Caleidoscópio escrita por lljj


Capítulo 18
Passado de escuridão III


Notas iniciais do capítulo

Oioi
E ai? Como tem passado a semana? A minha foi um porre... Só trabalhei e dormi,MAASS hoje... bem hoje...
HOJE É QUARTA!!!!!!!
Dia de folga e dia de postar.
Bem, bem seria um eufemismo dizer que o capitulo está longo, mas quem tá aqui desde o começo sabe que não sou o ser mais passiente do mundo então no quis separar outro capitulo e conclui logo o passado de Gin e Rangiku...
No próximo capitulo voltarei a escrever da forma habitual...
Bem, bem... Então...
Boa Leitura!!



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O carro passava lentamente pelas ruas que outrora havia passado em outro sentido.

Sinal vermelho e ele freou.

Ao olhar ao redor notou que novamente se encontrava no lugar que viu as duas crianças, que até agora continuavam no mesmo lugar, como se não houvessem mexido um só musculo.

Gin pensou na maneira que eles estavam a agora, sem perspectiva de uma vida melhor ou até mesmo de um futuro melhor.

Pensou que por um momento também tinha estado assim, mas ele não poderia simplesmente aceitar o destino que lhes estavam imposto. Ele tinha que cuidar da Rangiku, como havia prometido para Arisa.

Olhando para o outro lado fixou seus olhos no nada.

Por acaso ele estava cumprindo está promessa? Ele estava cuidando da mulher da sua vida?

Com certeza não. Se estivesse seria do lado dele que ela estaria agora, não na casa de um desconhecido qualquer que simplesmente entrou em sua vida e tomava conta de tudo...

Inconscientemente apertou o volante do carro.

Sim, nesse momento ela devia estar com ele, mas fazendo o que?

O sinal abriu e ele seguiu em frente.

Rangiku sempre estava do lado dele. Não importava seus erros ou seus defeitos ela sempre estaria lá. Ou talvez não.

/// Flash Back ///

Já havia completado duas semanas que estavam vivendo nas ruas e as coisas só pareciam estar cada vez mais difíceis.

Ele já tinha perdido a conta de quantas pessoas ele teve que bater para proteger a Rangiku e de quantas outras ele teve que fugir para salvar a si e a ela.

Aquela não era uma vida para uma menina como Ran, ela não tinha vindo a esse mundo para morrer de fome ou frio e foi por esse motivo que ele fez o que fez.

Havia um grupo de meninos de rua que estavam cometendo assaltos à mercados e lojas de Karakura, nada muito perigoso os meninos apenas andavam com facas e armas de brinquedo, mas para pessoas comuns já eram suficiente para entrar em pânico e fazer tudo o que lhes eram mandado.

De uma forma não muito boa Gin conseguiu entrar para a pequena quadrilha, a iniciação foi feita em um lugar bem afastado de onde ele e Rangiku costumavam ficar, claro, ele não queria que Rangiku o visse apanhando de mais de dez meninos, ainda mais por algo tão mesquinho quanto entrar em uma gangue.

E assim começou, no primeiro assalto ele conseguiu cem reais com a divisão do lucro. No segundo também a mesma quantia. No terceiro eles foram mais ousados, invadiram uma casa e fizeram duas mulheres reféns, claro, o lucro foi muito maior.

A cada assalto, invasão ou sequestro relâmpago Gin conseguia mais dinheiro e mais perguntas.

  — De onde você tirou tudo isso? — A menina falou surpresa ao olhar a sacola cheia de frutas que Gin havia comprado.

  — Da mercaria. Onde mais iria comprar? — Ele falou como se não fosse nada.

  — E com o que você comprou? — Ela falou o olhando atentamente.

  — Com dinheiro. — Ele disse aumentando seu sorriso.

  — Gin... O que está acontecendo com você? Estou preocupada. — A menina disse chegando mais perto dele. — Ontem você desapareceu durante a tarde toda e hoje a mesma coisa. E sempre trás essas coisas com você. De onde está tirando dinheiro para isso?

Gin virou as costas para ela.

  — Eu já disse Ran, não importa. O que importa é que você não está mais morrendo de fome, não é?

Rangiku ficou um tempo em silêncio, depois virou se e sentou no beiral do edifício abandonado que estavam. Ela olhou para o chão até que ouviu o barulho de Gin arrumando o casaco que usava.

  — Vai sair de novo? — Ela disse se levantando.

  — Sim. — Ele falou sem olha-la.

  — Mas... Você acabou de chegar...

  — É, mas... Eu preciso encontrar um amigo agora. — Ele falou indo em direção a siada da casa quando Rangiku segurou seu braço.

  — É aquele garoto estranho que veio aqui outro dia?

