Justin Pov

Acordei e demorei um pouco ate abrir meus olhos por completo, por culpa da claridade que invadia o quarto. Olhei para o lado e Alice dormia tranquilamente, ela ficava tão linda e sereno enquanto dormia. Ela se encontrava em um sono profundo e pesado, aparentemente estava sonhando com algo bom, pois seus labios estavam meio curvados em um leve sorriso. 

Levantei da cama com cuidado para nao acorda-la, fui ate as janelas e fechei as cortinas para que o quarto voltasse a se escurecer e nao atrapalhasse o sono dela. Olhei no relogio e vi que ainda eram 09h31min. Fui para o banheiro, me despi e tomei um banho de aproximadamente uns trinta minutos, enrolei uma toalha na cintura e voltei para o quarto. Alice ainda dormia feito pedra, mas estava mais esparramada na cama, de uma forma engraçada que me fez rir fraco. Fui ate o closet e vesti uma roupa confortavel. Sai do quarto tomando todo o cuidado para nao fazer nenhum barulho que pudesse acorda-la.

Segui ate a cozinha e encontrei Marie ali cozinhando algo no fogão enquanto cantarolava uma musica qualquer em espanhol.

- Bom dia Marie. - disse indo ate ela e a depositando um beijo em sua bochecha. 

- Bom dia Justin, quer que eu coloque seu cafe, ou voce mesmo pode fazer isso? - perguntou Marie.

- E mesmo faço, vou tomar cafe no quarto com a Alice. - disse pegando uma bandeja e colocando algumas das coisas que estavam sobre a bancada, como, pratos, xicaras, talhares... Tudo que era necessario para um cafe da manha.

- Resolveram assumir, foi? - perguntou ela me assutando. Assumir? Como ela sabia? Marie pareceu entender a minha cara de confusao pois me olhou sorrindo marota. - Voce acha que eu não sabia que voce e a Senhorita Monteiro ficavam se agarrando por ai? Conheço bem voces dois, os olhares durante as refeições, essa carinha de apaixonados que os dois estão... Não sou besta. - concluiu ela falando com aquele sotaque mexicano e ri com isso.

- Nós vamos... "Assumir" isso. - disse depois de alguns segundos em silencio. Terminei de colocar tudo na bandeja.[

- Fico feliz com isso. - disse ela por fim enquanto eu saia da cozinha carregando a bandeja.

- Não sujem meus lençóis. - pude ouvir ela gritando da cozinha enquanto eu subia as escadas equilibrando a bandeja com cuidado para não deixar nada cair.

Cheguei no meu quarto e abri a porta com cuidado para não acordar Alice, mas quando adentrei no mesmo, ela já estava acordada, ou melhor, havia acabado de acordar pois coçava os olhos e se espreguiçava como uma criança. Se coque esta meio bagunçado e sua cara amassada.

- Bom dia princesa. - disse enquanto colocava o cafe da manha na ponta da cama e ia ate ela.

- Bom dia Jay. Que horas são? - disse ela depois de eu selar nossos labios em um selinho fraco.

- 09h48min. Dormiu bem? - disse depois de olhar o relogio preso a parede e tirando uma mecha de cabelo que caia sobre seus olhos.

- Sim... -  respondeu sorrindo e corando em seguida. - Sonhei com voce... Com nós dois. - continuou. Acariciei levemente sua bochecha e encarei sorrindo suas orbes compostas de um castanho escuro.

- Não me olha assim. Devo estar horrivel. - disse ela escondendo o rosto com as mãos cobertas pelas mangas de seu sweater.

- Voce esta linda. - disse e pude ver as bochechas dela ruborizarem de uma forma que só a deixava mais linda. Puxei suas mãos de seu rosto e encontrei aquele sorriso que alegrava os meus dias.

 Ficamos nos olhando por alguns segundos, era como se estivessemos em uma conversa onde não eram necessarias palavras para se dialogar. Era uma linguagem só entendida por nos dois.

- O que voce trouxe pro nosso cafe? - disse ela quebrando o silencio que ali estava. Olhei para a bandeja um pouco atras de mim e puxei-a para perto, deixando no meio de nós dois.

- Tudo o que voce gosta. Cookies... Morangos... - disse enquanto mostrava a ela, que parecia não comer há anos pois foi logo atacando o potinho com morangos.

- Ei, isso é pra nós dois. – alertei ela que comia tudo sozinha.

- Não mesmo! São morangos! Você sabe que eu amo morangos. – disse ela de boca cheia puxando o potinho mais pra perto de si.

