Pokémon Fantasy escrita por Lawliette


Capítulo 22
Capítulo 20.5: Assuntos pendentes e mal resolvidos


Notas iniciais do capítulo

Viram, viram? Eu disse que teria um especial. E este tá mais para mostrar a batalha entre Lizzye e Alexa, que eu adorei escrever, por sinal, e este também tá pra mostrar a opinião das duas sobre as crianças, coisa que eu devia ter feito bem antes e... Eu to spoilando todo o capítulo, pqp.
Anyways, boa leitura~



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A tarde estava nublada quando Alyss saiu do prédio onde se apresentara momentos antes com Gwen. Ao contrario de quando havia entrado para participar, o céu estava bem mais nublado que antes, como se a qualquer momento uma terrível chuva fosse cair sobre eles. Mas ao invés de uma chuva de verdade cair, apenas alguns poucos pingos d’água e uma brisa fria estavam presentes, como que um aviso para que o grupo chegasse logo ao Centro Pokémon antes que algo pior acontecesse.

Alyss não parecia ligar para isso, embora andasse tão rápido quanto os outros. Trazia consigo sua primeiríssima e mais nova fita de Sinnoh, a primeira que ganhara neste novo continente, a primeira que a permitiria a sua participação no Grande Festival, e isso tinha um grande significado para ela. E agora que saíra do Contest acompanhada de Gwen e seu novo grupo, era impossível esconder a felicidade de ter ganhado sua primeira fita em Sinnoh. Mostrou-a para Lawliet e Gwen, e pelos pedidos, mostrou também aos novos integrantes, sempre com um sorriso e andando rápido para chegarem logo ao Centro, pois não queriam acabar tomando uma chuva e estragar seus pertences.

Com aquela felicidade ainda contagiando-a, permitiu que os novos integrantes do grupo fizessem seus elogios, na maioria das vezes não sabendo como os responder, então deixou que eles fizessem seus comentários. Entre eles, os que mais pareciam admirados com a apresentação e as batalhas que ela e Gwen fizeram eram Larysse, Clair e Maya, a Buizel de Satoru.

– E aquela roupa? – Foi um dos comentários de Larysse, logo depois de comentar sobre as batalhas e a apresentação, ressaltando as chamas de cor incomum da Ninetails.

– Sexy, né? – Perguntou Lawliet logo depois, que até então estivera calada, mas ela e seus Meowstics em seu ombro pareciam ter ouvido toda a conversa até agora.

Imediatamente, Alyss virou a cabeça na direção da amiga e lhe lançou um olhar estranho. Percebendo a estranha reação, as garotas se calaram, assim como Satoru e Altaris faziam, e então esperaram. Ao invés de raiva se demonstrar em sua expressão, suas faces coraram, e deu uma risada nervosa antes de dizer:

– Ok Lawliette, para com isso, tá ficando assustador. Depois as pessoas ficam pensando coisas e a gente não sabe por quê.

Em resposta, Lawliet deu de ombros, como se não se importasse realmente, ou pelo menos deu a parecer que fez aquilo, já que Minoru e Ellie estavam em ambos seus ombros, e o peso deles provavelmente dificultava-a de faze tal gesto. Ainda assim, conseguiu expressar algo parecido com esse gesto e então respondeu:

– Eu estou falando a verdade.

– Porque ta chamando minha roupa de sexy, anyways? – Perguntou a garota, ignorando completamente a afirmação de segundos atrás. Podia sentir os olhares dos outros sobre si e Lawliet, a qual a outra fingia que não havia ninguém olhando a estranha situação realmente.

– Porque você fica sexy com ela. – Respondeu simplesmente, rindo logo depois. Alyss corou mais uma vez, e resmungou algo como “ir chamar a Oktavia de sexy”.

Ignorando toda a estranha situação, a conversa voltou normalmente do ponto onde havia parado, com Larysse, Clair e Maya conversando entre si sobre o Contest, enquanto Larysse tinha de traduzir o que a Buizel dizia para que a conversa fosse compreendida em todos os lados. Olhando-as agora, Alyss começava a se perguntar o que exatamente estavam pensando quando foram aceitar que aquelas crianças viajassem com elas quando nunca haviam conhecido-as antes, e exatamente por isso não sabiam o que iriam acabar fazendo.

É claro que ambas queria encontrar outros que fossem tão incomuns quanto elas, e esse fora um objetivo por tanto tempo que quando finalmente haviam encontrado e descobriram que tais pessoas não tinham respostas para as milhares de perguntas que possuíam, não souberam o que fazer. Na verdade, não sabiam o que iam fazer depois que as encontrassem, e agora que encontraram, outras perguntas surgiram em suas mentes, fazendo ambas as garotas questionar se realmente tinham algo para ensinar as crianças ou se as crianças tinham o que ensinar a elas sobre aquele assunto. E mesmo que não tivessem o que fazer para ajudá-las, parecia certo manter aquelas crianças perto de si. Porque pela primeira vez, Alyss e Lawliet não precisariam conversar com seus Pokémons e com os das outras pessoas sem que estas, mesmo que estivessem em seu próprio grupo, estranhassem a ação. Ou estranhassem quando começassem a falar de seus poderes ou até mesmo brincar com eles. Com a adição de mais três pessoas que podiam entender Pokémons e possuíam poderes exatamente como as garotas, algumas coisas que as deixavam desconfortáveis não tinham mais o mesmo efeito que tinham antes.

