My Paradise escrita por Gisele, Gabi Calin


Capítulo 11
Descobrindo um inimigo


Notas iniciais do capítulo

Gente, finalmente arrumei as imagens!!! Deem uma olhadinha no início nos capítulos, cada imagem é referente ao final do capítulo anterior,fica mais fácil entender o que está acontecendo!!
Peço que não me matem!O Edward está muito malvado nesse capítulo!



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"A água era fria como imaginava, mas estava silenciosa e calma, enfim alguma coisa boa nesse lugar horrível."

***

Um tremor na água me arrancou de meus pensamentos, ele foi seguido por outro e vários outros como se vários pés estivessem vindo em nossa direção. Apurei minha visão, saindo da água, Fast estava mudo, olhando para algo na floresta, o som ficou mais ritmado como um trote de cavalo, mas o que um cavalo faria ali? E não só um deles, um grupo que eu diria ser de uns quatro ou cinco.

Estavam vindo pela floresta, justamente por onde eu havia entrado, percebi alguns se afastando do grupo como se quisessem fechar um cerco ao meu redor, fiquei sem ação, não sabia o que eram e o que pretendiam com isso, diminuíram gradativamente o avanço.

_ Agora entendi! É um bando! Eles podem se transformar em lobos, mas são humanos era isso que estavam falando, fazem vigília por essas áreas._ disse Fast se aproximando quando.

Como assim? Lobos?

_ Sim. Posso ler a mente deles daqui, se comunicam telepaticamente e estão atrás de você!

Nesse momento ouvi o barulho de pressão sobre a areia e um lobo enorme, como um cavalo estava vindo em minha direção de uma forma ameaçadora, logo depois surgiram outros, eles eram parecidos entre si apesar de serem de cores diferentes, a estratégia era exatamente a que eu havia imaginado, estavam me cercando.

Por que estão fazendo isso? O que eu fiz?

_ Invadimos a área deles!

Não sabia que era deles! É por isso que aqui é tão vazio? O que vamos fazer? Eles vão me matar?

_ Estão em dúvida?

Sobre o quê? A melhor maneira de me dividir?_ perguntei inquieta com a situação.

_ Não! Sobre o que você é.

Não podiam estar com dúvida, quando os encarava só via ódio em seus olhos, me escondi atrás de Fast como se ele pudesse me proteger de qualquer coisa, sabia o que eles estavam vendo, eu me escondendo atrás de nada. Se pelo menos minhas ilusões funcionasse com os outros, poderia me defender, ou até mesmo criar um exército para atrasá-los enquanto eu fugia.

Eles pareciam conversar, ocasionalmente algum rosnava e aquilo já estava me deixando nervosa.

Pode me explicar o que está acontecendo?_ gritei mentalmente.

_ Estão discutindo sobre o que fazer com você, aparentemente eles não se dão bem com os da sua raça.

Tem um tratado que rege essas terras e pessoas como você não pode entrar! Estão confusos!_ ele fez uma pausa refletindo. _Você é diferente, quando entramos eles sentiram seu cheiro que corresponde aos dos inimigos deles, mas olhando para você ficaram em dúvida! Você tem olhos claros e bochechas rosadas, um deles está dizendo que é um truque, e que estão usando a forma de uma criança para fazê-los hesitar, outros dizem o contrário.

Espere! Raça? Minha mãe falou que sou de uma raça diferente! Mas eles também são diferentes, por que veem em mim um inimigo? E o que a cor dos meus olhos e bochechas tem a ver com isso?

_ Você tem que sair daqui agora!_ disse Fast tomado de um desespero repentino. Os lobos aparentemente haviam tomado uma decisão e não era favorável a mim.

Não tem jeito, estamos cercados. O que estão pensando?

_ Eles pensam que você foi transformada por Edward.

Transformada em quê?

_ Em uma vampira!

O que é uma vampira?_ eu havia lido muitos livros, mas nenhum que falasse sobre isso.