Ele não respondeu.

  — Gin eu já te disse que não gosto dele... Parece algum tipo desses bandidos que andam por ai.

  — Não se preocupe eu sei me cuidar. — Ele disse pegando a mão dela que não havia soltado seu braço. — Apenas fique aqui até eu chegar, se ouvir algum barulho faça o que eu te ensinei.

  — Sim, sim. Eu saio pela janela e te espero no parque.

  — Isso. — Ele falou sorrindo.

Antes de sair deu um rápido beijo em seus lábios e se foi pelo buraco onde deveria ter uma porta, mas que só tem uma madeira solta.

Ainda na frente da casa ouviu Rangiku gritar.

  — Volte cedo, tem uma gangue que está atacando as pessoas à noite.

Ele deu um leve sorriso até que desapareceu no meio da escuridão.

Ao chegar no lugar combinado encontrou seu amigo e mais dois garotos que também faziam parte da gangue.

  — Até que fim Ichimaru, achei que não iria vir. — O garoto mais velho falou balançando os braços.

  — Tive alguns problemas no caminho, mas fale logo o que está acontecendo.

  — Eu coloquei vocês no melhor negocio que está rolando aqui em Karakura. — O garoto disse animado.

  — Que negocio? — Gin perguntou.

  — Vocês tão sabendo que tem uns caras traficando aqui na cidade não é?

Os três fizeram sim com a cabeça.

  — Pois é. Eles tão precisando de gente para levar as paradas deles para outros.

  — E quem te contou isso? — Outro menino falou.

  — Fui eu. — Uma voz veio detrás deles.

Os quatro se viraram para olhar o homem alto que estava encostado em uma árvore.

  — Já faz um tempo que eu estive ouvindo da gangue de vocês e pelo que sei nenhum até agora foi pego não é? — O homem loiro perguntou levantando uma sobrancelha.

  — Não senhor. — Outro menino falou.

  — Por favor, deixe me apresentar. Pessoal esse é Urahara Kisuke nosso novo chefe.

  — Chefe? — Gin perguntou.

  — Sim Ichimaru. Urahara pediu para que eu chamasse os melhores da gangue para trabalhar com ele e aqui estão vocês... — O garoto disse sorrindo.

  — E que tipo de trabalho nós vamos fazer? — Outro perguntou.

  — Boa pergunta. Se vocês não sabem, temos problemas em transportar nossas mercadorias dentro da cidade e...

  — Querem por meninos para transportar para que não levantem muitas suspeitas e represálias da policia. — Gin falou sorrindo.

Urahara o olhou por um tempo até dizer:

  — Bingo!!

  — Diz pra eles chefe, diz pra eles... — O garoto mais velho falava rindo.

  — Dizer o que? — Gin perguntou.

  — O dinheirão que vamos receber para fazer isso... — O garoto ria mais ainda.

  — Para cada viagem que fizerem com a mercadoria, nós daremos uma quantia razoável de dinheiro. Se é que vocês me entendem. — Urahara falou sorrindo.

  — Eu to dentro. — Um dos três falou depois de segundos de silêncio.

  — Eu também. — Outro disse.

  — E você Ichimaru?

  — Não vai perder uma oportunidade dessas vai? — Urahara falou levantando uma sobrancelha.

Gin sorriu mais.

  — Claro que não. Pra onde vai a primeira entrega?

/// Fim do Flash Back ///

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Depois que descobri tudo em que Gin estava metido, as coisas começaram a mudar entre nós dois. Ficávamos cada vez mais distantes, discutíamos com muita frequência e ele desaparecia por semanas continuas, sem nenhum aviso de onde ia ou quando voltava... Até que um dia ele me enviou uma carta que eu preferiria não ter recebido.

Na carta ele dizia que havia homens procurando por ele e que já sabiam onde morávamos. Por causa disso ele alugou uma casa em outro local onde eu iria ficar durante um tempo, apenas o suficiente para eles cansarem de nós caçar...

 Mas claro, como ele mesmo escreveu para a minha ‘segurança’ ele não iria mais morar comigo...

Seria um eufemismo dizer que fiquei triste, Gin foi minha vida por tantos anos e de uma hora para outra ele iria ir embora sem data para voltar... E ainda existia a duvida se ele iria voltar.

Tantos assassinatos e tantos crimes que ele cometeu, não me surpreenderia se um dia chegassem na minha casa falando que ele estava morto...

Fiquei pouco tempo nessa casa, acabei sendo rastreada pelos perseguidores de Gin e quase fui morta quando invadiram durante a noite. Só escapei porque consegui pular da janela do segundo andar e correr para a casa de um amigo que me acolheu e me ajudou a passar a noite...