Além disso, não parecia certo deixar as crianças sozinhas depois de terem tanto trabalho para encontrá-las, além de não parecer certo deixá-las sozinhas sem nenhuma das informações que as garotas tinham, mas até agora não haviam compartilhado com elas. Não era muito mais do que Altaris já tenha dito, mas nem Lawliet ou Alyss tinham confiança nas crianças o suficiente para contar, pelo menos não agora. Tinham que saber se as crianças eram de confiança ou não e se estavam realmente dizendo a verdade quanto a terem poderes ou não. Mas até agora, além da própria Lawliet confirmar isso, todos eles revelaram ser inocentes e até mesmo honestos, incluindo Clair, embora não soubessem nada sobre seus próprios poderes. Provavelmente não saberiam que tinham poderes se as garotas não tivessem dito, e agora que haviam dito, parecia tremendamente injusto simplesmente deixá-los sem orientação alguma.

Talvez fosse por isso que Alyss se sentiu confortável com eles e não deixava de estar feliz com sua conquista mesmo com tais preocupações em mente. Não a incomodava do modo que pensava que iria incomodar normalmente, talvez porque sabia que as crianças não tinham segundas intenções com isso, e mesmo que houvesse alguém que não os entendia como eles, não parecia ser assim também. E agora Alyss podia dizer que entendia que Clair não queria deixar Satoru e Larysse sozinhos com duas pessoas que mal conheciam. E talvez fosse por isso também que não se importava que uma situação daquelas acontecesse com aquelas pessoas olhando enquanto Lawliet dizia coisas estúpidas, como costumava fazer e ainda fazia.

Chegando naquele assunto no momento, Alyss achava estranho Lawliet estar mais distante que o normal desde que a encontrara novamente, pois não era só enquanto estava perto dos novos integrantes do grupo que ela agia desse modo, e sim a todo tempo. Principalmente quando se recusara a participar de Contests e até mesmo batalhas de ginásios e não dera uma explicação concreta para aquilo, mantendo para si ao invés de contar, como normalmente fazia, e Alyss esperava que ainda fosse acontecer. No momento, não deu importância aquilo, pois não era agora que iria diminuir a felicidade de sua conquista com Gwen com tais preocupações. Apenas continuou andando ao lado da amiga e das crianças, apressando o passo quando os pingos de chuva começaram a se tornar mais constantes.

Naquele passo, não demorou muito para que avistassem o prédio do Centro Pokémon, e nem muito mais para que pudessem chegar, finalmente podendo descansar da caminhada rápida que fizeram para fugir da chuva, que já começava a cair rápida e constantemente, vindas de diversas nuvens que já começavam a se dispersar pelo vento, levando a chuva para outra parte da cidade.

Ao adentrarem o saguão do prédio do Centro, a primeira coisa que puderam perceber foi a quantidade de pessoas e Pokémons ali, a maioria fazendo uma fila em frente ao balcão da enfermeira Joy esperando para usar a incubadora. A maioria das pessoas que estavam nessa fila reclamava, e por uma palavra solta ou outra, Alyss pôde entender que havia acontecido alguma coisa com a incubadora e ela não poderia ser usada até que fosse consertada. A menina achou estranho, mas não disse nada, e depois de trocar algumas palavras com o grupo, cada um se dirigiu para o seu quarto, combinando de se encontrarem no corredor para jantar mais tarde e para que pudessem decidir o que fariam depois daquilo.

A espera para a chegada do horário marcado foi entediante, já que não havia muito o que fazer e nem Alyss ou Lawliet estavam dispostas a ir na arena treinar, tanto por não quererem quanto por quererem dar um descanso para seus Pokémons. Acabou que a única coisa que lhe restava fazer era conversar ou observar a chuva, que foi embora rapidamente, se dispersando tão rápido quanto havia chegado. Embora parecesse muito tempo de espera, não se passou mais de poucas horas para que o horário certo finalmente chegasse e as meninas se encontrassem com o resto do grupo mais uma vez, onde se dirigira para o refeitório, trocando poucas palavras no caminho.

Na opinião de ambas as mais velhas do grupo, agora que não tinham mais o que fazer na cidade, deveriam continuar a viagem e seguir em direção a Eterna, a menos que os outros tivessem outros planos ou desvios para fazer antes de ir realmente. E antes de decidirem isso, tinham de consultar os outros para que todos estivessem de acordo com a decisão e não houvesse problema algum quanto a este assunto.

Enquanto esperavam a comida chegar, liberaram todos os seus Pokémons, e foi neste momento que Alyss percebeu que alguém parecia ter Pokémons a mais. Este era Altaris, que normalmente tinha Igna, seu Charmander Shiny, ao seu lado o tempo todo, mas ainda assim, tirou outras Pokeballs do cinto e liberou no local três Pokémons a mais.

O primeiro deles era uma serpente escura, de um roxo tão profundo que era facilmente confundido com preto. O corpo era longo, junto de uma forma em que se assemelhava as dobras de uma sanfona. Este era coberto por diversas marcas, a maior parte sendo na cor amarela, enquanto havia algumas listras na cor lilás pela extensão do corpo da serpente, principalmente em seu pescoço e na ponta da cauda, onde era o começo do que parecia ser uma lâmina da mesma cor do corpo, porém com uma metade vermelha. O mais curioso no Pokémon era seu rosto. A mandíbula inferior e todo o queixo eram cobertos pelo amarelo das outras marcas em seu corpo, e uma listra da mesma cor era vista no canto de ambos os seus olhos, quase como uma mascara. Pegando o nariz e se estendendo até um pouco acima dos olhos uma marca lilás se encontrava, enquanto os olhos eram completamente vermelhos por dentro, com exceção da pupila negra e a íris igualmente negra. E, por último, mas também o que mais assustava no Pokémon, eram suas longas presas vermelhas que desciam de sua mandíbula superior até encostarem o queixo amarelo.

