Heart Like Stone escrita por Swagirlfriend


Capítulo 18
18.




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Justin POV

"Vôo 604-9 com destino a Los Angeles. Última chamada." - acordei sentindo o movimento ao meu redor

Me ajeitei naquela cadeira desconfortável pegando minha mochila nas costas. Acenei pras fãs do lado de fora do aeroporto.

Eu tava sozinho, de novo.

Queria que ela estivesse aqui comigo, voltando pra casa. Mas ela não está. Ela nem me deixou explicar. Eu sou um idiota mesmo... Não devia ter deixado aquela menina fazer aquilo, mas... Boa parte é minha culpa. Pois o idiota aqui deixou.

Me dirigi ao portão de embarque número 3. Meu celular vibrou na mão esquerda e eu apertei a passagem na mão direita.

Sorri pra uma fã a minha frente, ela retribuiu. Olhei no visor do celular, "Mommy" ligando.

- Meu filho... Meu amor... Scooter me disse que está voltando sozinho pra LA. - ela disse com a voz preocupada ao telefone, suspirei

- É mãe... Ela me deixou. - respondi sentindo as lágrimas me invadirem - Eu to sozinho de novo. Eu quero você, mãe... - resmunguei tentando manter a calma

- Meu amor, me conta o que houve.

- Eu... Eu vou entrar no avião agora. Quando chegar ai nos falamos. Pode me buscar no aeroporto ás 20:00hrs? - perguntei respirando fundo

- Claro, vou estar te esperando. Até mais filho, se cuida.

- Ok mãe, eu te amo.

- Também te amo, meu amor.

Desliguei o celular o pondo no bolso da calça. Uma lágrima escorreu pelo meu rosto ao lembrar de tudo que aconteceu. Limpei rápido com a palma da mão. Não seria bom todos me verem chorando... como um bebê.

- Justin... - a menina a minha frente que aparentava ter uns 14 anos se aproximou

- Oi! - respondi a abraçando forte, sorrimos - Quer um autógrafo? Foto? - perguntei tentando esconder meu rosto inchado

- Não, não... Eu... Só quero dizer que nós estaremos sempre aqui. - ela disse meio sem graça, fiz cara de confuso - Você não imagina o quanto nós te amamos. - sorri - Eu imagino como as coisas não devem estar fáceis. Mas eu, quer dizer, nós estamos aqui. Pro que você precisar.

- Eu também amo cada uma de vocês. - a olhei e depois desviei meu olhar sorrindo as fãs que gritavam do lado de fora do aeroporto

- Você mudou minha vida. - ela disse parecendo tirar um peso das costas, fiquei meio pasmo

Quer dizer... Nunca achei que tinha mudado a vida de alguém.

- Sério? - perguntei sentindo um calafrio dos pés a cabeça

- É, sério. Eu sou bipolar. - ela disse abaixando a cabeça sem graça - E quando minhas crises me atacam... Eu escuto suas músicas e tudo melhora. - assenti sorrindo pra que ela continuasse, e vi uma mulher mais velha parar ao nosso lado, talvez era sua mãe - Eu nem preciso mais de remédios. É só eu ligar o som e ouvir sua voz e... Parece que tudo volta ao normal. - senti meus olhos arderem e se embaçarem, lágrimas vindo...

- Eu fico feliz de saber que te ajudo. Vocês também me ajudam. Muito... - disse e sorrimos - Seu nome... é?

- Melanie. - ela respondeu - E essa é minha mãe, Glorie. - sorri a cumprimentando e abraçando Melanie de novo - E agora... Uma foto? - nós rimos

- Claro!

A mãe de Mel pegou a câmera e tirou uma foto nossa. Dei um autógrafo pra ela e logo nós entramos no avião. Ela sentou nas poltronas de trás e eu nas da frente, então nos despedimos. Me acomodei na poltrona da janela e virei meu rosto encarando a visão da pista de decolagem.

Demi, Demi, Demi... Minha mente só pensava nela. O quanto eu queria que ela estivesse aqui, segurando minha mão, porque ela sabe o medo que eu tenho quando o avião decola. Como eu queria ela aqui... Fazendo carinho no meu rosto e dizendo que me ama.

Eu caí de novo. Errei de novo. Eu me fodi de novo.

[...]

"Senhoras e senhores, estamos sobrevoando Los Angeles, aguardando para podermos pousar. Apertem os cintos." - acordei

Dormi a viagem inteira e senti meu rosto sendo amassado pela minha mochila que se encontrava ao meu lado. Me ajeitei na poltrona e puxei meu cinto, o apertando.

Depois de 5 minutos de esperava nós pousamos. Não via a hora de ver minha mãe.

