Love In Sickness And Health escrita por Daniela


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Aqui está mais um! Boa leitura :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/201783/chapter/3

Aqueles olhos de novo. Era o homem do atendimento. Olhei para a bata dele, vendo o seu nome. Edward Cullen. Junto da identificação estava sua fotografia, o que não dava margem para dúvidas. Meu rosto devia estar roxo. Se ele realizasse o exame agora, eu estaria em perigo de morrer, face à velocidade que batia no meu peito.

– Ah, você. Encontrou o banheiro? - Sorriu daquele jeito de novo, me deslumbrando.
Odeio médicos, odeio tanto.

Baixei o rosto, roxa de vergonha.

– Sim... encontrei... - Falei, baixinho.

– Que bom. - A sua voz não saía do tom educado e profissional. Isso me fez confusao. Estava me tapando com os braços, semi nua e estava sendo tudo menos profissional para mim. Estava sendo desconfortavel. Edward se aproximou de mim, com uns papéis nas mãos. - Se deite, por favor. Tenho de lhe colocar os fixadores.

Lentamente me deitei, sem soltar meus braços do peito. O doutor riu.

– Preciso fazer o meu trabalho, Isabella. Suponho que seja desconfortável, mas é necessário.

Fechei os olhos, colocando os meus braços colados o lado do meu corpo. Ouvia apenas a máquina no meu lado esquerdo apitando ritmadamente, até sentir as mãos do doutor nos meus braços, e ombros, prendendo umas coisinhas estranhas na minha pele. Sobressaltei-me ligeiramente, ao sentir seus longos dedos na lateral da minha cintura, e um pouco acima, prendendo também aí algo.

– Isto vai ser frio. - Ouvi sua voz uns segundos antes de um liquido gelado atingir a minha pele onde ele tocara anteriormente. Arrepiei-me.

Aquilo estava sendo estranhamente bom. Nunca senti maos mexendo no corpo de alguem com tanto cuidado. E suas mãos me apertavam tão calmamente que não podia evitar sentir descargas electricas onde passava.
A partir daí, infelizmente, foi tudo muito rápido, ele digitou algo na máquina, escreveu no papel, e por fim, me estendeu um pano.

– Já pode se limpar, e vestir. Volto já.
Me sentei na maca, vendo-o sair, fechando a porta atrás de si. Meu rosto estava em chamas. Não sou do tipo de pessoa de fazer exames de rotina. Só faço exames quando me sinto mal, ou algo assim. Foi o caso. Mas, de repente, me senti com uma vontade enorme de fazer estes exames mais regularmente. Meu coração foi se acalmando aos poucos, enquanto vestia minhas roupas. Ouvi a porta do consultório ser aberta de repente atrás de mim.

– E então Belinha?

Vesti por fim o casaco, me virando para Alice. Ela me olhou estranho, revirando os olhos logo após.

– Pare de agir como se estivessem te torturando. Foi só um exame, que criança.

– Ahm... você viu o médico saindo?

– Não, estava no banheiro, mas perguntei à senhora que está lá fora e ela falou que o doutor tinha saido.

– Sim... saiu.

– E não volta?

– Bem, Isabe... Ah, boa tarde. - O Doutor Edward Cullen sorriu educamente para minha amiga Alice. Vi o seu rosto se iluminar.

– Boa tarde. - Ela falou, sorrindo grande. Porque eu não conseguia fazer aquilo?! - Alice Brandon, amiga dela. - Apontou para mim.

– Edward Cullen. - Estendeu a mão a Alice, que a apertou sem qualquer hesitação. - Médico dela.

– Como ela está, Doutor? Muito deficiente?
Bati no braço da baixinha, olhando atónita e vermelha para ela. Que amiga, me humilhando perto daquele... homem. Edward apenas sorriu.

– O resultado do exame estará pronto daqui a umas semanas, mas parece-me estar tudo bem.
Suspirei, aliviada. Alice iria calar-se, finalmente, com os problemas de saúde que eu poderia ter.

– Mas ainda não temos a certeza. E temos de avaliar os exames anteriores e os que ela terá de fazer daqui para a frente.
O meu alivio morreu. Peguei a minha mala das mãos de Alice e estendi a mão para Edward, vendo que ele tinha os papéis que todos os médicos passaram a tarde me dando na mão. Ele o entregou para mim, com um pequeno sorriso. Ele é adorável, que nervos.

– É tudo? - Perguntei, tentando sorrir.