Aquele Pokémon era, sem duvida alguma, um Seviper, que encarava todos os outros com um olhar estranho e assustador ao mesmo tempo, revelando sua língua para provar o ar ocasionalmente.

O segundo era um Houndoom, que era um grande cão negro e forte, provavelmente com 1,60m de altura ou mais enquanto permanecia de pé nas quatro patas. O corpo todo era negro, com exceção do focinho e da barriga, que possuía um tom vermelho claro. Sua cauda era longa e se arrastava no chão, sendo fina e com um triangulo negro na ponta, parecendo afiadíssimo, mesmo em comparação as unhas que raspavam no chão a todo o momento. Em suas patas, tanto traseiras quanto dianteiras, tinha o que parecia ser braceletes feitos de ossos, assim como os três ossos curvados em suas costas, de um modo que acompanhava a curva que o corpo fazia. Além desses estranhos ossos, outro se destacava em seu pescoço, também acompanhando a curva do mesmo, quase como uma coleira. Terminava em um par de pontas afiadas, deixando um pequeno espaço no meio, que era preenchido por uma pequena caveira que também parecia ser feita de osso. No olho esquerdo dessa minúscula caveira, havia o que parecia ser uma pequena pedra vermelha e negra, que poderia passar facilmente despercebida.

O rosto daquele Houndoom também era assustador, tanto por seus olhos vermelhos sangue quanto pelo par de chifres que estava no topo de sua cabeça, onde deveria estar suas orelhas.

E, por ultimo, havia um pequeno Vulpix de pêlos bagunçados perto desse enorme cão, e a não ser os pêlos bagunçados e a expressão aborrecida que tinha, era como qualquer outro Vulpix. A única coisa que arruinava tal pensamento era a cicatriz que o pequeno tinha, começando do olho direito e seguindo até o focinho, formando uma curva. Este era o único lugar onde não havia pêlos, deixando apenas a estranha cicatriz a mostra.

– Altaris? – Perguntou Lawliet, assim que viu os novos Pokémons do garoto. O menino apenas olhou para ela, desviando a atenção dos Pokémons no saguão. – Você não tinha só o Charmander?

– Não. – Respondeu ele, como se aquela fosse a coisa mais obvia que poderia dizer. – Estes eu não mostrei antes porque estavam guardados, e eu só os tirei quando chegamos.

– Ah. – A menina levantou as sobrancelhas, curiosa, logo depois, perguntou: - E quem são eles?

– Esse é o Sefton – Respondeu ele, apontando para o Seviper, e então fez um gesto para mostrar o Houndoom e o Vulpix: - E esses são Alan e o Rudolph.

Satisfeita, Lawliet se calou, e abriu o mapa que trazia consigo na mesa em que estavam, enquanto os outros do grupo, incluindo Alyss, olhavam para os novos Pokémons, curiosos. Aqueles de fato não eram Pokémons que um iniciante teria, ainda mais no começo de sua jornada, então a menina se perguntou há quanto tempo Altaris estava em sua jornada e se aqueles Pokémons eram os únicos que não havia mostrado mesmo ou se haveriam mais.

Por um momento, se preocupou ao ver seus Pokémons e os de Lawliet falando com o mais novo trio, mas se voltou para a situação atual e tratou de explicar o que ela e Lawliet tinham em mente para seguir a jornada.

– O plano é o seguinte – Começou Lawliet, mostrando o mapa com um gesto. Esse mapa era o mesmo que mostrara para Alyss da primeira vez, mas dessa vez estava riscado em vermelho em alguns lugares. – Depois daqui de Floaroma, tem a rota 205, e depois dela a floresta de Eterna. Podíamos parar em Eterna, já que lá tem um ginásio, e provavelmente um Contest também, e depois disso a gente segue pra Oreburgh, que também tem um ginásio, e fazemos uma parada por lá.

Os outros concordaram, enquanto observavam o dedo da menina fazer o caminho pelos lugares citados, incluído as rotas que teriam de passar para chegar às duas cidades mencionadas. O olhar de ambas as mais velhas do grupo estavam no mapa, como se só de encarar o mesmo pudesse dar a estimativa de quantos dias levariam para chegar aos lugares que planejaram ir e que os outros concordavam lentamente, dizendo que essa seria a melhor opção. A única que não parecia tão feliz assim com a decisão era Clair, que encarava o mapa constantemente, como se tentasse encontrar alguma outra rota que a agradasse e que poderiam seguir. Mas ao invés de dizer algo em protesto a rota que Alyss e Lawliet estabeleceram, passando por duas grandes e principais cidades do continente, concordou com a cabeça e não disse nada.

Depois disso, decidiram que primeiro iriam dar um passeio a mais na cidade no dia seguinte para comprar o que quer que fosse preciso para continuar, e talvez até passear um pouquinho, e depois, caso acabassem cedo, iriam seguir viagem no mesmo dia. Caso contrário, seria apenas no outro após esse. A concordância veio em todo o grupo, com uma hesitação por parte de Clair, mas a rota foi adotada rapidamente, e depois disso, o assunto mudou, e Alyss ainda encarava os três Pokémons a mais que Altaris mostrara, se perguntando a todo o tempo onde ele havia conseguido-os e há quanto tempo estava numa jornada para tê-los.

