Love In Sickness And Health escrita por Daniela


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Aqui está :) Leiam as notas finas :)



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Saí o mais rápido que pude daquele consultório, enquanto Alice caminhava calmamente atrás de mim, guardando uma data de papéis. 

- Eu fico com seus documentos. - Falou, abrindo as portas do seu carro, ao chegarmos perto dele. - Se não você ainda os rasgava só pra não ir. 

- Pft, eu não faria isso. - Me indignei. 


Ela ficou olhando pra mim, até eu me calar e entrar no carro. Ela continuou em pé, fora deste, me olhando.

- Entra logo, porra, você tem razão, sim. - Mal acabei de falar, Alice saltou pro lugar do condutor. - Feliz?

- Muito. - Sorriu grande pra mim, botando sua mala em meu colo, nada delicadamente. Nem falei nada, já sabia a resposta.

Ela conduziu de volta pra minha casa, e não se calou sobre a consulta no caminho. Falou que já sabia que eu não tinha prestado atenção a nada que o médico dissera, e falou tudo de novo. Tinha 6 exames para fazer, uns 3 na próxima terça-feira, seguido de outros três na quinta-feira da mesma semana. Não gostava nada do rumo da história. Eu só me sentia meio mal, um comprimido faria passar tudo. Alice tinha de ter um médico exagerado e maluco. Mas, pensando bem, todos são assim mesmo.


Alice me deixou em casa, sem subir. Nos despedimos e combinámos nos encontrar na faculdade, segunda-feira. Era sábado e eu tinha montões de coisas da escola para fazer. Seguir Direito sempre fora o meu sonho, mas é porra de trabalhoso. Resolvi os casos práticos para a aula de segunda-feira, o que me roubou o resto da tarde. Ainda estava de cabeça na mesa da sala estudando quando minha mãe chegou.

- Olá meu amor! - Minha mãe é meio trapalhona, e com sacos de compras nos dois braços ainda pior. Mal passou pela sala, dois dos sacos cairam no chão, partindo o que quer que fosse que estava lá dentro. Minha mãe suspirou, nem ligando muito. - Já venho buscar, vou à cozinha. - Ri baixinho, continuando meu estudo.


Eu moro sozinha com a minha mãe. Meu pai casou pela segunda vez, e nos visita de quando em quando. Sinto a sua falta. Saiu de casa há 3 anos, quando eu tinha 16 anos. Eles até lidaram bem com isso, minha mãe aceitou, e meu pai e ela continuam se falando, não sei é se posso chamar a relação deles dois de amizade. Acho que é mais um relacionamento de conveniência por causa de mim. Bem, melhor isso que nada. A nova mulher de meu pai é simpática, mas tenta demasiado me agradar, o que é dos piores erros que uma madrasta pode fazer. Se chama Tatiana, e é quatro anos mais nova que meu pai, e cinco mais nova que minha mãe. Um ano depois de meu pai sair de casa e se casar, teve uma filha com a Tatiana. Minha meia irmã, com 2 aninhos. Surpreendentemente, Tatiana falou que já que não tinha nenhuma filha, e eu era a única filha de Charlie, deveria ser eu a escolher o nome da bebé. Acho que foi a partir daí que comecei a gostar realmente dela. Fora um bom truque de sua parte. E assim o fiz, chamei a pequenina de Melanie. Melanie Fizter Swan. Fizter é horrível, mas é o nome de família da mãe dela, então parecia mal não o incluir.

 Pouco tempo depois de minha mãe chegar, parei de estudar para a ajudar com o jantar. Nunca comíamos na grande mesa de jantar no canto direito da nossa sala. Foi um hábito que perdemos quando meu pai foi embora. Éramos só nos duas agora, então nos limitavamos a sentar no sofá com tabuleiros. Mais prático e confortável. Ficámos até tarde vendo filmes e conversando besteira. Minha mãe é minha melhor amiga, já que não tenho uma irmã com quem desabafar e falar mal das garotas da escola. Minha mãe serve para isso. Alice, se falasse mal de alguém com ela, ela nunca mais falaria direito com essa pessoa, então prefiro ser amiga de todos na sua frente. 

 Domingo foi meu dia de descanso. Pelo menos, parte dele. Vá, uma pequenina parte dele. De manhã terminei os casos práticos. De tarde, ajudei minha mãe a limpar a casa, durante umas horas. Depois sim, descansei. Deitei na cama e apaguei até ser a manhã de segunda-feira. Meus dias semanais são uma corrida. Grande parte de ser assim é culpa da minha mãe. Eu entro às 8h, e antes minha mãe se oferecia para me ir levar à faculdade, mas ela se atrasava quase sempre por causa da preguiça de levantar. Até que decidi ir de comboio e autocarro. Levanto mais cedo, e ando à pressa, mas chego sempre a horas. Acho que fiz a escolha certa de deixar minha mãe dormindo, só por causa disso. Alice teima que me pode vir buscar, mas seria uma estupidez dar uma volta maior por minha causa. Não aprecio ser carga de trabalho extra pra ninguém, nem mesmo pra essa chata.

