Lílian não ia ficar escutando desaforos. Assim que Sirius disse aquilo, a menina levantou e se dirigiu para o Salão Principal.

– Evans?

– Potter. – ela não disse nada, mas havia percebido muito bem a mudança de comportamento de Tiago.

– Marlene pediu pra avisar que ela está lhe esperando na biblioteca para vocês conversarem.

– E se eu não quiser ir?

– A prejudicada é você, que irá perder uma amiga como Lene.

Ele não precisou dizer mais nada. Lílian saiu em disparada rumo à biblioteca.

*

Lene estava em uma mesa no canto da biblioteca. Olhos inchados e nariz vermelho. Estivera chorando.

– McKinnon.

– Pare de me chamar assim, o que quer que aconteça ainda somos melhores amigas. Quando você fala isso, parece que eu sou sua avó. – Marlene havia voltado ao normal – Sente-se.

Lílian obedeceu.

– O que quer comigo?

– Eu estava errada. A partir do momento em que fiz a pergunta para Tiago, você podia fazer o que bem entendesse. E sobre o que eu disse no quarto, você realmente não consegue sempre se virar sozinha, assim como qualquer pessoa, e é para isso que temos amigos. É por isso que sou sua amiga, para te ajudar sempre que precisar.

Desde quando Lene era profunda assim? Lílian começou a rir. Bastou apenas um segundo para a outra menina entender, e rir também. Elas passaram um bom tempo ali, fazendo comentários sobre o primeiro dia de aula, até que as mandaram para Sala Comunal.

*

Segunda havia chegado, e junto com ela os testes para o time de quadribol.

– Como eu vou fazer isso?

– Potter, você é o capitão. E como você disse semana passada eu não estou confirmado no time, então não devo te ajudar e tudo mais...

– Cadela.

– Jura que você vai me obrigar a fazer o teste? Eu poderia te ajudar, sabe...

– Se quer ficar dentro do time, cale a porcaria da boca.

– Me desculpe veado, não abro mais minha boca.

Tinham muitos ali. Todos parados no campo. Aproximadamente dois terços eram meninos e um terço eram meninas. Os testes iriam começar.

– Boa tarde. Vamos lá, quem quer fazer teste para ser batedor ao lado de Sirius...

– Por que ele já está no time? Quer dizer que amigos do Potter têm privilégio? – disse Mathew, um menino do sexto ano.

– Vamos lá, pegue o seu taco, o único que você tem, por sinal, e vamos ver quem é melhor.

Era uma disputa acirrada. Sirius talvez fosse 10 centímetros mais alto que Mathew, mas este era provavelmente uns 10 quilos mais pesado. Os dois subiram em suas vassouras. A de Black, era uma das mais caras que tinham, presente dado pelo seu tio quando estava no quarto ano. Mas, não pode se dizer a mesma coisa da vassoura de Mathew, essa estava acabada, e pela aparência poderia ter pertencido ao avô do garoto.

Eles subiram em suas vassouras.

– Tiago, solte os balaços.

Potter obedeceu a ordem dada por Sirius.

Cada balaço foi na direção de um menino. Mathew bateu com toda sua força, gotas de suor começavam a aparecer em sua testa. Já Sirius, bateu na bola com o mínimo esforço, como se estivesse brincando com alguém de 3 anos de idade. O balaço que Black bateu atingiu Mathew na barriga, que caiu da vassoura, enquanto Sirius rebatia o outro balaço com a mesma facilidade do primeiro. Havia acabado, ele desceu da vassoura, jogou o taco por trás do ombro e ajeitou seu cabelo com as costas da mão. Isso arrancou vários suspiros das meninas ali presentes. Esse era Sirius Black.

– Mais alguém? – disse com um sorriso zombeteiro no rosto.

– VOCÊ ESTÁ MALUCO? COMO PODE ATIRAR O BALAÇO NA BARRIGA DELE? ISSO VAI ARRANJAR PROBLEMAS PRA MIM, SEU DESGRAÇADO. ALGUÉM PODE CHAMAR A PORRA DA ENFERMEIRA? – ele estava avançando na direção de Sirius, isso não era um bom sinal. Os dois só haviam brigado uma vez, no terceiro ano, e o resultado foram algumas costelas quebradas, olhos inchados, alguns cortes...

Lene pulou em cima de Tiago, que caiu no chão. Ela montou em cima dele.

– Fique aí Potter, se você ousar se mexer, eu lhe taco o pomo garganta abaixo.

Ele parou de se sacudir, confiava em Lene. A menina levantou, pegou sua vassoura e foi em direção a Sirius.

– Eu sou a próxima, vamos lá.

– Você acha que tem alguma chance...

– Ele não tinha técnica. Por isso que caiu, ele só tinha força. Eu sei mais de quadribol do que você pensa, então suba nessa vassoura e banque o machão pelo memos uma vez na vida.

Isso soava como um desafio. Os dois subiram em suas respectivas vassouras. Os balaços ainda pairavam no ar.

– Primeiro as damas.

Marlene não precisou de mais nada, guiou sua vassoura em direção a um dos balaços.

O show ia começar.