Kyoraku foi um anjo para mim, me deu abrigo, apoio e alguma perspectiva de vida, algo que já havia perdido depois de sair da escola.

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Os corredores estavam desertos, nenhuma alma se quer para ele poder conversar ou simplesmente atormentar.

  — É... Esse lugar está ficando cada vez mais chato. — Ele pensou alto.

Ao chegar no seu quarto viu que haviam duas chamadas perdidas de Urahara.

  — O que ele quer agora...

Ele discou o numero e esperou o homem atender.

  — Gin?

  — O que você quer?

  — Estou precisando de um carregamento de heroína e pasta pra semana que vem...

  — E por que está falando comigo? Sabe que as encomendas são com o Tousen...

  — Aquele cego me tira do sério com “As ordens de Aizen-sama são outras” ou “Não constamos o pagamento do seu ultimo pedido”... E eu sei que com você o negocio é outro...

            (Ele falou em tom de deboche.)

  — Claro... Eu vou ver se libero no fim de semana, mas sabe que não prometo nada... Aizen está começando a desconfiar dos desvios que fazemos.

  — Você está deixando rastros garoto? Sabe que eu espero mais de você?

  — O que posso fazer se você pedi sempre mais a cada semana, me pergunto o que faz com tanta coisa.

  — Não se finja de ingênuo... Depois de revender tudo vai ficar mais fácil para comprar as armas necessárias para acabar com Aizen... Tenha certeza que ele vai pagar por tudo o que fez com você e comigo.

  — Sim... Com toda certeza ele vai.

(Ele falou em um tom obscuro que escondia muito mais do que suas más intenções.)

/// Flash Back ///

Já iria completar um ano que trabalhava com Urahara e já havia assumido o controle de pontos de venda de drogas e armas em grande parte da cidade... Sendo o braço direito de Urahara passava mais tempo na rua que em casa e mesmo que não quisesse admitir as coisas haviam mudado entre ele e Rangiku...

Já havia anoitecido quando ele conseguiu ir para casa que havia comprado com o dinheiro do crime, tinha lucrado muito pela manhã e agora só pensava em chegar em casa e passar um tempo com Rangiku.

Assim que entrou notou um silêncio incomodo no local.

  — Rangiku. — Ele chamou quando entrou ainda mais no pequeno imóvel. — Rangiku?

Ele revirou a casa inteira e não teve um sinal da garota. Tentou ligar para o celular que havia comprado para ela no seu aniversário, mas percebeu que ela havia deixado ele em casa.

  — Mas onde é que você está? — Ele falou entre os dentes.

Ela costumava sair com algumas amigas da escola, mas sempre o avisava aonde iria e que horas voltava... Claro que ele não deixava ela ficar até muito tarde na rua ou sair com muitos garotos, mas Rangiku era teimosa, vez ou outra se atrasava ou ele a encontrava conversando com algum homem que ele julgava ser ruim. Tudo isso sempre resultava em discursões e brigas entre os dois, mas nada muito sério, já que ela nunca iria querer tê-lo longe dela.

Mas tinha algo errado dessa vez, não havia recebido nenhum telefonema durante o dia inteiro e ela não tinha avisado de manhã que iria sair... Hoje era a sua folga então não estava na casa dos Hitsugaya... Também sabia que ela não tinha tido aula de manhã o que o deixava ainda mais preocupado...

Talvez saiu para comprar alguma coisa e foi atacada  por algum estuprador, ou até mesmo roubada, ou atropelada, ou o pior de tudo, poderia estar com algum homem agora.

O simples pensamento fez Gin sair às pressas de casa, não importava o quanto Rangiku dizia que nunca iria o deixar ou o trocar, ele não conseguia se controlar quanto a isso... Ela era sua e sendo sua não devia andar por ai com qualquer um.

Desceu uma rua, atravessou outra, perguntou sobre ela a alguns vizinhos, mas nada... Era como se ela houvesse evaporado. Por um momento imaginou que fosse assim que ela se sentia quando ele sumia, mas o sentimento de culpa passou quando ele pensou que só fazia isso para ajudá-los a sobreviver.

Já eram quase nove horas da noite e ele ainda perambulava pela cidade atrás de Rangiku. Seu ciúme inicial agora já havia sido completamente substituído por preocupação.

Ao virar uma esquina notou uma luz vermelha saindo de algum lugar ao longe, se aproximando ouviu o som de uma música alta e percebeu que havia chegado ao Energy Night, o bar mais famoso de Karakura. Gin sabia que Rangiku sempre teve curiosidade de saber como era por dentro e que ela não perderia nenhuma oportunidade de ir se houvesse chance.

