Pov Alice

Estavam Kate, Jas, Chaz, Ryan, Fredo e Kenny no quarto comigo, já era noite e estava no horário de visitas. Meu pai havia voltado para Sao Paulo, pois ele nao podia ficar afastado dos negocios por muito tempo. Aquilo nem me afetava mais, pois em grande parte da minha vida ele sempre esteve ausente. Jas e Chaz estavam sentados em um sofá no canto dl quarto, ela finalmente estava dando uma chance ao pobre garoto. Fredo e Ryan brincavam com alguns dos aparelhos que estavam no quarto. Kenny e mamãe conversaram comigo.

- Querida, eu tinha me esquecido. Eu falei com a Miranda, e ela disse que assim que você estiver melhor se voce ainda quer fazer o ensaio pra revista. Ela me explicou tudo e só falta você dizer que aceita para que eu assine o contrato. E ai? - disse Kate sentada junto a mim no cama. Eu tinha ate me esquecido dessa assunto. Sair na Vogue era um sonho, mas eu nao estava me sentido bem para ser fotografada, eu nao estava pensando em mais nada além de Justin. 

- Olha a Lice hein! Ficando famosa, posando pra Vogue, daqui uns dias desfilando em Milão, só nao  ai esquecer dos amigos quando ficar famosa. - brincou Kenny, na maioria do tempo ele fazia brincadeiras para descontrair e me fazer sorrir, que era algo meio difícil desde que tudo mudou. Ri fraco e encarei as minhas mãos que estavam repousadas em minhas pernas. 

- E então filha? - disse Kate.

- Eu não sei... - disse breve e logo em seguida Allison entra na sala eufórica e sorridente.

- Ele acordou! - dizia ela chorando, provavelmente de felicidade. Assim que ela entrou na sala todos que conversavam ficaram confusos e fizeram silencio. Ele? Ele quem? 

-Ele quem Ally? - perguntou Kenny. - O Justin! Ele acordou! - dizia ela eufórica. Nao era pra menos, eu nao estava acreditando. Foi impossível nao conter um sorriso. Meus olhos já derramavam lagrimas, mas estas eram de alegria, de felicidade. Assim que ela acabara de falar todos ficaram estáticos, Fredo começou a pular e foi seguido de todos que pulavam, se abraçavam, gritavam. A alegria e a euforia tomavam conta daquele quarto que era pequeno demais para tamanha felicidade. 

- Eu sabia! Aquele ali nao cai fácil nao. Meu garoto! - dizia Kenny para orgulhoso e com um sorriso de orelha a orelha. 

- A gente já pode ver ele? Ele ta bem? Quando ele Acordou? - dispararam todos de uma vez. 

-Calma pessoal. Não a gente ainda nao pode ver ele, ele esta fazendo uns exames agora, o máximo que podemos fazer é olha-lampejo vidro como estávamos fazendo antes. O Dr. Disse que amanha ele vai sair da Uti e ira pro quarto, ai lá poderemos vê-lo. - disse Ally feliz e tentando manter a calma. O que era quase impossível fazer naquele momento. 

Eu nunca havia me sentido tão feliz como estava me sentindo naquele momento. Nunca nesses meus 17 anos de vida eu senti tão grande alivio como eu senti agora. Todas as minhas horas rezando para que Deus o salvasse nao haviam sido em vão. Ele estava bem. Eu nao poderia receber presente de Natal melhor do que a vida de Justin.

Pov. Justin

Algumas horas antes...

Quando eu abri os olhos foi como se eu os tivesse aberto pela primeira vez, doeu e senti um grande desconforto e irritação. Aos poucos fui me acostumando com aquela claridade terrível que iluminava aquele lugar. Havia um senhor de aproximadamente uns 50 anos, tinha o cabelo grisalho e era um tanto feio. Pelas suas vestes ele aparentava ser um medico: usava óculos, um jaleco branco e segurava uma prancheta na mão. Ele nao havia percebido que eu estava acordado e quando me viu, ele se assustou.

- Por Deus garoto. Voce acordou? Mas... Como? Isso é impossível! Consegue me ouvir? - ele dizia tudo muito rápido e se embolava nas palavras. Meu corpo doía, mas a parte das minhas costelas doía muito mais.

- Sim. - disse, foi estranho mas minha voz saiu naturalmente, eu estava mais roco do que o normal, mas conseguia falar.

- Consegue falar? Meu deus! Isso é incrível! - dizia o tal medico espantado com a mi há capacidade de falar. - Se lembra do que aconteceu? Sabe porque esta aqui?  - perguntou-me curioso. Eu nao me lembrava do porque de estar ali, tentei me lembrar mas nao consegui , só me lembrava de ter saído para ir ao cinema com Alice e depois disso eu nao me lembrava de nada.

-Nao. Só lembro de ter ido ao cinema com Alice e depois, nao lembro de nada. - assumi, minha voz estava ficando mais fraca.

- Entao voce se lembra de Alice... Uh, isso é bom. Lembra-se do seu nome e do nome de seus pais? - perguntou-me analisando cada palavra que eu dizia e cada movimento que eu fazia. 

