A casa de Bella era comum, podia ouvir sua conversa com seu pai, meu avô, sobre algo que não entendi direito o significado, fiquei ao lado de Suzannah, que também parecia prestar atenção a conversa na casa. Logo que ela saiu não pude resistir ao ímpeto de fazer comparações, seus olhos eram azuis como os meus, era como ver meus olhos em outra pessoa, os cabelos eram escuros e batiam levemente em suas costas na maneira que andava, també como os meus apenas de cor diferente. Ela trazia uma expressão aborrecida que se dissipou quando viu Suzannah, ela me observou por um instante visivelmente com dúvida, provavelmente deveria estar vendo seus próprios olhos e outras caracteríticas suas em mim.

_ Oi. O que foi?_ disse ela a Suzannah.

_ Nada, só vim lhe buscar para irmos à escola juntas.

_ Ah... claro! Quem é essa?

_ Essa é Reneesme!

_ Prefiro que me chamem de Nessie._ intervi.

_ Oi, nessie!_ disse minha mãe, com uma voz muito doce, instantaneamente comecei a achar que tudo nela era especial, diferente, doce e único. Devia ser assim que os filhos viam as mães, como seres perfeitos.

_ Oi._ disse simplesmente, mesmo querendo dizer várias outras coisas, como o cabelo dela era cheiroso, o jeito dela era delicado, como adorava que minha mãe não fosse fria como Edward, meu... carrasco.

Ela estendeu a mão para mim, mas sem pensar se estava parecendo uma louca, avancei e lhe dei um grande abraço, ela achou estranho, mas correspondeu.

_ Ela não é daqui, é?

_ É brasileira!_ respondeu Suzannah. Nosso abraço foi interrompido quando um homem alto veio em nossa direção, ele usava um uniforme policial, e estava sorridente.

_ Charlie! Que bom revê-lo, Bella estava cumprimentando minha... sobrinha, Nessie._ disse Suzannah fazendo sua fala sair convincente mesmo com uma hesitação em nosso grau de parentesco.

_ Ela é muito linda!_ disse Bella.

_ Obrigada! Você também!

_ Olá, Nessie! De onde você veio?

_ Do Rio.

_ Rio?_ ele pareceu confuso, enfim alguém que não sabia tudo sobre o Rio.

_ Rio de Janeiro, Brasil._ disse.

_ Ah... sim! Mas o que lhe trás aqui?

“ Bom, eu vim aqui para salvar a vida da sua filha, não precisa agradecer, por sinal, ela é minha mãe! Acredita?"_ disse ironicamente, Fast aparecendo do nada, caminhando em direção ao Chalie, que nada via. Suzannah felizmente notou minha falta de resposta antes que o silêncio me denunciasse.

_ Os pais estão viajando a trabalho, minha irmã é uma atriz e o pai um diplomata, é praticamente uma família “Volta ao Mundo”, vivem viajando, então resolvi trazer a pequena aqui, ela ficará conosco um tempo.

_Que desculpa furada!_ disse Fast.

O que você está fazendo aqui? Nem no passado você me dá sossego!_ o repreendi.

_Não tenho culpa! Sou apenas ilusão da sua cabeça! Qualquer defeito em mim significa que algo está errado com você!

Vê se não me atrapalha! E finalmente resolveu dar as caras, né! Por que me deixou aquele dia naquela praia cheia de lobisomens querendo me matar?

_ Devo lembra-la que sou apenas uma ilusão de sua cabeça.“...também não queria que Fast visse eles me fatiarem e me dividirem...” esse foi seu último pensamento antes de me fazer desaparecer. Você não queria que eu a visse morrer, então inconscientemente me fez desaparecer!

Não podia negar que tinha lógica, realmente eu pensei aquilo!

Mas por que você está aqui agora? Não tem ninguém querendo me fatiar! não preciso de sua ajuda!

_ Sim, mas você quer saber o que sua mãe pensa sobre você e lembra que eu leio pensamentos?_ disse Fast sarcasticamente.

E você lembra que eu posso tirar isso de você?_ disse no mesmo tom mentalmente. Mas então, faça o que veio fazer, o que ela achou de mim?

_ Que você é a cópia mais jovem dela, com cabelos mais claros, apenas.

Era ótimo ter Fast nessas horas tive que confessar.

_ O que eu vou fazer o dia inteiro?_ perguntei vendo Suzannah e Bella entrarem no carro. Ambas pararam sobressaltadas e se entreolharam procurando uma solução.

_ Não podemos levá-la para a escola!_ disse Suzannah, os olhos mandando uma mensagem de desculpas.

De repente me dei conta, da falha no meu plano, com iria impedir que Bella interagisse com Edward se o lugar onde eles se encontram eu não posso entrar? Estava disposta a fazer tudo, tudo que fosse possível, desde empurrar pessoas de penhascos até jogar carros em cima de quem fosse preciso.

_ Se o problema é esse posso levá-la para o meu trabalho, lá ninguém, além de mim, faz nada mesmo!_ disse Charlie.

_ Então tudo bem!_ disse Bella entrando na sua caminhonete vermelha. Não poderia impedir de imediato a aproximação de Edward, desse jeito seria melhor, poderia conhecer mais a área e as pessoas daqui.

Meu plano estava em prática. Não ir com muita sede ao pote era uma boa ideia.

_ Então, Charlie, o que aconteceu com você e Bella?

_ Como sabe?

_ Vi em suas expressões!_ e também ouvi um pedaço de sua discussão com ela, completei mentalmente.

_ Bella é muito teimosa, quer voltar para a Flórida, para viver com a mãe.

_ Mas você não quer?

_ Não é isso, Reneé é uma cabeça de vento! Bella era modelo na Flórida, mas estava ficando atrasada com os estudos e fiquei preocupado resolvi que seria melhor que ela ficasse aqui.

_ Modelo! Que legal._ disse eu mostrando uma surpresa fingida.