Ele entrou o lugar não estava muito cheio, tinham pessoas dançando e outras sentadas nas mesas. Ao dar uma olhada em volta viu um vulto laranja perto do balcão.

  — Rangiku. — Ele falou fechando a cara.

Não teve nenhuma surpresa quando constatou que era ela. Estava sentada em uma das grandes cadeiras conversando com um homem muito mais velho que ela.

Raiva era pouco para o que ele estava sentindo agora. Sentia seu sangue ferver dentro das suas veias, mas claro, ele não iria mostrar isso para o público ao redor. Ele foi silenciosamente até onde ela estava sentada, se aproximando mais percebeu que ela estava rindo muito com o que o homem dizia, com certeza já havia bebido alguma coisa.

Ele chegou por de trás dela e passou seus braços em volta da cintura fina, sentiu seu corpo se enrijecer e teve que segurar seu braço para não levar o tapa que ela iria o desferir... Por dentro tinha ficado feliz que ela não iria deixar nenhum desconhecido a tocar daquela forma sem se manifestar contra.

  — Gin? — Ela falou surpresa.

  — Boa noite Ran-chan... Parece que você realmente não perdeu tempo em vir para cá.

Para os outros ao redor aquilo só havia sido uma frase normal, mas Rangiku bem sabia o nível de raiva e ressentimento que ele pôs em cada palavra.

  — Ah! Então esse é o Gin. — O homem que estava ao lado de Rangiku falou alto.

Mesmo com a distância Gin sentia o cheiro de bebida vindo dele.

  — Sente-se um pouco rapaz e vamos conversar... Ran-chan falou muito de você para mim.

  — Ran-chan? — Gin repetiu surpreso ao ver o apelido que ele deu a ela saindo da boca de outro homem.

  — Gin esse é Kyoraku Shunsui o dono desse bar. — Rangiku falou meio incerta.

  — É um prazer te conhecer. — Kyoraku estendeu a mão para cumprimentá-lo, mas Gin nem ao menos o olhou.

  — Vamos embora daqui. — Ele disse a segurando pelo braço e forçando-a a se levantar.

  — Não seja rude Gin. — Rangiku falou puxando o braço e olhando para Kyoraku que já havia abaixado a mão.

  — Me desculpe Kyoraku ele não queria fazer isso.

  — Queria sim... Um homem que embebeda meninas não merece nem ao menos um cumprimento. — Gin falou com raiva.

  — Gin!! — Rangiku gritou.

  — Não, não ligue Ran-chan. Ele apenas deveria estar preocupado com você. Mas sabe Gin, se você quer saber eu não deixei que Rangiku bebesse nada além de refrigerante aqui... — Kyoraku disse ajeitando o chapéu que estava em sua cabeça.

  — Quer que eu agradeça pela sua responsabilidade? Tck, se realmente se importasse não deixaria uma menor de idade entrar nesse lugar. — Gin falou soltando veneno.

  — Gin, por favor. — Rangiku disse arregalando os olhos para ele. — Kyoraku foi muito gentil comigo e não merece esse tratamento de você.

  — E você não pode falar nada... Por que está aqui em primeiro lugar? — Gin voltou suas atenções a ela.

  — Onde você queria que eu estivesse? Esperando para ver se você ia chegar em casa hoje? — Ela falou com os olhos começando a lacrimejar. — Se tem alguém para estar brava aqui sou eu, já que passo todos os dias te esperando e quando resolvo sair um pouco ainda tenho que ouvir isso de você.

Depois de dizer isso Rangiku pegou sua bolsa que estava em cima do balcão, virou-se e saiu do bar escondendo algumas lagrimas que caíram de seus olhos. Gin não fez nada até que ela desapareceu no meio das luzes coloridas que iluminavam o lugar.

  — Sabe garoto... Ela passou a noite toda me contando como você era legal e eu realmente custo a acreditar que o cara que ela estava falando era você. — Kyoraku disse bebericando um pouco de saquê que estava em seu copo.

  — Cala a boca. — Gin disse antes de sair e ir correndo atrás de Rangiku.

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A encontrou já na ladeira que levava para a casa deles.

  — Rangiku! — Ele gritou, mas a menina apenas o ignorou e continuou andando.

  — Rangiku espera.

Ele correu um pouco mais e conseguiu agarrar seu braço e faze-la encara-lo.

  — O que você quer? — Ela perguntou se virando bruscamente.

Ele viu seu rosto bonito completamente molhado de lagrimas e se sentiu mal por ser o causador disso, só poderia ter uma única reação quanto a isso.

Ele a puxou para si e a abraçou apertado.

  — Fiquei muito preocupado com você. — Ele disse com o rosto enfiado em seus cabelos.