- Não vai me dar nenhum? – perguntei com cara de cachorro que caiu da mudança.

- Não. – respondeu firme como quem não se importa. – OK. Então vou ter que... Rouba-los.- disse e puxei o pote da mão dela e em seguida levantei da cama ficando longe dela.

- Justin são meus! Me devolve. – disse ela ficando em pé na cama enquanto eu ia colocando os morangos na boca de uma vez e ria dela ao mesmo tempo.

- É isso que acontece com pessoas egoístas. – disse, ou melhor, tentei dizer, enquanto mastigava os morangos.

- Ok, então. – disse ela emburrada se sentando na cama e cruzando os braços.

- Vai ficar emburrada? – perguntei engolindo os morangos com um pouco de dificuldade e me aproximando da cama. Ela se manteve quieta e com a cara fechada.

- Ta bravinha comigo é? – provoquei. Quieta ela estava, quieta permaneceu. – Vamos fazer uma troca, se eu te der um morango você me da um beijo? – negociei pegando um morango do potinho e estendendo a ela que estava com o nariz empinado fingindo não se importar. Ela olhou para a minha mão e aproximou a boca do morango o pegando em seguida. Ri fraco com isso, enquanto ela mastigava o silencio mais uma vez se instalava.

- Mais um? – ofereci novamente.

- Ai podemos voltar a conversar. – disse ela se pronunciando, mas ainda com a cara de criança marrenta. Ela pegou o outro morango e foi chegando mais perto de mim, andando de joelhos na cama ate chegar na ponta onde eu estava. Ela tirou o pote de morangos da minha mãe e os colocou na cama. Em uma ação rapida e inesperada ela me puxou pela camiseta e me beijou.

Nos primeiros segundos não correspondi, mas quando ela pediu passagem com a língua, cedi na mesma hora, puxando-a mais para mim. Ela bagunçava  meus cabelos e sorria entre o beijo. Acaricie sua cintura a suas coxas, logo dando impulso para que ela entrelaça-se as mesmas em minha cintura. Assim ela fez, caminhei com ela ate a parede e prendi-a ali sem partir o beijo. O beijo dela estava mais doce do que o normal, estava mais adocicado e com um leve gosto de morango.

O ar se fez necessário mas nenhum de nós queria que aquele momento se quebrasse. Separei-me dela para retomar o fôlego  e desci os beijos para seu pescoço que me parecia bem convidativo naquele momento. Ela deixou tombou sua cabeça na curva de meu pescoço e soltou uma respiração pesada ali, me causando arrepios naquela região. Subi os beijos de volta para seu rosto, beijava sua mandíbula, suas bochechas, toda a extensão de seu rosto. Beijava os cantos de suas bocas, na intenção de provoca-la e ela me apertava forte pressionando ainda mais nossos corpos que se encontravam em uma temperatura acima do normal.

- Me beija. – sussurrou pedindo de uma forma desesperada. Atendi seu pedido de imediato e beijei-a novamente. Nunca me cansaria de seu beijo, era uma sensação única ter seus lábios juntos aos meus. Sempre era diferente, mas sempre era igual. Seu beijo possuía um sabor único. Meu membro foi começando a dar sinais de vida, eu precisava dela, precisava tê-la para mim de uma vez por todas. O beijo ia se tornando cada vez mais urgente, era algo tentador, era envolvente.

- Justin. - disse ela se separando de mim e me empurrando para longe.

Alice pov.

Aquilo estava ficando quente demais, já estávamos perdendo o controle novamente e eu ainda não me sentia pronta. Não estava pronta para esse passo a mais nisso que nós estávamos tendo. Não era solido, não era firme, não era um relacionamento.

Encarei sua face confusa e seu rosto vermelho, ambos respirávamos ofegantes recuperando o ar.

- Desculpe. – comecei, eu estava com a cabeça baixa, não queria e não podia encara-lo, eu estava com vergonha, pois sabia o quanto ele estava decepcionado. Mas eu não podia fazer aquilo... Eu não conseguia. – E-eu ainda não estou pronta. Desculpa...

- Tudo bem, eu entendo.  – disse ele se aproximando novamente de mim. – Estarei aqui quando você estiver pronta. – finalizou me abraçando. Eu o abracei de volta, estar em seus braços me dava uma sensação de segurança que me fazia bem.

Ficamos abraçados por um tempo, sem dizer nada um ao outro.

