormes.

Suspirei e deitei de novo.

- Acho que vou deixar você dormir - ela disse vindo até mim e me dando um beijo na testa - Até semana que vem.

E eu dormi de novo. Anestesiada pelo sono.