Desci a rampa do aeroporto correndo até a esteira de malas. A minha demorou um pouco a chegar, e logo que chegou vi minha mãe. Peguei a mala e corri pros seus braços.

- Eu... Perdi ela, mãe. - disse afagando meu rosto nos seus cabelos

- Meu filho... Se acalma, vai ficar tudo bem. Vamos embora, vem.

Agora eu já não escondia o quanto eu tava machucado. Chorava como um bebê sem me importar com quantos paparazzis estavam tirando fotos ou quantas fãs estavam vendo. Chorei alto, como se estivesse no meu quarto, sozinho.

Minha mãe entrelaçou sua mão na minha e me levou pro carro. Ela foi dirigindo e eu... fui chorando. Ela ainda não tinha dito uma só palavra, e agradeci mentalmente por isso.

Liguei meu celular e não havia nenhuma mensagem, nenhuma ligação perdida, nada... Ela realmente deve estar bem sem mim.

Cheguei em casa me jogando na cama da minha mãe e ela veio se deitar comigo.

- Pode começar a explicar... - ela disse fazendo carinho na minha cabeça e eu já comecei a expl... quer dizer, comecei a chorar

- Foi a prima dela... - a olhei - A prima piranha dela. - disse e minha mãe prendeu a risada - Ela tava dando em cima de mim desde o almoço de família que nós fomos. A garota só usava umas roupas curtíssimas. Ai a gente foi no shopping hoje de manhã, depois voltamos pra casa. Deixei Demi no quarto e quando eu ia descer pro jardim, Sandy, a prima dela, gritou. Ela tava no quarto de Dallas e eu pensei que tinha acontecido alguma coisa, então fui ver. Quando entrei, ela tava deitada na cama olhando pro outro lado. De primeira, pensei que ela tinha desmaiado. - parei e respirei fundo, sentindo o ar faltar nos meus pulmões - Só que ela levantou me puxando junto e... Me beijou. - meus olhos arderam e eu os fechei - Eu a empurrei me desgrudando dela. Falei que ela não podia ter feito aquilo e ela ameaçou contar pra Demi que EU tinha agarrado ela. - resmunguei com raiva - Ai ela me agarrou de novo. - abri os olhos abraçando a cintura da minha mãe

- E Demi chegou bem na hora... - ela completou e eu assenti - Eu sinto muito, meu filho. Você contou isso pra ela?

- Não. Ela nem deixou eu me explicar direito.

- Liga pra ela. - minha mãe me passou o telefone secando minhas lágrimas com uma das mãos

Assenti confuso. Disquei seu número três vezes. Ela não atendeu nenhuma das vezes. Fui tomar um banho e depois fui dormir, na tentativa de esquecer tudo que tava acontecendo.

[...]

Despertei com os passarinhos cantando do lado de fora. Seria um dia ótimo se ela estivesse aqui. Mas como ela não está... Merda de passarinhos.

Decidi que pelo menos por hoje, tentaria não chorar. Queria me divertir e... Aproveitar minha vida de solteiro. Repreendi a mim mesmo por pensar aquilo. Meu coração apertava todas as vezes que lembrava dela me mandando ir embora.

Troquei de roupa colocando uma bermuda. Não suportava andar de calça naquele calor infernal de Los Angeles. Liguei para Scooter e conversamos sobre o acontecido. Ele me incentivou a ligar pra ela e eu disse que ela não me atendia. Mandei mil mensagens e ela não respondeu nenhuma. Ele me disse que ela voltaria pra Los Angeles amanhã, e que era pra eu não afirmar o término do nosso namoro antes de conversar com ela sobre isso.

Vou esperar ela chegar em Los Angeles. Mas não sou eu que vou ficar parado chorando por causa disso. Até porque sei que ela deve estar em mil sorrisos e risadas sem mim.

Disquei o primeiro número na minha cabeça...

- E ai, irmão. - Sean Kingston respondeu do outro lado da linda

- Fala, Sean. Que tal voltarmos aos velhos tempos?

- Voltarmos aos velhos tempos? Mas... E a namorada?

- Vamos dizer que... "estamos em crise" e eu preciso esquecer dela por um momento. Se é que isso é possível. - disse o fazendo rir

- Quem diria que algum dia iria te ver apaixonado, cara.

- Pois é. Aqui estou eu sofrendo. - nós rimos - Mas então... Vamos pra Springfield hoje?

- Claro! Quer que eu passe ai pra te pegar?

- Aham, eu prefiro. Só não avisa a ninguém. Não quero tumulto.

- Fechado. Passo ai daqui a pouco. - desligamos

Carros + Springfield + Sean Kingston = Diversão. Exatamente isso que eu precisava... diversão.