Rangiku não poderia fazer nada a não ser o abraçar de volta.

Ele estava chegando cada vez mais tarde nos últimos dias e por isso eles mal se viram durante a semana. Esse momento poderia durar muito pouco para ela desperdiçar com raiva ou discursão.

Gin se afastou e a encarou.

  — Por que você não me avisou que iria sair? — Ele disse sem sorrir.

  — Por que eu achei que não iria voltar pra casa hoje. — Ela disse com seus olhos brilhando.

Ele ficou um tempo olhando para ela. Estava vestida com um vestido preto justo que deixava a mostra as curvas que a adolescência estava trazendo, com um salto alto ela estava praticamente da altura de Gin que nesse ultimo ano já havia a ultrapassado. O que mais se destacou nela foi com certeza o grande colar de ouro branco em seu pescoço, claro que ela não sabia a verdadeira essência do colar mais seria melhor avisa-la para não usa-lo quando sair sozinha. Havia feito uma maquiagem escura que fez seus olhos azuis brilharem mais ainda no meio da escuridão da noite e estava com um batom vermelho vivo nos lábios, o que se tornou irresistível para ele.

Com um puxão forte ele a segurou pela cintura e lhe deu um beijo apaixonado. Ela não fez nenhum movimento contra, ao contrario intensificou ainda mais o beijo.

Os dois já haviam completado 17 anos e agora tinham mais segurança e confiança para conhecer melhor o corpo um do outro. Eles haviam mudado bastante desde que chegaram aqui.

Rangiku estava mais alta e seus cabelos mais longos, mais ou menos no meio das costas. Também tinha ganhado mais corpo, o que não era de se surpreender já que sua mãe era bem conhecida pelos seios grandes e o corpo curvilíneo.

Gin também cresceu, continuava com a aparência esbelta, mas agora estava com o corpo bem definido e seus músculos estavam cada vez mais a mostra.

Ele se separou dela e viu que seu batom estava borrado e sua respiração estava pesada. Não conseguiu evitar o sorriso com isso.

Rangiku olhou para ele e percebeu o que ele estava pensando então o deu um empurrãozinho.

  — Pare com isso bobo. — Ela disse voltando a andar em direção a casa.

  — O que? Eu não fiz nada. — Ele disse a segurando pela cintura.

  — Mas eu sei o que pretende fazer. — Ela falou o olhando de lado.

Os dois continuaram andando até em casa em silêncio, não precisavam de palavras para saber o decorrer da noite.

Assim que entraram Gin trancou a porta e se virou para Rangiku que jogou a bolsa que estava com ela em cima do sofá.

Ele a segurou pela cintura e a beijou asperamente, ela retribuiu o beijo com igual intensidade.

Ainda se beijando Gin foi a guiando em direção ao quarto. Com certa dificuldade ele abriu a porta e os dois seguiram para a cama, ele conseguiu levantar parte de seu vestido apenas com uma mão, mas agora estava um pouco relutante em parar o beijo para tirar tudo... Como não tinha alternativa ele separou seus lábios dos dela e tirou o vestido que tanto incomodava... Não era a primeira vez que faziam isso, por conta disso Rangiku não se sentiu envergonhada ou tímida diante de Gin.

Ele a olhou por um momento antes de voltar a beija-la, mas agora era a vez dela de tirar sua camisa, o que não foi tão difícil quanto tirar seu vestido. Uma das mãos dele estava em suas costas em quanto a outra segurava firme em sua nuca... As dela estavam presas tentando tirar o cinto de suas calças.

Depois que os dois já estavam seminus, deitaram na cama e Gin se posicionou em cima dela sem quebrar o beijo que compartilhavam...

Nenhum deles era experiente nisso, mas com o passar do tempo começaram a conhecer melhor o corpo um do outro, gastando horas e horas para satisfazer seus desejos.

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Ele estava deitado na beirada da cama observando-a dormir. A noite havia sido tórrida então ele achou melhor não acorda-la para que pudesse descansar melhor.

Ao lembrar os fatos da noite anterior não conseguia deixar de sorrir. Toda discursão e a tensão que antecederam isso foram completamente esquecidas depois de tudo.

Ela estava deitada na cama de casal apenas com um lençol fino cobrindo seu corpo nu. Respirava levemente e por um momento Gin pode ouvi-la sussurrando seu nome durante o sono.

Seu tempo de paz foi interrompido com o celular vibrando no criado do lado da cama. Não havia nem dado 8 horas e era a terceira vez que Urahara o ligava.

  Deve ser importante.

Ele foi para a cozinha apenas usando uma cueca box preta.

— O que foi?

(ele perguntou sonolento)

  — Não ouviu eu ligar antes moleque?

