Pov Justin

Alfredo havia retornado a sala. Todos estavam calados. Pattie me olhava com uma cara decepcionada e aquilo me matava por dentro. Mas eu não podia dizer que eu estava defendendo Alice, senão...

Flash back on

- Justin você não vê, que depois que Alice chegou aqui tudo tem dado errado? - disse ele enquanto eu andava de um lado para o outro nervoso.

- Claro que não, isso não tem nada a ver. As coisas aconteceram porque tinham que acontecer, e Alice não tem culpa nenhuma disso! – rebati Scooter que falava calmamente. Não conseguia entender tamanha calma, ele estava falando asneiras e isso não estava me cheirando bem.

- Claro que sim, depois que ela chegou aqui sua carreira só tem decaído. As coisas só tem dado errado. Voce sofreu um acidente, terminou com Selena, atrasou o lançamento e a gravação do cd... Tudo deu errado. – explicou com os braços cruzados. Sua expressão so me deixava com mais raiva. - Alice não tem nada a ver com isso. - disse firme.

- Claro que tem! Só voce não percebe. Tudo tem andado pelo caminho errado! Só vejo uma alternativa... - disse ele desviando o olhar.

- Que alternativa? - perguntei confuso e curioso.

- Mandar Alice de volta para o Brasil.

- Claro que não! Voce não vai e nem pode impedir que eu fique perto de Alice. - disse nervoso e atordoado.

- Justin, não existe outra alternativa. – disse como se lamentasse, mas eu sabia que ele não lamentava em nada.

- Claro que existe! E não é tirando Alice de perto de mim que as coisas vão se resolver. – disse controlando o tom da minha voz.

- Justin... –

- Scott, não! Alice não tem nada a ver com isso! – finalizei cortando-o.

- Se acontecer mais alguma coisa ruim na sua carreira onde Alice esteja envolvida, terei que manda-lá de volta e proibir que vocês se aproximem. - disse ele.

Aquilo só podia ser brincadeira, ele só poderia estar me contando uma piada. Nunca que eu deixaria isso acontecer. Alice não tinha culpa nenhuma dos meus problemas, ao contrario, ela estava sendo a solução deles. 

- você sabe que eu posso e que vou se mais alguma coisa envolvendo ela acontecer de ruim. Eu sou responsável, por você Justin, sou responsável pela sua carreira, não posso deixar que você acabe com tudo por causa de uma garota.

- Eu amo ela. - retruquei.

- Tudo bem, vou deixar que você namore com ela, mas se mais alguma coisa acontecer envolvendo sua carreira... Você já sabe o que vai acontecer. - disse ele finalizando o assunto. Fiquei ali na cozinha por alguns minutos refletindo sobre tudo que Scooter havia dito.

Flash back Off 

Não podia permitir que ele me impedisse de ficar com Alice. Isso não podia acontecer. Eu sabia do que Scooter era capaz para proteger a minha carreira e ele faria aquilo sem pensar duas vezes.

- Ela dormiu. - disse Fredo se referindo a Alice e quebrando o silencio.

- Agora vamos conversar direito. - disse Scooter. 

- Me explique isso Justin Drew Bieber.  - Pattie disse com a voz alta e firme me encarando. Ela só me chamava pelo nome completo quando estava realmente decepcionada comigo. Respirei fundo e disse.

- O fotografo estava me incomodando, ele não saia desperto da gente. Ele me irritou e acabei perdendo a cabeça... - menti, ou melhor, omiti uma parte da verdade.

- Esta vendo? Ele é um moleque! Uma criança! - gritava Scooter rindo sem humor e andando de um lado para o outro, enquanto eu estava ali sentando no sofá com as mãos fechadas e com a cabeça tombada para baixo. Não podia e nem queria olhar nos olhos de ninguém, pois senão eles perceberiam a mentira.

- Você acabou perdendo a cabeça? Quem você pensa que é pra sair batendo nas pessoas por ai? Foi isso que eu ensinei a você? - dizia Pattie com uma voz firme em pé a minha frente. Por um segundo ergui minha cabeça encontrando seus olhos vermelhos denunciavam as lagrimas que viriam a qualquer momento. Sua voz estava decepcionada e triste, mas ela tentava mantê-la firme.