– Por agora, sim. O seu exame estará pronto dia 26 ou 27, e terá de trazer os papeis que lhe entreguei para os levantar.
Edward sentou-se na cadeira, digitando algo no computador por segundos, nos olhando de seguida com o sorriso educado fixo no seu rosto. Devia ser mau, ter de ser simpático para todos os pacientes e amigos dos pacientes. Vida de médico não presta.

– Obrigada. - Alice falou. - Até mais.

– Boa tarde. - Edward apertou a mão de Alice, estendendo depois a sua para mim. - As melhoras Isabella.

– Ah, sim, obrigada. - Toquei rápido a sua mão, cruzando depois os braços junto do meu corpo como sempre fazia numa situação embaraçosa.
Sai apressada da sala da consulta, até à sala de espera. Alice veio logo atrás de mim, com um mega sorriso.

– Aquele médico é um gato!- Alice. - Repreendi o seu comportamento com um olhar chateado.
A mamã Alice já desaparecera. Agora era apenas a Alice de sempre, histérica e demasiado contente. Peguei na sua mão, saindo da Clinica.

Alice me deixou em casa, combinando vir ter cá a casa no dia seguinte, pelo meio da manhã. Quarta-feira não tínhamos as aulas Práticas, e decidimos não ir mesmo para a faculdade. Menos mal, sentia meu corpo pesado, e cansado, só queria passar o dia na cama. E esquecer de vez aquele encontro estranho com o Doutor Edward Cullen. Senti minhas bochechas ficarem quentes, enquanto me mandava para o sofá da minha sala. Enfiei o rosto na almofada. Ainda bem que um reencontro com ele é altamente improvável, já que os meus exames ao coração acabaram por ali. Só espero não esbarrar com ele quando lá voltar, na quinta-feira. Deus queira que não, aquele homem me deixa estúpida e sem saber o que fazer à sua volta.

Suspirei, ligando a Tv. Eu sempre fui estranha, no que toca a garotos. Nunca namorei certo, exetuando meu primeiro e único namorado - Andrew Malter. Para meus pais, sempre fora um alivio: sou o tipo de filha que todo pai quer ter. Sempre estive mais interessada em receber nota 19 em testes que arranjar um moço bonito pra beijar e andar aos amassos. De que serve beijar só por beijar? E aí, apareceu Andrew. Estava no 11ºano. Tinha 16 anos, e o meu pai acabara de sair aqui de casa. Ele era meu amigo desde criança, e eu me sentia realmente sozinha. E a quedinha que tinha por ele na infância ressurgiu, e tentámos namorar. Não funcionou, até porque os seus pais decidiram ir morar na Califórnia, e foi lá que ele concluiu o secundário. Entrou na faculdade de Medicina da Califórnia. Ainda mantemos contato, as vezes. Ele é um bom garoto, e sei que vai ter uma ótima carreira.

Outro suspiro pesado. A partir daí, garotos é uma coisa que não me assiste. E também nunca me importou. Eu gosto de estar sozinha, de ser só eu e eu na minha cabeça. Minha mãe me diz imensas vezes que namorar é saudável, que nos ajuda a descobrir mais sobre nós próprios, e errar na escolha de parceiro é normal e que vai acontecer várias vezes na nossa vida. Nunca gostei dessa teoria - ainda acredito que se pode encontrar a pessoa que vamos namorar durante anos, e casar depois. Sim, uma incorrigível romântica. Sou eu. E porque raio no inferno tinha de aparecer aquele médico?!

Virei-me de barriga para cima, olhando o candeeiro preso no teto da minha sala. Ele é deslumbrante, e faz-me ficar como uma adolescente boba com uma paixão assolapada. Já sou adulta. Ou quase. Tive de crescer depressa, por morar só com minha mãe. Ela é muito energética e às vezes faz coisas que nem eu, com minha idade, seria capaz. Não posso me distrair de meus objetivos e minha vida, só por causa de um homem. Ainda por cima Edward Cullen, lindo e com aquele sorriso de fazer cair meu queixo. Maldito médico, maldito.

Livrei-me desses pensamentos ao ouvir a porta da frente ser aberta.

– Oi meu amoor! - Minha mãe veio até mim beijando minha testa. - Porque não quis que eu fosse te buscar?

– Fui sair com a Alice. - Sorri para ela.
Não queria dizer-lhe que tinha ido fazer exames. Primeiro porque se não for nada, estaria a preocupar o coração já bastante frágil da minha mãe. Segundo, porque ela quereria saber como foi, e eu teria de me lembrar de novo do Doutor ''Oi sou lindo e estou aqui pra te deslumbrar''. Era melhor não dizer nada pra ela.