***

O dia seguinte foi um dos primeiros e poucos que Alyss e Lawliet puderam acordar tarde. Eram por volta das dez quando acordaram e saíram às onze da manhã do Centro para andar pela cidade com o resto do grupo, acompanhados de alguns de seus Pokémons. Andaram lentamente e conversando entre si e com os Pokémons, sendo apenas Altaris que não conversava com os outros, apenas com Alan, Sefton, Igna e Rudolph, a qual a todo tempo se mantinha afastado de Satoru e seus Pokémons, com um olhar emburrado para tudo e para todos, sem deixar de olhar o novo lugar em que se encontrava. Alyss estava com Schrödinger no colo e Oktavia andando ao seu lado, incomodando Lawliet de vez em quando, a qual ela ignorava, parecendo distante.

Novamente, assim como no primeiro dia em que estiveram na cidade, encontraram mais uma vez a grande arena que ficava no meio da rua, e estava tão vazia quanto na primeira vez que estiveram ali. Desta vez, pararam para olhar, curiosos com a arena, e ao mesmo tempo tentados a fazer alguma coisa para que a arena não fosse mais tão vazia quanto parecia. Para que servia uma arena no meio da rua se ela não estava sendo usada por ninguém, pelo menos não nessa época?

Aquilo certamente era um desperdício, e Alyss não podia deixar aquilo assim por muito mais tempo.

– Que tal uma batalha, Lawliette? – Perguntou Alyss, olhando para a arena, e surpreendendo tanto as crianças ali quanto ela mesma.

– Ahn? – A menina precisou de alguns segundos para entender que sua amiga estava falando com ela. Lawliet parecia distante. – O que disse?

– Perguntei se quer uma batalha. – Alyss fez uma cara de desgosto, confusa com a atitude da garota. Lawliet piscou, como que para assimilar a enorme arena a sua frente.

– Ah bom. Sim, sim, eu quero.

Alyss levantou uma sobrancelha, mas não disse mais nada. As duas se dirijam para a arena, enquanto Ellie e Minoru ficaram com as crianças, na parte de fora da mesma. Alyss deixou Schrödinger com Larysse mais uma vez, para que ele pudesse assistir a batalha também. Já Satoru estava animado para poder ver uma batalha real de Pokémons fortes e evoluídos. A garota de cabelos azuis se postou na arena, e logo liberou o Pokémon que usaria.

Alexa se revelou ali, olhando para os outros, parecendo levemente confusa, mas não disse nada. A visão da enorme Pokémon ainda assustava Satoru. Lawliet, ainda parecendo distante, depois de alguns segundos parecendo pensar em alguma coisa, liberou Elizabeth de sua Pokeball. Logo, ambas perceberam que havia chegado a hora de batalharem entre si, depois de tanto tempo separadas.

Alyss franziu o cenho. Que escolha era aquela?

Concentrou-se na batalha que logo começaria. Lawliet permaneceu calada, séria, parecendo pensar no que fazer, mas ainda assim, distraída. Alyss encarou-a de volta, como que esperando que ela fosse começar a batalha logo de uma vez ou Elizabeth fazer alguma coisa sem sua treinadora dizer. Alexa permaneceu igualmente quieta, esperando a ordem.

Ao seu redor, pode ver e ouvir outras pessoas chegando para observar a batalha que se travaria ali, e aquilo deixava a menina um pouco nervosa, mas logo as ignorou, e então, ordenou:

– Flamethrower!

Rapidamente Alexa obedeceu, abrindo sua enorme boca, revelando uma fileira de dentes grandes e afiados, que logo foram cobertos por uma enorme rajada de chamas, que foram jogadas na direção da Zoroark. Esta, por sua vez, em pouco tempo conseguiu criar uma esfera negra e roxa entre suas mãos, e lançá-la contra as chamas, bloqueando seu caminho. As chamas foram jogadas para os lados, como se a esfera roxa servisse de barreira, mas durou apenas alguns segundos antes da mesma se desfazer, dando lugar as chamas de Alexa. Esses segundos foram o suficiente para que a enorme Pokémon cinza saltasse para se desviar das chamas, que se extinguiram rapidamente assim que a criadora da mesma percebeu que não havia mais um alvo.

Como sua treinadora não havia dito mais nada, Alexa continuou jogando as chamas contra a Zoroark, que continuava usando a mesma estratégia de antes para fugir, e somente isso. Não tentou jogar uma das esferas negras contra a Charizard ou se aproximar dela, somente se defendia, esperando que sua treinadora dissesse algo, mas esta parecia estar deixando a Pokémon por conta própria.

De repente, Lawliet virou o rosto, como que notando o pequeno grupo que se formava perto deles. O cenho estava franzido, e ela parecia estranha, como se olhasse para uma pessoa em especifico.

Alyss estranhou, mas decidiu ignorar e pensar que Lawliet estava apenas distraída. Já que sua estratégia inicial não dera certo, mudou de tática, pedindo para que Alexa parasse com as chamas para realizar um movimento chamado Dragon Claw. A dragoa hesitou um momento, e então obedeceu.