- Não. - disse abaixando a cabeça. Eu sabia que estava errado e discutir com ela não era a coisa certa a fazer.

- “Não”. É só isso que você tem a me dizer? Justin, voce não é melhor que ninguém. Bater em uma pessoa é algo... Decepcionante. - finalizou ela se afastando de mim, sua voz no final já estava embargada pelo choro. E aos poucos pude ir sentindo o choro subindo a minha garganta, mas eu o impedia de sair, eu tinha que me manter firme.

- A culpa disso tudo é dela. - interferiu Scooter e sabia do que ele falava, nesse momento levantei minha cabeça e me levantei do sofá.

- Alice não tem nada a ver com isso. - a defendi. 

- Poupe-me Justin. Você sabe que ela tem tudo a ver com isso. Ela assumiu sua própria culpa. - disse ele com a voz sátira. 

- Não, eu não estava defendendo ela. Eu só perdi a cabeça porque o fotografo estava me incomodando, Alice não tem nada a ver com isso. - disse gaguejando no final devido o choro que estava preso.

- Não Justin, Scooter tem razão. Depois de tudo isso que aconteceu, a única saída que temos e proibir essa sua relação com Alice. Ela é uma menina adorável, mas... Não faz bem a você. - concordou minha mãe com Scooter. Não, não e não. Isso não podia estar acontecendo. Passava minhas mãos pelo meu cabelo denunciando meu nervosismo, lagrimas já escorriam pelos cantos dos meus olhos. - Vamos mandar Alice de volta pro brasil. 

Não e não, aquilo não estava acontecendo. Eles não podiam fazer isso. Eles não tinham esse direito. Alice iria ficar comigo.

- VOCÊS NÃO PODEM FAZER ISSO. ELA NÃO TEM NADA A VER!  - gritei explodindo toda a raiva que estava em mim.

- Abaixe seu tom de voz comigo. - Scooter disse.

- Mãe, você sabe que Alice não tem nada a ver. Eu a amo. Ela precisa de mim! - disse implorando para Pattie que derramava lagrimas silenciosamente. 

- Justin... - lamentou.

- Vocês não vão fazer isso! - gritei saindo da sala e subindos as escadas, eu pulava alguns degraus para chegar no andar superior com mais rapidez. 

- Justin, volta aqui! - escutei Scooter gritar, mas não dei ouvidos, segui para o quarto de Alice. Antes de abrir a porta, sequei minhas lagrimas e passei a mão no rosto. Quando abri a porta e encontrei-a na cama chorando abraçada a seus próprios joelhos, me senti mau. Eu me sentia culpado por tudo isso.

Ela soluçava e ao ver aquela cena, meu coração se apertou, foi como se alguém estivesse com ele em mãos e o apertasse com toda a força possível, sem dó nem piedade. Aproximei-me da cama e agarrei-a, apertando ela em meus braços. 

- Você ouviu? - perguntei acariciando seus fios de cabelo negros.

- Sim. - murmurou quase sem voz. 

- Eu não vou deixar você partir. Eu te amo. - disse enquanto olhava em seus olhos vermelhos e inchados. Lagrimas escorriam de seus olhos, mas antes que elas cartonassem seu rosto eu as enxugava.

- Justin... - disse ela. - Não. Eu não quero mais ficar aqui. - disse ela em um fio de voz.

- Esqueça o que eles disseram. você não é a culpada de nada. – disse na tentativa falha de acalma-la.

- Não Justin, eu... Eu quero voltar pro Brasil... Quero uma vida normal. Eu... Eu não quero isso. - dizia ela com os olhos marejados. 

- Alice não os escute, você só esta falando isso por causa deles. Você não é a culpada de nada. Eu te amo e é comigo que você vai ficar. - disse encerrando aquele assunto. Eu sabia que ela só estava falando aquilo para facilitar as coisas, mas eu não a deixaria partir. Ela era parte de mim agora.

Abracei-a novamente mantendo-a ali, perto de mim o mais próximo possível. Eu precisava dela ali, junto a mim. 