– Está bom, minha linda. Vou só tomar um duche, e vou já preparar o nosso jantar.

– Não, mãe, deixa. - Me levantei, tirando o casaco que ainda tinha vestido. - Vai tomar o duche, eu faço o jantar.
O resto da noite passou depressa. Ao contrário da maior parte das noites, minha mãe foi se deitar mal jantou, eu reparei no seu cansaço aparente. Limpei a cozinha, e segui para o quarto. Já que tinha o dia de amanhã livre, aproveitei o resto da noite para ler. Não o fazia já há algum tempo, a escola e tudo o resto não me permitia.

***

– ISABELLA!

– Jéssica? Oi?

Onde você está?
Coloquei o celular em alta-voz, continuando a lavar a loiça do almoço. Estava em casa com Alice, que rolava os olhos. Ela nunca gostou muito de Jéssica.

– Oi jess, é a Alice. - Ela falou com cara de emburrada. Ri baixinho. - Hoje não vamos às aulas Teoricas, a Bella não se está sentindo bem.

Ergui a sobrancelha na sua direção sendo retribuida com um mega sorriso à La Alice. Rolei os olhos.

Ah, a Bella está bem?

– Ótima, mas vai ficar melhor depois de passar este dia em casa.

Nós vamos todos ver ela a casa, depois da aula!– Percebi o entusiasmo de Jéssica.
Ela era querida, e uma boa amiga, tirando os seus piores dias, mas Alice realmente não a suportava.

– A mãe dela não iria gostar, Jéss. Até eu estar aqui já é demais. Vou sair daqui a nada.

Ahm.. Tá bom, fala pra ela que vou lhe ligar mais tarde ok? Tchau Alice!

O som da chamada sendo desligada foi logo seguido pelo bufar de Alice. Juntou-se a mim perto do lavatório.

– Ela é tão chata! - Resmungou, com um biquinho.

– Tadinha Alice. - Ri, desligando a água e limpando as mãos. - Não seja ruim.

– Pfft, eu sou ruim, você já sabe.
Ri alto, empurrando-a para a sala. Alice seria sempre Alice. Passámos a tarde na minha sala, vendo filmes e comendo pipoca. Estava ralada por desperdiçar um potencial dia de estudo deste jeito, mas Alice me encheu o saco me chamando de chata e aborrecida. Enfim, se fosse estudar acho que ela ficaria emburrada comigo o resto da nossa vida.
***

– Aliiice! - Agarrei no braço da baixinha, em pânico. - Não queero, Alice!

– Oh por favor, Bella!

Estávamos na porta da Clinica, para outra ronda desagradável de exames. Contrariamente ao que eu queria, a imagem daquele médico não saiu da minha cabeça, e eu não queria mesmo nada vê-lo.

– Vamos.

Puxou-me pela mão até à entrada. A diferença hoje era termos já o nosso lugar marcado para uma certa hora, por já termos ido fazer exames ali. Bem melhor, desse jeito. Atei o cabelo num rabo de cavalo desajeitado. Sentia o meu pescoço e rosto quentes, e era mesmo incómodo. Controla-te Isabella! Sentei-me numa das cadeiras, sossegadinha. Alice juntou-se a mim, logo depois.

– Já te vão chamar. Bella?

– Hum?

– O que você tem?

– Nada.

Relativamente rápido, chamaram meu nome, e segui pelos corredores com Alice. Já conhecia melhor aquele sitio. Ainda assim, não me arriscava a andar por ali sozinha. Entrei no consultório, arrastando Alice comigo. Não me arriscava mais a encontrar um médico estranhamente atraente sozinha. Ela é minha melhor amiga, serve para algo.

– Boa tarde.

Um garoto loiro olhou para nós. Sim, garoto. Tinha tudo menos ar de médico já formado e cursado. Ele sorriu envergonhado, pegando rápido nos papeis presentes na mesa.

– Boa tarde, meninas. Desculpem. - Estendeu a mão. - Jasper Withlock, sou um estagiário. O médico está quase chegando.

Ia apertar sua mão, mas Alice pulou na minha frente, aceitando a mão do moço. Sorriu de lado, o sorriso que usava para garotos por quem mostrava interesse. Suspirei. Era só o que mais me faltava.

– Oi, Alice Brandon. - O sorriso não sumia. - Você faz estágio aqui? Que máximo! - Ela olhou para mim, entusiasmada. - Estamos mortas por começar a estagiar!

