My Paradise escrita por Gisele, Gabi Calin


Capítulo 4
"Rio?!"


Notas iniciais do capítulo

Revendo:
*Nessie vive numa ilha com pais humanos.
*Ela tem poderes diferentes, pode criar ilusões super, hiper, mega reais!(vocês sabem que esse é o dom da Zafrina,mas eu troquei o dom de todo mundo nessa história, incluindo o do Edward e de todos os outros que vão aparecer nos próximos capítulos)
*E por último, mas não menos importante, ela não faz ideia do que há além do horizonte de sua ilha, seu paraíso particular!
Explicação especial para minha querida Catharina Volturi que não estava entendendo muito!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/201601/chapter/4

No capítulo anterior...

Instantaneamente joguei a mochila nas costas e corri até ele me agarrando em suas costas e deixando-o me levar, para onde? Eu não sabia.

***

Perdi a noção do tempo, Leoni nadava rápido, mas parecia que o além do horizonte, ficava muito além do que eu esperava. Eu estava cansada, meus braços estavam doendo de ficar agarrada, considerei a possibilidade de me soltar e nadar atrás de Leoni, mas provavelmente ficaria até mais cansada.

Comecei a pensar no que meus pais fariam quando vissem que eu não estava na ilha, demoraria bastante para perceberem isso, já que a ilha era enorme, mas quando acontecesse minha mãe ficaria desesperada. Pensei também que talvez o além do horizonte fosse muito longe para ir a nado, ou no meu caso agarrada a um leão marinho, mas já estava longe demais para voltar, frequentemente Leoni afundava um pouco, e lá pela milionésima vez que ele fez isso observei brevemente o fundo do mar, estava ficando cada vez mais próximo o que significava que estávamos chegando à terra firme, finalmente.

Leoni subitamente parou e eu entendi o que significava, me soltei de suas costas e nadei até uma praia, a primeira vista pensei que estava vazia provavelmente por causa da hora, mas quando levantei o olhar vi que não estava nem perto disso. Aquele lugar era claríssimo, havia várias luzes brilhando a minha frente, em enormes construções, além disso, havia muito movimento, já ouvira falar várias vezes de carros apesar de ter preferência para livros antigos, os clássicos, era meio surreal que uma máquina tão pesada pudesse se mover tão rapidamente sem nenhuma turbina potente e sim combustível líquido, isso seria fantástico se conseguisse aplicar em outras formas, li que esse tipo de combustível prejudicava em muito a natureza.

Talvez fosse normal para todos que moravam aqui e estavam acostumados, mas para mim era como viajar para um futuro onde tudo o que eu lia em livros era real.

Procurei por Leoni, mas ele já sumia entre as águas escurecidas pela noite. Não pensei em como voltaria para casa queria explorar mais aquele lugar, tudo o que um dia pensei que fosse impossível de criar ou no mínimo improvável, já existia e estava ali, tão próximo de mim.

As construções eram diferentes de tudo que eu já tinha visto, era tudo tão grande e tão... padronizado. Minha casa era feita de madeira e bambu e aquelas eram feitas de um material tão firme, o chão era extremamente reto e liso, e tinha vários desenhos.

Andei por todo o lugar, era simplesmente maravilhoso, os cheiros diversificados e completamente novos, os sons, a música incrivelmente dançante e a felicidade que todos pareciam ter. Totalmente diferente do que eu poderia um dia se quer supor.

Cheguei a uma esquina onde algumas pessoas conversavam em frente a um estabelecimento aparentemente comercial, em uma mesa bem no canto havia uma garotinha que em pé devia ter o meu tamanho ou um pouco menos, ela tomava algo de um recipiente estranho. Ela pareceu ter notado que eu a observava, pois sorriu e fez sinal para que eu me aproximasse, uma das cadeiras de sua mesa tinha um casaco que indicava que estava ocupada, sentei-me na cadeira a sua frente que estava sem nada.

_ Oi!_ falei estendendo minha mão para cumprimentá-la, sua pele era tão macia em comparação com a minha que pensei que rasgaria tão facilmente quanto papel molhado.

_ Oi!_ ela me respondeu sorridente.

_ Eu sou Nessie e você?

_ Sou Ludmila! Você quer um pouco?_ disse indicando o recipiente em forma de cone.

_ O que é isso?_ perguntei confusa.

_ É, eu sei! Ninguém além de mim e minha tia gostam de sorvete de Kiwi!_ disse Ludmila sem entender minha pergunta.

_ Ahhh... sorvete!_ já ouvira falar disso também, tinha alguns potes na geladeira de mamãe, tinha um gosto horrível, parecido com sabão.

_ Você está sozinha?

_ Estou!

_ Sozinha?_ perguntou de novo parecendo perplexa._ Mas já é noite!

_ Sim, o que há demais? Eu sempre andei sozinha, até mesmo à noite! E você está sozinha também!

_ É, mas minha tia está dentro do quiosque!

_ Quiosque?

_ É! Esse aí atrás de você!_ disse ela apontando o estabelecimento comercial._ Seus pais devem ser loucos em te deixar sozinha à noite aqui no Rio!_ não entendia o que ela queria dizer aquilo e que tal “Rio” era esse? Só tinha uma praia, nenhum rio! Fiquei com medo de que se eu perguntasse provavelmente ela me achasse ou uma idiota completa ou uma doida mesmo!_ Eu vou fazer onze e você?_ perguntou ela.