Pov Alice

Eu havia escutado toda a discussão lá em baixo, ou melhor, uma boa parte dela, a parte mais importante. Eles queriam me separar de Justin, eu estava o atrapalhando e o trazia problemas. Eu sabia que não era mais bem vinda ali. Eu voltaria para o Brasil e aquilo já estava decidido.

- Fica aqui, já volto. - disse ele de súbito se levantando da cama e correndo ate a porta.

Ele me deixou ali, sozinha, com meus pensamentos. Eu iria voltar pro Brasil e seguir a minha vida, como ela tinha que ser, entraria na faculdade no curso de arquitetura, me formaria em quatro ou cinco anos e depois arranjaria um bom emprego. Simples e objetiva. Esse sempre fora meu sonho, ser uma arquiteta de sucesso, mas depois de conhecer Justin... Mudei meus conceitos, minhas prioridades, mudei quem eu realmente era. Tudo isso em vão. Eu amava Justin, mas tudo isso que passamos, só confirmou as minhas perspectivas negativas sobre essa suposta relação que eu tenho ou teria com ele. Não era pra dar certo.

Peguei meu celular e disquei para a minha mãe.

- querida, que saudade. - disse minha mãe do outro lado da linha, sua voz estava alegre.

- Oi mãe. - disse simples.

- Tudo bem meu anjo? Estou achando sua voz tristinha. - disse ela com aquela preocupação maternal.

- Não... Ou melhor, sim... - disse confusa.

- Hum... Me explique isso direito. - pediu ela.

- Mãe, eu vou voltar pro Brasil. - disse direta.

- Mas já? Você não queria ficar mais um tempo ai?  - perguntou aparentemente confusa.

- É... Mas eu decidi voltar pra casa, as provas pra faculdade logo começam a preciso estudar. - disse argumentando.

- Oh... Tudo bem... Quando você quer voltar? - perguntou e respirei fundo.

- o mais rápido possível. - respondi.

- Ok, tudo bem, vou ver com seu pai e te ligo de volta para te avisar do dia. Eu já estava morrendo de saudades de você, minha pequena. - disse mamãe docemente.

- Eu também mãe. - disse.

- Tchau querida. Beijos, eu amo você. - disse ela.

- Eu também te amo mãe. - disse e desliguei. Fiquei ali alguns minutos pensando e repensando sobre as minhas ações e se o que eu realmente iria fazer era certo.

Depois de um tempo, não sei exato quanto, a porta foi aberta e Justin entrou com uma roupa diferente e com uma mochila nas mãos e esboçando um sorriso magnífico. E ai me perguntei: Como ele conseguia sorrir com tudo isso que estava acontecendo?

- O que é isso? Pra onde voce vai? – perguntei olhando para ele que entrou no closet e saiu de La de dentro sem a mochila.

- Pra onde NÓS vamos eu ainda não decidi. Que tal Bahamas? O tempo lá é ótimo. - disse ele totalmente diferente do Justin que estava aqui alguns minutos atrás.

- Do que voce esta falando? - perguntei confusa.

- Nós vamos dar uma volta. Tirar umas férias. - disse ele tranquilo, como uma pessoa normal que planeja férias de verão.

- Ferias? Não, não e não Justin, você não esta pensando direito. O que você ta planejando? Isso não vai dar certo. – disse apreensiva.

- Relaxa, vai dar tudo certo. Agora arruma uma mochila de roupa. - disse ele se sentado na mesa e abrindo o notebook. Percebi que Justin não iria mudar de ideia, ele era irredutível. Decidi o fazer o que ele tinha pedido, mas já tinha planos em mente. Peguei uma mochila em uma prateleira do closet e fui colocando algumas roupas dentro. Voltei para o quarto e Justin imprimia algumas folhas pela impressora.

- Pronto! Vamos pro Canadá. - disse ele entusiasmado, mas eu não estava. 

- Canadá... Legal... - disse simplesmente. 

- Ei, ei, vai ficar tudo bem ok? - disse ele se levantando da cadeira giratória e vindo ate mim depositado um selinho em meus lábios. Ele sorria alegre e eu dei um sorriso fraco em resposta. 

- Vou preparar o carro, nos vamos sair de madrugada quando todo mundo já estiver dormindo. - disse ele explicando o "plano".

- Justin... - disse apreensiva.

- Vai dar tudo certo. – disse ele por fim e saiu do quarto. 

