–Quantas vezes eu já disse que você tem que comer mais? - Ralhou Doc, quase batendo em Ryler com uma banana. Cena cómica? Sim. Se eu já fiz o mesmo? Sim, só que eu tinha de dar comida na boca dele já que ele ficava fazendo birra igual uma criança mimada. So que eu não batia nele com uma banana, obvio.

Mas não na ultima semana. Não depois daquele beijo. (E não, eu não comecei a bater nele com frutas)

Olhe, eu não sei o que aconteceu comigo, só sei que ele é fofo corado. Muito, muito fofo.

Se ele fosse uma mulher, já teria o levado para cama. Mesmo que seja um homem, não acho que essa possibilidade seja tão remota… DEUSES! O QUE EU ESTOU PENSANDO?! Deve ser frustração sexual. Só pode… Apesar de que eu transei ontem… ARGH! CHEGA!

Ultimamente eu ando “saindo” umas duas vezes por semana com umas meninas. Deve fazer umas 5 semanas isso. Geralmente as levo para casa, para não precisar pagar o hotel. Preciso dizer o quanto Ryler ficou irritado com isso? Ou preciso dizer quantas vezes ele já expulsou as meninas?

–Aaron! - Berra Ryler, se segurando em meu braço. Pera ai, quando foi que chegamos em casa?

–Sim?

–Esquece. Não vou repetir a pergunta. Se não ouviu, não vai saber. - Bufou, cruzando os braços e fazendo um bico… Posso comentar como estou com vontade de estupra-lo?

Baguncei seu cabelo, me levantando.

_Bem, então não vou saber. - Disse, o provocando. Depois daquele beijo, tenho feito muito isso.

_Um amigo meu vem me visitar. - Retrucou ele, virando a cabeça para o outro lado. - É da minha antiga escola. Ele soube que eu fui atropelado e vem me visitar.

Ele corou.

VISITAR UMA OVA! ELES VÃO TRANSAR, ISSO SIM!

–...Quando? - Perguntei, cerrando os punhos.

–Amanha.

–Não. - Conclui, indo ao meu quarto.

–Não?! Não o que, Aaron? - Indagou ele, me seguindo. Ou melhor, mancando desengolçado atrás de mim.

–Ele não vem. - Bufei, parando na porta do quarto.

–Por que?! - Perguntou, claramente irritado.

–Você está… Doente. Não é para ficar recebendo visitas.

–Ah, e você pode ficar com as suas “amiguinhas” toda noite, né?! OLHA QUE JUSTO! - Quase berrou, se segurando pra não me bater.

–Não sou eu quem foi atropelado.

–O QUE DIABOS ISSO TEM A VER?

–Ele não vem e pronto! - Gritei, segurando seu braço com força e o arrastando até seu próprio quarto. O forcei a se sentar na cama, mas como ele não parava de se debater tive de imobiliza-lo da forma que o machusse menos: prensando meu corpo contra o dele.

Ele parou de se mexer na mesma hora, com as mãos e meus ombros e o rosto vermelho.

–Ele não vem. - Disse, rouco. Ele engoliu em seco e murmurou um “Ok” enquanto tremia. - Ótimo.

Sorri de canto, encostando meu nariz ao dele.

–Você vai comer todo o jantar, certo, Ryler?

–C-certo… - Gaguejou, sem tirar seus olhos dos meus.

Achei um novo meio de chantagea-lo. Isso vai ser muito bem utilizado...

–Muito bem. - Me afastei, o deixando ali.

Logo voltei com um prato de spagetthi e ele estava parado no mesmo lugar. Ri, colocando a comida na cabeceira e o cutucando em seguida. Ele se assustou, depois me olhou emburrado e pegou o prato.

Como prometeu, ele comeu tudo e logo voltou a se deitar. Fiz um chá de ervas pra ele, mais de noite, e antes de dormir uma caneca com leite quente e achocolatado.

Ele sempre ficava irritado com as mordomias que eu o dava, já que não gostava de ficar na cama, mas eu estava gostando de mima-lo, então é bom ele não reclamar muito.

Logo o cobri e fiquei a seu lado até que ele dormisse, em seguida indo para minha cama. Amanha voltarei para a acadêmia, tenho que resolver minhas aulas e comprar os remédios dele, alem de ligar pra Afrodite. Ela ja estava me enchendo as paciências, não bastava mandar mesagens esfregando na minha cara como Hefesto estava sendo uma graça com ela, ainda dizia que ia mandar Eros, o cupido, nosso filho, pra me arranjar uma namorada.

Mas eu sabia que não precisaria da ajuda de ninguém pra isso, já tinha encontrado o meu “amor”.