Era 3:00 da tarde quando decidi dar uma volta pelo parque perto de casa. Estava uma tarde fria naquele momento, por isso sai com uma calça jeans, uma camiseta do Nightwish, uma bota de couro com salto preta e um sobretudo preto, meus cabelos estavam soltos com uma toca preta.

Caminhava lentamente pelas árvores do parque quando paro em frente a uma e me sento em baixo da mesma. Fico olhando aquele céu azul e as árvores perdendo suas folhas, bancos brancos e cheios de folhas coloridas estavam espalhados pelo parque. Enfiei minha mão no bolso e peguei meu IPOD e coloquei meus fones apertando play na primeira música que apareceu no mesmo.

Era a música Nemo do Nightwish, ou melhor dizendo, da Tarja Turunen. Ela tem uma vóz incrível, mas é uma pena ela ter saido do Nightwish.

– This is me for forever, One of the lost ones. The one without a name, Without an honest heart as compass– Cantava baixinho a introdução da música.\

Cantava a música enquando acompanhava as pessoas andando. Casais abraçados, se não abraçados se beijando. Tenho inveja dessas pessoas, elas tem os amores das vidas delas, não importa a idade.

Fiquei admirando elas até que vejo uma figura masculina andando pelo parque e se senta em uma árvore próxima a minha e retira de sua mochila um caderno de capa preta com algumas palavras escritas em branco.

O homem estava totalmente de preto, inclusive um boné que tampava seu rosto só deixando a mostra seus lábios e seu longo cabelo preto que ia até até a altura de seus ombros.

Ele pega um lápis e começa a rabiscar algo no desenho. Admito que fiquei um pouco curiosa para saber o que ele fazia ali.

Fiquei o olhando até que ele para o que estava fazendo e olha em minha direção. Eu acho que ele percebeu que eu o olhava, já que ele me amostrou um belo sorriso surgindo em seus lábios finos e rosados.

Correspondi o sorriso e virei meu rosto em direção a árvore a minha frente e mudo de música no meu IPOD, colocando The Crying Moon da mesma cantora e apoiando minha cabeça nas minhas coxas e colocando meus braços em cima do meu joelho. Fiquei um tempo no parque até que olho no meu relógio e era 6 horas da tarde.

Me levanto e limpo a minha calça e caminho lentamente até a minha casa, quando percebo que aquele cara que estava no parque próximo a mim caminhava no mesmo caminho que o meu. Estranhei pois a cada rua que entrava ele me seguia. Apertei os passos seguindo para a última rua aonde ficava minha casa. Quando entro na mesma, o cara continua reto.

Fiquei aliviada pois ninguém me seguia. Parei em frente a minha casa e subi os míseros degraus da mesma e abri a porta devagar, me deparando com as minhas amigas sentadas no sofá assistindo atentamente a TV. O volume era baixo, mais deu para ouvir atentamente o que elas estavam assistindo. Desenho Animado, Bob Esponja pra ser exata.

– A essa hora passa Bob Esponja? - Pergunto pendurando meu Sobretudo no pequeno armário ao lado da porta.

– Bem... quando se tem um gravador e um desenho salvo nele... Sim passa.

– Mais pra que vocês com... Ah! deixa pra lá! sinto que se eu fizer essa pergunta irei ganhar uma resposta meio que retardada de vocês duas - Falo subindo a escada.

Chegando no 2º andar, entro no meu quarto e vou direto ao armário, pegando meu pijama, pois não pretendia sair de casa hoje.
Entro no banheiro e me começo a retirar minha roupas lentamente e depois entro na ducha, ligo no quente e deixo a água cair em meu corpo pálido.

Estava pensativa no chuveiro... Quem seria aquele cara do parque? Sinto como ele me fosse familiar...

Fico meia-hora no chuveiro. Um tempinho depois desligo o mesmo e me enrolo na toalha. Saio do Box e paro em frente ao espelho, passo o braço para tirar uma parte embassada e me encaro. Estava com olheiras horriveis, e com um rosto na expreção cansada.

Saio do banheiro, visto o meu pijama que se encontrava em cima da minha cama e me sento na mesma.

Quem era aquele cara de hoje cedo? Será que eu já o conheci? E por que ele sorriu para mim no parque?

Tenho que parar de tentar descobrir... Minha cabeça dói só de tentar...

Me levanto e vou na direção do meu armário e o abro, pego meu violão e fecho o armário. Vou até minha cama e sento na mesma.

Fazia um tempo que não tocava nele, acho que um mês mais ou menos.

Toco alguns acordes, é bom ficar tocando violão quando se não tem nada pra fazer. Ganhei esse violão de minha mãe no meu aniversário de 19 anos, e ele ainda estava em um bom estado, já que sempre ficou dentro do armário.

Enjoei de tocar, então me levantei e coloquei o violão no mesmo lugar que estava antes e depois fui deitar. Já era 8 horas, e já estava com sono.

Não ouvi barulho nenhum no andar de baixo, eu acho que as meninas já foram se deitar.

Me deito na cama e fico olhando o teto do meu quarto. Fico um tempo assim, até olhar para a cômoda do meu quarto e ver que já são 9:17... A hora passou bem rápido... Mais isso não me importava no momento.

O tempo estava me fazendo passar do mal... para pior... Não como direito à uma semana, e o máximo que fazia era só tomar café da manhã... Minha mãe até me obrigou à ir ao médico para saber o que era, mais também não parava de falar que a culpa era da morte do meu pai, e eu sempre tenho que falar que a culpa é minha por não me alimentado direito.

Me remexi na cama e fiquei de frente para a parede. O tempo mudou do dia pra noite, pois no momento, eu estava congelando. No finalzinho da tarde havia feito calor, e eu já estava começando a me acostumar.

Passei alguns minutos olhando para a parede até que adormeci, e novamente tendo um pesadelo surreal...