A Year In Paris escrita por Luisa di Ângelo


Capítulo 5
Mais uma historia...


Notas iniciais do capítulo

AAAAAAAAAAAH. DESCULPEM A DEMORA. MESMO MESMO MESMO MESMO.

A minha beta não me obriga a escrever, mas ok. Estou postando o cap antes dela betar, então perdoem os erros.

A Haru corrigiu os caps anteriores, então estou com duas betas.

Obrigada meeeesmo pra vcs *-*

Obrigada a Vick, Bruna, Metallycana, Zchan, Yuy e BrubsPones pelos reviews *--*

(revisado por Vick OShea em 01/06/2012)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/200808/chapter/5

Simplesmente dei de ombros e fui ao banheiro. Tomei um banho e voltei a cozinha, vendo que o garfo já estava lavado e ele estava assistindo as cicatrizes se formarem.

– Não tem comida. - Disse pra mim, antes de eu pegar algo no armário. - Acabou. Eu vou fazer compras daqui a pouco. - Continuou, sem olhar para mim. - Você vai junto?

– Talvez, se você pagar.

– Ok. - Disse, se levantando e indo para o banheiro. Agora eu tinha percebido, ele tinha marcas roxas no pescoço e alguns visíveis arranhões na cintura, já que ele estava só de calça. Provavelmente o tal de Liann tinha feito aquilo. Não sei porque, mas eu realmente fiquei com raiva daquele Liann. Quer dizer, no mínimo, marque um cara que queira transar com você!

Fui para o meu quarto ouvindo uns gemidos abafados vindos do banheiro, provavelmente ele estava passando álcool e limpando os machucados. 

Coloquei uma blusa preta e um jeans. O esperei deitado no sofá. Logo ele apareceu com uma blusa de manga comprida vermelha e uma bermuda jeans.

– Vamos. Tem um mercado aqui pertinho.

– Ok. – Respondi, o seguindo para fora do alojamento. Fomos andando e conversando até o mercadinho.

Era incrível como Ryler conseguia puxar conversa. Qualquer um que passasse ao nosso lado acharia que éramos velhos amigos. Conversamos sobre praticamente tudo. Era legal saber o ponto de vista mortal das coisas. Principalmente de Ryler.

Entramos no supermercado e Ryler foi colocando coisas básicas como cereal, arroz, feijão, leite, macarrão instantâneo, biscoitos, doces, suco, água, pão e outras coisas necessárias. Eu peguei coisas como carne seca, bolinhos, linguiça e ovos.

Fomos ao caixa pagar, e quando a moça ja tinha empacotado tudo, um estrondo foi ouvido na porta.

Ryler terminou de pagar, colocou tudo no carrinho e fomos ver o que era.

Exatamente o que eu temia: era um mostro seguindo meu cheiro. Um minotauro pra falar a verdade.

– Alguém me explica o que um ser obeso que não sabe o que significa depilação esta fazendo com um martelo de isopor gritando em russo?! – gritou Ryler a meu lado, observando a coisa.

Até hoje eu não entendo como a nevoa distorce tanto a visão mortal.

De um jeito ou de outro, o minotauro avançou para um adolescente de cabelos mel, o dando um chute no cara, e esmagando o seu estomago. Estava morto antes de chegar ao chão. Logo depois se virou, a procura do meu cheiro, e atingiu uma moça que trabalhava ali com o machado, fazendo um corte enorme no pescoço, a fazendo cair no chão e derramar uma poça de sangue ao seu redor.

Assim que me viu, correu em minha direção. Eu teria de esperar até o ultimo segundo. Empurrei Ryler para trás de mim, acho que ele caiu no chão, mas não importa. Acho.

Quando ele estava bem na minha frente, saquei minha espada e o atingi, ele se dissolveu em pó dourado. Eu ia ver se Ryler estava bem, mas o encontrei agachado ao lado do corpo de uma mulher, 30 anos, segurando uma menininha no colo, de uns 5 anos, que chorava pela mãe.

Ele se levantou e fechou os olhas dela com os dedos, com a menina no colo, e fez o mesmo com os outros dois, mas no menino ele o cutucou, para ver se estava realmente morto, afinal não haviam danos visíveis.