Sorri de volta, animada. Estávamos mesmo. No quarto ano, já poderiamos estagiar, em vários Tribunais e Associações de Direito. Em alguns casos éramos pagas - e bem pagas.

– A sério? Também são estudantes de Medicina? - O garoto olhou com os olhos brilhantes para a baixinha. Ao que parece, retribuia o interesse.

– Ahm... nã...

– Sim, somos! - Alice cortou minha voz, me fazendo olhar confusa para ela. - Somos, sim! Mas somos de longe daqui, a nossa faculdade é beem longiqua.

O olhar que o loirinho nos lançou foi hilário. Acho que não nos queria ofender. Baixei o rosto, rindo. Não tinha amigas normais, é um fato.

JASPER!

– Vou já!

Ele largou a mão de Alice - que ainda estava apertada na dele - e saiu do consultório, nos lançando um sorriso fofo. Alice saltitou até mim.

– Que amo-ro-soooo! - Guinchou baixinho.

– Alice, você mentiu!

– Ele nunca vai saber. - Rolou os olhos, dando pouca importância.

– Boa tarde.



Apareceu uma médica velha e rabujenta. Suspirei, ia ser um longo dia.
3 mensagens recebidas da minha mãe. Digitei o seu número, caminhando rápido pelos corredores junto com Alice, tentando achar a saída.

– Oi mãe.

Bella! Já são 7horas, onde está?

– Com a Alice mãe, saímos agora do shopping

Recebi olhares acusadores de três idosas que estavam sentadas no corredor por onde estava passando. Aumentei o ritmo.

– Vou já para casa, mamãe. Até já.

Eu vou buscar vocês! Em que shopping estão? Está chovendo muito meu amor!

– Mãe, não.. Alice trouxe o seu carro e nós estamos já a meio do cami...

Choquei contra algo duro, lançando meu lindo celular, que fez um som terrivelmente alto ao cair. Até que me apercebi que também eu estava prestes a ir de cara para o chão. Duas mãos me agarraram os cotovelos, impedindo a minha queda. Não eram as de Alice.

– Alice! - Choraminguei. - O meu celular!

Vi a baixinha se baixar apressada e pegando nele, sorrindo para quem me estava agarrando.

– Valeu, doutor Cullen. Essa garota não sabe mesmo por onde anda!

Meu coração se acelerou, chateado e ansioso. Porquê? Porque ele não ficou quieto na sua sala enquanto eu ia embora dali? Suas mãos quentes não me largaram. Os arrepios voltaram. Bufei. Senti seu rosto mais perto do meu, e reparei no quanto ele tinha que se baixar para ficar na minha altura.

– Está bem? Tonta, algo?

– Estou... ótima. Pode me soltar.

Fui demasiado rude, e me arrependi segundos após disso. O Doutor Cullen me largou, e o seu sorriso educado não vacilou um pouco sequer.

– Evitou um traumatismo crâniano, Isabella.

Rolei os olhos. Que mania que os médicos tinham de pôr doenças como consequência de tudo.

– Existem arranhões e feridas simples, sabia? - Porque é que eu estava sendo tão ruim?

Ele riu, olhando para mim com paciência, como se eu fosse uma criança emburrada. Só me irritou mais. Senti meu rosto aquecer, e estava pronta para lançar meu veneno, mas a baixinha me interrompeu, me empurrando para a porta de vidro da saída.

– Obrigada Doutor Cullen, até mais!

Senti a aragem fria do fim de tarde no meu rosto, e as gotas de água espessas e em grande quantidade batendo na minha pele, arrefecendo-a instantaneamente. Corremos até ao carro de Alice, entrando num ápice.



– Você pirou? Porque falou daquele jeito com o Doutor?

– Não gosto dele.

– Oh por favor, ele te salvou!

– De quê, Alice? - Rolei os olhos. - Eu caio a toda a hora, você bem sabe. O homem só sabe chatear e se meter onde não deve.

– Você é estranha, eu cairia de propósito para aqueles braços.

– Caia, então. - Falei, seca.

Ele não era nada por aí além. Cruzei os braços. Eu sei que ele é tudo por aí além, mas vamos fingir que não.






Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Olá minha gente! :D
Aqui está o 2º episódio! Obrigada a todos que estão seguindo a minha história, fico mesmo muito feliz.
Obrigada, gente, espero que tenham gostado ♥
Até ao próximo,
Daniela.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Love In Sickness And Health" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.