Troquei de roupa mais uma vez. Substituindo minha regata branca por um casaco preto e meus chinelos por meus supras dourados. Sorri fraco imaginando ela dizendo "Você está bonito hoje" pra mim.

Tudo bem Justin... É hora de fazer alguma coisa sem pensar nela. Sorri pra mim mesmo e peguei o gel no armário do banheiro. Minha mãe entrou no quarto no mesmo momento.

- Bom dia. - ela disse beijando minha testa, retribui o beijo

- Bom dia, mãezinha. - sorri fraco

- Vai sair?

- Sim, vou sair com Sean. - disse a olhando pelo espelho, ela assentiu

- E você está melhor? - ela perguntou cautelosa nas palavras

- Não estou bem. Mas também não estou como ontem. - suspirei sério - Ela volta amanhã e eu quero ver se esqueço ela pelo menos por hoje. - nós sorrimos um pro outro

Ficamos conversando sobre bobeiras quando escutei a buzina vindo lá de baixo. Me despedi de mamãe e desci as escadas correndo com o celular nas mãos. Abri a porta me deparando com o novo carro de Sean... Tudo bem, confesso que não sabia o nome daquela máquina. Mas era um dos carros mais bonitos que já tinha visto. Abri a porta do carona me jogando lá dentro e aumento o som de Blunt Blowin' do Lil' Wayne. Sean riu.

- Bom dia pra você também, cara. - fizemos um toque e eu ri

- E ai, irmão. Vamos acelerar essa sua máquina nova. Me mostra o que ela pode fazer.

Sempre gostei de carros. E principalmente, de velocidade. E era pra isso que eu e Sean estavamos indo pra Springfield, para encontrar com Marcus, o mestre do racha, corrida amadora de carros. Ele era nossa amigo a anos e sempre que tinhamos tempo nós iamos pra lá. E era pra lá que eu ia ir pra me divertir.

Era uma hora do centro de Los Angeles até a cidadezinha tranquila de Springfield. Fomos cantando e sentindo o vento no nosso rosto.

Logo chegamos encontrando Marcus no galpão. Sorrimos. Saí do carro em disparada.

- HEEEEEEEEEY MAN! - gritei correndo até ele

- Bieber! - ele exclamou fazendo uma careta - Esquecendo dos velhos amigos! - nós rimos

- Nunca, irmão! - ri

Enquanto Sean e Marcus conversavam, fui dar uma olhada nos vários carros infileirados. Num chute aproximado... Eu diria ter uns 80 carros naquele galpão. Passei os olhos em todos e parei num preto fosco. Um puta conversível. Sorri divertido.

- Que tal começarmos logo? - disse animado

- Ok. Então vamos logo. Me arrisco pegar o Shelvier. - Sean disse indo até o conversível vermelho

Sentei no capô do carro que escolhi, o preto fosco, e Marcus levantou uma sobrancelha me repreendendo. Gargalhei junto a Sean.

- É bom estar de volta. - disse quando Marcus jogou a chave pra mim, e a outra pra Sean

Sean entrou no carro e o ligou, fazendo um barulho ensurdecedor com os pneus. Ri.

- Vou com meu novo Graynelle. Que tal? - Marcus apontou pro conversível amarelo e eu fiz cara de espanto

- Vamos ver quem ganha. - disse entrando no carro

Seguimos os três até o nosso ponto de partida improvisado onde alguns adolescentes se encontravam. Várias pessoas se pegando e alguns fumando, se drogando e bebendo.

Não rola drogas pra mim... Cigarro muito menos. Mas bebida... Quem não gosta de um pouco?

Cumprimentei todo mundo que estava e peguei uma garrafa de 1 litro de vodka no isopor com gelo. Sean pegou duas e voltamos pro carro. Todos gritavam coisas como "APOSTO EM VOCÊ BIEBER" ou "TO COM O KINGSTON" ou "O NEGÓCIO É COM O MR MARCUS". Fazíamos aquilo por diversão e apenas. Era uma rua nada movimentada, então podíamos correr o quanto queríamos. Abri a garrafa virando metade e sentindo minha cabeça latejar.

Sean começava a ficar elétrico. Sorri vendo três mulheres gostosas e quase peladas entrarem na nossa frente segurarem placas escrito "STOP". A do meio tinha um cabelo parecido com o de Demi.

Droga!

As meninas sairam de nossa frente e eu acelerei junto com os dois. Senti o vento jogar meu cabelo pra trás e gargalhei alto sozinho. 120km/h... 160km/h... Não deu tempo de eu impedir.


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Notas finais do capítulo

DEIXAREI VOCÊS NA CURIOSIDADE BJO KKKKKKKKKKKKKKKKKK REVIEWS REVIEWS REVIEWS :)