Ryler passou um tempo consolando a menina de uma maneira tão doce que parecia Afrodite.

Logo a policia chegou e levou os corpos, junto com a menininha, Jullie.

A única solução que acharam foi que um homem de 40 anos com distúrbios capilares e hormonais teve um surto, atacou as pessoas com um canivete e saiu correndo, entrou num taxi e foi embora.

Os policiais entrevistaram as pessoas, com um estalo de dedos controlei a nevoa e manti os policiais longe de mim.

Ryler foi entrevistado, contou o que viu e assentia para o policial que o fazia perguntas. Ele deu tchau e jurou para a menininha que iria vê-la no orfanato. O Pai dela tinha morrido um mês depois que ela nasceu. Como eu sei? Bom, eu sou um Deus. Obvio.

Assim que a polícia foi embora, ele se virou pra mim. Estava a beira das lagrimas. Mortais não estavam acostumados a tantas mortes. E mesmo assim, ele foi o mais forte de todos que estavam ali, ficando com a criança.

– Aaron... - Choramingou.

Coloquei a mão em seu ombro, mas ele se aproximou e me abraçou.

Não entendi, mas eu não achei estranho, nem confortável tê-lo ali.

Mas ele estava soluçando tanto que acabei o envolvendo e o levando para um local mais calmo. Um parque ali perto. Mandei um taxi levar as compras pra casa.

Logo ele parou de chorar. Continuou abraçado a mim por um minuto e me soltou.

– D-Desculpe. E-Eu só... - Murmurou, limpando o rosto das lagrimas.

– Não tem problema. - Respondi. Eu o entendia. Morte era o assunto de Tânatos, mas eu entendia o medo e o horror que elas causavam. - Vamos, vamos pra casa. – Disse, o guiando pelo cotovelo com a mão.

Chegamos e ele foi ao banheiro, eu peguei as coisas na porta e as guardei – de uma forma bem porca, mas guardei - e fui fuçar na TV.

Estava de boa assistindo um leão caçando umas zebras quando ouvi gritos vindo do quarto dele. Andei até lá e encontrei Ryler ao telefone, andando de um lado para outro.

– NÃO, EU JÁ DISSE QUE NÃO. VOCÊ NÃO TEM IDEIA DO QUE JÁ FEZ PRA MIM, NÃO É?!

Ele parou para ouvir, mas dava pra ver que não queria. A pessoa do outro lado da linha não gritava, apenas falava com calma.

– NÃO, LIANN. NÃO. EU NÃO TE QUERO AQUI DENOVO... N-Nem agora... NEM DEPOIS! E-E eu.... – ele já estava quase chorando.

– N-N-não... Liann eu...não... – deixou o celular cair. Caiu na cama, se encolheu e começou a chorar no travesseiro. Eu sabia que devia tentar reconfortá-lo, mas aquilo era pessoal, e ele precisa lidar com isso sozinho.

O Telefone continuava falando sozinho.

– "Rey? Rey. Desculpe. Mas eu preciso de você de novo. Você sabe que não vou te machucar assim denovo. Desculpe. Só uma semana, até eu arranjar um lugar pra dormir. Eu juro, amor. Por favor."

Andei ate meu quarto, peguei a carteira e gritei um “vou sair”. Não iria ficar ali.

Andei pela cidade, procurando algo pra me manter distante da casa, já que a vontade de voltar lá e perguntar o que aquele tal de Liann queria era enorme. Esse menino já está me enchendo.

Resolvi comprar um notebook, para jogar alguns jogos que ouvi falar como Conbat Arms, Call of Duty... comprei um notebook branco, de ultima geração. Me sentei em um café e comecei a fuçar nele. Baixei/comprei os jogos. Já era noite quando voltei. Estranhamente a casa estava silenciosa. Deixei o notebook no quarto e fui ver o que ele estava fazendo.

Quando o vi ele estava segurando a foto de uma mulher de uns 44 anos. Cabelos castahos e olhos verdes. A mulher estava abraçada com um homem de cabelos negros e olhos azuis. Ele estava sentado na cama, com as lágrimas escorrendo silenciosamente pelo rosto.

