Love In Sickness And Health escrita por Daniela


Capítulo 8
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura! :)



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- Não, não, Alice! - Encostei a cabeça ao meu livro de Leis. - Não fale de Leis como se não tivessem uma ligação direta com o Direito em si.

- E não tem. 


Olhei para ela sem acreditar. Por vezes, Alice me assustava.

- O Direito funde-se na Lei, Alice. Como é que você saiu do primeiro ano sem saber isso?! A Lei é a fonte essencial de todo o Direito. O Direito é a Lei, a Lei é o Direito. Entendeu?

- Você me faz sentir burra, Bella! - Pousou uma das mãos na minha mesa da sala, um biquinho caracteristico dela se formando. - Que amiga ruim.

 Suspirei pesadamente, apoiando a testa nas mãos. Alice me tirava do sério. Senti o celular vibrando na mesa, perto dos meus livros. Alice estava na ponta oposta, ja que a minha mesa é bastante comprida, mas redonda, e assim estarmos ao lado da outra roubaria todo o espaço para os livros de cada uma. Me recostei na cadeira, colocando os  pés em cima dela, o meu braço envolvendo os meus joelhos. Peguei no celular. 1 nova mensagem.
''Me lembro da nossa conversa como se fosse ontem''

 Olhei durante minutos incontáveis para o ecrã. Número desconhecido. Mas que merda é essa?! Neguei com a cabeça. Era o que mais me faltava. Outra coisa que me diferencia de todas as garotas - não gosto de mensagens, emails nem recadinhos misteriosos. Não gosto de cantadas nem jogos de sedução. Não tenho paciência. Não me lembro de conversar com alguém que ainda não saiba isso sobre mim. E se sabe, está querendo me irritar. O que só torna as coisas piores.

- Quem é? - Perguntou a baixinha, mordendo a ponta da caneta, olhando para o livro de Leis Condicionais. Estava com o olhar tipico à La Alice. Olhava, mas não via nada. Às vezes me surpreendo por ver que ela passa todos os anos, comigo. Alice deve ser realmente inteligente - se eu estudasse tão pouco quanto ela, chumbava de certeza.

- Ninguém. 

 Continuámos estudando o resto da tarde. Era Domingo, já tinha passado uma semana desde o meu aniversário. Estavamos entrando na época dos exames. Quanto à minha saúde, disseram que me ligariam quando fosse para os buscar. Por volta do dia 26, 27, o que seria na próxima sexta e sábado. Por um lado, queria receber de uma vez, para poder despreocupar Alice, e a mim mesma, sendo sincera. Por outro, estava com um pouco de receio. Só um pouco. Alice saiu de minha casa um pouco depois de termos estudado. Acabou por jantar aqui. Eram quase 22h, e a minha cama estava realmente olhando com olhinhos lindos para mim. Tomei um banho quente e rápido, e me enfiei sob os cobertores. Peguei no telemóvel, me preparando para colocar o alarme, vendo o sinal de 3 mensagens novas. Para mim, é estranho. Não sou propriamente o alvo de atenção para mensagens, nem sequer dos meus amigos. A maioria me liga. Uma das mensagens era de Alice, avisando a hora que me buscaria de manhã, e ameaçando a minha vida caso chegasse tarde ao seu carro. A outra era de Jéssica, me mandando o link do facebook do novo garoto com quem namora. Essa eliminei de uma vez. Parece que já não me conhece. A última era de um número desconhecido. Ponderei em eliminar antes de abrir. Já era a segunda vez naquele dia. Mas sou demasiado curiosa.
''Acertei ao pensar que nunca responderia a um número desconhecido. Mas posso dizer que a réstia de esperança que tinha, me fez ficar desapontado''

 Desapontado. Boa, é um garoto. De um momento, passei a extremamente irritada, para irritantemente curiosa. Carreguei no botão para responder, ficando a olhar para o ecrã com uma mensagem vazia por enviar. Por fim, carreguei no vermelho, tratando do alarme para de manhã, e bloqueando o telemóvel. Ele, quem quer que fosse, estava certo. Não respondo a números Desconhecidos. 
***

- Correu tão mal! - Jéssica estava perto das lágrimas. - Quanto mais estudo, pior!

- Não foi so você, foi mesmo terrivel. - Mesmo falando calmamente, Angela via-se nervosa. 

 Estavam todos nervoso, exceto eu. Quase que sorria, mas evitei, por causa deles. O exame tinha me corrido lindamente. Alice não fez nenhum comentário sério. Ela tem sempre das melhores notas, sem estudar nem se preocupar muito. Isso já me irritou, ha muito tempo atrás, enquanto ainda andávamos no Liceu. Agora, já me habituei. Há pessoas mais ou menos inteligentes. 

 Fomos todos para o shopping. Almoçámos, e decidimos ficar jogando bowling o resto da tarde. Depois de ganhar duas rondas seguidas, eles me mandaram sentar e não fazer batota. Até preferi, já estava cansada. Tenho me cansado muito e depressa, de estar sempre lendo e lendo e estudando. Mas bem, se é o que é preciso, é o que faço. Pela terceira vez naquele dia, voltei a receber o aviso de mansagem recebida. A primeira fora Alice, me chamando para descer. A segunda a minha mãe, desejando boa sorte para o exame. Tirei o telemóvel do bolso, desejando não ser quem eu estava pensando. Mas era. O problema é que eu não fazia ideia quem seria.
''Só preciso de um pouco da sua atenção, Isabella''

 As minhas opções de o dito cujo se ter enganado no número desvaneceram-se. Mas não completamente. Quer dizer, há mais Isabellas neste Mundo. Ainda assim, não sei o que se passou na minha cabeça, quando comecei a lhe responder.
''O que você quer? E porque não é homem o suficiente para mostrar a cara?''