- Sim, sou Justin Drew Bieber e meus pais são Patricia Lynn Mallete e Jeremy Bieber. O que aconteceu? - perguntei mais fraco ainda, minha voz ia sumindo aos poucos e eu estava me sentindo mais fraco ainda.

- Bom primeiro, vamos ir por partes. Irei te explicar tudo o que aconteceu, mas nao agora porque você aparenta estar bem fraco e teremos que fazer alguns exames em você. Eu ainda nao consigo acreditar que você acordou garoto. - disse o medico desacreditado. Apenas dei um riso fraco mas nao estava entendendo nada, eu estava tão mal assim que eles já tinham perdido a fé de que eu acordaria?! Tudo estava confuso. 

Pov Alice

Momento atual...

Todos estavam muito felizes. A noticia de que Justin havia acordado se alastrou rapidamente pela imprensa mundial. Em poucos minutos todos os noticiários falavam sobre ele, todas os sites da internet, tudo. Pelo que eu via nos jornais os trending topics mundias e de vários países só falaram sobre Justin. Eu nao podia entrar no twitter e em nenhuma outra rede social, Scooter havia me proibido de tal ato, eu nao sei em o porque e ta,bem nao questionei pois nao tinha tempo pra isso. Eu passava o dia todo ou rezando para Justin ou observando-o pela janela do quarto. 


Meu nível de felicidade estava muito elevado e com isso minha auto estima também subiu. Enquanto eu tomava um banho quente e relaxante, vi a cicatriz do corte que eu havia feito no meu pulso e aquilo me fez ver que nao havia necessidade daquilo. Me lembrei de uma cena de uma reportagem que havia visto alguns dias antes na televisão, era uma espécie de curta metragem que mostrava a vida das pessoas necessitadas no Natal. Mostravam as crianças com câncer e aids em hospitais, crianças em orfanatos, crianças de periferias que mesmo com todas as dificuldades que eles tinham, nao deixavam de sua felicidade acabar e em momento algum faziam algo contra si mesmos para descontar seus problemas. Eles tinham poucas coisas, poucos recursos básicos, uns só tinham a vida, mas mesmo assim nao se deixavam abalar. As crianças doentes em tratamento tinham uma aparência nao muito boa, mas nem por isso tiravam seus sorrisos do rosto e deixavam-se levar pela maré ruim que estavam enfrentando. Quando eu estava vendo aquilo nao pensei muito, mas agora com tudo o que passei e estou passando na minha vida, vejo que eu tenho tudo e nao dou valor. Ver crianças de 5 ou 6 anos doentes ou necessitadas mas felizes fez-me refletir sobre a minha própria vida e em como eu nao dou valor a ela mesma. Eu tenho uma família que pode nao ser perfeita mas mesmo assim eu tenho uma. Eu tenho boas condições de vida e reclamo, eu tenho saúde e estou acabando com ela por mero capricho.  Ver crianças de 7 anos com sorrindo mesmo nao tendo nada, me mostrou que eu tenho tudo mas ajo como se nao tivesse nada. 

Sentir a água fervendo chocando-se contra minha pele, naquele momento, me trazia um grande conforto, era como se a água que escorria pelo ralo levasse junto todos essas coisas que antes eu rotulava de problemas, mas que agora vejo que nao eram nada. Eu me sentia uma pessoa nova, me sentia bem, me sentia como se tivesse acabado de ganhar uma nova oportunidade de viver. E eu iria fazer jus a isso. Daqui para frente eu seria diferente. Seria uma pessoa menos fútil e mais humilde. Eu seria uma Alice diferente.

Terminei meu banho com um sorriso no rosto,eu estava feliz. Feliz por Justin, feliz pela minha vida, feliz por ter entendido que nao importa se voce tem ou nao dinheiro, se voce é negro ou branco, se é bonito ou feio. A única coisa que importa é que voce tem uma vida e que voce é perfeito só por existir. E que a frase: Ninguém é perfeito. É só uma maneira diferente de dizer que todo o mundo é. Me olhei no espelho do banheiro que estava embaçado devido ao vapor que saia da água quente do chuveiro. Passei a mão nele e vi meu reflexo ali, sorri ainda mais porque eu parecia mais nova, parecia bonita. Eu nao sei ao certo o porque disso mas eu me sentia a garota perfeita. Uma lagrima solitária escorreu pelo canto do meu olho e eu a limpei, era uma lagrima diferente, ela nao era uma lagrima que escorria levando um pouco da minha tristeza, essa era uma lagrima que me mostrava como eu fui idiota esse tempo todo, mas também me mostrava que eu poço ser melhor, que eu posso ser diferente sendo normal. 

Era manha de Natal. Voltei para o quarto, coloquei uma musica no iPod e comecei a dançar eu dançava de toalha pelo quarto ao som de Moves Like Jagger. Dava passos descoordenados para lá e pra cá sorrindo e cantando junto a Christina Aguilera. Aquilo era divertido, fazia tempo que eu nao dançava e me divertia de tal forma. Eu estava feliz como nunca havia me sentido antes.