– Marlene, acorde.

– Oi... – respondeu a menina ainda sonolenta.

– Você baba quando dorme.

O efeito que ele queria causar deu certo. A menina se levantou em um segundo, esticou as roupas e passou as costas da mão pela boca.

– Brincadeira. Vou pro quarto antes que eles acordem e façam um interrogatório sobre onde dormi.

– Tem vergonha de falar que ficou aqui comigo?

– Por que eu teria? – disse ele, já subindo a escada em direção ao dormitório masculino.

*

Marlene abriu a porta silenciosamente. Todas as meninas já haviam acordado.

– Oi. – cumprimentou ela. Nenhuma delas respondeu. – Me desculpem, eu não queria dizer nada daquilo. – ela estava mentindo, queria dizer isso desde o quarto ano.

– Não minta, McKinnon.

– Talvez, eu quisesse, mas, algumas coisas simplesmente não devem ser ditas em voz alta.

– Tudo bem por mim. – disse Dorcas.

– Aceito as desculpas. – foi a vez de Alice.

– A gente nem se fala, está tudo normal pra mim. – falou Hestia.

– Lílian?

– Simples assim? Você fala um bando de coisas na minha cara, dorme com Sirius, ou acha que eu não vi, e depois vem com um simples pedido de desculpa?

– Queria flores? Bombons? Cartaz? Jantar?

– Não, só sinceridade. Você está mesmo arrependida de tudo que disse?

– Não.

– Então não peça desculpas.

– Eu sinto muito.

– Melhorou.

Marlene não sabia o que fazer, então foi até sua mala, colocou o uniforme e se preparou mentalmente para o primeiro dia de aula do seu sexto ano em Hogwarts .

*

– Morri. – disse Tiago sentando na mesa para o Almoço.

– Você não foi o único. – disse Marlene sentando-se ao seu lado – Teve quais aulas?

– Defesa Contra As Artes Das Trevas, História da Magia, Poções, Transfiguração e poções.

– Eu tive Adivinhação, Estudo Trouxa, Poções, Runas e Defesa Contra As Artes Das Trevas. Com a Sonserina, infelizmente.

– Tive com a Corvinal. Aqueles inteligentes até demais...

– Oi gente.

– Oi Lup. Como foram as aulas? – perguntou Lene.

– Ótimas, como sempre.

Tiago virou os olhos, ironicamente.

Sirius chegou e sentou do outro lado de Potter para não precisar olhar para cara de Marlene. Lílian sentou ao seu lado, provavelmente pelo mesmo motivo.

– Tem lugar ali na frente, porque está todo mundo nesse banco?

– Por que queremos ter a visão privilegiada da mesa da Sonserina. – respondeu Sirius sarcasticamente. – Agora, por que você não enche a boca de comida em vez de falar besteiras?

– Mas... – Tiago achou melhor ficar calado quando viu o olhar que Sirius lançou pra ele. Aqueles olhos acinzentados de lobo podiam ser bem bonitos, ou assustadores.

– Eu já acabei de comer. Tchau Tiago, e ah, Lup.

– Tchau. – disseram Lílian e Sirius.

Lene ficou tão envergonhada que saiu correndo, nunca tinha desejado que as aulas começassem logo.

*

Lílian achou estranho. Como as aulas haviam acabado, ela foi no dormitório trocar de roupa para o jantar, mas não tinha ninguém lá. Então, ela foi para a Sala Comunal, que como tinha notado, estava quase vazia. Ela percebeu Sirius em uma poltrona tentando se esconder.

– Sirius Black.

– Oi.

– Eu vi.

– O que?

– Noite passada.

– Ah, sim... Ela só pediu pra eu ficar aqui com ela porque não queria olhar pra sua cara.

– O que mais?

– Só isso, eu juro.

– Como se eu pudesse confiar nos seus juramentos...

– Vá fazer drama para Tiago, talvez ele acredite.