Caleidoscópio escrita por lljj


Capítulo 17
Passado de escuridão II


Notas iniciais do capítulo

Oioi
E então ansiosos por esse capitulo an? an? an?
Ele não vai ser muito longo (nem muito revelador) estou guardando o melhor para a semana que vem, até queria postar a história completa hoje (na verdade era o meu plano o_o) , mas não ia ficar muito legal sabe?
Não iria ter o mesmo... Sabe? ficaria meio assim... Sabe?
Então está aqui.. E se tem alguém que não curte muita depressão saibam que eu também não, então não se preocupem que não exagerei em nada no drama... Quer dizer vocês que tem que me dizer...
Então (como já sabem)
Boa Leitura!!



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Depois da chacina Gin e eu ficamos alguns dias com outros moradores que tinham conseguido escapar, até que soubemos que tinham um grupo de homens que estavam recolhendo as crianças que ficaram órfãs para leva-las pra algum abrigo ou orfanato. Gin e eu sabíamos muito bem que se nós pegássemos seriamos, com toda certeza, separados e em uma tentativa desesperada de ficarmos juntos partimos para o centro de Karakura, sem ter a mínima ideia do que nós esperava.

Foram dias muito difíceis, dormíamos ao relento nas ruas e vivíamos pedindo coisas para comer, vez ou outra aparecia alguém de implicância conosco e tínhamos que novamente migrar para outro ponto da cidade...

Mas mesmo com tudo isso Gin sempre esteve ao meu lado, ou era isso que eu acreditava...

Algum tempo depois que estávamos na rua Gin começou a desaparecer por períodos muito longos durante o dia, ia e voltava sem me dizer para onde ou o que fazia... E o que me deixava mais assustada era que sempre voltava com quantias altas de dinheiro, às vezes roupas, outras comidas, variava conforme o tempo que ele ficava fora.

Uma vez ele sumiu durante três dias seguidos, quase enlouqueci. Quando apareceu estava com um corte atrás das costas e um sorriso enorme no rosto, me falando que tinha encontrado um lugar para morarmos e que não precisávamos mais viver na rua. Sempre que perguntava como conseguiu isso ele mudava de assunto ou me respondia com silêncio.

Quando completei 14 anos, comecei a trabalhar de babá para a família Hitsugaya e com a ajuda deles eu e Gin conseguimos voltar para a escola e terminar o ensino fundamental... Nessa época nossa pequena casa já estava completamente mobiliada e não nós faltava mais nada, tudo isso as custas do trabalho misterioso de Gin...

Ao fazer 17 anos eu descobri tudo, tudo, tudo... Todas as trapaças, todos os roubos, todos os crimes e por mais chocante que parecesse todos os assassinatos.

O emprego dos sonhos que dava um salário de 5 mil por semana era sustentado pelo tráfico de drogas e armas chefiado por Urahara Kisuke, Gin era mais um de seus soldados jovens que não levantavam suspeitas diante da policia.

Em pouco tempo ele se tornou braço direito de Urahara. Tinha dinheiro, poder e fama entre os bandidos, mas além de tudo isso se tornou colecionador de inimigos...

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A tarde alaranjada lhe trazia mais e mais lembranças de tempos inesquecíveis que viveu com a mulher que domina sua mente nesse momento.

Estava dirigindo devagar pelas ruas desertas, o lugar nunca foi muito movimentado já que era uma área extremamente grande e restrita para desconhecidos, os únicos momentos que existia vida ali era nas grandes festa e comemorações que Aizen dava na mansão. Sempre com o intuito de mostrar suas riquezas e seu poder...

Pessoas da mais alta sociedade frequentavam esses eventos, alguns alheios aos verdadeiros acontecimentos, outros como plateia das atrocidades que aconteciam por trás das cortinas do “palácio”.

Ele virou mais uma esquina e percebeu que estava chegando aos limites do território de Aizen, um grande portão preto marcava esse limite.

  — Ichimaru-sama!! — Dois homens de preto saíram da cabine e bateram continência.

  — Eu já disse que não estamos no exercito para vocês fazerem isso... É ridículo!! — Gin disse em tom de deboche.

Os dois homens abaixaram as mãos e ficaram em silêncio esperando as possíveis ordens.

  — Abram o portão, eu quero sair.

  — Mais Ichimaru-sama, Aizen-sama pediu para que todos ficassem...

  — Estão contestando o que eu digo? — Gin falou levantando uma sobrancelha e aumentando o sorriso.

Ele observou o homem gaguejar até que o outro se manifestou.

  — Nós já abriremos o portão senhor aguarde só um momento. — O homem saiu levando o outro que ainda tentava argumentar.

