POV Harry

Dei as mãos para Santanna e entramos na sala. Spencer estava deitada em uma cama, apenas olhava para nós, um pouco assustada. Eu tentei sorrir, mas não consegui.

– Vejamos... – ele olhou em uma ficha, pensativo – Ela teve um enjoo muito forte, mas está melhor. Demos um remédio e vamos deixa-la tomando soro até amanhã, quanto à criança...

– Que criança? – Santanna foi rápida.

– Ah, vocês não sabiam? Desculpe-me, Spencer, você gostaria de dar a notícia?

Ela olhou para o chão e balançou a cabeça dizendo que não.

– Bom... Spencer está grávida. A criança está bem. Foi um susto, mas está bem...

Meu mundo desabou neste momento. Apenas olhava para ela, com um olhar de pânico. Eu realmente pensei que iria desmaiar ou algo do tipo, mas não, eu tinha que ser forte. O médico saiu da sala e Santanna pegou uma cadeira e me ajudou a sentar. Eu estava pálido, apenas olhava para as duas conversando baixinho. Eu tentava escutar o que elas diziam, porém não conseguia. Tentei levantar a caminhar até lá, mas meu corpo não se movia. Fiquei uns quinze minutos olhando para Spencer, depois uma enfermeira entrou no quarto – tínhamos que ir embora.

Pegamos um táxi – já que havíamos vindo junto com a ambulância e eu mal estava conseguindo andar.

Chegamos em casa, os garotos todos estavam preocupados. Perguntas e mais perguntas em cima de mim, eu apenas fui me deitar, precisava me acostumar com a ideia de ser... Pai.

POV Santanna

Eu juro que achei que Harry ia desmaiar, ele se provou ser muito forte hoje. Fiquei conversando com Spencer sobre as possibilidades, só de pensar que ela considerou um aborto... Uau. Porém a convenci a abandonar essa ideia. Ela estava muito assustada. Disse a ela que voltaria de noite, porém, passei à tarde com febre. Eu não sabia o que fazer.

Harry passou a tarde deitado, sozinho. Eu estava preocupada. Oito da noite, ele saiu do quarto, para buscar comida. Porém, foi rápido e correu para o quarto.

– Harry? – eu disse.

Ele ficou parado no corredor.

– Vem aqui Harry... Vem...

Estávamos sozinhos em casa. Os outros haviam ido a uma entrevista, disseram que Harry estava doente.

Harry parou em minha frente, dizendo um “que foi” meio grosso.

– Senta aqui...

Ele sentou, estressado.

– Não fica assim...

– Assim como?

– Harry, ela precisa de você.

Ele olhou para o chão e mordeu o lábio, pensativo.

– Harry...

– Esquece! Eu não posso lidar com isso agora!

– Deixa de ser idiota! Ela precisa!

– Esquece, já disse! Ela acha outro.

– Que outro?

– Seus pais, sei lá!

– Ah, você não sabe...

– Não sei o que?

– Harry... A mãe dela morreu em um tiroteio há anos. E o pai dela expulsou-a de casa quando descobriu sua gravidez... Ela está sozinha.

Ele fez uma cara de espanto. Ficou alguns segundos olhando pra mim e levantou-se.

– Aonde você vai? – perguntei.

– Vou para oi hospital ficar com a mulher que... Que eu amo.

Fiquei boquiaberta... Ele disse amo, do verbo amar. Ele então, foi para o quarto preparar uma mochila.