Saí do autocarro, me encolhendo contra os meus braços. O dia estava gelado. Com meus fones no máximo, entrei na faculdade, aos saltos, reparando no meu grupinho habitual junto da entrada.

- Bom dia. - Falei, tirando os fones. Cumprimentei cada um, estranhando a ausência de Alice. 

- Olá minha gente!! - A nanica se materializou perto de nós, plantando um beijo na minha bochecha. Eu era a única que ela se dava ao trabalho de cumprimentar, o que me deixa meio convencida às vezes, quando estou no meu estado mais parvo.

- Alguma de vocês conseguiu fazer o 4º caso prático? - Jéssica que estava sentada no chão com um grande dossier nos joelhos, olhou para cima. - Nenhum de nós entende esta merda.

- Mas mesmo. - Angela acenou concordando, também sentada junto de Jéssica. 

- Eu não fiz nem esse, nem o 6º. - Resmungou Alice, com o seu biquinho caracteristico.

Tirei meus casos práticos. Tinha resolvido todos, nem com tanta dificuldade assim. Estendi para Jéssica, que sorriu abertamente.

 - Seria de estranhar se não tivesses feito, Bella. - Falou, contente. - Valeu, te devolvo já já!

- Aparentemente não pareces ter nenhum talento. - Mike sorriu divertido pra mim. - Mas quando toca a letras, é arrepiante a facilidade com que fazes tudo. És inteligente demais. - Fez uma pequena careta ao terminar o mini discurso. Não consegui evitar rir.

- Acredita que não é nada assim, Mike. - Falei, divertida.

 Pouco tempo depois vimos o Assistente entrar no anfi teatro, e seguimos para lá. O dia decorreu lentamente, mas nada que me martirizasse a cabeça. Terça-feira é que parecia estar chegando depressa demais. Me encolhi de novo, ao sair da faculdade no final da tarde. Já via o carro da minha mãe estacionado no passeio, me esperando. O hábito de ela me vir buscar nunca mais largámos, já que ela trabalha bem perto daqui. 

- Bem, até amanhã. - Falou Alice, apertando o casaco. - Às 10h30 vou te buscar, pra virmos à aula Teórica das 11h. Depois almoçamos no shopping e seguimos para a Clinica. 

Resmunguei baixinho, recebendo um olhar reprovador dela. Redimi-me dando um grande sorriso amarelo, que a fez rolar os olhos.

- Quer dizer... - Abriu muito os olhos como se se lembrasse de algo importante. Pousou a grande mala Gucci em cima do seu carro, e vasculhou procurando algo. Tirou de lá os papéis que o Doutor Nuno lhe dera. Leu três deles, e depois sorriu. - Sim, amanhã você não precisa ir de jejum, isso é so quinta-feira. Então sim, almoçamos mesmo no shopping.

Não consegui evitar um gemido de desagrado. Adoro comer, odeio fazer exames. Que saco.

- Enfim... - Suspirei, resignada. - Até amanhã, então. - Minha mãe buzinava insistentemente, olhando para nós. Não é dos seres mais pacientes da Terra. Dei um beijo na bochecha de Alice, entrando rápido no carro da minha mãe.

Acabei por jantar com a minha mãe no McDonalds pertinho da nossa rua, tal era a nossa preguiça para fazer o jantar. Depois, fomos para casa. Tomei um longo banho e fiquei um pouqinho com ela no sofá vendo Tv, até que decidi ir dormir. 

 - Bella! - Bateram forte na porta do meu quarto, do lado de fora. Me sentei na cama, confusa. - Acorde minha filha, já é de manhã! Alice ligou cá para casa avisando que se não se levantar neste momento, ela te rapa o cabelo!

Suspirei, pegando no meu celular debaixo da almofada. 5 mensagens e 2 chamadas perdidas - tudo de Alice. Revirei os olhos me levantando.

- É minha vez de tomar banho, mãe!

 Quando entrei no carro de Alice, 10 minutos atrasada, recebi um ralhete do tipo que recebia quando tinha 12 anos. Talvez pior. Sem se calar, conduziu até à nossa faculdade, e corremos até ao anfiteatro.  Logo logo a aula terminou, e fomos com Jéssica e Angela almoçar ao shopping. Elas ficaram por lá, e eu e Alice seguimos para a Clinica. 
Não era no mesmo sitio onde fomos marcar os exames, mas era igualmente mau. Entrámos no edificio, que felizmente tinha um ar mais recente que o consultório médico onde fomos no passado sábado. 