- Acho que alguém esta com fome. – disse ele divertido após meu estomago gritar pedindo comida. Ele me soltou e me encarou rindo e eu ri junto sem graça.

- To com fome mesmo. Vamos comer. – disse solando a mão dele e indo ate a cama me sentando nela novamente. Justin ficou alguns segundos parado me olhando, ele parecia pensar em algo, mas logo se juntou a mim.

[...]

Estávamos no parque com Jazzy e Jaxon. No mesmo parque onde eu e Justin nos conhecemos. As crianças brincavam no escorregador enquanto eu e Justin ficávamos observando-os de longe, sentados embaixo de uma arvore.

- Imagina quando tivermos os nossos filhos... Eles serão lindos. – disse Justin de repente. Confesso que não tive como conter um sorriso. Ele estava fazendo planos para o futuro, e esse futuro me incluía.

- Filhos? Quantos você quer ter? – disse disfarçando a minha euforia com aquela frase dele.

- Hum... Não sei, acho que uns cinco ou seis pra começar.  -  disse normal.

- Haha, só porque você quer né?! Cinco ciranças correndo pela casa? Não quero nem imaginar. – disse arrancando risadas dele.

- Teremos cinco. Tres meninos e duas meninas. – explicou.

- Por que mais meninos do que meninas? – perguntei.

- Porque meninas são chatas demais e precisamos ter meninos suficientes para proteger as meninas dos garotos que tentarem chegar perto delas. – explicou.

- Ei, meninas não são chatas! – o repreendi dando um tapa em seu braço.

- São sim! São terrivelmente chatas. – disse ele me apertando em seus braços.

- Eu sou chata? – perguntei curiosa.

- Você?! Você é a mais chata de todas. A Rainha da Chatice. – disse ele rindo e naquele momento fechei a cara irritada. – Mas é a chata mais linda do mundo. E o melhor de tudo, você é só a minha chata. – completou rindo bobo e beijando minha bochecha. Rolamos na grama e ele me deu um beijo.

- Eca! Voces dão beijo boca. – disse Jazzy nos assustando, empurrei Justin de cima de mim e joguei-o para o lado. Vi a pequena que nos olhava com uma cara nojenta.

- Não damos não, só estávamos abraçados. – disse arrumando uma desculpa para ela enquanto levantava do chão e arrumava minha roupa.

- Rum! Deram beijo boca sim! – disse ela decidida. – Boo boo, você ta namorando a Lice? – perguntou ela se virando para Justin que estava com Jaxon no colo.

- Sim, ela é minha namorada agora. – respondeu ele e lancei-lhe um olhar reprovador. Voces devem estar se perguntando o por que disso. Simples, Jazzy era a criatura mais ciumenta da face da terra. Ela odiava Selena pelo simples fato de ela ser namorada de Justin, e não queria que ela parasse de gostar de mim. Eu tinha Jazzy como minha irmãzinha e não queria que ela se afastasse de mim.

- Mas e a Selena? – perguntou ela com os braços cruzados com um semblante totalmente confuso no rosto.

- Ela... Bem, eu amo a Alice e não a Selena. Você não quer que a Lice seja minha namorada? – perguntou ele a ela que pareceu pensar sobre o assunto.

- Quero. – disse ela sorrindo depois de um tempo. Peguei-a no colo e girei a pequena loirinha no ar fazendo com que seus cabelos curtinhos ficassem bagunçados. Justin fazia o mesmo com Jaxon, o jogando para o alto arrancando risadas do pequeno. Estava tudo tão perfeito, que era difícil de acreditar que era realidade.

Bem... Acho que falei cedo demais.

- Justin, você e Alice estão tendo um caso? – perguntou um paparazzo estragando nosso momento. Paramos no mesmo instante de brincar com as crianças e Justin rapidamente mudou sua fisionomia feliz para uma seria. Fitamos o parapazzo e só ai percebemos que não era só um, eram aproximadamente uns cinco.

Justin não os respondeu e os ignorou.

- Alice, vamos embora.  - disse ele a mim. Abaixei deixando Jazzy no chão e comecei a juntar nossas coisas que estavam espalhadas pelo chão. Peguei minha bolsa colocando-a no meu ombro e tornei a pegar Jazzy no colo.

- Justin, há quanto tempo vocês estão juntos? Então ela foi o motivo da sua separação com Selena? – perguntavam os paparazzi enquanto andávamos em direção ao estacionamento que ficava um pouco longe dali. Eles começaram a se amontoar cada vez mais e pareciam se multiplicar a cada momento. Batiam fotos sem parar, escondi o rosto de Jazzy no meu ombro para esconde-la dos flashes e Justin fez o mesmo com Jaxon que já chorava, por causa de seu medo dos fotógrafos.

