My Paradise escrita por Gisele, Gabi Calin


Capítulo 6
Um assassino em potencial


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo é meio estranho, espero que gostem.Daqui a pouco vai começar um novo estágio na fic, reviravoltas irão acontecer, entre outras coisas.



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No capítulo anterior

_Claro!_ disse tomando sua mão._ Posso lhe fazer uma pergunta?_ ele apenas afirmou com a cabeça._ Pode parecer idiota, mas o que é “Rio”?

***

Depois que Robson me explicou o que era o Rio, fiquei pasma, o mundo além do horizonte era bem maior do que imaginei. O Rio ficava dentro de outro Rio bem maior, que por sua vez ficava dentro de outro muito maior, o Brasil. Ele me deu um mapa rasgado do mundo de lembrança, ele apontou para o lugar minúsculo de onde nós estávamos, me explicou também um pouco do que ele sabia sobre cada região, falou sobre potência mundial e sobre o petróleo em um tal de Oriente Médio.

Mostrei a ele o meu pacote com dinheiro, ele quase teve um ataque, inicialmente ele não queria usar, mas o convenci que seria melhor e que facilitaria nossa exploração nesse novo mundo. Alugamos um carro, desde que os vi pela primeira vez fiquei louca para saber como eram por dentro, a maioria andava muito rápido para se ver algo dentro e os que estavam parados ou andando devagar tinham os vidros escuros e fechados, depois de tanta expectativa fiquei bastante decepcionada, não tinha nada demais, a frente tinha a área de comando e atrás os bancos para nos sentarmos,

Ele me perguntou se eu vinha de algum cantão remoto do país, pois não sabia de nada, apesar de tudo contei a ele que vivia numa ilha afastada e que aprendia com minha mãe, eu senti que podia confiar nele.

_ Você tem que voltar para casa!

_ Eu sei! Eu vou voltar, mas não agora! Quero conhecer o mundo que me esconderam!

_ Tudo bem! Depois que passearmos você volta?_ perguntou-me.

_ Prometo! Eu não consigo ficar muito tempo longe da minha ilha de imaginação. Quero conhecer sua casa também!

_ Tem certeza que quer passar um tempo com mendigos fedorentos e cheios de pulgas?

_ Você não é fedorento!

_ Mas sou cheio de pulgas!_ disse fingindo uma falsa coceira.

_ Nesse caso eu vou ter que... aceitar!

_ Sério?

_ É, eu não tenho para onde ir mesmo!_ eu disse brincando.

Depois que ele me mostrou quase toda a parte rica do rio me levou para conhecer seus amigos mendigos, ao contrário do que dizem os livros a vida deles era bem feliz, podia ser pobre, mas pelo menos era bem feliz. Em um radiozinho tocava uma música como todas as outras daquele lugar, bem animada.

Já estava anoitecendo e eu podia sair do carro sem correr o risco de chamar muita atenção.

Tinha dois dias desde a última vez que me alimentara com um pouco do sangue da minha garrafinha. Eu podia ficar bastante tempo sem me alimentar se bebesse o sangue em grande quantidade, mas minha mãe era precavida então ela preferia que eu me alimentasse uma vez por mês o sangue necessário para uns dois meses, e eu sempre andava com uma garrafinha na mochila caso ficasse com sede. Era dia três, o dia em que eu caçava normalmente, ia até a floresta do norte e me alimentava bastante, o sangue da minha garrafinha era o que minha mãe colocou na última caçada, no mês passado então estava acabando, o que era preocupante. Eu tinha uma regra de alimentação e não estava acostumada... na verdade nunca ficara um mês sem sangue. Eu estava bem, mas e se não achasse nenhum animal nessa selva de pedra?

Robson sentou se ao meu lado, eu o ouvira vindo, sua audição parecia ser como a dos meus pais, bem fraca. Ele comia um pequeno pedaço de carne o cheiro nauseante me invadia.

_ Quer um pedaço?_ disse de boca cheia.

_ Não! Que horror!

Robson era um dos que gostava de carne e verduras, como meus pais e aparentemente todos que encontrei até agora nessa cidade! Ninguém ali se alimentava como eu. Estranho, muito estranho!

_ Mas você tem que comer vai adoecer!

_ Não quero!

_ Não sabe o que está perdendo.

_ Sei sim, uma dor de barriga e uma crise de vômitos!

_ Credo! Você é um pouco nojenta para comida, não é?

_Pode ter certeza!_ Não fazia ideia do porque de todos gostarem desse tipo de comida, sangue era tão melhor. Achei melhor não falar sobre esse assunto, não agora, pelo menos._Queria saber uma coisa._ eu disse passando a mão em sua testa suja e enrugada._ Como é ser assim? Grande e velho?

