My Paradise escrita por Gisele, Gabi Calin


Capítulo 2
Salvando a ilha


Notas iniciais do capítulo

Resolvi postar o segundo de uma vez, ele já estava mofando entre os meus documentos!!!!



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No capítulo anterior

"_ Por que preciso tomar banho? Sou cheirosa de natureza!

_ É, mais as suas roupas não! Vamos!

Subimos no Rodo, uma das minhas invenções para um transporte mais seguro e deslizamos rapidamente para casa."

***

_O que você acha que devemos fazer Chip?_ perguntei olhando pela minha luneta.

Nenhuma resposta.

_ Concordo, acho melhor dar uma olhada de perto!_ desci da árvore e fui em direção ao mar, chegar ao navio foi muito fácil, Chip ainda estava em meu pescoço, não pude deixar de compará-lo a um papagaio. Em minha cabeça havia uma bandana vermelha me dando ainda mais um aspecto pirata.

Caminhei por toda a proa, o navio era enorme e tinha uma riqueza de detalhes incrível, na ponta havia uma sereia segurando entre as mãos uma enorme bola um tanto oval, minha mãe dizia se tratar do planeta Terra onde vivíamos, demorei em entender como poderíamos viver em algo oval se era reta a linha do horizonte, uma linha tênue que demarcava o desconhecido para mim, se minha mãe não tivesse me explicado eu nunca teria imaginado tal coisa.

Foquei minha atenção na parte de baixo do navio podia ouvir a conversa, estavam ancorados esperando a melhor hora e discutindo o melhor jeito de invadir e saquear a ilha. Teria que impedir isso, mas antes teria que avaliar bem a situação.

Ouvi alguém subindo e me desesperei, não tinha para onde fugir, nenhuma caixa que pudesse me esconder nenhum buraco que pudesse me enfiar, nada. Olhei de novo para a sereia, ela continuava como antes apesar de ter sido entalhada em madeira tinha feições muito realistas, bochechas proeminentes e cílios longos fazendo sombra sobre elas. Achei ali minha solução pulei as barreiras e me dependurei em sua cauda, não tinha onde pisar e fiquei com medo da sereia não suportar meu peso, havia algumas janelinhas que poderiam servir de apoio, o problema seria se os piratas vissem dois pés do lado de fora de sua janela, dessa vez não teria para onde fugir a não ser o mar.

Consegui atravessar todo o lado direito do barco com a ajuda das pequenas janelas, só voltei para o convés quando tive certeza de que não havia ninguém. Já tinha um plano.

Me esgueirei por todo navio, nem sequer notaram minha presença, pensei que piratas fossem bem mais sensitivos. Havia vários porões, e demorei a achar o que estava procurando, o porão de pólvora.

A parte de reconhecimento inimigo havia terminado, agora começaria a ação.

Peguei um barril de pólvora e levei para a proa. Teria que ser rápida, mirei um dos mastros, foi como um jogo de boliche, o barril girou pelo convés e se espatifou espalhando pólvora por toda proa. Todos os piratas subiram para ver o que havia acontecido, passei por eles como vento, mas não demoraram a entender que era um ataque, ouvi o barulho de várias espadas sendo desembainhadas ao mesmo tempo, e várias pessoas gritando e correndo a minha procura desci ao convés e peguei outro barril espalhando por ali mesmo, os piratas estavam me procurando lá em cima o que me dava tempo.

Ouvi outro desembainhar atrás de mim, esse foi devagar diferentemente dos outros o pirata não queria ser ouvido, devia ter pensado nisso, que capitão iria atrás de um invasor, pelo menos nenhum que se prese, e esse não era o caso do Capitão Fast.

_ Sabia que viria nos visitar novamente Bucaneira Fantasma.

Ele havia me apelidado assim pela minha capacidade de me movimentar entre as pessoas sem ser vista e causar estragos sem nem mesmo encostar.

_ Não poderia deixar que um plano seu desse certo, seria contra os meus princípios!

_ Desembainhe sua espada, Bucaneira!_ disse categórico. Ele usava roupas finas de seda e renda, uma boa combinação de vermelho e branco e com o famoso bigode que impõe respeito e que é indispensável a um pirata descente.

_ Não lutaremos hoje, estou com pressa e não posso ficar para o chá das cinco, meu caro, é com muito peso no coração que tenho que me despedir._ respondi da mesma forma.

Derrubei um dos lampiões que estavam dependurados e a chama em contato com a pólvora ergueu entre nós uma parede de fogo. Repeti a ação derrubando todos os candelabros e lampiões que encontrava, agora teria que sair dali, o fogo já se alastrava navio a fora.

Alguns piratas tentaram me seguir, mas fui muito mais rápida, saltei sem medo dando cambalhotas no ar, pude ouvir o navio se movimentar, rumo a ilha, mas eu sabia que seria inútil.

Fui a árvore mais alta da praia e através da minha luneta vi o show de fogos em alto mar. Chip subiu pela minha perna de volta ao meu ombro, observando também.

_ Meu recorde!_ falei para Chip. Adorava destruir o navio de Fast, era uma das minhas ilusões mais legais, daí vinha seu ódio intenso por mim, uma vez derrubei seu navio com uma embarcação que eu mesma criei, toda cor de rosa, rasguei todas as suas velas e prendi todos os tripulantes no porão de carga, mais ou menos trinta homens em dois metros quadrados. Outra vez enquanto explorava Atlântida e ele apareceu, afundei seu navio com um monte de furos que fiz no casco com o tridente do próprio Poseidon.

A água estava dourada de tanto ouro que vinha do navio, o sol se pondo dava ainda mais brilho a elas, estava na hora de acabar com aquilo, inclinei meu corpo e com outra cambalhota caí na areia, mas dessa vez quando olhei novamente para a água estava azul esverdeada como sempre, sem nenhum ouro.

_ Amanhã cedo nós invadiremos uma tribo canibal, tudo bem Chip?

Nenhuma resposta.

_ Sabia que toparia. Tchau._ disse enquanto me embrenhava na mata.


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Notas finais do capítulo

Parece mesmo que ela é louca! É que eu mudei um pouco os personagens, resumindo eu roubei o dom da Zafrina e dei meu toque especial... A imagem é de Jodie Foster, a "mãe" da Nessie, e a própria Nessie que será interpretada pela Abigail Breslin, nessa nova versão de papéis.