- Por favor, parem de tirar fotos. Ele esta assustado. – pediu Justin pacientemente enquanto caminhávamos cada vez mais rápido. Kenny estava de folga, por isso não estava ali fazendo nossa segurança. Em seu lugar estava Moshe havia sumido de nosso campo visão.

- Parem por favor! – gritou Justin para os fotógrafos que não paravam um minuto de bater fotos da gente. A essa altura Jazzy também já chorava.

O caminho ate o carro era longo. Avistamos Moshe vindo correndo em nossa direção tentando afastar os fotógrafos de nós mas era impossível devido da quantidade deles.

Finalmente chegamos na van e entramos ali. Coloquei Jazzy na cadeirinha especial para crianças e depois Justin me deu Jaxon para que eu fizesse o mesmo processo. Justin foi para o banco do motorista e ligou a van saindo dali, ou melhor, tentando sair dali, pois havia um fotografo impedindo que Justin avançasse com o carro. Justin já estava com uma cara nada boa e aquele fotografo ali so estava o irritando ainda mais. Em um movimento rápido Justin soltou o sinto de segurança saiu do carro bufando de raiva e batendo a porta com força alem da necessária. Eu estava sentindo que aquilo não iria acabar bem, então, desci do carro atrás dele.

- Sai da minha frente. – gritou Justin raivoso a uma boa distancia do fotografo que estava no meio da rua com um sorriso sarcástico no rosto.

- Perai Bieber, as ruas são publicas. – disse o irônico afrontando Justin.

- Eu estou pedindo com educação , acho melhor você sair logo. – Justin disse controlando sua raiva. Me aproximei mais dele e puxei seu braço com a intenção de que voltássemos para o carro.

- Vamos voltar pro carro e esperar o Moshe Justin. – pedi.

- Ah, chegou a vadiazinha pra controlar o namoradinho. – disse o fotografo e aquilo foi a gota d’agua para Justin, ele puxou seu braço de minha mão e avançou em cima do fotografo, que por reflexo começou a correr. Justin corria atrás dele como um cão caça um gato. Eu corria atrás de Justin na tentativa de fazê-lo parar.

- Justin! Para! Justin! – gritava chamando ele inutilmente.

Por falta de atenção o fotografo acabou se desequilibrando e caiu, Justin aproveitou essa oportunidade e desferiu um soco no rosto dele que caiu zonzo no chão.

- Justin! – gritei, aquela altura eu já chorava de nervosismo e desespero. Eu não sabia o que fazer, não sabia se ajudava o fotografo mesmo ele não merecendo, não sabia se voltava pro carro, não sabia se fugia com Justin...

- Justin, vamos voltar pro carro, por favor. – pedi chorando, ele me olhou e ao ver meu estado atendeu meu pedido e voltamos para a van, no caminho de volta  ate a van ele pegou seu tênis que havia saído de seu pé no momento em que ele saiu em desparada atrás do fotografo.

Haviam outros paparazzi ali só registrando aquele momento horrível. Moshe reapareceu ofegante e com uma expressão confusa, mas alguns segundos depois pareceu entender tudo que havia acontecido.

- Vão pra casa, eu cuido disso. – disse Moshe nos orientando e assim fizemos. Justin entrou novamente no banco do motorista e eu no de trás com as crianças que estavam mais calmas. Minhas mãos tremiam e eu ainda não estava acreditando no que havia acabado de acontecer. A adrenalina percorria as minhas veias e as lagrimas escorriam pelo meu rosto. Enxuguei-as com as costas das mãos para que as crianças não percebessem e não começassem com aquele questionário de por quês.

Encarei Justin pelo retrovisor e ele não possuía expressão nenhuma no rosto. Ele estava sério e frio. O caminho todo foi em extremo silencio só as vozes das crianças ocupavam o carro.

Chegamos em casa e Justin saiu primeiro batendo a porta do carro novamente, enquanto eu soltava as crianças das cadeirinhas, Marie apareceu na garagem e me ajudou a leva-las para dentro de casas. Quando chegamos à sala já era possível escutar os gritos de Scooter com Justin. Olhei para Marie que pareceu entender o que eu queria dizer e ela seguiu para a cozinha com as crianças.

A culpa de tudo aquilo era minha, eu que tive a ideia de ir para o parque. Não podia deixar que Justin levasse a culpa sozinho. Ele só estava me protegendo.