  — Se Aizen-sama souber que deixamos alguém sair de novo vai nós castigar. — O homem falou para o outro já dentro da cabine.

  — Prefiro sofrer os castigos de Aizen do que ter esse cara no meu pé... Você soube o que ele fez com Grimmjow? Quer ser o próximo da lista? — O cara falou apertando o botão.

Automaticamente o portão começou a se abrir devagar. Os dois voltaram para a frente da cabine e Gin falou de uma forma quase gentil.

  — Obrigada. — E assim ele acelerou com o carro, pegando um rumo que nem ele mesmo sabia onde levaria.

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Já estava a caminho da cidade mais próxima da mansão quando parou em um sinal vermelho. Enquanto esperava o sinal abrir Gin olhou para fora de seu carro e viu duas crianças sentadas do outro lado da rua.

Um menino e uma menina estavam enrolados em um único cobertor, ele conseguiu perceber que o garoto estava com a mão no rosto da menina que, com certeza, estava chorando.

Ao ver a cena, novas imagens de seu passado surgiram em sua mente.

/// Flash Back ///

Quando todos os corpos já haviam sido retirados das casas, partes dos moradores voltaram para seus lares. Gin e Rangiku não tinham para onde ir, mas uma conhecida de Arisa os deixou ficar na casa dela.

  — Gin quer comer uma maça? — A mulher falou olhando o menino sentado no chão da porta de casa.

  — Não, mas Rangiku não comeu nada está manhã, me deixe levar uma para ela. — Ele disse se levantando.

  — Isso! Faça-a comer alguma coisa, não tenho visto ela comendo desde ontem. Ela está nervosa por causa do grupo do Conselho Tutelar né?

  — Sim, mas nós vamos ficar bem. Eu vou cuidar da Rangiku. — Gin disse andando até o único quarto que tinha casa.

Deitada na cama, a menina estava com o rosto virado para a parede. Gin não precisava ver seu rosto para saber que ela estava chorando. Lhe doía muito vê-la assim, nada a fazia parar de chorar ou até mesmo comer, era como se estivesse desistindo da vida.

  — Ran? — Ele chamou baixo.

Ela não esboçou nenhuma reação no primeiro momento, mas depois falou com a voz embargada em lagrimas.

  — Eu não quero nada agora Gin. — Ela falou sem se virar para ele.

Ele sentou na beirada da cama e pôs uma das mãos em sua perna.

  — Você tem que comer alguma coisa.

  — Eu já disse que não estou com fome. — Ela falou encolhendo as pernas até que a mão de Gin caiu na cama.

  — Mas Ran...

  — Eu já disse que não quero. — Ela gritou se virando bruscamente e revelando seu rosto molhado de lagrimas.

Houve um momento de silêncio, enquanto um apenas encarava o outro. Gin não estava sorrindo e Rangiku tinha uma expressão de choque no rosto por notar o que acabara de fazer.

Gin era a pessoa que estava ao seu lado agora, na verdade a única que restou, estava tentando cuidar dela e ela faz isso com ele.

Depois de mais um minuto Rangiku voltou a soluçar dolorosamente e se jogou nos braços de Gin que a abraçou apertado.

  — Tudo bem... Eu não estou zangado. — Ele disse alisando seus cabelos.

  — Ah! Gin... O que vai ser de nós? Sem a mamãe você e eu somos apenas órfãos e logo, logo aqueles caras vão voltar e nós levar embora e... e... — Ela parou para pegar ar e soltar outro soluço. — E vão nos separar. — Ela então levantou a cabeça para o olhar. — Eu não vou conseguir ficar longe de você... Eu não vou aguentar... Eu não vou aguentar...

Gin a abraçou mais forte.

  — Não vou deixar eles tirarem você de mim... Eu já pensei em um jeito deles não nós separarem. — Ele disse enxugando suas lagrimas.

  — Como?

  — Nós vamos ir embora.

/// Fim do Flash Back ///

Uma buzina começou a soar atrás do carro. O sinal já estava aberto e ele nem sabia há quanto tempo.

Deu partida no carro e continuou andando por mais alguns minutos até que ele chegou em um parque que estava cheio de crianças brincando. Ele se sentia completamente louco, por que estava fazendo aquilo? Não tinha a mínima ideia.

Com certeza os pais das crianças vão começar a puxar seus filhos longe de mim achando que sou um tipo de pedófilo.

Ele se sentou em um banco e observou as crianças brincarem, todas estavam com expressões felizes e gargalhavam alto. Bem diferente das duas que ele encontrou no caminho para cá.