(Urahara falou extressado)

  — Qual é? Ainda são 8 horas da manhã. O que vice quer?

  — Tenho uma noticia muito boa pra você garoto.

  — Vai falar logo ou vai continuar enrolando?

  — Se lembra que eu te disse que iria conversar com o nosso “capitão”.

(ele pôs bastante ênfase na palavra)

  — Sim.

  — Então. Eu não sei como, mas Aizen ouviu falar das suas conquistas aqui e está querendo marcar um encontro entre você e ele.

  — Está brincando?

(ele falou em tom de surpresa)

  — E eu iria brincar com isso? Você não vai deixar essa chance passar vai? Imagine só Gin o que você ganha apenas aqui... Estando com Aizen você vai ganhar mais que o triplo...

  — O triplo...

(Gin repetiu pensando na quantidade de dinheiro que ganharia entrando para a equipe do maior traficante do Japão)

  — Sim Gin, o triplo. O dinheiro lá entra igual a água, nenhum tipo de idiota desperdiçaria algo como isso.

  — Você dispensou...

(ele afirmou abrindo um sorriso)

  — Do que está falando?

  — Vamos Urahara os boatos rodam com muita rapidez aqui você sabe disso... Ouvi dizer que Aizen te fez essa proposta mais você recusou.

  — Por que você acha que eu iria deixar uma chance dessas passar.

  — Apenas uma palavra... Mulheres...

(Gin disse usando seu sarcasmo)

  — Haha... Não fale sobre coisas que você não sabe Gin... Já descobriu que nesse negocio os que menos falam são os últimos a morrer.

(Urahara usou um tom tenebroso nessa frase que Gin apenas ignorou)

  — Não se preocupe eu não tenho problemas para manter segredos só espero que você também não...

(houve um silêncio)

  — Ok, me encontre no lugar de sempre hoje a noite que eu acerto tudo com você.

  — Tudo bem. Bye, bye...

Ele desligou o celular e voltou para o quarto.

Ele sabia muito bem o motivo de Urahara ter rejeitado a oportunidade de Aizen. O nome do motivo era Shihouin Yoruichi. Era filha de um dos maiores compradores de armas da cidade e vivia para cima e para baixo pilotando helicópteros para transportar a mercadoria.

Gin entendia Urahara agora que também se encontrava na mesma situação que ele esteve. Para se aliar a Aizen ele teria que se dar totalmente para a obscuridade da vida criminosa, isso seria estar totalmente à disposição do “Capitão”. Dessa maneira ele teria que sair da cidade, o que significaria deixar Rangiku para trás.

Ainda deitada na cama Rangiku sussurrou novamente o nome dele e deu um leve sorriso depois.

Gin se ajoelhou diante dela e começou a acariciar seus cabelos. Ele gostava do dinheiro, gostava da adrenalina que os trabalhos davam e além de tudo ele gostava de ver o medo nos olhos de outras pessoas quando se aproximava, mas acima de tudo em sua vida estava Rangiku e ele queria perde-la. Nem mesmo para milhares e milhares de reais que o esperavam com Aizen.

Novamente ela se mexeu, com certeza estava sonhando com ele.

Gin não poderia dizer o que iria fazer, ele tinha noção que se rejeitasse agora não iria ter outra oportunidade, assim como Urahara não teve. Mas se tudo isso lhe custasse Ran ele teria que...

Sua linha de raciocínio foi quebrada quando a menina abriu os olhos. Ainda sonolenta ela abriu um grande sorriso e disse.

  — Bom dia meu amor.

Pronto. Naquele momento ele se decidiu.

Vou dizer não a Aizen.

  — Bom dia Ran-chan.

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Tudo já havia sido combinado. Ele iria encontrar Urahara na porta da loja em que ele fazia seus negócios e de lá eles partiriam para uma área mais isolada da cidade onde Aizen estaria os esperando para conversar.

Ele não havia falado para Urahara sua decisão, não tinha nenhuma duvida desde daquela manhã. Naquele momento teve plena certeza que não iria conseguir descansar sabendo que ela não estaria ao seu lado na hora de acordar para lhe dar um bom dia.

Olhando para Urahara dentro do carro ele pensou que talvez o mesmo tivesse acontecido com o homem do seu lado. Ele simplesmente não iria conseguir viver sem ter Yoruichi por perto.

  — Já estamos chegando. — Urahara falou repentinamente.

Ao olhar ao redor Gin viu a bela casa no meio de várias arvores. Realmente era um lugar de difícil acesso, havia vários guardas em volta da casa, todos exibindo armas que até aquele momento Gin nunca havia visto.