– Ryler? - Perguntei, batendo na porta.

– A-A-Aaron! - Gritou, assustado, escondendo a foto.

– O que é isso?- Perguntei, me aproximando da cama.

– Isso o que?- Peguei a foto de trás das costas dele antes que ele pudesse fazer algo para me impedir.

– Essa foto - respondi, olhando para as pessoas nela atentamente. Era impressão minha, ou aquele homem se parecia muito com o Ryler?

– Há... eles são os meus pais - Ryler disse, abaixando a cabeça.

– Hmm... Porque estava chorando? Eles morreram?

– Não. Eles... Não. Eles estão vivos. Acho.

– Acho? - Ergui uma sobrancelha.

– É. Hmm... Sabe o Liann?

– Sim. - Respondi, de mal-humor.

– Então... quando eu tinha 14 anos e estava no 9º Ano, eu comecei a gostar dele. Mas não contei pros meus pais, ja que eles são religiosos. No 1º Colegial nos começamos a namorar. Desde então meus pais começaram a me chamar de aberração, que Deus não fez os homens pra um ficar com outro, que eu era estranho, blá blá blá... Mas eu estava aguentando. - Suspirou - Achava que um dia eles iriam aceitar. Até que, quando eu fiz 16, eles me chutaram pra fora de casa, disseram que me odiavam e que eu não era filho deles. Me cancelaram a escola e jogaram minhas roupas pela janela. Sei lá... - Parou por um momento.

- Daí nos viemos morar aqui na academia, ele fazia Judô e eu Box. Depois de 1 ano, quando eu tinha 17, trabalhei o ano inteiro e consegui um bom dinheiro. - Disse, apertando o travesseiro contra a barriga.

Eu estava surpreso, ele era muito independende, considerando a idade. E maduro, também.

– Mas dai aquele IDIOTA na virada do ano, pegou todo o meu dinheiro, e se escafedeu! - Rosnou -  DEPOIS TEM A CARA DE PAU DE VIR, UM ANO DEPOIS, PEDIR PRA MORAR COMIGO DE NOVO!! - Gritou, socando o travesseiro. Peguei o coitado e segurei na minha frente, indicando para que ele socasse. Raiva era uma coisa que eu entendia. Fui andando para trás enquanto ele socava o travesseiro, e logo nós dois estávamos sorrindo.

Eu ja estava na parede do apartamento e ele socando o travesseiro. Empurrei-o contra a cara de Ryler, que fechou o olho azul e caiu de costas no chão, rindo. Ele chutou meu pé e eu caí também. Saimos rolando na sala e batendo no sofá. Caimos um do lado do outro e continuamos a rir.

Depois de um tempo, senti o olhar de Ryler sobre mim. Me virei para ele e vi os olhos verdes/azuis me fitando brilhantes.

– O que foi?

– Você é legal - Respondeu, e se levantou para guardar as compras direito. Arregalei os olhos. Era díficil alguám me elogiar.

Ainda nesse estado, me levantei e fui tomar banho.

Logo eu já estava na minha cama, dormindo.

–----------------

Acordei com o toque irritante do celular.

– Ooooooooooi Aaaaaaaaaares!!!!!! - Cantarolou Afrodite.

– O que você quer, mulher? - Perguntei, esfregando os olhos.

– Ver como você está.

– Afrodite, eu vou ficar aqui UM ANO. Não se passou nem UMA SEMANA.

– Aaah, mas eu...

– Me deixa dormir. - E desliguei o celular. Ela que tivesse ataques de raiva.

Ia dormir novamente quando ouço o barulho de alguém batendo na porta.

– O que foi?! - Perguntei, escancarando a porta e dando de cara com um Ryler colocando um band-aid no pulso.

– Eu vou saindo. Acho que vou pegar um turno a mais lá no serviço. Tem almoço na geladeira, ok?

– Ok...

– Então, vou saindo! Tchau! - Me deu um sorriso e saiu saltitando.

Eu hein, menino estranho!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Reviews?

Recomendações?

MANDEM REVIEWS OU EU MATO O RYLER DOLOROSAMENTE E FAÇO O ARES DANÇAR A MACARENA EM CIMA DO TUMULO DELE.