Suas mãos se abriram, revelando as longas unhas, que agora mais pareciam ter o aspecto de garras do que realmente unhas. Estas, em resposta a ordem de Alyss, brilharam num estranho tom laranja avermelhado, assim como suas escamas e seus pêlos, enquanto uma aura da mesma cor cobria suas mãos. A Pokémon grunhiu algo, e subitamente correu em disparada contra Lizzye, que esperava pacientemente pela ordem de sua treinadora.

– Desvie! – Foi a sua única ordem quando a Charizard se aproximava cada vez mais, erguendo suas mãos contra a raposa negra.

Em resposta, a Pokémon saltou para o lado, quase não conseguindo se desviar das garras da enorme Charizard, rasgando o ar ao invés da raposa. Por poucos segundos, Elizabeth continuou no ar, seu cabelo esvoaçando para todas as direções que o vento o mandava, enquanto sua cauda ficava a centímetros do chão, para que então ela aterrissasse novamente e corresse para longe, como que num desafio para que Alexa fosse atrás dela e tentasse acertá-la mais uma vez. E foi isso que a Charizard fez. Já que Alyss não deu outra ordem, continuou a avançar contra Lizzye, e a mesma cena se repetiu por mais duas vezes, até que Alexa estava de volta ao seu lugar e Lizzye no seu, com os joelhos dobrados, fazendo seu tamanho diminuir drasticamente.

Por um momento, ambas pararam com os ataques e as treinadoras de darem ordens, encarando uma a outra, tentando descobrir que tipo de ataque a outra escolheria. Se encarando dessa forma, não parecia que Alyss e Lawliet eram as mesmas amigas de sempre, tanto pela expressão como o modo em que coordenavam a batalha até agora, sem medo ou hesitação para atacarem uma à outra ou machucar a Pokémon que era sua oponente. Agora o ar de rivalidade era facilmente percebido, assim como a concentração que possuíam para darem as ordens corretas.

Sem que Alexa ou Lizzye desviassem os olhos, puderam perceber as pessoas se juntando ao redor para observar a batalha, mas também surpresas por aquela arena estar sendo usada fora de hora, e também ouvir várias vozes cochichando entre si, mostrando que não era apenas uma ou outra pessoa que viera observar a batalha.

Sem aviso ou ordem, uma imensa coluna de labaredas laranja cruzou a arena em direção a Lizzye. Primeiramente, a Zoroark se surpreendeu ao vê-las, para logo depois se dar conta do que estava acontecendo e se desviar para o lado mais uma vez, jogando o corpo para longe das chamas. Mais uma vez, elas vieram em sua direção, e mais uma vez se esforçou para por pouco não ser engolida por elas. Nervosa, a raposa negra deu uma rápida olhada para Lawliet, à espera de algum tipo de ordem que a fizesse revidar, se desviar, qualquer coisa que pudesse ajudá-la.

Normalmente, sua treinadora faria isso, e Lizzye normalmente não se preocuparia em se desviar por conta própria. Então, porque Lizzye tinha de se desviar desse modo? Porque Lawliet não estava fazendo nada por ela?

– Air Slash! – Ordenou Alyss, assim que as chamas fizeram uma pausa, permitindo um breve descanso para a Zoroark.

– Merda. – Murmurou Lawliet, mas foi alto o suficiente para que Lizzye ouvisse. Logo depois, a mais nova elevou a voz, ordenando seu próximo movimento: - Use o Shadow Ball e destrua as lâminas!

Foi estranho ouvir essa ordem, já que não havia nenhuma lâmina no ar, mas segundos depois que a raposa negra começou a criar uma esfera igualmente negra, Alexa abriu suas asas, mas não por completo. Ainda assim era possível ver que suas asas eram muito grandes, o suficiente para que ela pudesse se erguer no ar, e mesmo semi desdobradas, era possível ver que teriam uma enorme envergadura. Desse modo, Alexa projetou as asas para frente, como se cortasse o ar, e imediatamente diversas lâminas em formato de U na cor branca surgiram, fazendo um rápido caminho até a Zoroark.

A esfera negra em suas mãos foi lançada diretamente contra as lâminas, e outras foram criadas e lançadas. Rapidamente, as duas se chocaram entre si e o inesperado aconteceu. Ao invés de ambos os ataques se destruírem com o contato direto, as lâminas criadas pela Charizard cortaram a esfera negra e roxa ao meio, fazendo-as desviar seu caminho para segundos depois se desfazerem no ar. Um misto de medo e surpresa se passou pelos olhos brilhantes da raposa negra, e desta vez, não teve tempo ou reflexos o suficiente para se desviar a tempo. Um grito foi ouvido quando várias lâminas de ar cortaram a pele de Lizzye. Suas pernas tremeram, mas não caiu.

– Dragon Pulse! – Ordenou Alyss.

Obedecendo, a boca da Charizard se abriu, revelando mais uma vez uma longa fileira de dentes afiados, e então, o que parecia ser uma minúscula esfera verde azulada surgiu, oscilando entre existir ou não, para então aumentar de tamanho consideravelmente e ser lançada contra a oponente. Em comparação com as lâminas criadas há pouco tempo atrás, essa esfera era muito mais rápida do que elas, e Lizzye tinha medo de acabar sendo atingida mais uma vez.

– Protect, e depois Pursuit com Night Slash! – Gritou Lawliet logo depois, parecendo ter um tom preocupado em sua voz.