 Tudo bem, não estava sendo propriamente simpática. Mas eu realmente não gosto que me falem por ''esconde-esconde''.

''Apenas homens quereriam a sua atenção, não é um pouco convencido da sua parte, Isabella? Posso ser 'uma amiga' ''

 Ri sem humor, revirando os olhos. Sim, tudo o que sou é convencida.

''Falou 'desapontado' na última vez que me mandou mensagem. Se é garota e se trata como garoto, só pode ser uma das duas: ou travesti, ou mentalmente retrógado. Me diga.''

''Tem razão, as minhas desculpas. Acertou quanto ao meu genero''

''Não precisava de ser muito inteligente. E não acertei, você deu a entender''

''Prefiro conversar com você pessoalmente. É bem mais.... calorosa. Quer jantar comigo um dia destes?''

- Bella! É a sua vez, já fizemos três rondas sem você!

 Levantei os olhos do telemóvel, o jogando pra dentro da mala, sem hesitar. Durante aquela tarde, não peguei mais nele. O desconhecido irritante também não me veio à cabeça o resto da tarde. Mas durante a carona de Alice para minha casa, a irritação por causa dele voltou a se instalar no meu ser. Sair com ele? Nem sabia quem era! Deve me achar muito boba, deve. Pois bem, odeio te desiludir, senhor desconhecido, mas nunca iria a lado nenhum com você.

- Por Deus, Bella, pare de me ignorar!

- O quié Alice? - Cruzei os braços, olhando para ela, evitando divagar de novo por causa daquele traste. 

- Nada, deixa pra lá. - Alice estacionou na frente do meu prédio, se inclinando para me beijar rápido a face. - Te vejo amanhã, gata, saia que estou atrasada.

- Para? - Tenho um encontro. - Ela puxou o espelho do lado do condutor para baixo, botando batom e melhorando os traços de rímel e lápis nos olhos. - Com o Jasper. - Piscou na minha direção, so pra voltar de novo a atenção para o espelho.

- Boa, beijinhos para ele. - Sorri, agarrando na minha mala. - Boa sorte nesse encontro. Até amanhã. 

- Até!

 Corri até à entrada do prédio. Estava começando a chuviscar. Ainda bem que já estava em casa. Odeio chuva. Quando entrei, peguei minha mãe cochilando no sofá, o nosso jantar em cima da mesa pequena perto da TV. Sorri, beijando o seu rosto adormecido, e corri para o banheiro, tomando duche. Vesti o pijama e voltei para a sala. Minha mãe já acordara. Jantámos calmamente, ela sempre se queixando do patrão horrivel, e das contas para pagar. Ainda assim, conseguia ser divertida. Oh bem, é a minha mãe, não é mesmo? 

- Ah, quase que esquecia. Seu pai ligou. - Olhei para ela, vendo a sua cara de quem nao quer nada, engolindo a massa chinesa. 

- Sério? E tá tudo bem por lá?

- Tudo. - Ela sorriu para mim. - Ele sente sua falta, Bella. Está sempre perguntando se tem uma pausa na escola antes do Natal, para ele te pagar um bilhete de ônibus para você ir ter com eles.

- Oh, eu também já quero ver ele e a Mel há muito. - Engoli a última garfada de massa de uma vez, me levantando. - Vô ligar pra ele, volto já.

 Dei um beijo todo besuntado na testa da minha mãe, e saltitei até ao quarto, ligando pro meu pai. Acabei por combinar ir ter com eles no próximo fim-de-semana, já que estaria livre de exames na semana seguinte a isso. Fiquei mais contente. A Mel, sem quase nos apercebermos, vai crescer imenso, e podera se esquecer de mim, se eu decidir me ausentar em demasia. Como irmã, só quero evitar que isso aconteça. 

 Fui me deitar mais tarde do que costumo. Acabei por ficar conversando com a minha mãe, sobre os meus tempos de criança. Mesmo não me lembrando bem, fiquei melancólica pela minha mãe. Ela sente tanto a falta do meu pai, eu vejo bem isso. E vejo que o meu pai, apesar de não perder o carinho e respeito pela minha mãe, já não a ama. Ama a Tatiana. Eu me sinto feliz por meu pai, mas ver a minha mãe quase estagnando na sua vida amorosa, me deixa sempre pra baixo.

 Quando me deitei, vi o sinal de uma mensagem recebida. Apaguei o visor, e enfiei sob a almofada. Não estava pronta para mais uma dose de mensagens desconhecidas. É demais no mesmo dia. 


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Notas finais do capítulo

Alô gente!
:D
Gostaram do capitulo? Quem acham que esta mandando as mensagens para Bella, ein? Não é tao dificil assim, rsrs.
Espero reviews, obrigada por seguirem
Vos vejo no próximo ♥
Até lá,
Daniela