Éramos tão diferentes um do outro. Só Deus sabe o quanto eu rezei pra que ele tivesse um pouquinho mais de juízo do que fazia. Eu era a aluna das melhores notas da escola. Ele nem fazia alguma tarefa de casa. Eu era representante da minha classe. Ele usava drogas, roubava, já tinha sido preso... Droga, era tanta coisa pra minha cabeça. Papai e mamãe nunca aceitariam que eu andasse com ele. Mas eu não posso resistir. Ele simplesmente me prende de todas as maneiras com seu jeito de sorrir, de suas brincadeiras irônicos. Estou presa a ele. E ele... Está preso. Mas não a mim.

"Sinto falta daqueles olhos castanhos claros, de como você me beija a noite. Sinto falta de como nós dormimos. É como se não houvesse nascer do sol, como o gosto do seu sorriso. Sinto falta do jeito que respiramos. Mas eu nunca te disse o que deveria ter dito. Não, eu nunca te disse. Eu me segurei. E agora, eu sinto saudades de tudo em você. Não acredito que ainda te quero. E depois de tudo que nós passamos, sinto falta de tudo em você. Eu vejo seus olhos, toda vez que eu fecho os meus. Você torna isso difícil de ver. Quando não estou a sua volta, é como se eu estivesse sozinha comigo. (...) Sinto falta de tudo em você. Sem você."

Era insegura demais. O medo de perder ele falava mais alto que qualquer outra coisa. Mas no fundo, meu coração afirmava a minha mente de que podia existir mil e uma garotas na vida dele, Justin sempre me escolheria. Esse pensamento me deixava até mais alegre. Isso tudo é normal? Eu me apaixonar tanto e me entregar cada dia mais a uma pessoa? É normal deixar de viver minha vida pra viver a dele? Se é normal eu não sei, só sei que isso tudo sempre vale a pena no final do dia.

Tão longe. Me parecia tão impossível ser amada por ele. Não parecia ser real. Alguém gostar de mim? Algo impossível e improvável. Eu... Kylie Megan Dean, só poderia ser amada ao longe. Onde ninguém me via e ninguém realmente sabia quem eu era de verdade. Ali todo mundo jogava sujo. Vamos ver até onde isso vai.

- Isso é pra você. Feliz aniversário, Jes. - ele me entregou uma sacola vermelha, e saiu correndo dando partida no carro
Fiquei parada ali, olhando ele ir embora, no meio do estacionamento do colégio. Abri a sacola e tirei de dentro um álbum de fotos. Repreendi a mim mesma. Não abri o álbum até chegar em casa.
[...]
Abri a porta rápido e dei de cara com a minha mãe. Ela me deu os devidos "parabéns" de novo, disse que me amava e toda aquela coisa de mãe. Olhei pra mesa da sala onde se encontrava rosas pintadas de roxo, dava pra ver de longe que foram pintadas com tinta da pior qualidade. Eu ri.
- Justin trouxe aqui. - ela apontou para o buquê
- Justin?
- É, ele disse que são pra você. - ela sorriu
Peguei o buquê em minhas mãos, e pus a sacola do presente na outra. Saí correndo pro meu quarto. Abri a porta apressada e a tranquei. Joguei o álbum na cama e cheirei as flores. Tinha o perfume dele, é. Peguei o álbum e me joguei na cama. Abri a primeira página e tinha alguma coisa escrita com as letras de Justin. "Feliz aniversário, Jessica. Espero que goste. Eu amo você. Com amor, seu Bieber.". A primeira foto era a que tiramos na semana passada, no Mc Donald's. A segunda já era antiga, quando Justin ainda tinha sua franjinha e falava como uma menina. Eu mostrava o dedo pra ele, e ele ria. Como éramos inocentes. Não era desse jeito que era pra acontecer. Mas aconteceu. E hoje aqui estamos, sufocando o que sentimos. Mas eu parei pra aceitar a verdade. Eu amo aquele babaca, idiota, mané e bobão. Eu amo.

"Minha vida deu aquele giro de 360º. Agora eu vivo na correria, de país a país. E confesso que aquele sorriso que não brilhava mais, fica difícil de tirar do meu rosto. Nasci no Brasil, e morei lá por 10 anos. Meu pai trabalhava no Canadá, ou seja, ele só aparecia no Brasil de mês em mês e ele fazia muita falta. Então, ele foi promovido em uma metalúrgica famosa em Stratford. Eu e mamãe deixamos o Brasil e fomos morar com papai, no Canadá. A cada dia que passava, meu pai ganhava mais poder naquele império. Foi aí que Justin entra nessa história e ajuda a virar minha vida de cabeça pra baixo. Jeremy é o pai de Justin, e braço direito do meu pai na empresa. Eles andavam pra cima e pra baixo juntos. Jeremy era separado da mãe de Justin, Pattie, uma mulher linda e que morava no apartamento ao lado do meu. Ou seja, Justin era meu vizinho. Tudo aconteceu muito rápido, então eu não sei quando deixei um afeto por Justin atrapalhar tudo. Nós íamos sempre juntos pra escola, estudávamos juntos, saíamos juntos, almoçávamos um no apartamento do outro, íamos ao jantares de negócios de nossos pais juntos, e por aí vai... Foi aí que eu e Justin começamos a namorar aos nossos plenos 12 anos de idade. Nossos pais negaram, mas depois tiveram que aceitar o fato de que não era por causa deles que iríamos acabar com tudo e nos separar um do outro. Continuamos juntos. Justin, numa longa e complicada história, se tornou famoso em Stratford. Ele cantava em vários lugares, participava de vários concursos, postava vídeos na internet e eu acompanhava ele em tudo. Só que aí ele teve que se mudar com sua mãe pra Atlanta. Atlanta, EUA. Ele saiu do nosso Canadá. Nunca perdemos contato. Daí o meu Kidrauhl, se tornou o famoso cantor de pop, Justin Bieber. Nunca perdemos contato, e até hoje namoramos, por mas que seja a distância. Sempre que ele vem pro Canadá - as vezes de três em três meses-, nós se vemos. A segunda parte da turnê My World começa daqui a um mês, eu to de férias e ele também. Ou seja, to indo pra Atlanta passar um mês com meu namorado, e depois acompanhá-lo na turnê. Eu com 16, e ele com 17. Mas ainda assim... juntos." - Emily Hudson, 17 anos. Em entrevista para a V Magazine.