- Boa tarde, viemos realizar uns exames. - Alice entregou meus papeis e preencheu o requisito de entrada, me mandando apenas assinar. Depois de o ter feito, me sentei na sala de espera, enquanto ela tratava do resto. Por muito patricinha e imatura que Alice fosse, por vezes crescia repentinamente e me tratava como se fosse filha dela. Era uma Alice interessante.

Passei a tarde naquela rotina. Pegar senhas, esperar pela minha vez, conhecer um médico/a antipático/a e fazer o exame, e receber os papeis que eles davam falando as datas em que os resultados estariam disponiveis para eu os pegar. Alice tirou todos os papeis das minhas mãos. 
Eram 5h da tarde e só me faltava um exame, mas tinha umas 7 pessoas na minha frente ainda. Alice estava completamente calma e entretida com o seu Iphone, sentada ao meu lado. Eu estava claustrofóbica. 

 - Já venho, Alice. - Me levantei depressa. 


Caminhei pelos corredores da Clinica, desejando encontrar um banheiro. Que nervos, não há banheiros nesta coisa? Fui dar do nada a uma outra sala de espera, e decidi ir perguntar a alguém que estivesse a atender. Deveriam saber. Todas as filas tinham 2 ou mais pessoas, então segui para a única que não tinha ninguém. Um homem alto de camisa estava debruçado sobre a mesa que estava vazia, rabiscando uns papéis. Não sabia trabalhar sentado?

- Senhor, me desculpe. - Ele olhou automaticamente para cima. 

Que olhos. Abri a boca para formular minha pergunta, mas nada saia. Que olhos. O homem sorriu de lado. Que sorriso.

- Precisa de alguma coisa?

- Ahm... ah... - Passei a mão no rosto, ato caracteristico do meu nervosismo. - Podia me dizer onde é o banheiro? 



Subitamente, me senti envergonhada por interromper o seu trabalho com pergunta mais estúpida e idiota. Senti meu rosto corar. O homem simplesmente sorriu.

- Vá por aquele corredor. - Apontou para trás de si. - É a segunda porta à direita.

- Obrigada. - Sorri, sem me mover.

Ele ergueu a sobrancelha.

- Mais alguma coisa?

- Não! - Parecia uma defeciente mental. Isabella Swan, não sabe falar decentemente, só porque o homem é irritantemente atraente? Que é isso, menina. - Obrigada. 

Sai dali o mais depressa que consegui, seguindo o caminho por onde tinha vindo. Exatamente o sentido oposto que o homem me dissera para seguir. Já nem queria saber do banheiro, só queria ir de novo para perto de Alice. Vi-a olhando para todos os lados, provavelmente me procurando. Quando me viu, caminhou rápido até mim me puxando pelo pulso. Eu estava muito quente.

- Já te chamaram mocinha, onde estava? Agora é o eletrocardiograma. Vamos lá. 

Alice me puxou pelos corredores. Franzi o sobrolho. Como ela conseguia se orientar tão bem por aqui? Me puxou até um novo consultório, e me deu os papeis. Se sentou na cadeira perto da porta, como fizera nos exames anteriores. Lhe mandei a minha mala, e entrei no consultório. Vi o Doutor de costas, mexendo numa máquina manhosa.

- Isabella Swan? Faça favor de se despir da cintura para cima.

O quê?! Ah minha santa. Eu já tinha feito este exame antes, mas eu tinha 13 anos. Não é propriamente igual agora. Tirei o casaco e a blusa calmamente, sentindo meu corpo temendo com a diferença de temperatura. Meu rosto devia estar da cor do tomate. Mas que é isso? Deveriam inventar um jeito de se fazer isto vestidos. A contragosto, tirei também o sutian, me sentando na maca. Meus braços se cruzaram junto do meu peito, me protegendo. Que acabe depressa, que acabe depressa, que acabe...

- Bem, vamos lá. - O homem se virou, e eu ia tendo um ataque cardiaco ali mesmo.

Aqueles olhos de novo. Era o homem do atendimento. Olhei para a bata dele, vendo o seu nome. Edward Cullen. Junto da identificação estava sua fotografia, o que não dava margem para dúvidas. Meu rosto devia estar roxo. Se ele realizasse o exame agora, eu estaria em perigo de morrer, face à velocidade que batia no meu peito.

- Ah, você. Encontrou o banheiro? - Sorriu daquele jeito de novo, me deslumbrando.



Odeio médicos, odeio tanto.


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Notas finais do capítulo

É este o primeiro capítulo :)
Apesar de ter tido escassos feedbacks, reparei que o número de leitores tem vindo a aumentar, então decidi postar já hoje o primeiro capítulo. Não custa nada deixarem review, para eu saber se vale a pena continuar a postar nesta fic.
Espero reviews ;) e espero que tenham gostado ♥ eu adorei escrever este primeiro, rsrs.
Até mais!
Daniela



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