Parte do trajeto foi feito a pé. Assim que chegaram na casa foram recebidos por um homem grandalhão que estava com uma arma que Gin julgava ser uma metralhadora.

  — Ei Urahara há quanto tempo? — O homem disse.

  — Há quanto tempo Yammi. — Urahara falou quando apertou a mão do homem alto.

  — Então esse é o garoto que Aizen-sama quer que se junte a nós? — Yammi disse olhando Gin de cima a baixo.

  — É um prazer conhece-lo Yammi. — Gin abriu seu sorriso.

  — Aizen aguarda na sala. — O homem disse abrindo a porta e permitindo a entrada deles.

Ao entrarem Gin se surpreendeu com a luxuosidade da casa que ficava no meio do nada. Tudo parecia antigo, mas de uma forma bem cuidada. Criadas passavam para lá e para cá nas escadas e nenhuma delas sequer os olhava.

De repente se depararam com um homem sentado bebendo algo em uma xicara. Dos dois lados dele haviam homens de preto que saíram da sala assim que eles entraram.

  — Aizen! Há quanto tempo. — Urahara disse se aproximando do homem e lhe dando um aperto de mão.

Aizen era um homem alto, com cabelos castanhos e um ar arrogante.

  — Com certeza muito tempo Urahara. — Agora Gin havia ficado surpreso.

Mesmo com a aparência do homem ele tinha um tom manso em sua voz.

  — Então esse é o grande Ichimaru Gin que todos comentam? — Aizen falou olhando para ele.

  — Sim esse é o garoto. — Urahara falou também virando para encará-lo.

  — É um prazer conhecer o senhor Aizen-tacihou. — Gin disse estendendo a mão para o homem que apenas acenou com a cabeça.

  — Por favor, queiram se sentar. Vou pedir que mandem mais chá. — Aizen disse sentando se e chamando algumas criadas que logo começaram a servir chá e biscoitos.

Urahara e Aizen começaram então a conversar, falaram sobre as exportações e importações de armas que estão acontecendo, as novas drogas que estão surgindo, os novos compradores e os novos tipos de armas mais letais e mais rápidas.

Os dois conversaram por incontáveis minutos e Gin começou a ficar muito entediado por estar fora do assunto.

  — Com toda licença senhor Aizen-taichou você pode-me dizer onde fica o banheiro.

  — Ah Sim. Indo por este corredor segunda porta a direita.

Gin saiu da sala e caminhou pelo corredor que Aizen indicou, no meio do caminho se deparou com sussurros vindo detrás de uma porta.

  — Eu vou levar o creme. — Uma voz feminina disse.

Gin se aproximou da porta para ouvir melhor.

  — Não eu que vou levar. — Outra voz disse.

  — Parem de brigar ou vão brigar conosco novamente.

  — Eu não estou brigando é ela que começou Sung-Sol.

  — Pare de mentir Apacci. Eu o vi primeiro então eu devo levar o açúcar.

  — Por que você? Eu sou muito mais bonita que você então com certeza ele quer ser servida por alguém como eu.

  — Como assim mais bonita? Por acaso você não se enxerga?

  — Não acredito que vão brigar por causa de um garoto que acabarão de ver.

  — Foi ela que começou. — As duas falaram ao mesmo tempo.

Gin não resistiu e abriu a porta e lá ele encontrou três garotas.

Uma tinha um longo cabelo liso e esverdeado. Outra tinha cabelos curtos e olhos de cores diferentes. Mas a que mais chamou sua atenção foi a morena alta que tinha cabelos longos e cacheados, por um momento ela o lembrou de Rangiku.

  — V-você! — A menina de cabelo curto falou. — O que está fazendo aqui?

  — Não seja rude Apacci. — A morena disse novamente chamando a atenção de Gin. — Em que podemos ajuda-lo? — Ela falou de maneira lenta e dando um leve sorriso que escondia outras intenções.

  — Ah! Não é nada... Apenas queria ver qual dos empregados de Aizen estava demorando tanto para levar o açúcar. — Gin disse arregalando seu sorriso.

  — Nós já estávamos indo levar. — A menina de cabelos longos falou.

  — Bem acho que posso dizer que você é muito corajosa. — Ele disse cruzando os braços e se apoiando na beirada da porta.

  — Corajosa? Eu? Mas por quê? — A menina disse pondo uma das mãos na frente da boca.

  — Você sabe... Aizen está esperando já faz um bom tempo pelo o açúcar. Sabe Deus o que ele vai fazer quando descobrir quem fez seu chá esfriar.

  — O-o que? — A menina falou arregalando os olhos. — Então nesse caso vai você Apacci.

  — Eu? Por que eu?

  — Por que a culpa foi sua, se não tivesse me impedido de levar o chá do Aizen-sama não teria esfriado. — A morena falou apontando para a amiga.

