Love In Sickness And Health escrita por Daniela


Capítulo 9
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora! Boa leitura!



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O resto da semana passou num ápice. Um ápice muito cansativo. Já falei como é trabalhoso ser estudante de Direito? 

Apesar do stresse, a minha saúde tem andando estável, o que só prova a Alice que podemos ter uns tempos menos bons como humanos que somos, e conseguirmos melhorar, tempos depois. Afinal, aqueles exames só serviram para perder o meu tempo, e me irritar com uma série de pessoas.

Durante toda essa semana, não recebi nenhuma outra mensagem desconhecida. O meu lado racional ficou satisfeito, mas o meu lado irritante, e mais emocional, ficou meio que desiludido. Como assim, me chateia, exige a minha atenção, e depois desaparece do nada? Não faz sentido nenhum. Mas decidi esquecer. Alice e Jasper estavam cada vez melhores. Sem estar esperando nem um pouco, Jasper apareceu hoje na Faculdade para buscar Alice, no fim do dia. Todos estavam de boca aberta. Eu estou feliz por eles. Jasper perdoou Alice acerca da mentirinha de seguirmos Medicina. Foi algo idiota e tolo, da parte dela. Enfim, é Alice.

A única coisa que me incomoda acerca da relação deles é a aproximação imediata que Alice teve com a família Cullen, que é muito amiga da família Hale, a do Jasper. Ou seja, só oiço Alice falando todos os dias dos Doutores Cullen's. Um deles, o que me envergonhou pessoalmente sem sequer saber. Esse eu já estava cheia de ouvir. 

Sai do carro com alguma dificuldade, pegando nos livros e na mala. Entrei no prédio de Alice, e cliquei no 4º andar do elevador, até chegar ao seu apartamento. A escola acabara horas atrás, mas a chata da baixinha me ligou, falando que os resultados dos meus exames tinham chegado a sua casa. Ao início não quis que fosse ela os recebendo, mas ela disse que se recebesse em minha casa, havia o risco da minha mãe descobrir os exames e me perguntar o que aquilo era. Acabei por concordar com ela.Toquei à campainha, batendo impacientemente o pé. Alice conseguia ser extremamente demorada.

Jasper, foi quem abriu a porta. O seu olhar bateu em mim de uma forma estranha, e o sorriso amigável que ele costuma ter sempre no rosto não estava presente. Foi a primeira coisa estranha que bateu na minha consciência. Entrei na sala de Alice, vendo a baixinha com os papéis dos meus exames nas mãos, de cabeça baixa, no sofá. Fiquei automaticamente em pânico.

- Alice?!

Nada. Silêncio. Me aproximei da minha melhor amiga, agarrando forte as suas mãos. Ela estava tremendo. 

- Alice, me fala. O que foi? - Puxei os exames para mim, tentando ler alguma coisa. Ela não deixou.

Do nada, sinto os braços da baixinha me esganando o pescoço, num abraço. 

- Eu te amo, Bella! 

O meu coração começou batendo acelerado. Alice não era nada de manifestações afectuosas. De repente, me senti inválida. Envolvi Alice com os meus braços.

- Eu te amo também, baixinha. Por favor, fala comigo! - A minha voz saiu baixa e assustada. 

- Porquê, que merda!! - Ela me apertou mais forte. - Oh, Bella...

- Eu liguei pro Dt. Carlisle, meu amor... - Jasper se ajoelhou ao nosso lado, afagando as costas de Alice. -  Ele vai deixar ela bem, você vai ver.

Jasper sorriu triste, na minha direção, envolvendo os braços nos ombros de Alice. Lágrimas caiam desenfreadas pelo meu rosto.

- Leia... - Alice se afastou de mim, os olhos húmidos e borrados de rímel, e me estendeu os papéis.

Não sei bem descrever o que senti, a partir daquele momento. Não sei bem dizer que Isabella passei a ser, depois daquilo. Só sei que senti o meu Mundo cair em pedaços à minha volta. Não sei como agi, após aquele momento. Apenas me apercebi que tinha deixado um Jasper exaltado e uma Alice histérica para trás, ao sair em silêncio daquela casa. Os meus olhos estavam embaceados pela água salgada das minhas lágrimas, mas os meus braços não se moverem um milimetro para as limpar. Desci as escadas até à porta de saída do prédio, caminhando sem rumo pela calçada. Só havia dado pela falta da minha mala, e consequentemente das chaves do carro, já quando estava saindo do prédio. E o meu cérebro não estava me deixando voltar atrás. Ele não queria voltar atrás.