_ É claro! Isso faz tudo sentido, você se alimenta de sangue e foi mantida a vida inteira longe do mundo dos comedores industriais. Como não percebi isso antes?

Do que você está falando?

_ Consegue nadar bem rápido, não consegue?

Sim, mas...

_ Quando eu disser quero que corra para o mar e nade o mais rápido que puder. Certo?

Sim.

Um dos lobos uivou alto, mas não entendi o porquê.

_ Estão chamando reforços. Se prepare... agora, vá!

Fast me empurrou com e dei continuidade ao seu impulso, não era momento para pensar em mais nada apenas em correr e nadar, como já suspeitava não era mais rápida do que quatro patas, um dos lobos percebeu meu movimento e foi mais rápido se colocando entre mim e o mar, seus dentes se chocaram a centímetros de meu rosto e um rosnado saiu por entre eles, me fazendo cair.

A discussão pareceu aumentar e por um segundo pensei em abraçar minhas pernas e chorar, Fast não estava mais ali, com certeza devia ter se tele transportado com um dos poderes que ele havia adquirido, que segundo ele haviam sido dados por mim. Em todo caso, também não queria que Fast visse eles me fatiarem e me dividirem, é melhor que ninguém visse.

Nem considerei a possibilidade de lutar, era ridículo contra um grupo de cinco lobos e mais outros que estavam por vir. Não era uma das minhas ilusões onde eu sempre vencia, era real, nunca imaginei que tais coisas pudessem existir, eu nem sabia o que eles eram de verdade humanos, lobos, eu nem sabia o que eu era de verdade!

Um dos lobos veio em minha direção, então era assim que terminava? Nem tive tempo criar uma ilusão que preste para esse lugar, nem de saber mais sobre o grande mundo além do horizonte da ilha, adeus papai e mamãe, pode ficar com minha câmera Chip, sei que era você que sempre tirava a bateria e escondia, e pode ficar com aqueles vestidos caros minha querida e tagarela amiga Karie, Robson é bom que esteja a minha espera, viu!

Afundei meu rosto nos braços enrolando-os nas pernas enquanto fazia minha oração de despedida, só um milagre me salvaria agora, e milagre não era uma coisa comum na minha vida.

Um som de vento sendo cortado trespassou meus ouvidos, fui erguida do chão violentamente, senti como se estivesse girando no ar antes de uma rajada de vento acertar meu rosto, estava nos braços de Edward, e as árvores eram apenas borrões ao nosso redor. Eu corria rápido, mas nada comparado a isso! Tive a sensação de estar em queda livre, já havia experimentado isso em uma de minhas ilusões e o frio na barriga era o mesmo.

Ouvi o som de trote novamente nos seguindo furiosamente dessa vez, um curto tempo se passou até que o som sumisse quase por completo, resumindo-se apenas quatro corridas a de Edward e outras três que achei suponho Suzannah, Andreia e Ângela.

Edward diminuiu o passo me prendendo forte pelos pulsos, ele me arrastou para dentro e me soltou no sofá de couro preto da sala.

_ Desculpe-me_ já sabia o que viria a seguir, resolvi me adiantar.

_ Tem ideia do que fez? Você me fez quebrar o tratado, por sua causa, vão nos atacar!_ gritou exasperado. Suzannah e as moças entraram na sala sem pronunciar uma palavra, tinham apenas um olhar indiferente._ Podia ter matado a todos!

_ Eu não sabia, perdoe-me!_ pedir perdão foi apenas por educação, não estava acostumada a isso, na verdade não entendi por qual motivo havia pedido a ele, sua opinião não era importante para mim, muito menos seu perdão.

_ Não vão nos deixar em paz!

_ Essa guerra era inevitável, Edward, cedo ou tarde ela estouraria._ se pronunciou pela primeira vez Suzannah_ Foi apenas adiada todos esses anos, os lobos nunca nos aceitaram inteiramente perto de suas terras e de... humanos._ disse perceptivelmente tentando ocultar algo na frase, isso fez Edward hesitar, como se ela o estivesse culpando secretamente, de um jeito que só os dois compreendiam._ Podemos pedir ajuda, tenho muitos amigos, não se negariam ao combate.