  — Mas era a sua obrigação de leva-lo Rose. — Apacci se defendeu.

  — E se não cumpri-la foi por sua causa. — Rose rebateu.

  — Vão começar novamente... — A menina de cabelos longos disse revirando os olhos.

As duas então voltaram a discutir e Gin ficou observando as duas que até agora brigavam para levar o açúcar, agora brigar para não leva-lo.

  — Sabem, eu acho que quanto mais vocês demorarem mais irritado Aizen ficará. — Gin falou sorrindo.

  — Ele tem razão Rose. Vá logo levar essa porcaria. — Apacci disse.

  — Eu não... E se ele vir para cima de mim? O que eu faço?

  — Você corre. — Gin disse dando uma leve risada.

  — Ah! Cale sua boca. — A garota morena falou sacudindo um braço.

  — Ah, ah, ah... Tenho certeza que Aizen não vai gostar de saber que é assim que seus convidados são tratados. — Ele disse dando um de seus sorrisos  sinistros.

As três ficaram em silêncio apenas olhando para Gin.

  — Bem... Se vocês ainda não decidiram quem irá levar o açúcar acho melhor eu ir... Sabe não quero que Aizen saiba que estive conversando com a pobre criadagem. — Gin falou se virando e voltando para sala.

Ainda no caminho ouviu múrmuros como: “Insuportavel” e “ Tenebroso”. O que só o fez rir mais.

Ao se aproximar da sala onde Aizen conversava com Urahara, Gin ouviu algo que animou seus ouvidos.

  — Então foram mais de 70 mortes. Incluindo mulheres e crianças. — Urahara disse.

  — Não podemos viver sem sacrificar um pouco de vidas Urahara. — Aizen disse cruzando as mãos na frente do corpo. — Além do mais o prefeito havia sido bem claro...

  — Mas nenhum deles tentou uma desocupação antes, não é?

  — Eu não sei. Apenas fiz o que ele pediu... As pessoas daquele lugar eram pobres e miseráveis... Um estorvo inútil para a sociedade.

  — Mas mesmo assim não mereciam ser mortos como animais.

  — Acho que o passar do tempo está te tornando muito sensível Urahara.

  — Não é isso Aizen... Apenas acho que a invasão do conjunto habitacional foi um ato impulsivo... Várias pessoas morreram sem terem a menor chance de sobreviver.

Gin arregalou os olhos. Será que estavam falando do mesmo lugar?

  — Não entendo por que está falando disso agora Urahara

  — Soube que planejam outra chacina contra os moradores que ficaram.

  — Pois é. Aqueles pobres ainda permaneceram lá durante esses 5 anos e agora nós pediram para acabar com tudo de vez.

Agora sim ele tinha certeza.

Foi ele. A culpa é dele... Foi ele quem nós tirou tudo o que tínhamos.

Gin deu alguns passos para trás do corredor. Tinha que pensar rápido.

Ele matou a Arisa... Deixou a mim e a Rangiku sem um lugar pra ficar... E agora ainda está bebendo chás caros sentado em cadeiras de luxo...

O ódio estava tomando conta de Gin. Agora ele tinha uma escolha para fazer. O destino havia colocado em seu caminho o culpado de toda dor e sofrimento que Rangiku passou... E ele iria deixa-lo ir assim?

Ele respirou fundo e entrou na sala, com os olhos de fenda olhou atentamente para Aizen, absorvendo cada mínima característica dele.

  Ele vai pagar... Ele vai pagar por tudo que fez para ela...

  — Ainda bem que você voltou Gin... Espero que Urahara já tenha lhe dito sobre minha proposta.

  — E ele já disse. — Gin sorriu. — E a minha resposta é sim.

/// Fim Flash Back ///

Gin deitou em sua cama e ficou olhando o teto. Já iria fazer 6 anos que ele estava do lado de Aizen e esse tempo todo veio tendo ajuda de Urahara para poder destrona-lo.

Urahara já havia juntado um grupo grande de homens dentro e fora da corporação de Aizen e já tinha quase tudo o que era preciso para poder fazer uma revolta e criar outra força, tão forte quanto à de Aizen. Mas para isso ele iria precisar de mais armas e informações, algo que apenas Gin poderia dar a ele...

  Isso significa mais tempo longe você Ran-chan...

Ele então se virou e se cobriu. Talvez ele encontre no mundo dos sonhos um lugar onde ele possa a encontrar sem riscos.


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Notas finais do capítulo

E então? Muito grande?
Pois é, essa ansia que me mata... O-O
Bem gente isso é tudo... Mas na 4° que vem tem mais então..
Tchau, tchau
°*°