Que cliché, estava chovendo. Um sorriso sarcástico e irónico surgiu no meu rosto. Parece coisa de filme. A protagonista descobre que vai morrer, e caminha pela chuva, até encontrar o seu amado. O sorriso se abriu, ainda mais arrogante. Que amado? Eu sou lá dessas coisas. Talvez o garoto desconhecido das mensagens. Só espero que seja forte o suficiente para me pegar ao colo no final do filme, quando tudo acabar bem. O sorriso desapareceu. Não é nenhum filme. E nada vai acabar bem. Senti o meu rosto se contorcer, me fazendo chorar ainda mais, sem conseguir distinguir a chuva das minhas lágrimas.

Toda a minha vida passou na minha frente. Tudo o que tinha vivido até ali, e tudo o que ainda não tinha vivido, de todo. Pensei em Alice, em minha mãe, em meu pai, em minha irmazinha. Até no Doutor Edward Cullen, naqueles dias em que fiquei encantada por ele. Por um segundo, desejei que ele fosse mais para mim do que acabou por ser - o meu médico. Engraçado, ele que me fez exame ao coração, de onde provém o meu recentemente descoberto cancro. Será que foi ele, que descobriu que eu estou doente? E se foi, o que será que ele sentiu, ao descobrir? Afeto, pena? 

O vibrar no bolso das minhas calças me tirou dos meus pensamentos. Peguei no telemóvel, pouco me importanto se ele se molhava. Uma mensagem. Número desconhecido.

''Olá, Isabella. Mais bem disposta?''

Ri sozinha, me sentando no chão da calçada. A chuva não parava. 

''Oi, garoto desconhecido! Esperei que você viesse me salvar deste sofrimento, e me dizer que não, não vou morrer, etudo vai acabar bem! Me desiludiu! De resto, não poderia estar melhor!''

''Do que você tá falando?''

''Descobri agora que tenho cancro, não é legal?''

Sabia bem que brincar com assunto não o faria menos real. Nem menos doloroso. Só que, ainda era tão irreal para mim mesma, que precisei de um desconhecido, para desabafar. A resposta demorou a chegar. Provavelmente o afugentei. Ah, pois, só nos filmes eles são corajosos e vêm nos salvar.

De novo, o meu telemovél vibrou, agora por mais tempo. Estava pronta para abrir a mensagem, quando percebi que ele não me respondera. Ele estava me ligando. O meu coração voltou a ficar acelerado, a um ritmo assustador, pela segunda vez naquele dia. Que se dane. Atendi.

- Então, garoto desconhecido? Decidiu se revelar? Não sabia ser menos tardio, e tê-lo feito antes de eu saber que tenho cancro, para podermos ter tido tempo pra namorar, e você sentir realmente falta quando eu morrer?

- Você não vai morrer, Bella.

O meu sorriso morreu, e gelei no mesmo sitio. Eu conhecia aquela voz.

- Onde você está? Alice não sabe de você. Me diga, eu vou te buscar. Tem de vir à Clinica o mais depressa possivel. Não acredito que não tomei conhecimento disto.

- Você só pode estar zoando! - Praticamente gritei na cara dele. - Como te atreves! Não és homem o suficiente pra falar em teu nome?! Como tens o meu número, Doutor Cullen?

- Eu fui o seu médico. Fiquei com seus registos pessoais. Me chama de Edward, por favor.

- SEU BABACA! - Me levantei furiosa da calçada, voltando a caminhar não sei pra onde. - Se diverte zoando da minha cara?! 

- Eu só... - Pela primeira vez, ele soava envergonhado. - Só quis retomar aquela conversa que tivemos nos seus anos. Eu... eu gostei de estar contigo, Bella.

O meu coração se apertou, bem apertadinho. Isto não era justo. O choro regressou, descontrolado. Naquele momento, só queria minha mamãe.

- Por favor, Bella, me diga onde está...

- Não.

- Então pega um táxi até à Clinica. Alice já cá chegou. Está ligando pra sua mãe. Carlisle e eu vamos cuidar disto. Vamos cuidar de você.

- Eu não quero que você cuide de nada de mim!

Sem pensar, desliguei na cara dele, já desesperada procurando um táxi. Felizmente tinha algum dinheiro no bolso das calças. Afinal ser desorganizada até nem é ruim. Não queria obedecer aquele idiota, mas eu precisava mesmo de Alice, e de minha mãe. E estava gelada e molhada. Entrei no táxi, falando o endereço da Clinica, e me abracei a mim mesma. Fechei os olhos durante todo o percurso, tentando acordar deste pesadelo.


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Notas finais do capítulo

Oi gente! Pois é, afinal Alice tinha razão, e Bella realmente não estava bem de saúde.
É agora que todo o drama aparece, e a partir daqui, não pensem que vai tudo correr como eu vou dar a entender que vai correr, nos capitulos que se seguem. Fiquem atentos a isso!
Espero que tenham gostado, e que me digam o que acharam!
Vejo-vos no próximo capítulo! ♥
Daniela



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