- Você é um irresponsável! Um moleque mimado. Você faz ideia de como isso vai cair na mídia?! – gritava Scooter com Justin que estava de costas para mim.

- Eu estou pouco me fudendo pra como isso vai cair na mídia. – disse Justin despreocupado.

- Como é que é garoto? – perguntou Scooter indignado encarando-o seriamente.

- A culpa não foi dele. – me pronunciei chamando a atenção dos dois que me olharam espantados.

- Alice não adianta protegê-lo, o que Justin fez não tem explicação. – disse Scooter medindo o tom de voz ao falar comigo.

- Não! A culpa é minha. Justin só estava me defendendo...

-Alice! Para de defender ele. Justin já é homem suficiente para assumir seus próprios atos – interrompeu-me gritando comigo que me encolhi um pouco. Justin voltou a olhar para ele e gritou.

- Não grita com ela! Ela não tem nada a ver com isso. – gritou ele me defendendo e enfrentando Scooter que o olhou mais indignado ainda.

- Ei, ei! O que esta acontecendo aqui? Dá pra escutar essa gritaria lá fora. – disse Fredo entrando com Pattie sem a menor noção da briga que acontecia ali.

- Justin agrediu um fotografo. – disse Scooter depois de um tempo em silencio. Fredo e Pattie riram como se aquilo fosse uma piada – quem dera que fosse – mas depois cessaram o riso e colocaram um semblante serio no rosto.

- Você não fez isso, não é Justin? – perguntou Pattie rindo sem humor. Outro silencio pairou sobre aquela sala. Todos olhavam para Justin que estava com a cabeça baixa a minha frente. Seus olhares para Justin eram decepcionados, aquilo estava me quebrando por dentro, a culpa era minha e todos estavam o julgando sem ao menos saber disso.

- A culpa não foi dele. Justin só estava me defendendo. – disse novamente mas parecia que ninguém me ouvia, as vozes que o julgavam eram mais altas do que a minha. Eu não sabia o que fazer, já estava em prantos mais uma vez.

- Alice. Nos de licença, por favor. – pediu Pattie encarando Justin.

- Não! Vocês estão julgando ele sem ao menos saberem da historia completa. Justin só estava me defendendo. O fotografo estava nos incomodando, ele havia assustado as crianças e ele me ofendeu. Justin só estava me protegendo. – expliquei tomando a frente de Justin, minha voz saia alta, praticamente em um grito, eu dizia tudo rápido para que ver se eles entendiam, mas parecia que ninguém dava atenção a mim, eles só encaravam Justin. Virei meu corpo e olhei para Justin para que ele confirmasse a historia para que eles entendessem de uma vez, mas não foi isso que ele fez.

- Eu bati sim no fotografo. Alice não tem nada a ver, eu só bati nele. Estava estressado, acabei perdendo a cabeça... -  disse ele mentindo descaradamente.

Eu não conseguia acreditar que ele estava ali, dizendo aquelas mentiras. Por quê? Por que ela não falava a verdade?

- Justin! Você esta mentindo. Diga a verdade! – pedi com a voz embargada pelo choro.

- Alfredo. Leve Alice para o quarto, por favor. E depois desça aqui. – pediu Pattie fazendo com que eu voltasse meu olhar para ela.

- Não! Vocês tem que acreditar em mim! A culpa é minha. -  gritava me debatendo nos braços de Alfredo, na esperança de que alguém prestasse atenção em mim.

Alfredo me guiava pelas escadas, enquanto eu olhava suplicante para que Justin dissesse a verdade. Mas sabia que pela forma que ele me olhava, ele não faria aquilo.

Só percebi que havia chegado no quarto quando senti uma superfície macia abaixo de mim, a cama.

- Fredo, ele não tem culpa. A culpa de tudo isso é minha. – dizia para Fredo em meio a soluços.

- Tudo bem Lice. Acredito em você, mas agora se acalme. Você esta muito nervosa. – dizia ele calmamente me abraçando de lado.

Eu balançava a cabeça em sinal negativo retidas vezes. Eles não entendiam. Mas o que eu não conseguia entender era o porquê de Justin estar mentindo.  Não fazia sentido, não tinha uma razão óbvia para isso.

- Acalme-se. Vai ficar tudo bem. Agora se acalme. – disse Fredo, repousei minha cabeça em seu ombro e chorei, meus soluços eram os únicos sons que soavam pelo quarto ate que adormeci.