Elizabeth bufou, enquanto rapidamente cruzava os braços na frente do corpo. Seus olhos brilharam. Um em vermelho, dando-lhe um aspecto assustador, e o outro, azul brilhante, quase elétrico. Rapidamente colocou os braços na frente do corpo e, dobrando os antebraços em direção ao peito, como uma forma de se proteger contra a esfera do Dragon Pulse. Em frente a seu corpo e os braços cruzados, um escudo azul brilhante se formou, cobrindo toda a frente de seu corpo, para então se estender até o resto dele e a envolver completamente, deixando Lizzye dentro de uma esfera azul brilhante, porém pálida. A esfera criada pelo Dragon Pulse se chocou contra sua proteção segundos depois, criando um estrondo e fazendo-a se desfazer inutilmente para os lados, jogando partículas de energia para o ar e então desaparecer por completo. Ainda assim, Lizzye cambaleou e fechou os olhos brilhantes, como se pudesse sentir a força do impacto contra si mesma ao invés do escudo que criara para se proteger.

Não perdeu tempo pensando coisas assim. Desfez a proteção, e antes que Alexa pudesse criar outro Dragon Pulse, lançou uma esfera negra contra ela, criada rapidamente entre suas mãos, e então correu em disparada contra a Charizard, enquanto ao redor de seu corpo o que parecia ser uma aura negra a encobria. Quando ergueu suas garras, boa parte de seu braço estava encoberto com uma cor negra, tornando impossível ver a cor de suas unhas. Com o uso do Pursuit, ela parecia um pouco mais rápida que o normal, quase acompanhando a velocidade da esfera negra que lançara mais cedo. Alexa foi forçada a se desviar da esfera, distraindo-se com ela ao invés de ver o que sua oponente faria. A Pokémon se jogou contra a dragoa, arranhando por parte de seu peito com o Night Slash, e logo depois se jogou para trás e se virou, fugindo da maior. Um grito misturado com um rugido vindo da Pokémon de Alyss foi ouvido, mas não parecia ser de dor.

Poucos segundos depois, Elizabeth estava de volta ao seu lugar na arena, ofegando. O brilho de seus olhos e da aura de seu corpo havia desaparecido, deixando apenas a expressão séria no lugar. Seu braço já havia voltado ao normal, já que havia concluído o ataque, e Alexa a encarava com fúria por ter feito isso. Por que ela não deveria ter conseguido, ainda mais tê-la distraído antes para concluir o ataque.

A esfera no bracelete da cauda de Alexa brilhou, e no mesmo momento, Alyss levou a mão para a orelha direita, afastando uma mecha de seu cabelo. Desse modo, foi possível ver um brinco com uma pedra pequena, semelhante a que havia no bracelete na cauda da Charizard. Preso a ele, um mini pingente com um fino floco de neve na ponta balançava junto com o movimento de sua cabeça.

– Alexa...? – Murmurou ela, tirando o dedo da pedra, a qual emitia um chiado irritante.

A Charizard não pareceu ouvir. O brilho da pedra em seu bracelete pareceu aumentar um pouco mais, e as chamas em sua cauda aumentaram de tamanho e intensidade, de modo que até mesmo Alyss pôde sentir o calor que emanava dela. Perto da ponta de sua cauda, o que parecia ser um par de espinhos se ergueu, enquanto a Charizard grunhia algo e abria sua boca revelando mais uma vez a fileira de dentes afiados que possuía. Em seus olhos parecia haver uma fúria nova, um desejo estranho de revidar o ataque com algo maior, somente para mostrar para sua oponente que ela não deveria tê-la acertado, ainda mais de um modo tão fácil assim.

Uma esfera azulada se formou, mas esta era mais branca do que azulada, com o núcleo brilhando mais que o resto de toda a esfera, e ao seu redor, o que parecia ser uma ondulação de uma aura azul a encobria, também oscilante. Era claramente diferente do Dragon Pulse, e se Lizzye não estivesse enganada, aquele movimento era chamado Focus Blast. O único olho da dragoa que era visível pareceu brilhar também, enquanto seus chifres pareciam se juntar cada vez mais, para então formar um único chifre.

– Alexa! – gritou Alyss, assim que percebeu o que estava acontecendo. – Não faça isso!

A dragoa não virou a cabeça, mas com o canto do olho, pôde ver sua treinadora pedindo para que ela parasse. Alexa pareceu entender o que estava acontecendo, e piscou uma, depois duas vezes, com a esfera brilhante ainda em sua boca.

O que estava fazendo? Um ataque daqueles não só feriria gravemente a Zoroark de Lawliet, como também poderia fazer coisa pior. E ela não fazia mais esse tipo de coisa, não sem motivo, ainda mais com alguém que havia conhecido. Não com Lizzye.

Enquanto pensava nisso, as estranhas mudanças em seu corpo começaram a perder o controle, e como se estivesse retrocedendo um vídeo, ela voltou lentamente ao normal, juntamente com a chama da cauda, voltando ao tamanho e intensidade normal. A pedra no bracelete parou de brilhar, e o chiado irritante na pedra do brinco de Alyss também parou, como se estas fossem interligadas de algum modo, porque aquilo não podia ser uma coincidência. Não tinha como ser.

Ainda assim, não havia como Alexa parar o ataque. A esfera do Focus Blast já estava grande demais para fazer isso, então, ao invés de tentar parar, lançou a esfera num lugar que certamente não teria como Lizzye não se desviar, isso se a esfera chegasse até ela. Como esperava, ao invés do Focus Blast continuar seu caminho para a direção que havia sido mandado, se chocou contra o chão, e depois de energia branca e azul ser jogada para todos os lados, desapareceu.