Novamente sua mente começou a leva-lo para seu passado não tão distante.

/// Flash Back ///

  — Estou cansada de andar.

  — Vamos Ran, nós já paramos umas dez vezes desde que saímos. Assim não vamos chegar a lugar nenhum.

  — E para onde nós vamos?

  — Eu já disse, para o centro da cidade.

  — E para onde no centro de Karakura? — Ela perguntou levantando uma sobrancelha.

Ele não respondeu. Caminharam mais alguns passos em silêncio até que Rangiku deu uma corrida e parou na frente de Gin, o forçando a encara-la.

  — Gin?

  — Ran!

­  — Me diga aonde vamos?

  — Eu não sei...

  — Como assim?

  — Ran... Nós não podemos ficar estando na cidade o Concelho Tutelar não vai conseguir nós pegar e assim que chegar eu arrumo um lugar para ficarmos.

Os dois voltaram a caminhar, mas depois de alguns minutos ele ouviu Rangiku soluçar.

  — Ran... O que foi?

  — As nossas vidas... O que vai ser delas? Vamos mendigar, dormir na rua, passar fome e...

 — Rangiku!! Eu juro que não vou te deixar faltar nada. Eu prometo.

Ela assentiu com a cabeça e os dois continuaram a andar.

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Chegaram no centro da cidade no anoitecer do outro dia e nem mesmo o cansaço fez com que deixassem de se maravilhar de como a cidade era maior do que imaginavam.

Tudo tinha seu som, sua velocidade, seu brilho e sua cor.

  — Gin olha!! — Rangiku falou animada apontando para um prédio enorme que estava no horizonte. — Olha como piscam... — Ela disse encantada.

Ele examinou o prédio distante e viu o que ela estava falando, as luzes das janelas de cores diferentes e pareciam piscar com a distância.

  — É... Realmente parece bonito. — Ele falou sorrindo.

Os dois seguiram pelas ruas de mãos dadas, se maravilhando com cada coisa diferente que viam. Uma loja, um restaurante, uma mansão... Coisas que não viam no conjunto e que realmente os deixavam loucos para conhecer...

Eles então passaram por uma lanchonete de onde saia um cheiro forte de comida e o estomago dos dois começou a roncar.

  — Gin vamos comprar alguma coisa. — Rangiku falou apontando para dentro do estabelecimento.

Ele abriu a mochila que carregava, dentro tinham caquis, uma garrafa d’água, dois casacos, um cobertor e algumas moedas que Gin guardou para caso precisassem.

Ele então olhou pra ela que estava com expectativa quanto as comidas diferentes que poderiam comer.

  — Me desculpe Ran, mas é melhor nós irmos arrumar um lugar para passar a noite agora. — Ele disse virando o rosto para outro lado, não queria ver a decepção no rosto da menina.

  — Tudo bem... Quando encontrarmos um lugar pra ficar você me da um caqui está bem? — Ela falou dando a mão para ele novamente.

  — Está. — Ele falou sorrindo.

Eles encontraram um parque deserto no meio da cidade e em determinado local havia uma enorme árvore com uma copa grande que balançava ao vento.

Gin sentou se escorando na árvore e tirando o cobertor da mochila. Rangiku olhou ao redor e depois para ele que já estava se envolvendo no cobertor.

  — Bem é melhor que nada. — Ela falou se sentando do seu lado e se enrolando com ele.

Os dois se abraçaram e ficaram em silêncio por vários minutos até que de repente um começou a olhar para o outro intensamente. Não havia necessidade de palavras para um saber o que o outro estava pensando... Poucos minutos depois aconteceu.

O segundo beijo que compartilharam, mas dessa vez foi diferente, não havia assassinos sanguinários atrás deles nesse momento, apenas os dois em uma noite fria debaixo de uma árvore.

Quando se separaram Gin sorriu ao ver o rosto corado de Rangiku, que apoiou a cabeça em seu ombro e assim adormeceu, deixando ele em silêncio consigo mesmo.

Eu tenho que conseguir... De um jeito ou outro eu tenho que conseguir que ela tenha uma vida melhor... Mas como?

/// Fim do Flash Back ///

Gin olhou em volta do parque e notou que a tarde estava começando a ir embora dando lugar a noite que também traria a solidão e a saudade.


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Notas finais do capítulo

E ai? E ai?
pessoal estou sendo pressionada por alguns leitores (e minha amiga) a dizer com quem a Rangiku fica no final então ai vai:
4 R4NG1KU F1C4R4 C0M 1 H0M3M...
Cadê o trollface quando eu preciso dele??
Até a próxima quarta...
Beijão!!