_ Ser um velho normal que teve uma bela vida, que já viveu tudo de bom que a vida pode oferecer é muito bom, meus amigos estão muito bem agora, aposto que de férias no caribe! Ser um velho como eu, é muito ruim! Mas... É a vida, só o tempo fazendo seu trabalho!

_ Seus amigos não eram tão verdadeiros assim, pois não te ajudaram! Minha mãe disse que do jeito que eu cresço rápido, vou ser grande como ela rapidinho!

_ Nossa! Você é uma garota bem adiantada para sua idade, mas ainda vai demorar muito para virar adulta._ apenas meneei afirmativamente, ele não havia entendido, não sabia a minha verdadeira idade, se soubesse com certeza teria outra opinião, mamãe estava certa eu ficaria como Robson, mais rápido do que ele imaginava.

_ Mas, apesar de tudo você é bem feliz aqui! E é o que importa!

_ É, até que os policiais cheguem e nos enxotem!_ disse marotamente.

_ Você é muito bobo!

Estávamos na frente de uma construção, os outros estavam se divertindo lá trás, quando ouvi uma voz melodiosa, bem conhecida.

_ Te procurei por toda cidade, garota!_ o dono da voz se aproximou e agarrou meu braço.

_ Ei, me solta!_ gritei percebendo quem era.

_ Solte a garota, rapaz!_ se levantou Robson vindo em meu auxílio.

_ E quem é você?_ disse Edward lançando lhe um olhar de nojo intenso que me deixou preocupada.

_ Sou Robson, estou cuidando dessa garota e você quem é?

_ Sou Edward, pai dessa garota!

Robson pareceu ficar sem palavras por um segundo, mas desconfiado como sempre me perguntou._ Ele é seu pai mesmo, Nessie?

_ Não!_ respondi entre o desespero e a angústia, tentando afrouxar seu aperto no meu braço.

_ Então solte-a já, rapaz!

Edward soltou uma gargalhada sem graça que me fez tremer de medo.

_ Então me faça soltá-la!

_ Robson, não!_ gritei, tentei me colocar entre os dois, mas Edward me puchou, apertando ainda mais o aperto em meu braço, no entanto não havia mais tempo, em um segundo Robson avançava sobre Edward, no outro ele era lançado até a parede da construção, onde o sangue de sua cabeça já se espalhava._ Por que fez isso? Ele está machucado, o ajude!

_ Não está machucado, está morto!_ disse Edward, encarei o fundo de seus olhos dourados, não tive coragem de ir até o corpo estendido no chão dentro de numa poça de sangue, apurei a audição procurando por sua respiração e nada._ Mas você é médico, tem que salvá-lo._ abaixei o tom tentando convencê-lo.

_ Não! Não tenho!

_ Mas ele... está...

_ Morto.

Não aguentei mais ficar olhando para ele, hipócrita! Ele solotou meu braço, achando que eu havia me conformado, a raiva dentro de mim floresceu, eu queria lhe dar um chute por causa do meu amigo que ele matara, mas consegui controlar dificilmente. Minha mãe sempre me ensinou que raiva é um sentimento ruim, e em toda minha vida eu só o havia experimentado duas vezes, a primeira na briga com meus pais antes de fugir da ilha e a outra agora com a perda de um amigo bom, que mesmo sendo um mendigo me ajudou no meu intento, descobrir o que me escondiam, só não consegui descobrir o por que de tanto mistério, não tinha nenhum perigo, as pessoas eram legais e pareciam muito com meus pais, por que me esconderam? Fui em direção ao mar, iria voltar para a ilha a nado, era melhor que ficar encarando aquele idiota.

_Renesmee! Vamos para casa!_ senti uma mão me agarrando e meu corpo dando um arranco para trás, me impedindo de saltar no mar, ele era a única pessoa que me chamava pelo nome completo, era o nome dos meus avós, nunca os conheci, ouvi-lo sair de sua boca me deu mais raiva._ Vai me levar de volta para a ilha?_ perguntei receosa.

_ Não, você vai para minha casa!

_ Eu não quero!

_ Renesmee!_ falou em tom autoritário que me fez parar de remexer.

_ Quero voltar para a ilha!_ disse de cabeça baixa, não conseguindo conter mais o choro.

_ Tudo bem! Eu te levo, não vai voltar nadando!

Voltamos em sua lancha particular, a viagem foi muito mais rápida e em nenhum segundo dela trocamos um olhar ou uma palavra, apesar do meu choro ser baixíssimo, sabia que ele podia escutá-lo e sabia também que isso não o tocava em nada.


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Notas finais do capítulo

Gente as imagens estão aparecendo certo?! Coloquei uma imagem no último capítulo só para complementar a leitura, deem uma olhada se der!
Comentem para eu saber o que acharam, até o próximo!
Bjss