Pov Justin 

Sai deixando Alice no quarto sozinha. Desci as escadas encontrando Fredo sentado na sala sozinho. Eu precisava dele mas ainda ponderava se ele iria ou não me ajudar.

- E ai. – disse sentando do lado dele no sofá.

- Fala dude. – ele disse desanimado. - Hum... Você estava com ela? - Perguntou.

- Sim.

- Como ela ta? 

- Melhor... Ela escutou a discussão aqui de baixo e veio com um papo de voltar pro Brasil, mas cortei logo isso. Ela vai ficar comigo. - disse.

- Justin...  - disse ele me repreendendo.

- Não dude, eu já sei o que fazer e vai dar certo eu já tenho um plano e vou precisar da sua ajuda. - pedi chamando a atenção dele.

- Justin... Não vou te apoiar em coisa errada. - disse Fredo recuando.

- Não é nada errado. Eu vou fazer eles mudarem de ideia mas não consigo sozinho. Eu preciso da sua ajuda. - pedi em suplica olhando em seus olhos. Ele pareceu pensar.

- Tudo bem. Fala ai. - disse ele depois de estalar a língua.

Contei todo o meu plano de ir para o Canada com Alice. Passariamos um tempo lá ate que eles tirassem essa ideia idiota de mandar Alice de volta pro Brasil. Nos precisávamos de um descanso de tudo isso. Iríamos sair hoje à noite e iríamos ate NY de carro, eram mais ou menos umas três horas de viajem. Chegando lá ficaríamos em uma pousada, ou um hotel ate a noite seguida onde embarcaríamos para Toronto. Alfredo tinha decidido me ajudar, ele me ajudaria a fugir com Alice de madrugada sem que ninguém percebesse e me cobriria ate Scooter descobrisse que eu tinha fugido.

Depois que eu já tinha deixado tudo organizado, jantamos todos normalmente, todos estavam em silencio, Alice comia com a cabeça baixa evitando troca de olhares com qualquer um ali. Scooter me fuzilava com o olhar a cada toque que seu celular dava, provavelmente era alguma emissora de televisão, ou revista querendo tratar do ocorrido, Pattie e Fredo nada diziam. Os únicos murmúrios eram os de Jazzy e Jaxon.  Assim que terminamos de jantar Alice subiu para seu quarto e eu olhei para Fredo. O plano começaria daqui algumas horas.

[...]

- Lice! Acorda! - disse balançando ela levemente. Ela abriu os olhos e me encarou confusa cocando os mesmos.

- Jay? Que horas são? Que aconteceu? - perguntou confusa.

- Levanta, nós vamos sair. - disse e ela pareceu se lembrar. Sentou-se na cama levemente e como já estava vestida, só ajeitou e desamassou sua roupa. Ela levantou, calcou seus sapatos e pegou sua bolsa.

- Vamos? - perguntei e ela somente assentiu com a cabeça. Abri a porta com cuidado para não fazer barulho, peguei em sua mão que estava meio suada talvez pelo nervosismo. Sai no corredor escuro somente iluminado por uma lâmpada que estava presa na parede. Passamos pelo corredor com cuidado, descemos as escadas seguimos para a garagem. Antes de entrar no carro Lice recuou um pouco e olhei pra ela.

- O que foi? - perguntei. Ela pensou e olhou nos meus olhos.

- Nada. - disse, mesmo aquilo não me convencendo eu não disse mais nadam só entrei no carro e liguei-o. Abri o portão e sai dali, pegando rumo ate NY.

- Essa viagem vai ser a melhor da minha vida.  - disse pegando a mão dela enquanto dirigia,

- É... - disse ela sorrindo.

Liguei o radio para ajudar a manter-me acordado. Depois de um tempo, quando já estávamos na rodovia, Alice pegou no sono ali mesmo, no banco. Abaixei o volume do radio e me concentrei na estrada. 

Depois de mais ou menos umas tres horas e meia no volante chegamos em NY. Já era de madrugada e Alice dormia no banco do passaeiro. Parei em um hotel simples perto já do aeroporto. Não e era nada comparado aos hotéis que eu estava acostumado a me hospedar, era algo singelo mas aconchegante. Estacionei o carro e desliguei-o. 