Lizzye a encarou de volta, parecendo surpresa, mas ao mesmo tempo tensa. Lentamente desviou o olhar para onde estava a esfera do Focus Blast, e logo depois, virou a cabeça para olhar para Lawliet. Sua treinadora encarava a multidão, parecendo procurar alguém em especifico mais uma vez, mas logo depois, se voltou para Lizzye e a batalha, e então tirou uma Pokeball do bolso.

– Acho que acabou. – Balbuciou ela, sem olhar para a Zoroark. E então a retornou, sob olhares estranhos de todos de seu grupo, e um olhar extremamente triste de sua Pokémon.

***

Acabou que, no fim das contas, o grupo não havia seguido viagem no mesmo dia, preferindo fazer isso no próximo. Logo após a estranha batalha que Alyss e Lawliet tiveram, seguiram normalmente com o passeio, como se a estranha batalha não tivesse acontecido, e fazendo questão de parar em alguns lugares, seja para ver ou para comprar algo. Acabaram demorando mais tempo na cidade do que esperavam, e a noite chegou rapidamente, forçando-os a voltar para o CP. Como já haviam feito o que queriam, iriam sair no dia seguinte para continuar viagem, e como sempre, acordariam cedo para poder sair.

Isso significava que tinham de ir dormir cedo caso quisessem acordar num bom horário e andar uma boa distância, caso quisessem chegar logo a cidade de Eterna. Mas agora que Alyss estava deitada sem fazer nada, na espera de que fosse dormir logo, sua mente estava livre para vagar, principalmente em preocupações.

Chegou um momento em que Alyss encarou o teto da beliche, enquanto pensava em várias coisas, mas ao mesmo tempo não pensava em nada. Somente uma das muitas coisas que tentava pensar permanecia, porém com muitas perguntas, as quais para nenhuma havia resposta. E, se haviam, as respostas não eram o suficiente para fazê-la aceitar a situação de horas atrás e deixar esta e outras situações por isso mesmo. Tudo isso porque tais acontecimentos não tinham explicação da autora, e esta parecia não querer contar.

Na verdade, Lawliet não estava respondendo nada que envolvesse a si mesma ou o que estivera fazendo nos últimos dois anos em que estivera ausente em sua vida, não importava que situação fosse, mesmo que envolvesse a batalha que tiveram no mesmo dia, a qual auto se proclamara perdedora. Era como se quisesse guardar o que quer que tenha acontecido para si mesma, como se não confiasse em Alyss. E isso a fazia se perguntar se não era digna de sua confiança assim como fora antes e deveria ser agora.

De certa forma, aquilo a deixava triste, e talvez até com raiva, chegando até mesmo a questionar sua amizade com a mais nova, enquanto parte dela se recusava a acreditar que sua amiga não confiava mais nela e que havia algo de errado consigo para causar tais atitudes. Se Lawliet não queria contar, devia ser porque não podia ou porque tinha seus motivos para não fazer isso... Certo?

Não importava o quanto pensasse, ainda queria uma resposta concreta, só para ter certeza de que todas as suas preocupações eram apenas isso: preocupações.

– Lawliette? – Chamou ela, ainda hesitante. De resposta, recebeu um resmungo sonolento. – Posso fazer uma pergunta?

Um som de consentimento veio dela, e Alyss pode ouvi-la se sentar na cama e ver seus pés ficarem suspensos, apoiados no ferro da cama de cima da beliche.

– O que foi? – Perguntou a menina, esfregando os olhos para espantar o sono.

– Porque você não me conta o que está acontecendo?

Subitamente, o sono pareceu se afastar por completo da garota, deixando-a desperta novamente. Encarou Alyss com uma expressão estranha, indecifrável, mas de certa forma, um pouco assustada com a súbita pergunta que ainda não dera resposta. Acabou se descobrindo hesitante em responder, recebendo um olhar duro de Alyss, esperando suas explicações.

– O que quer dizer com isso?

– Quer dizer que você tem que explicar porque não está participando de Contests ou de batalhas de ginásio. – Começou Alyss, com a voz controlada. - E o que aconteceu naquela batalha hoje. E porque você tem essa cicatriz. E o que você andou fazendo todo esse tempo. E por quê.

Intimidada com tantas exigências, se calou mais uma vez, hesitando em continuar ou até mesmo explicar o que lhe fora exigido. Alyss continuava encarando-a, com um misto de tristeza, frustração e raiva reprimida, além da constante preocupação com a menina. Seu rosto lhe dizia o tempo todo que não queria contar nenhuma das coisas que fora pedido, e a garota de cabelos azuis começava pensar se aquilo não era fruto de sua imaginação, ao mesmo tempo em que sabia que não era.

O conflito interno continuou por mais alguns minutos, em que Lawliet encarava-a, as expressão dizendo o tempo todo que não queria contar o que estava acontecendo, enquanto a de Alyss exigia pelas respostas que a outra não queria dar.

– Só estou dando um tempo para as batalhas, pra me focar mais nas minhas pesquisas. – Respondeu, finalmente.

– Pesquisas sobre...? – Alyss levantou uma sobrancelha, curiosa.

– Pokémons e derivados deles, pessoas, psicologia, e... - Sua voz hesitou em dizer a próxima coisa, e pareceu desistir do que quer que fosse falar. - Várias coisas. Estou basicamente procurando o que eu quero fazer.