_ Fazer onze... o quê?

_Onze anos, bobinha! Você não é daqui, é?

_Ahhh... Agora entendi! Eu tenho quatro..._ parei vendo sua expressão se fechando em dúvida e me lembrando das histórias que vinham daqui, das crianças que levavam muito tempo para crescer, lembrei que minha mãe disse na época que era apenas ficção, mas que aparentemente... era outra mentira._ mais sete, você acertou eu não sou daqui..._ disse concertando o erro, e mudando de assunto, eu parecia ter a mesma idade que ela, se alguém perguntasse seria uma resposta coerente com meu tamanho não sabia o que era verdade ou mentira teria que ser mais cautelosa de agora em diante.

_ Ótimo! Temos a mesma idade! Quatro mais sete dá onze! Aonde você estuda?

_ Em livros e com minha mãe!

_ Você não vai à escola?

Então escola não era mesmo ficção?_ concluí mentalmente.

_ Não, eu não vou!

_ Legal! Tem horas que eu gostaria de estudar em casa, na minha escola tem uns meninos que ficam mexendo comigo, mas eu gosto das minhas amigas e da hora do recreio quando nós brincamos! Você não sente falta disso? De contar os segundos para a hora do recreio só para brincar com seus amigos?

_ Eu gostaria muito de ir à escola, mas meus pais não deixam!_ era uma meia verdade, mas não chegava a ser uma mentira, e sim, eu queria muito poder brincar com amigos que não fossem um leão marinho ou um lagarto, tenho certeza que roubar o ouro dos índios ficaria muito mais divertido!

Uma mulher sentou ao nosso lado aparentemente não notando minha presença ali._ Aqui está sua água, seu rosto está todo sujo, minha filha!_ disse ela.

_ Filha? Mas não era sua tia?

_ É uma mania! _ disse a mulher reparando em mim._ De onde eu venho todos chamam os outros de filhos! Uma vez eu até chamei minha mãe de filha. Mas, quem é você?

_ Essa é Nessie! É que ela não é daqui!_ respondeu por mim Ludmila, como sempre sorrindo.

_ Nome estranho! De onde você é?_ perguntou a mulher. E agora? Não podia dizer a ela que morava numa ilha e que até pouco tempo atrás não fazia ideia de como era esse novo mundo, na verdade até poderia, só não queria _ Que falta de educação a minha! Meu nome é Vânia, mas todos me chamam de Vaninha, você aceita? _ disse apontando para um copo em sua mão. Aceitei, não por que queria, mas só para ter um motivo para ficar calada. O líquido era roxo esbranquiçado, devia ser um novo tipo de sangue, tomei um grande gole... mas não era sangue, era cítrico e ardeu quando passou pela minha garganta. Meu estômago se revirou e pela primeira vez na vida senti ânsia de vômito. Era parecido com aquelas comidas que mamãe e papai gostavam, eles até tentavam me convencer a comer mais era muito ruim, só o cheiro me enojava.

_ Eca! O que é isso?_ disse afastando o copo.

_ Suco de açaí, querida! Não gosta?

_ É horrível! Do que é feito?

_ Ora, de açaí!

Devolvi o copo a Vânia, e aproveitei a oportunidade para sair dali, o capítulo dois do meu manual de sobrevivência na selva diz que a melhor maneira de sair de alguma situação que possa trazer perigo é a mais suave possível, sem gritos e sem correr, isso chama muita atenção para si mesmo._ Acho melhor eu ir!

_ Você está sozinha?_ perguntou Vânia se dando conta da situação.

_ Ela disse que os pais dela a deixam andar sozinha à noite!_ disse Ludmila, limpando o rosto na própria blusa.

_ Mas aqui no Rio?_ disse ela se referindo ao famoso ‘Rio’ que só eu não conhecia. Ludmila apenas deu de ombros.

_ Até._ disse me virando.

_ Espere! Não posso deixar você andar por aí sozinha!

_ Eu vou ficar bem!

_ Está em uma hospedaria aqui perto?

Apenas meneei a cabeça afirmativamente sem nem mesmo saber o que era uma hospedaria. Saí correndo pela avenida, ainda tinha vários carros na rua e a corrida foi muito agradável não parecia que eu estava fugindo de dar explicações, mas saltitando no paraíso! Continuei minha exploração até me sentir completamente exaurida, achei um banco de praça ele era pequeno, mas já era o suficiente para passar a noite, havia várias colunas ao meu redor e o teto era de gesso todo desenhado.

Tirei tudo de dentro da minha mochila inseparável, estava tudo seco apesar da longa viagem na água, o seu interior era recoberto por couro aparentemente por fora era só uma bolsa de crochê normal, mas se soltasse algumas amarrações e fizesse outras, uma blusa de couro quentinha e muito confortável.

Abracei meus livros e minha câmera e dormi ali mesmo, amanhã iria tirar muitas fotos, mas só amanhã. Dormi observando os anjos no teto com suas flechas de amor, cupidos, mas meu sonho não foi nada agradável, correr nunca foi tão difícil! Era como se eu tivesse sendo perseguida e aquilo pareceu muito mais real do que devia.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, espero que tenha dado uma esclarecida!
Obrigada Alinica,Cat.,BruhVolturi(adorei sua história, poste mais) pelos comentários lindos!
Bjks(espero que seja assim a abreviação beijocas!!)
:)