_ Não temos tempo, podem atacar agora que não estamos preparados!

_ Se não estamos prontos eles também não estão. Somos experientes! E eles sabem que lutar contra nós vai trazer muitos prejuízos ao bando, não vão arriscar perder nenhum integrante, sendo precipitados._ disse Suzannah vindo em minha direção e acariciando meus cabelos.

_ As chances de perda e vitória se igualam, e você sabe._ disse Edward se acalmando._ Essa história não pode se abrandar. Os italianos podem descobrir tudo.

_ Não descobriram até então, por que agora? Não precisamos de muitos, alguns mais experientes como nós consegue dar conta.

_ Eu sei, eu sei.

_ Tudo vai dar certo._ disse Suzannah._ Não use isso como desculpa para culpar Renesmee.

Isso fez Edward se lembrar de minha presença ali e sua raiva voltou repentinamente._ E você, vá para seu quarto não quero vê-la fora de lá._ disse Edward sem nem mesmo olhar para mim.

_ Não!_ eu disse, todos na sala me encararam perplexos, menos Suzannah que continuou ao meu lado me apoiando._ Não vou fazer o que você quer! Você não é meu pai! Pelo menos não em consideração!

_ Você já causou muitos problemas hoje...

_ Não me importo, você age como se fosse meu pai, mas não é, o meu pai nunca me forçaria a ficar num lugar onde eu não quero, ele sempre cuidou de mim! Você me trata a vida inteira como uma estranha e me esconde do mundo, depois acha que tem direito sobre minhas decisões? Eu quero voltar para minha casa! Quero ficar com os meus pais!

_ Seus pais estão impossibilitados de cuidar de você agora.

_ O que você quer dizer com impossibilitados?_ perguntei hesitando entre o querer saber e o medo de não gostar.

_ Quero dizer que estão mortos, como aquele mendigo imundo!

Demorei a acreditar, se não o tivesse visto matando um homem bem na minha frente, riria feito louca, meus pais não podem morrer, meus pais nunca me deixariam! Mas, a dúvida perturbou meu coração, aquele homem não ousaria, ou ousaria?

_ Você é louco!

_ Não! Gostaria de saber as últimas palavras de seus pais?_ forçando uma expressão inocente.

Só queria gritar que o odiava, mas algo preso na minha garganta me impedia.

Não disse nada, apenas saí daquela casa correndo. Das milhares de coisas que eu poderia ter feito naquele momento, eu escolhi a que mais me doeu, nada. Deixei Edward falar de meus pais como se fossem um grande pedaço de nada.

Corri na direção contrária a praia, não queria dar de frente com lobos enormes, querendo me matar. Nem notei que lágrimas encharcavam meu rosto, achei um tronco oco, com raízes altas usei como meu refúgio, uma leve chuva começou a cair.

O mundo que eu lia nos livros era bem diferente desse, todos tinham um final feliz, por que comigo não podia ser igual? “Talvez não tenha chegado ao final” _ teria dito meu pai nesse momento. Olhar sempre o que há de bom nas coisas que acontecem era uma característica marcante nele.

Lembrei-me de Pinóquio o boneco de madeira que só queria ser como seu pai, humano, isso era exatamente o que eu queria, uma vida como a de Karie, Ludmila, e até mesmo Robson antes de virar um mendigo, tinham uma família que apesar de tudo os amava, eu tinha isso, mas joguei tudo fora, queria saber o que me escondiam além da ilha e agora os perdi para sempre, por causa daquele monstro!

Pensando pelo lado positivo havia encontrado uma ilusão para aquele lugar horrível, afinal.


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Notas finais do capítulo

No próximo vão saber que ilusão é essa!!
Digam o que acharam sobre as imagens!!
bjss