– Ok. – Ela anuiu, não muito convencida. – Porque não me contou?

– Não parecia importante.

Assim que a respondeu, virou o rosto para o lado. Lawliet não estava contando aquelas coisas por mal, e nem pretendia causar tal reação em sua amiga. Tinha seus motivos, sim, mas achava que eram bobos e que não eram o suficiente para justificar suas ações. Por conta deste pensamento, acabara adquirindo um estranho medo de seus motivos serem pequenos e tudo aquilo parecer apenas drama prolongado, e por isso, não conseguia e nem sabia como dizer a Alyss os seus motivos.

– Não parecia importante? – Alyss deu uma risada irônica, o que fez Lawliet fazer uma careta de desgosto. – É claro que é importante. Principalmente a sua cicatriz. Porque, pelo o que eu saiba, você não tinha nenhuma cicatriz há dois anos atrás.

A menina franziu o cenho, hesitando a todo o momento em responder. Finalmente, suspirou, e disse:

– Depois eu conto. Essa e as outras coisas, ok?

– O que? Por quê? – A indignação em sua voz foi grande. - Porque eu não posso saber disso agora?

– Primeiro eu quero resolver o que anda me preocupando.

A partir daí, a conversa morreu, e Alyss estava completamente indignada. Agora tinha ainda mais perguntas do que antes, e para nenhuma delas havia conseguido uma resposta, apenas algumas respostas que mais desviavam do assunto do que explicava o que ela queria realmente saber. Afinal, o que havia de errado com Lawliet? O que havia acontecido exatamente para que Alyss recebesse respostas assim?

– Tá – Murmurou ela, emburrada, e deu as costas para a garota, bufando em aborrecimento. – Mas você vai ter que contar.

Respirou fundo, procurando se acalmar, tanto a raiva quanto a mente, para que pudesse pensar com clareza mais uma vez. Não seria nada bom se a garota acabasse ficando brava por tais coisas, ainda mais quando tinha que dormir cedo. Ouviu Lawliet voltando a se deitar e arrumando os cobertores por cima de si para voltar a dormir, e nesse momento, a garota se voltou para ela e perguntou:

– O que está te preocupando?

– Eu não sei... – Respondeu Lawliet, suspirando em seguida. – Acho que senti algo lá na arena, mas eu não sei se eram as crianças ou outra pessoa.

– Oh. – Ela assentiu. Isso explicava porque a amiga estivera distraída durante toda a batalha. – Espera, você acha que tem mais alguém que tem poderes? Acha que a sexta pessoa está aqui, em Floaroma?

– Não sei ainda. Tenho que ver isso ainda.

A conversa morreu mais uma vez, e depois de mais alguns poucos minutos, Alyss decidiu voltar para sua cama, deixando a mais nova em paz. Se o que Lawliet sentira se provasse verdadeiro, então significava que havia mais alguém com poderes, e se havia mais alguém com poderes, significava que, talvez, essa pessoa talvez pudesse ter as respostas que queriam.

***

Ela não fazia ideia de que horas eram, se era dia ou noite, só sabia que se sentia extremamente cansada e estava com calor. E aquilo não era normal ou bom, pelo menos não para Alyss. Semi desperta, tentou ignorar o estranho o calor que a invadia, se virando na cama e jogando os cobertores para um lado, como se assim o calor fosse embora.

Não foi. Ao invés disso, ela se sentia ainda mais quente, e poucos momentos depois, começou a suar, tamanho era o calor que sentia. Já desperta, ela bufou e saiu da cama, mas o que viu e sentiu ao seu redor não lhe agradou nem um pouco, e Alyss preferia que não tivesse visto. Ainda estava escuro e não havia nada de anormal, mas por baixo da porta, podia ver uma estranha iluminação, que mandava sombras bruxuleantes por baixo a porta, e isso não era normal em luzes elétricas. Rapidamente, ela tentou escalar a cama para chegar a Lawliet, que apesar do calor que Alyss sentia, continuava dormindo calmamente, como se tudo aquilo não fosse verdade.

– Lawliette! – Chamou ela, cutucando a garota com força para acordá-la. Recebeu de resposta um resmungo sonolento e um pedido para que a deixasse em paz - Lawliette, acorda!

– O que foi? – perguntou ela, se virando para encontrar o rosto de Alyss.

– Fogo - Respondeu ela, com a voz rouca.

– Fogo...?

Lawliet piscou numa tentativa de se acostumar com o escuro. No quarto e em todo o lugar não havia nada, mas era claro que a amiga suava e que não era por nada. A noite estava um pouco fria, e a menos que Alyss tivesse algum de doença com temperaturas ou estivesse com febre, ela não estaria suando assim tão fácil. E Lawliet sabia que ela estava. A menina se levantou rapidamente, e saiu da cama.

Alguma coisa estava errada.


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Notas finais do capítulo

Soooo, mais um capítulo terminado. E a Alysse é sexy, não importa o que vocês digam, ela é, e isso é a mais pura verdade. Só não comecem a pensar coisas u_ú
Lizzye X Alexa, wow, wow, eu adorei ter escrito isso. Na minha opinião, foi uma das minhas melhores batalhas de pokmanz mais avançados e evoluídos, e fiquei feliz por ter conseguido deixar o estilo de batalha da Lawliette e as coisas sobre a Lizzye, além da Alysse também. E, plz, não liguem pro final do capítulo. A Lawliette é uma filha da mãe mesmo.
E é isso de novo.
Jaa ne!



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