- Jay? - perguntou Lice meio sonolenta cocando os olhos assim que eu parei o carro.

- Esta tudo bem shawty. - disse soltando o cinto.

- já chegamos? - perguntou confusa olhando para os lados.

- Já, parei em um hotel para dormimos.

- Ah sim.  - disse ela.

Descemos do carro e pegamos as mochilas que estavam no banco de trás. Peguei meu boné, meus óculos e coloquei a toca para que ninguém me reconhecesse. Entramos na recepção e só havia uma mulher loira mascando nojentamente um chiclete enquanto lixava as unhas e cantarolava alguma coisa.

- Uma suíte, por favor, - disse a ela, ela me olhou e sorriu maliciosa acho que Alice percebeu, pois pigarreou atrás de mim e disse.

- E Então? Tem ou não um quarto disponível? - perguntou sendo direta e rude.

- Sim, quarto 22. Suba as escadas, segundo andar à direita. - informou e entregou uma chave com um chaveiro colorido com uma paquinha com o numero 22.

- Obrigada. - disse Alice arrancando as chaves da mão dela e saindo andando ate o vão de escadas que havia ali. Ajeitei a mochila no ombro e segui-a que dava passos fortes e rápidos pelas escadas.  Chegamos ate o tal quarto, era simples, uma cama de casal, uma escrivaninha, um pequeno armário. Havia uma porta no lado esquerdo do quarto, provavelmente um banheiro. Uma televisão antiga e um abajur. 

- Me explica o que foi aquela ceninha lá embaixo? - perguntei enquanto ela jogava sua mochila em cima da cama.

- Não sei do que você esta falando. - disse ela como se nada tivesse acontecido.

- Admita que você morreu de ciúmes da recepcionista. - disse me jogando na cama que era mais confortável do que parecia.

- Ciúmes? De quem? Daquela coisa ridícula com a com o cabelo gema de ovo lá embaixo? - perguntou sarcástica tirando seu casaco e colocando-o no pequeno suporte que havia ali. - Claro que não, isso e ridículo, - finalizou rindo sarcástica.

- Ahan...  Sei. - disse rindo dela que revirou os olhos e bufou abrindo o frigobar e tirando uma garrafinha de água dali. Comecei a tirar meus casacos, eu estava completamente empacotado, mas bem protegido do frio congelante que estava lá fora.

Pov Alice.

Fui ate o banheiro e Sai de lá com minha camisola. Encontrei Justin olhando pela janela. Ele parecia desligado. Ele vestia suas calcas jeans deixando seu tronco desnudo. Não sei porque mas aquilo me deixou tensa.

- a-hãm, pode ir. - disse chamando a atenção dele, que olhou Lara mim de um jeito diferente.  Ele me olhava fervorosamente, seu olhar tinha luxuria. Corei com aquilo.

- Hum... Tudo bem. E-eu vou... – começou mas não terminou, ele me olhava meio deslumbrado.

- Trocar de roupa? - perguntei completando sua frase. Ele estava meio desligado.

- sim... Tomar banho. - disse e passou por mim. 

Escutei a porta se fechando atras de mim. Coloquei minha roupa na pequena mesinha que tinha ali e me olhei no espelho. Minha camisola era meio curta, mas nada muito vulgar, meus cabelos estavam presos em um coque mau feito, soltei-os e balancei minha cabeça de um lado para o outro na intenção de desenrola-los. 

Fiquei me olhando e baguncei um pouco meus cabelos, peguei meu perfume dentro da bolsa e borrifei um pouco em meus pulsos esfregando-os na minha nuca. 

Escutei um barulho na fechadura da porta e corri sentando na cama e fingindo estar assistindo tv. Ele passou por frente a cama e meu olhar inconscientemente segui  seu corpo com o olhar. Ele usava somente uma calca de moletom preto e dava para ver uma parte de sua box tambem preta. Ele conformou a cama e se sentou ao meu lado. Me abraçou de lado. Eu já havia dormido no mesmo quarto e na mesma cama que Justin varias vezes, mas não me sentia tão estranha e tensa como estava me sentindo agora. Eu tinha um pressentimento, para aquela noite, agora so tinha que saber interpreta-lo.